i gave my life to a simple chord

segunda-feira, abril 29, 2002

OH, NÃO, DOUTOR JACÓ!

Meu textinho está na página da TPM, devidamente analisado pelo Doutor Jacó, o que me obriga a lascar um link para minha resposta ao comentário nosso competente profissional.

Coitado do Doutor Jacó.

.: Clara Averbuck :. 6:42 PM


Rumo ao Róque

Escrito no quarto de hotel e postado do computador do mesmo, que é um cu e não me deixa checar meu email de forma alguma

Cheguei a tempo no aeroporto. Deu até tempo de dar uma passadinha na La Selva e ler uma entrevista da Angelina, onde ela dizia que teria casado com o Billy Bob Thornton no dia em que o conheceu. Eu sei como é. Sabe, ela tatuou o nome dele no braço. Isso é fodidamente lindo e é o que eu pretendo fazer. Quer dizer, se eu encontrar algum lugar, porque estou virando uma grande tatuagem e os espaços em branco rareiam. Da última vez que contei, deu 14, mas sempre some alguma quando tento recontar.


I wanna write your name with a razor on my back.
I wanna burn in heaven with you.
I wanna know you´re watching me as I go down.
I wanna write your name with my blood on the walls.
I wanna love you madly until I don´t love you anymore.


Bem, depois de muitas tentativas, consegui chegar em BH, e cá estou, escrevendo sentadinha na sala, enquanto meu pai dorme e o silêncio me deixa tão feliz que preciso ouvir um róque. Vamos ver... Dandy Warhols. Eles são muito bons, não entendo porque ninguém dá bola. Lembro que ouvi pela primeira vez no ano passado, quando ainda morava em Porto Alegre e surgi na casa do Eduf no domingo de páscoa às nove da manhã, porque sou super oportuna. Ouvi e gostei muito e baixei umas músicas, mas esqueci deles, não sei como. Daí esses dias o meu amigo M. me deu uma droguinha e eu fiquei ouvindo o Thirteen Tales Of Urban Bohemia (nome maravilhoso) inteiro de olhos fechados e sentindo ondinhas e wooow, é bom pra caralho. Bohemian Like You e Solid serão tocadas nas duas festas. Talvez toque Cool As Kim Deal, do outro disco, em homenagem à minha garota. Na verdade, tocaria os dois discos inteiros. Estou na fase repeat e se eu tivesse escolha, só tocaria BRMC, Strokes, Dandy Warhols e Suite Number Five. Aliás, vocês já ouviram Suite Number Five, ou não? Façam o favor de ir ali baixar as músicas imediatamente. Sempre lembrando que o favor é pra vocês mesmos, porque é muito bom. Mas não precisam ter medo, vai rolar Stooges e MC5 e Richard Hell e Lou Reed e Cake e Guided By Voices e Jane's Addiction e Bitous e Kinks e Modern Lovers e Monkees e STP e ah, essas coisas que eu sempre toco. Ohh, Spark, leva o Idlewild, o meu sumiu. A faxineira deve ter guardado achando que era uma toalha e eu ainda não encontrei. Merda, eu amo meu Notebuck®, mas esses speakers são um cu. Vou pegar meus fones. Impossível ouvir róque sem graves.

Momentinho...

Voltei.

Adoro hotéis. Adoro flats. Adoro esses banheiros cegantemente brancos, me passa uma sensação de junkie chique, especialmente porque estou de camisola preta e unhas pretas, e eu sou branca, e dá um puta contraste, e dá pra ver todas as minhas veias na luz lavada, e eu tenho olheiras gigantescas, e ando com a maior cara de junkie da história. Mentira, quando eu era magra, tinha bem mais cara de junkie. De qualquer forma, adoro hotéis e flats e banheiros cegantemente brancos. Odeio ter esquecido meus óculos em casa. Monga. Vou ter que passar uma semana cegueta, porque ninguém consegue ficar o tempo todo de lentes. Fui obrigada a mudar a fonte do notepad pra 14 - negrito (verdana, claro, só uso verdana, apesar de achar lucida casual o melhor nome de fonte da história) e mesmo assim, ainda tenho que ficar franzindo a cara pra ver o que estou escrevendo. Um saco. Assim que possuir reais, vou operar os olhos. Acordar enxergando deve ser realmente muito legal.

Vem cá, eu disse o que vinha fazer aqui? Acho que não, né? As pessoas devem achar que eu sou uma cigana que vaga por todas as cidades do Brasil. Não é verdade; quando vou pra Porto Alegre, é pra visitar meus pais e minhas soulsisters e tocar loucamente e quando vou para o Rio, é pra discotecar e ver meus amigos e fazer merda. Pronto. Mas estou aqui em BH porque meu pai vai tocar no Acústico MTV do Pato Fu. E também por causa do Dan, que eu nem vi ainda.

Cheguei na metade do ensaio geral e fui surpreendida por um puta róque. Altas distorções e uma platéia de fãs ensandecidos e o Nix no meio. Uau. Devo confessar que não conheço Pato Fu direito, mas rapaz, se eles chamam isto de acústico, imagino o que seja um show de verdade. Não significa que eu vá sair colando pôsteres e usando bottons da banda, mas foi bem legal. Vamos ver o que sai amanhã. Daddie me encheu de orgulho, todo gato com o violino novo dele. Só que eles não acharam minha Vista Venus Rosa. Não quero falar sobre isso. De verdade. Eu queria mesmo era comer um LEITÃO INTEIRO agora. Fome, fome, fome. Minha única refeição do dia foi um pouco de sushi. Tinha uma grande mesa de sushi no camarim. Porra, eu preciso ser rockstar logo. Se bem que no momento, não ia adiantar muito, eu teria que ordenar comida macrobiótica. Acabo de fazer uma besteira: comi as papas fritas que estavam em cima do frigobar. Porra, eu estava com fome e só tem chocolate e papas fritas. Não vai ser legal. Mas foda-se.

Troquei de disco. Continuo ouvindo DW, mas agora troquei de disco porque fiquei afim de ouvir Not Even If You Were The Last Junkie On Earth. Essa letra é muito legal. I never thought you'd be a junkie because heroin is so passé. Haha, muuuito blasé. É foda imaginar esses caras lindinhos, franjudinhos, magrinhos e bem vestidos cantando isso. Heroína. Eu queria heroína. Deve ser bom pra caralho. Mas eu não vou ter heroína. Engraçado como não adianta ver uns caras que eu adoro perderem os dentes e quase morrerem por causa de heroína. Só fico pensando que pra alguém chegar àquele estado, deve ser muito bom pra caralho.

Caralho, a geladeira piscou pra mim. É sério. Aparentemente, esqueci a porta aberta e agora ela está acendendo e apagando sozinha. Estou com medo. Eu vi a geladeira diabólica. Medo. Vou chamar meu pai. Deus, não. Vou é bater uma punheta e dormir ouvindo Dandy Warhols.

E àqueles que ainda não entenderam: MEU DIÁRIO, MEU UMBIGO. A barra do explorer é serventia da casa. Acho realmente inacreditável que ainda existe gente que me escreve pra dizer "não gostei, sua ególatra". Quer criticar? Critica direito, ou cale-se. Eu não quero saber! Não gostou? Não lê, é tão simples. Aproveita e tenta falar isso do Hank, dos Fantes, do Woody Allen, do Burroughs, do Ginsberg e do Henry Miller. Vou ali. Amanhã eu posto, são cinco da manhã e eu não vou até a salinha de internet. Tem salinha de internet neste hotel. Será que meu pai precisa de uma camareira?

.: Clara Averbuck :. 6:11 PM

domingo, abril 28, 2002

Tenho sono, muito sono

Cherrie e eu. Cherrie, Bruno e eu no DJ club. Cherrie se dando bem pra caralho com sua nova tática/cantada acidental de pisar no pé das pessoas. Bruno quietinho no cantinho. Eu, com a cabeça em outro lugar, não muito longe. Hoje, ontem, foi um dia lindo. Posso dizer com a maior das certezas que foi a manhã mais foda da minha vida inteira. Acordei e estava tudo ali, muito perto de mim. Antes de dormir, entendi tudo, entendi todas as músicas babas da história, entendi tudo, tudo, tudo. E nunca mais quero que seja diferente. Lamento avisar, estamos com as vagas preenchidas. Volte na próxima encarnação. Nunca mais vai ter espaço pra ninguém. Tudo nele é perfeito. Tudo. Mas não vou falar disso agora, porque vou ter mais ou menos um ano para isso. E rapaz, como vou falar nisso. Por enquanto, só ele tem noção da quantidade de textos escritos entre o momento que o cachorrinho riu e agora.

*SIIIIIIIGH*

Sabe, ele me faz respirar quando lê, é quase respiração boca-a-boca seguida de um puta beijo. Porque acordei suspirando e fiquei bem durante o dia inteiro, salvo algumas dorzinhas idiotas, tremores e suor frio. Já estou me acostumando, nada que interferisse muito. Mas no DJ Club, whoa. Tontura e pernas bambas. Dormi em um pufe e acordei com pessoas trepando quase em cima de mim. Que inveja. Eu tentava dançar e minhas pernas se recusavam. Nunca estive tão desengonçada, mas brigava com meu corpo, me recusava a passar mal, me recusava a sentir, dor, droga, me recuso a deixar um saco de carne e ossos tomar conta da minha vida, me recuso terminantemente a deixar que meu corpo me controle. Mas a festa estava chatinha (com exceção do BRMC que o Márcio Custódio querido tocou pra mim), então eu fui dormir. Acordei duas horas depois com pessoas trepando em cima de mim e com Primal Scream em um volume ensurdecedor. Assim não vale, assim é covardia. Continuei dormindo, só que dessa vez eu sorria e ignorava os que copulavam à minha volta. Eles eram muitos, que fique claro. Que inveja, que inveja. Depois, acordei ensopaaada com Someday e a cara da Cherrie no escuro fui dançar, cambaleante. Acho que bile dá barato, porque eu ria do meu estado. E cá estou eu, ainda meio tonta, imaginando a minha figura desengonçando na pista. Saudaaades de discotecar. Saudades de tocar. A hora em que o senhor cu azul resolver me ligar pra gente ensaiar, porque agora ele é um homem ocupado graças àquela gente que muito já me infernizou, some. Humpf. Ai, eu tenho sono, eu vou ali na minha cama-abismo tirar um cochilinho rápido até chegar meu BRMC e meu Junky e minhas coisas de NY que mamãe jogou em uma caixa e me mandou, yeah, mamãe me manda coisas, eu sou a mais mimada pra caralho do mundo, eu sou filha única e mimada, roam-se de inveja. E depois eu vou pra BH, porque eu disse que ia, então eu vou. Agora vai ser assim. Agora eu vou até o fim. Para o álcool e avante!

.: Clara Averbuck :. 7:38 AM

I wanna burn in heaven with you *

Sabe, eu amo e odeio este lugar. Amo e odeio na mesma intensidade. Eu amo esta casa, amo as estruturas, amo meu quarto e suas goteiras, amo o banheiro rosa, amo a cozinha desproporcional. Mas odeio este lugar. Odeio o barulho, odeio a Igreja dos Smurfs Cantantes, odeio as vans que gritam nos meus ouvidos o dia inteiro, Pinheiros-Largo da Batata, fooodam-se as batatas. Odeio o cheiro de pizza que invade os meus domínios com essas malditas serpentes de cheiro, malditas intrusas que vivem entrando pelas janelas e dando o bote. Eu quero paz, quero silêncio, não quero cheiros que não chamei entrando na minha casa. Minha casa. Estou dentro da minha casa, e aqui as coisas deveriam ser como eu quero. Mas não são. Há intrusos. O tempo inteiro, eles invadem minha casa, e eu nunca vejo nada, porque são só sons e cheiros, malditos sons e cheiros dos outros. Não chamo ninguém aqui, sinto como se fossem descobrir meus segredos. Não que tenha algo a esconder; definitivamente, não tenho. Mas não gosto de misturar cheiros e sons dos outros com meus cheiros e sons. Só quando eu escolho. Tento expulsar esta droga de cheiro de comida ruim de todas as formas, com óleos, incensos, perfumes, mas nada adianta, é mais forte e entra nos meus pulmões e me deixa enjoada, com nojo, com nojo daquela cozinha, daquelas pessoas que me olham estranho. Tenho certeza que os sujeitosque trabalham aqui embaixo acham que sou puta, só porque gosto de me vestir de mulher. Muita gente que me vê na rua acha que sou puta, e isso me orgulha, de certa forma. Putas são bonitas. Putas não são necessariamente vulgares. Uma puta pode ser aquela mulher tão inatingível, tão cara, tão macia e perfumada que pobres diabos como eles nunca vão possuir. É verdade, nunca vão mesmo, mas não porque sou cara. Eu sou bem baratinha, até. Se você conseguir me ganhar com palavras, como você fez, fujo para um barraco no lugar mais sujo do universo e transformo em um castelo. Um castelo de cartas, mas um castelo. Meu deus, chega logo, chega logo, estou descontrolada, não consigo parar de escrever e de expulsar cheiros intrusos do meu quarto, chega logo, onde você está? Um, dois, três, cinco incensos, e uma porra de cheiro de sopa invadindo meu quarto. Onde você está? Eu não saberia dizer, mesmo que soubesse, mesmo que você me desse a esquina exata e a latitude e a longitude. Eu sou uma perdida. Mas posso te guiar por outros lugares, posso te levar ao paraíso, não, não ao paraíso, o paraíso é um clichê branco cheio de anjos sem sexo e sem drogas e sem róque. Posso te levar ao Céu da Cirrose, você quer ir para o Céu da Cirrose comigo? Leminski e Hank estão lá, nos olhando, eles estão me esperando, e sei que não vou durar aqui. Fico só até terminar. Eles todos me esperam lá em cima, e sabe, não há muitas mulheres no Céu da Cirrose, e eles querem conversar comigo, e eu estou louca pra conversar com eles, mas antes preciso escrever, escrever, escrever, deixar muitos livros para que possa observar os candidatos lá de cima com eles, para que possa escolher quem entra lá. Porque nós somos escolhidos literalmente a dedo, sabia? Você não precisa morrer de cirrose, pode morrer de velho, de overdose, de câncer, pode morrer em um acidente, mas você precisa ser escolhido por eles. Somos escolhidos quando nascemos, eles dizem quem vai ser escritor, e somos julgados ao longo de nossas vidas, e a única coisa que importa é que no fim, reste a consciência de que precisamos escrever, mesmo que não tenhamos escrito o suficiente em vida. É se dar conta, bem perto do fim, que escrever é a nossa redenção. Então me dá a mão, eu sei que você não tem medo, me dá a mão e vamos, vamos para o céu.

* Escrito ontem para uma pessoa só, mas estou como ficou legal e estou chata demais hoje, resolvi postar, senão vou perder todos os leitores.

.: Clara Averbuck :. 12:11 AM

sábado, abril 27, 2002

Juro, dessa vez não foi minha culpa. Foi por causa do taxista psychobilly, que se perdeu na Vila Madalena. Mas não o culpo, eu moro aqui e também me perco.

.: Clara Averbuck :. 11:50 PM


A Arte Milenar de Perder Vôos

...

.: Clara Averbuck :. 11:44 PM

brazileira!preta tour

Estou indo para BH hoje. Agora, pra ser mais exata.

Segunda, irei para o Rio.
Terça, discotecarei na Bunker.
Sexta, discotecarei na Spin.

E depois, vejo o que faço com o resto.
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Cara...

Achei.
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Vou continuar ouvindo aquela música no repeat, fumando meus cigarros de olhos fechados e agradecendo a eles, a ele, por ter achado. Puta que pariu, acho que esta foi a melhor noite da minha vida.

.: Clara Averbuck :. 6:07 PM


Cara, achei. Demorou, mas eu achei.

Não preciso de mais nada além do que falta.

.: Clara Averbuck :. 5:47 PM

sexta-feira, abril 26, 2002

23

Meu aniversário é em um mês. Exatamente em um mês.

Eu exijo presentes.

Qualquer coisinha, assim.

Vou fazer uma PUTA FESTA na Sound dia 29 e outra dia 30, na Loca, junto com o Alisson Gothz e o Adriano Cintra. Na verdade, eu e o Adriano vamos PENETRAR na festa do Alisson, que nos convidou pra discotecar.

E eu vou fazer uma festa com o Marcelo.

E eu vou fazer outra festa no Rio, com a Kamille.

E eu quero um show da Suite Number Five de presente.

E eu vou fazer uma wishlist na Amazon, haha. Estou falando sério.

Uau, eu sou muito nerd. Todos os meus amigos tem links. Sen-sa-cio-nal.

.: Clara Averbuck :. 5:36 PM

YEAH!

Não ficou lindo? Estou amando o novo template.

E estou empunhando pompoms, estou correndo pela casa, estou ouvindo anjinhos do róque cantando, estou cantando com eles muito alto e rodopiando pela casa, estou beijando o Joo na boca, estou deitando dentro do carrinho de supermercado com os bichinhos de pelúcia e a cabeça jogada pra trás enquanto grito RÓQUEEEEEEEEE!

Convenhamos, eu mereço.

Mas não posso me emocionar, senão meu fígado me cutuca.

.: Clara Averbuck :. 4:27 PM


Ouch. Por que eu ainda insisto em comer?

Vou restringir minha dieta à maçãs da mônica.

.: Clara Averbuck :. 3:29 PM

Um grande post

*munch munch munch*

Hoi!

Tou comendo cereal. Porque sou saudável.

*munch munch munch*

Na verdade, é mais porque eu não tenho fígado, mas nem espalha.
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Aí, vou mudar o layout do meu blog. Ganhei um layout novo MUITO FODA. Lindo. A Eva Uviedo, moça de nome sonoro e puta designer, que fez. Semana que vem acho que vai estar pronto. Ainda bem, não agüentava mais ouvir piadinhas sobre o fundo roubado do site do Hole.

*munch munch munch*

As coisas ficam tão calmas quando eu entendo. Odeio ficar na dúvida ou não saber o que rolou. É pior do que tortura. Dor é sublimável, dúvida não.
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Eu tenho, no mínimo, uns quarenta anos, com certeza. Minha mão da tendinite tá doendo. Eu sou um catálogo de patologias.
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Virei trabalho de Psicologia da Comunicação. Achei foda. O trabalho ficou do caralho. Ele botou até foto minha na capa, heh. Fiquei toda boba. Valeu, João. O João está lendo Fante. =~)
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Ô, meu. Eu pareço o Layne Stayley. Vou me oferecer pra... Esquece.
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Tô flácida. Vou voltar à cadmía em... 40 minutos. São 7'20 agora. Até lá, postarei. Um grande post, sem fazer o menor sentido. Cara, o meu braço tá mole, e faz só um mês que eu parei de puxar ferro e de correr parada e de pedalar estupidamente sem sair do lugar.
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É, a minha mão tá doendo mesmo. Será que eu consigo passar um dia inteiro com o corpo funcionando perfeitamente? Acho que não. Não lembro da última vez que isso aconteceu. Provalvemente foi antes do fim do segundo grau.
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Tô ficando com sono. Acho que não vou à cadmía agora. Mas eu vou HOJE, juro. A calça azul, cara. E talvez o OE tenha voltado, vai saber. Eu adoraria encontrar o OE agora. Como será que anda o diretor de ópera? Haha, não devemos rir das pessoas, mas aquele moço era... era... ele era... cara, ele falava OE. Fim. A Cami é minha única testemunha da existência do OE. Ela viu o OE em ação e teve um acesso de riso. Aiai. É, eu preciso voltar à cadmía. É trimmmassa porque eles ficam me olhando super orgulhosos agora, com cara de "essa aí chegou aqui que era uma baleia, agora até deve comer alguém". Mal sabem eles que eu comia mais gente quando era obesa e tinha papada.
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Eu quero conhecer a tua orquídea, um dia desses. Y'now? And I'd luv ta kissya in yer lips too.
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Puta que pariu. Eu vou explodir esta merda de pizzaria esfiharia whateveria que tem debaixo da minha casa. Meu, os caras estão FRITANDO ALHO ÀS SETE E QUARENTA E UM DA MANHÃ. Mavaiaputaquepariu.
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Meus pais devem chegar hoje. Será que eu tenho que ir pra BH hoje? Ah é, eu vou pra BH. Vou ver meu pai tocar no acústico do Pato Fu. E vou ver o Perna e o Nix. Os dois são caras muito foda. E eu me recuso a chamar o Perna de Perna; pra mim ele é o Dan.
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E depois, eu vou discotecar no Rio. Dia 30 na Bunker e - espaaaço, vejam os flyers - dia 3 na Spin. Vou morrer de saudades do meu Joo.
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Putz, eu vou viajar. Como que eu vou voltar pra cadmía desse jeito? Porra. Odeio falta de timing.
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Eu nunca mais vou parar de ouvir Suite Number Five. Mesmo. É muito bom. To die in your arms é foda, tá no repeat aqui faz umas doze horas, até o Joo tá cantando junto. Eu sou groupie deles. Será que eles aceitam groupies?
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Hoje eu estava passando meio mal, sabe, então resolvi reler o Livro inteiro. E chorei de novo. É impressionante, chorei em todas as vezes. Todas. Dessa vez eu chorei na parte em que ele vê o roxo no olho da Camila e ela chora por causa do Sammy-pseudo-escritorzinho-de-merda-que-quer-ganhar-dinheiro e dorme com ele e vai embora de manhã. O Homem era foda. Esse ano eu vou ter dinheiro suficiente pra fazer a John Fante Tour, que consiste em visitar Bunker Hill, a casa em Y em Malibu e mais uns outros lugares. Vamos? Estou falando sério.
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Cara, eu tenho tanta coisa pra te mostrar. Damn.
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Você me faz sorrir, você me faz inflar o peito, você me faz olhar pra fora e achar que São Paulo é linda. Eu estou seriamente doente, mas foda-se, porque você me faz sorrir. Two of a kind. Eu quero me atirar da janela pra ver se você me segura, que nem no filme do Hal Hartley, da moça grávida, do moço legal. Trust.
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Hoje eu vou tirar fotos da minha tatuagem e do Joo. E do Joo na minha barriga, que é o lugar da casa preferido por ele. Sim, porque eu saio tão pouco que virei mobília. Que nem a Kamille lá no lugar onde eu morava na sala. "Ei, me alcança a meia que caiu atrás da Kamille, por favor? Valeo!"
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Vou mudar de post. Esse tá ficando grande demais.
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Ah, nem vou.
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Gatos pretos ficam marrons no sol. Meio avermelhados, até. A PJ e o Jimi estão tomando banho ali enquanto eu e o Joo cantamos aqui na sombra.
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Eu já contei sobre a Igreja dos Smurfs? Caralho, eu nunca contei sobre a Igreja dos Smurfs. É o seguinte: na frente da minha janela - porque tudo acontece na frente da minha janela aqui neste bairro - tem esta igreja evangélica. E eles têm a pior banda de igreja de todos os tempos. Sério, eu tenho certeza que são os Smurfs que tocam naquela igreja. É muito ruim. É muito desafinado. Dá pena. Eu tenho pena de quem vai lá rezar. Em dia de culto, sou obrigada a deixar o som muito alto pra caralho.

FÓRÓÓÓRÓÓIIIMFÓÓÓÓÓÓÓIM


Que bosta essa imagem.
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O Joo é lindo.
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Eu nunca vi *uma* barata nesta casa. Tem alguma coisa errada aqui. Tem uma pizzaria podre embaixo, eu moro no segundo andar e não tem nenhuma barata aqui desde que me mudei. Alguma coisa não faz sentido por aqui. Elas devem estar conspirando.
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Eu nunca mais vou parar de ouvir esta coisa. A última vez que isso aconteceu foi em fevereiro do ano passado, com... Last Nite. Yeah, people, they don't understand.
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Não vou dormir hoje, está decidido.
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Não dormir faz mal pro fígado?
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Lalalalala-la.

Acho que vou ali. Depois eu volto aqui.

.: Clara Averbuck :. 7:58 AM


Amor, então também, acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei é que se transforma numa matéria-prima
Que a vida se encarrega de transformar em raiva
Ou em rima.

Paulo Leminski

>>>>>> this is just a teaser >>>>>

.: Clara Averbuck :. 6:29 AM

Quem disse que consegui dormir? Nah. Deu fome. Não posso comer nada e não ia comer mais massa, então fui me aventurar na cozinha e saiu a fabulosa

Salada Anti-Hepática
Uma receita brazileira!preta© pratos acidentais

Arranje

01 tomate
02 cubinhos de legumes maggi ou qualquer coisa assim
várias folhas de all face
diversas cenourinhas bebês

Modo de preparo

* Corte o tomate todo torto, rasgue as folhas de all face e atire displicentemente as cenouras bebês por cima de tudo. Reserve. (Eu sempre quis escrever "reserve", como nas receitas de verdade =~)

*Derreta os 02 cubinhos de legumes maggi ou qualquer coisa assim em uma caneca sem alça, junto com um pouco de água da torneira. Você vai precisar de um paninho para pegar a caneca, senão, sua mão vai colar no alumínio. E eu digo isso por experiência própria, sabe. Não é legal colar a mão no alumínio.

* Jogue os cubinhos derretidos ainda quentes em cima da salada. Ela vai murchar e você vai achar uma merda e ter vontade de chorar, porque estava tri nas pilhas de inovar.

* Tenha uma idéia e pegue mais uma folha de all face na geladeira, mas dessa vez, não pegue do meinho; pegue uma de fora, a maior que achar.

* Enrole tudo dentro da grande folha de all face.

* Vá para a frente da televisão com o prato no colo e fique falando sozinha e reclamando dos filmes idiotas, da progressão esqueci-porque-odeio-matemática que está passando na Cultura e do teste imbecil de fidelidade, enquanto faz gestos e diz yadda yadda yadda e muda freneticamente de canal, sem se importar com o fato de que apenas três ou quatro canais pegam na sua casa.

* Vá escrever e deixe a tv na MTV bem alto e fique cantando Alice in Chains desafinadamente até passar Strokes.

* Largue o notebuck e todo mundo no icq e fique de pé no meio da sala, fazendo olhinhos de míope e amando Strokes.

* Bote um link para o texto do show dos Strokes que foi foda, em que você tomou um porre com a sua banda favorita e não lembra direito o que disse pra eles, só sabe que acabou a noite na casa do Uncle Phil depois do Julian tentar te enfiar no ônibus de volta pra Londres com eles e o tour manager proibir porque "all our stuff and our money are in there, y'now", como se isso explicasse o fato de deixar uma pobre braziliera!preta sozinha no meio da noite em Liverpool.

* Fique hiperatível, dê uns pulinhos pela casa e passe meio mal e resolva dormir.

.: Clara Averbuck :. 2:48 AM

quinta-feira, abril 25, 2002

Oh, sim:

PARE DE SER RACIONAL.

Tenho certeza que é a primeira vez na sua vida que você está sendo racional. Logo agora. Tenho certeza que antes, você daria cabeçadas arianas e viria correndo.

WHY, GOD?

E COMO? E porque tão rápido?

Só me resta dormir com a mão dentro da calcinha e esperar, porque a moda é me fazer esperar até morrer.

Pensando bem, eu vou dormir sem calcinha, que é bem melhor. Ciao.

.: Clara Averbuck :. 11:01 PM

Sobrevivi. Mas aí, tá foda.

.: Clara Averbuck :. 10:21 PM


Vou ali no hospital. Não entendo. Fiz tudo certinho. Só salada e suco e chá e água. Não entendo.

.: Clara Averbuck :. 4:49 PM

Huaraches

Muitos emails perguntando o que diabos são huaraches, afinal de contas.

Você leu o Pergunte ao Pó? Não? Não fale mais comigo.

Você leu? Ótimo, então eu explico: huaraches são umas sandálias mexicanas muito feias, tipo essas aí embaixo.



Não entendeu? Claro, não leu o livro. Vai ler o livro, façavor.



.: Clara Averbuck :. 2:26 PM

Ata-me

Atah.

Querem proibir o RPG. Tomar no cu, todo mundo.

Eu nunca joguei RPG. Talvez por medo de ter certeza que sou uma vampira ou um bárbaro, sabe como é. Eu nunca joguei e não pretendo jogar, já perco tempo suficiente na vida. Logo, meu problema não seria praticar uma atividade ilegal, néam. Meu problema é qualquer coisa parecida com censura. Oh, vocês vão censurar RPG? Aproveitem e censurem TODOS os desenhos animados (inclusive os que não envolvem tiros e espadas, afinal, a criança pode jogar uma bigorna na cabeça de outra e achar que a única coisa que vai sair dali são estrelinhas e sininhos), TODOS os filmes, TODAS as novelas e todos os jornais de notícias. Pensando bem, acabem logo com esse negócio de televisão. E de revistas. E de jornal. Imagina, saber que explodiram prédios em NY pode dar idéias às crianças. Proíbam o róque. Proíbam o amor, porque o amor mata. Proíbam a bunda da Tiazinha, pode incitar o estupro. Proibam essa internet que perverte a cabeça das nossas crianças. Proíbam a Hilda, a Anais Nin, proíbam tudo. Me proíbam. E depois me contem o que sobrou. Porque o mundo é feio, o mundo é feio e violento. Mostrem então todas as flores e todos os pássaros e o sol e as colinas e as ovelhinhas pastando e as nuvens branquinhas no céu, e me digam o que vai ser das criancinhas quando elas saírem de casa e tomarem no rabo durante uma tempestade.

Um dia as pessoas ainda vão entender que o problema está dentro da cabeça delas.

.: Clara Averbuck :. 1:46 PM

quarta-feira, abril 24, 2002

Shakespeare never did this

Eu não estou entendendo nada.

Estou tonta.

Queria tomar um PORRE CONAN agora.

Vou ali fazer mais chá. De nada, fígado.

Minha mãe disse que ontem, o karma da terra ia zerar. Começar tudo de novo. Não achei que fosse tão sério e tão imediato assim.

Ela vai voltar.

Não falei alto o suficiente:

ELA VAI VOLTAR.

Só isso bastaria para me fazer girar em postes e bater os pezinhos, como só o pessoal do sapateado consegue. Tc-tatá, tc-tatá, estou batendo os pezinhos no ar como uma dançarina sorridente, mesmo sem saber sapatear.

E ele, cara. Em muito tempo, ele foi o primeiro a olhar bem para tudo que eu tenho e não fugir correndo e tropeçando. Ele não fugiu.

Ele não fugiu.

Não falei alto o suficiente:

ELE NÃO FUGIU DE MIM.

Eu quero gritar, eu quero rir até cair, quero rolar de rir, quero bater no chão e rir até acabarem as lágrimas e minha barriga doer tanto que eu não vou conseguir levantar.

EU ESTOU FELIZ PRA CARALHO.

Eu quero explodir em mil luzinhas. Eu quero reciclar as minhas frases ditas só pra ele. E cara, eu não estou com a menor pressa. Eu quero agora, já, mas não estou com a menor pressa.

Oh, e Why Don't You Do Right está em PRIMEIRO lugar no ShowZ agora. Haha, o mundo está virado, meu amigo. Mas ele está virado pra mim, me olhando e dizendo que tomorrow is right upon my face, porque eu passei muito tempo cantando Tomorrow Is My Turn. Vou passar no guichê e pegar o pacotinho que está reservado para mim. Vou ali derreter e já volto.

.: Clara Averbuck :. 10:26 PM

To die in your arms

Se quiser, posso te ensinar a sentir dor. Eu sei sentir dor e sobreviver a ela de uma maneira que nem eu acredito. Eu nunca vou cansar disso, nunca vou precisar de coragem pra me apaixonar porque preciso de paixão pra escrever. Se for pra escrever sem paixão, vou ali no jornal escrever sobre turfe e ganhar dinheiro, e não ficar fodida como estou só pra poder passar o dia inteiro escrevendo, sem sair de casa, sem sentir o vento na cara, só escrevendo escrevendo escrevendo como uma filha da puta. Porque é isso que eu faço. Eu escrevo o dia inteiro, eu acordo e vou escrever, eu acordo pensando nisso e durmo pensando nisso. Mas se não tivesse paixão, não ia adiantar porra nenhuma.

Já disse uma vez e vou dizer mais um bilhão de vezes: eu quero você. Vou dizer até você aparecer na minha casa esmurrando a porta, porque a campainha não funciona, vou dizer até te ver deitado e suado na minha cama, vou dizer até poder te engolir, até sentir a tua porra na minha boca, até sentir o teu peso desabando em cima de mim depois de gozar pela décima vez. Vou dizer até te convencer de que a solidão é muito, muito mais dolorosa do que qualquer paixão. O nada é a pior coisa que pode acontecer. O nada é seco, é uma árvore esturricada na beira da estrada, é uma plantinha sozinha no meio do deserto, uma plantinha que sabe que vai morrer ali, seca e sozinha.

Então vem. Porque eu sou a sua Camila e você não pode me deixar deitada na praia, senão vai passar o resto da sua vida se arrependendo. Então vem. Porque você me ganhou e eu quero que você minta pra mim, na minha cara, olhando nos meus olhos enquanto me come. Vem. Eu sou sua.

.: Clara Averbuck :. 8:49 PM


Eu só durmo.

Meu fígado deu um golpe no meu cérebro e agora toma conta do resto do corpo. Se sinto cheiro de fritura, o alarme apita. De álcool, nem se fala; fui limpar o espelho do banheiro com álcool e quase vomitei, isso que tinha acabado de comer um sanduíche super natural de queijo branco e salada e um suco. Assim não vai dar. O que eu faço? Eu moro em cima de uma pizzaria, e toda hora entram cobrinhas de fumaça pela porta da cozinha. ~~~~~~~~~~~~~~~~~calabreeeeesa~~~~~~~~~, ~~~~~~alho e olho(sim, olho)~~~~~~~~. E eu sinto engulhos. Não vai dar certo. Não vai.

Mas não importa, nada me importa, quem precisa de um fígado quando vai ganhar a guitarra que cobiça desde 1845?





É, eu posso não ter dinheiro nem móveis nem namorado nem microondas nem sacada nem silêncio nem amor, mas EU VOU TER A MINHA VISTA VENUS ROSA. Eu vou ter o róque. São Róque, que me salva de mim mesma tantas vezes, que me salva de ti, que me salva de ficar um ano trancada na minha solidão. Eu também já disse isso, quando fugi de Porto Alegre. Eu disse nunca mais, e em um mês meu nunca mais tinha se transformado em um escritor maravilhoso de olhos verdes que fumava e fumava e fumava e escrevia naquele teclado bizarro e ouvir Chet Baker e sorria pra mim. E em um mês, eu estava sozinha de novo, sozinha na Inglaterra, sem dinheiro, sem ninguém, sem nada além de São Róque e São Paulo Leminski, que sempre me salvam quando eu preciso.

Mas agora eu não sei mais nada, porque ele rasgou a minha linha de pensamento de novo.

Eu disse que não tinha fodido completamente?

Oh, agora fodeu.

.: Clara Averbuck :. 8:44 PM


Mordred(18:48 PM) :
Oi, fígada.

Lady Averbuck(18:49 PM)
hahahah

Lady Averbuck(18:49 PM)
jsfadddd

Lady Averbuck(18:49 PM)
Eu ri muito disso.

Lady Averbuck(18:49 PM)
Vou postar.

Mordred(18:50 PM) :
Hahaha. Tá.

Estou imaginando um grande bife de fígado acebolado vestindo uma calça azul, fumando e escorrendo molho.

Ew.

Lady Averbuck(18:51 PM) :
Hahaha! Vou postar também.

..................

Cara, como ri.

Ele é ótimo. E o namorado também é ótimo. E eu preciso sair com eles qualquer dia desses.

.: Clara Averbuck :. 6:52 PM

Jazzie and the Pussycats

Oh, puxa, eu tinha esquecido que existia isso. Não faço a menor idéia da senha, o que significa que não posso mudar nada ali, nem as fotos, nem a cara da página, mas foda-se, o ShowZ é muito tosco pra caralho e não ia adiantar nada, porque aqueles banners muito feios iam continuar no cantinho, poluindo a visão do amigo internauta.

O ShowZ é tão tosco pra caralho que uma das minhas músicas está no top 10 de jazz em nono lugar.
Leve-me, senhor! Não quero nem imaginar as bandas que estão na minha frente.

Um dia eu ainda faço uma página decente pra botar todas as minhas músicas lo-fi. Lo-fi é tudo. Lo-fi é legal. Lo-fi é lo-fi. Seja lo-fi você também.

.: Clara Averbuck :. 7:33 AM

Ah, e eu esqueci de dormir também.

.: Clara Averbuck :. 7:33 AM

Tá, mas agora eu vou dormir e parar de ler o que o Menino escreveu.

...

Oquei, só mais uma vez.

É que é tão lindo. Ele é lindo, ele é inteiro lindo, eu sei que ele é. Oh, deus. Fodeu de novo. Não fodeeeeeeeu, assim, loucamente, desesperadamente, cegamente, mas fodeu bastante, com força e quando eu menos esperava. Esses que chegam assim, do nada, são os melhores. Adoro ser supreendida. Adoro isso tudo, adoro, adoro, adoro.

Por que eu sou assim?

Por que você quer ser assim.

Verdade. Quero mesmo. É bom. É bom ficar sorrindo e sentindo arrepiozinhos só porque ele sabe onde tocar.

Você vai se dar mal de novo.

Azar, pelo menos eu sinto alguma coisa. Não sentir nada é a pior coisa que pode acontecer a um ser humano. Prefiro sentir isso e depois sentir dor do que viver no deserto.

Você está começando a me convencer, sabia?

Me dá aqui a mão. Olha o tumtum tumtum tumtum.

Uau. Parece que vai explodir.

Olha a minha cara. Olha esse sorriso besta. Olha as estrelinhas nos meus olhos.

Mas você acha que vale a pena passar o resto da vida pisoteando o próprio coração?

Não só acho, como estou pronta para pisoteá-lo como se estivesse fazendo vinho. E depois, ainda dou o sangue pra ele beber.

Você me impressiona, garota.

Essas são as vantagens de saber sentir dor.

Você devia dar aulas.

Eu dou.

Verdade.

Vou dormir.

Vamos.

Você não precisa ir, se não quiser.

Eu quero. Ei, que cheiro é esse?

Cheiro de homem.

Mas você não esteve com ele!

Eu sei, mas este é o cheiro dele.

Mas como?

Alma tem cheiro, tolinha.

Uhm... É, eu definitivamente vou dormir com você.

Então vamos.

Clarah?

Fala.

E se der tudo errado?

Se der tudo errado, nós ainda temos a nossa tatuagem, o nosso Joo, o cheiro dele e as palavras dele e a música que ele fez pra nós antes de nos conhecer.

Fair deuce. Boa noite.

Noite nada, já está claro.

Então a gente fecha a janela e toca um róque.

Cara, eu só não digo que te amo porque pegaria meio mal.

Não precisa falar. Eu sei. Eu sei.

Shhhhhh.

Shhhhhhhh

*cuddle*

.: Clara Averbuck :. 6:13 AM

Oquei.

Vocês todos combinaram, é isso?

Just because you're paranoid doesn't mean they're not after you, disse o Kurt.

(Passei o dia ouvindo Nirvana hoje. Grunge, hoje eu estava muito grunge.)

Um paranóico é o cara que tem uma vaga noção do que está acontecendo, disse o Burroughs.

E eu digo: vocês combinaram, vocês todos combinaram, combinaram por ICQ, por SMS, por email e telefone e sinais de fumaça e código morse e mensagens encriptadas, vocês combinaram de falar do Jim Morrisson à minha volta no dia de hoje. Este cara ficou falando do Jim Morrisson e do Blake, mas eu fiquei com sono. Daí, ele também ficou escrevendo lá onde escreve pra mim sobre o Jim Morrisson. E agora, recebi um email deste outro cara falando do Jim Morrisson! Qual é? Qual é?Três vezes, três pessoas diferentes falando do mesmo cara em diferentes contextos, no intervalo de uma hora. Eu não acredito em coincidências. Não existem coincidências. Existem linhas se encontrando. Não gosto de Doors, me dá sono. Já gostei de Doors lá na minha adolescência, fiquei muito impressionada com a força do filme do Oliver Stone(d), fiquei muito impressionada com o Jim Morrisson todo, imagino que ele deve ter sido um PUTA poeta, mas não bate. Cada um tem a sua droga, lembra? A minha droga é outra, a minha droga não é o universo e seus mistérios e portas; minha droga são as minhas entranhas. As minhas e as dos outros. O resto não me interessa agora. Talvez me interesse um dia, mas agora, não quero saber. Meu negócio é decadência, junkies, bêbados, low life, densidade, autodestruição, e depois, sublimação. Meu negócio é chegar quase no fundo e pular fora antes. É sentar na beirinha e olhar pra baixo e provar que eu não tenho medo de altura. É me levar até o limite, até o meu limite, e voltar ilesa. É olhar o diabo no olhos e dizer "eu venci, otário". Porque eu sempre venço. Eu vivo olhando este filho da puta nos olhos, e ele vive sorrindo e tentando me comer. Todos os dias, ele tenta me seduzir de formas diferentes, usando todo mundo que pode -- um monte de gente, se você quer saber --, tentando me levar para algum quartinho de motel, para o banco de trás de algum carro, para algum beco escuro, mas nunca vai conseguir. Esse cara nunca vai me comer, porque minha essência continua a mesma, continua pura e continua minha. E pra sempre vai ser assim, a não ser que EU resolva me entregar. E eu nunca vou me entregar, porque eu venci, otário. Bate mais forte, se você quiser me atingir. Bate o mais forte que você puder, e eu vou rir da sua cara, porque eu sempre vou vencer. Você não pode comigo, nunca vai poder comigo. Então pode bater o quanto quiser, pode gritar e espernear e arranhar as paredes e chamar todos os teus exércitos, porque o meu é mais forte.

.: Clara Averbuck :. 5:26 AM

À Academia Brasileira de Letras

Eu não quero nunca ter um lugar na ABL. Nunca.

Leminski nunca esteve na ABL.

Quero ficar no mundo dos cachorros vagabundos e sarnentos. Não quero uma cadeira entre o José Sarney e o Roberto Marinho, obrigada. Prefiro morar na rua e sentar no chão.

Hilda não está na ABL, Hilda e Leminski nunca estiveram na ABL.

Ruth Rocha, a culpada por eu ter começado a escrever ainda criança, não está na ABL.

Nunca quero sentar na ABL com os velhinhos. Não vou ter com quem conversar. Prefiro meus amigos junkies e meu gato, que tem muito mais a dizer. Prefiro ficar de pé, na chuva, e morrer de pneumonia pouco depois, maldita, suja, pobre e maldita, como devo ser. Porque os malditos é que são legais. Reconhecimento e cadeiras são para velhinhos que precisam sentar e para os oportunistas. Obrigada, mas prefiro dormir suja debaixo de uma marquise e acordar com o sol me cegando, e caminhar até o metrô, e voltar para casa, e sentar com as pernas encolhidinhas no meu colchão enquanto espanco furiosamente o teclado e fico dentro do meu mundo, porque não pertenço e nem quero pertencer a nenhum outro lugar.

Que se foda a Academia Brasileira de Letras. Eu só quero escrever.

.: Clara Averbuck :. 3:47 AM

terça-feira, abril 23, 2002

Musichaos. Malkmus. Imediatamente.

.: Clara Averbuck :. 8:08 PM


Garoto, eu não sei como você faz isso, só sei que você consegue escancarar a porta que estava trancada e entrar junto com uma lufada de ar puro, você entra e senta e bota os pés na mesinha de centro e mexe nos meus discos e fala "esse é foda, esse é uma merda" e brinca com meus gatos, e o Joo fica junto, o Joo não gosta de ninguém, mas o Joo vai gostar de você, e você vai poder chegar perto de mim, e ele vai ficar ali com a gente, e você vai tomar um gole de vinho e despencar na cama e olhar para o teto, e você vai sorrir pra mim e apoiar a cabeça na mão e falar alguma coisa sobre os meus olhos, e eu vou responder com uma piadinha auto-depreciativa, e nós dois riremos, e você vai mexer no meu cabelo e me dar um beijo, um puta beijo, e nossas roupas voarão pelo quarto na velocidade da luz, e nós ouviremos Black Rebel Motorcycle Club, e você vai parar tudo só pra me xingar e dizer que não é upgrade de nada, e eu vou dizer cala a boca, e vou calar a sua boca com mais um puta beijo. E nós dormiremos abraçados e suados no escuro com o dia estúpido brilhando do lado de fora e com o som alto o suficiente para engolir todos os barulhos da rua e baixo o suficiente para que eu ouça a sua respiração. Cedo demais, vai ser cedo demais quando você dormir nos meus dedos, mas eu tenho todo o tempo do mundo.

.: Clara Averbuck :. 8:07 PM

Foto do dia

Montes de gente reclamando que eu não tenho colocado a foto do dia. Desculpem, queridos, estava muito ocupada fazendo banners e passando mal e esqueci. Quando lembrava, era acometida pela grande preguiça e bocejava ao invés de botar a foto aqui. Então é o seguinte, cansei desse negócio de foto. Querem ver fotos, entrem lá no sitezinho que o Bruno fez e vejam vocês mesmos. As fotos têm pouca luz pra ninguém notar que eu sou FÊA e continuarem achando que eu sou altas gata.

Vamos então à última foto do dia, porque tenho sono e hoje vou ao médico e à cadmía, porque sou super saudável e adoro cuidar do corpo, realmente a-do-ro.

Este é meu super banheiro cor-de-rosa.



Antes que perguntem, não, eu nunca paro de fumar. Fumar é fotogênico e fim. Esqueça o cheiro. Os que vierem a mim reclamar de cheiro serão tacitamente ignorados. Libertas pra vocês. Vou ali, não me sinto bem. Deve ter sido os Bis. Shhhh, me deixem. Hoje eu começo a ser saudável de novo.

.: Clara Averbuck :. 7:14 AM


Será?

Não, Clarah.

Quieta.

Quieta você. Não adianta: se você falar sozinha, eu vou responder.

Então responde: será?

Não.

Por quê?

Aí, eu já não sei.

Então, vou ignorar a sua resposta.

Tanto faz.

Não, eu quero saber por quê.

Ele está apenas sendo gentil, Clarah.

Não, ele não está apenas sendo gentil.

Já te passou pela cabeça que você nunca mais vai poder comer pessoas que não gostem de Bukowski?

Não muda de assunto.

É sério. Imagina, você tira a roupa e tem uma frase do Hank na sua barriga. Ele odeia o Hank. Você acha que existe alguma possibilidade?

É só virar. Eu curto ficar de quatro.

Eu sei. Mas o cara vai saber que a frase está ali.

Foda-se ele. Eu não tiraria a roupa para um cara que não gosta do Hank, de qualquer maneira.

Lá isso é verdade.

Vou ali.

Isso, vamos.

Você pode ficar, se quiser.

Não, vamos. Não quero te deixar sozinha agora. Eu gosto de você, vaca.

Eu também, cadela.

Então faz favor de pegar leve.

Eu não sei fazer isso.

Eu sei.

Sabe que eu não sei ou sabe fazer?

Os dois.

Então faça você.

Farei. Detestaria não ter ninguém para conversar.

É, eu também.

Ei, Clarah.

Fala.

Ele não está apenas sendo gentil. Mas você não pode com isso agora.

Ah, posso.

Você que sabe. Depois, nem vem reclamar para mim.

Mas é claro que vou.

Você não aprende?

Só quando quero.

Achei que você queria.

Eu quero ele.

Quer saber? Eu também. Foda-se, vai fundo.

.: Clara Averbuck :. 12:13 AM

segunda-feira, abril 22, 2002

Acordei.

Estou cheia de bolinhas, aquelas bolinhas de quem está intoxicado. Muitas delas, coçando, no meu pescoço nas minhas costas. Não estou me divertindo. Dormi quase doze horas, não ouvi meu celular tocar nenhuma vez, meu enjôo está piorando e eu não fui ao médico.

Eu estava dormindo, não poderia ter ido ao médico.

Todas as pessoas estão furiosas me xingando e falando que eu não posso morrer. Eu não vou morrer agora, não se preocupem. Todas as pessoas estão furiosas comigo, dizendo que preciso me cuidar porque elas me amam. Vocês me amam? Vocês realmente me amam? Essas pessoas todas, babes, você acha que elas me amam? Eu acredito que você me ama, e que a Anne me amma, e que a minha mãe me ama e meu pai e o Joo e a Mari e mais umas pessoas. Mas a morte é a única coisa com a qual precisamos nos conformar. Está ali, estamos caminhando para ela o tempo todo, o dia inteiro, enquanto você trabalha, está caminhando para a morte, enquanto eu escrevo, estou caminhando para a morte, enquanto trepo bebo escrevo durmo choro e sinto dor, estou caminhando para a morte, e ela não me assusta, ela não me assusta nem me intimida e nem vai me obrigar a fazer ou deixar de fazer o que eu tenho que fazer. Não tenho medo de morrer, não quero morrer, mas não quero deixar de viver e não tenho medo. Não posso ter. Não posso ficar em casa comendo alface para o resto da vida; isso não seria vida. Só que eu não quero morrer agora, falta muita coisa, falta lançar o meu livro, falta usar heroína, falta morar em NY e ver shows e rir muito, falta ficar com a Anne mais tempo, porque tivemos muito pouco tempo, falta pagar a minha dívida, falta trepar com ele, porque eu preciso trepar com ele -- não você, ele, ele, você não quis, então eu te depus e devolvi o cargo para o antecessor, que está tão longe que não pode me fazer mal --, porque eu preciso gravar um disco, fazer shows, preciso fazer muita coisa, então não posso morrer agora. Ainda não terminei e a minha vida não vai ser um coito interrompido. Por isso que eu vou me cuidar, babes. Porque o resto não importa. Eu também te amo, mas o resto não importa.

.: Clara Averbuck :. 7:26 PM

Oquei, então agora além de ouvir coisas, eu vou ter pesadelos desagradáveis e não conseguir dormir? É isso? Formidável. Estou que nem o Joo quando tem os ataques de susto; qualquer coisinha, ele dá pulos que chegam até a lua. Tinha um cara tentando entrar na minha casa no sonho. Ao mesmo tempo, aconteciam outras coisas bizarras em lugares completamente diferentes. Era tipo um filme simultâneo. Por quê, por que eu tenho que estar sozinha quando acordo de uma porra de pesadelo? Eu nunca tenho medo de sonhos e raramente tenho pesadelos, mas sinto que não vou conseguir voltar pra cama e relaxar no dia de hoje sem alguém pra me abraçar. Que puta que pariu. Acho que vou odiar o dia de hoje, junto com o de ontem.

Como dá pra notar, estou virada em uma droga de bicha sensível. Nada contra as bichas sensíveis, mas acontece que eu não sou uma e não gosto quando ajo como uma contra a minha vontade.

Não consigo ficar aqui. PRECISO dormir, mas sei que o pesadelo vai continuar, e sei que vou acordar paralisada, e sei que vai ser horrível e não quero. Mas eu preciso ir ali. Meu corpo não está me obedecendo.

.: Clara Averbuck :. 4:42 AM

Lovin' and touchin'

Não odeio mais tanto assim o dia de hoje, que já virou ontem.

Porque eu vi a minha mãe. Durante uns cinco minutos, eu vi a minha mãe, afofei a minha mãe, abracei e apertei e mexi no cabelo dela e vi a tatuagem dela e damn, eu amo aquela mulher. Amo. Mãe. Se um dia eu for mãe, o que eu acho tão provável quanto virar uma lula, quero ser que nem ela. Mas ela teve que ir embora correndo, senão ia perder o vôo, e ela não segue a tradição da Arte Milenar de Perder Vôos como eu e o meu amigo. Mas valeu. Valeu porque eu estava MORRENDO de saudade dela. Vou dizer, é uma merda muito grande morar longe dos pais. Muito grande.

Talvez isso explique o fato de que eu comprei uma pimenta. Não pimenta de saquinho, néam. Uma pimentinha-planta pra me fazer companhia. Fazia tempo que eu queria uma planta pra botar aqui em casa e achei muito simpática aquela arvorezinha de pimenta (pimenteira?) e decidi que o nome dela será , mesmo que ela não seja uma hortelã.

Tinha parado, mas começou de novo: as duas estão tendo altas conversas aqui dentro. Meu deus, como discutem. E as duas estão reclamando que f. ainda não respondeu. F., façavor, as duas não estão parando aqui dentro. Bate na parede, anda logo, sem desculpas. Enquanto isso, vou ali dormir pra ver se consigo distraí-las com alongamentos do sul da ásia.

Tomara que o taxista tenha pesadelos com japoneses de moto armados com metralhadoras invadindo a casa dele pra buscar meu cd, sinta-se culpado e... devolva no McDonald's? Whatever. Estou caindo de sono, ainda não dormi. É tão forte que estou ouvindo coisas. Socoooorro. Será que tem alguma coisa dentro de mim que ainda esteja funcionando?

.: Clara Averbuck :. 2:52 AM

domingo, abril 21, 2002

Fatalidades

Eu só tenho uma coisa a declarar.



Sim. Eu fui parar lá. Por favor, não pergunte. Eu estava pacificamente indo para casa, depois de jantar no bar das Lésbicas da Montanha, já planejando o Tea Rocks e o Tea Jazz Festival e um monte de coisas que queria escrever, quando surgiu esse meu amigo na frente da minha e casa e nós fomos. Eram quase duas da manhã quando entrei.

Olha.

Na boa, assim.

EU NUNCA VOU CONSEGUIR GOSTAR DESSAS COISAS.

Não adianta. Hoje foi a última chance que eu tentei me dar pra gostar de unts. Já que eu estava lá dentro, já que tinha ido até aquele lugar na puta que lee pariu, resolvi deixar toda a má vontade na porta e ver se conseguia me divertir de alguma maneira.

Não. NÃO. Não rolou. Entrei em tudo quanto foi oquinha e tendinha, toda esperançosa, pensado "agora eu vou gostar", e nada. Não adianta. Tudo que eu estava cobiçando naquele lugar era uma barraquinha com róque. Quer dizer, no Rock in Rio não tinha a Tenda Eletro? Por que no Skol Beats não podia ter uma barraquinha róque para desintoxicação? Rapaz, eu estava me sentido cercada, para todos os lugares que eu ia tinha alguma coisa que eu não queria ver. Francamente, ninguém NUNCA MAIS pode ousar dizer que eu nunca "me abri". Eu estava mais aberta do que boca de fanho adormecido e NADA me apeteceu. Ei, não me olhe com esta cara, cada um tem sua música, assim como cada um tem sua droga. Eu, por exemplo, não posso fumar maconha que me faz mal, mas tem gente que curte horrores. Mesma coisa com música: não ouso dizer que música eletrônica é isso ou aquilo, até porque eu gosto de algumas coisas - Squarepusher é do caralho, Tricky é foda, mas são coisas muito diferentes, nada de unts unts unts no meu ouvido. O que me deixa em transe é ró-que. Eu sou do róque, não adianta. Do róque, do jazz, do funk e do soul. É o que temos. Eu gosto de guitarra e fim. Eu gosto de coisas feitas com feeling. Música eletrônica é... eletrônico demais. Não dá.

Como se não bastasse, o meu amigo não atendia a porra do telefone, então eu fiquei sozinha, perdida, abandonada, com frio e sono e sede até às quatro da manhã, que foi quando ele resolveu atender aquela droga de telefone dele. Não fez muita diferença, na verdade; fui ali, cumprimentei a senhora dele e a amiga da senhora dele, fui pro cemitério, que era uma grande tenda com colchões de ar, e DORMI MUITO. Muito. Daí eu estava dormindo MUITO e senti algo pegando no meu pé. Abri um olho, porque sou um cartoon que abre um olho só quando estou dormindo e sou acordada, e tinha este cara esfregando o meu pé.

...

Abri o outro olho e fiquei com uma cara de "mas que diabos você está fazendo?", e ele tratou de se explicar, o que, admito, foi pior. Preferia não saber.

"Ah, não resisti, seu pé é lindo, eu tive que lustrar."

LUSTRAR??????????????????????????????????????????????????????

L U S T R A R ???????????????????????????????????????????????

Cara, fala sério, o meu pé é horrível, tem um calo estúpido por causa do ballet, estava IMUNDO, cheio de lama nojenta daquele chiqueiro, e o cara achou lindo e resolveu LUSTRAR??????????? O que eu ia dizer pra ele??? HEIN??? O QUE VOCÊ DIRIA SE O SEU PÉ ESTIVESSE NA MÃO DE UMA PESSOA DESSAS?????

Eu achei melhor não discutir. Quer lustrar, lustra. Maluco do caralho. Não abri a boca e fingi que ele era uma alucinação. Acho que funcionou, porque voltei a dormir e não lembro de ninguém fazendo coisas com meus pés.

Viemos embora de táxi e todos reclamavam de zumbidos no ouvido, menos eu, porque fui sábia e dormi. Mas como sou caridosa e sempre carrego cds na bolsa para casos de emergência, saquei o meu Black Rebel Motorcycle Club e pedi para o tio botar. Ele botou. E EU ESQUECI MEU CD NA PORRA DO TÁXI. O pior é que nós nem fomos para casa; paramos no McDonald´s para que eu fizesse minha despedida do mundo da fast food com um McChicken e um Sundae e passei minha última refeição inteira grudada na janela, que nem aqueles bichinhos com ventosas, na esperança que o tio fosse legal e trouxesse de volta. É claro que não aconteceu. Eu odeio o mundo. Preciso daquele cd. Preciso. Não durmo sem ouvir BRMC. Preciso de uma dose todos os dias. Ainda bem que o meu amigo gravou pra ele, daí eu vou poder gravar de volta pra mim até meus pais voltarem de NY com minha nova cópia, já devidamente encomendada junto com meia tonelada de singles e discos e livros. Porra, o pior é que aquele disco tinha história. Comprei quando trabalhava na Bizarre. Ele estava lá, jogando na estante, e eu nem dei muita bola porque o nome não me atraía nem um pouco. Então este cara chegou e pediu para ouvir. E eu me apaixonei no primeiro acorde. I fell in love with a sweet sensation. I gave my heart to a simple chord. I gave my soul to a new religion e decidi que aquele cd seria meu naquele dia. E convenci o cara de que o cd era muito caro, importado, e que sairia nacional pela Trama no próximo mês, e que ele deveria esperar porque os cds da Trama eram baratinhos, o que era uma grande mentira deslavada, porque o cd não saiu aqui até hoje e nem tem previsão. Feio, muito feio. Depois não sabem porque fracassei enquanto balconista. Mas foi por uma boa causa. Eu precisava daquele disco. E eu preciso dele agora, mas o taxista deve estar jogando frisbee com o cachorro neste momento. Então eu vou ali terminar de me despedir do chocolate, porque não posso nunca mais comer chocolate, nem fritura, nem nada. Não que eu comesse alguma coisa antes, nem curto essas coisas, venho de família natureba e adoro comer grama, mas agora eu certamente vou querer muito comer porcarias, só porque não pode. Odeio não poder. Odeio o dia de hoje.

.: Clara Averbuck :. 5:32 PM

sábado, abril 20, 2002

A Arte Milenar de Perder Vôos

Aniversário do John Fante. Eu e meu amigo e duas garrafas de vinho e a Nina Simone e o Black Rebel Motorcycle Club. Meu fígado se rendendo novamente. Porque essa coisa toda que eu tive, adivinha, é o meu pobre fígado morrendo pela segunda vez.Quando eu tinha 21 anos, o doutor me proibiu de beber e comer porcarias para o resto da vida, e eu obviamente não obedeci. Quer dizer, obedeci metade: não só parei de comer porcarias, como parei de comer, haha. Mas não parei de beber e acabei virando a orca assassina, o que finalmente me convenceu de que álcool não era bom para mim. Depois de conseguir me livrar de 15 quilos e caber nas minhas calças, resolvi voltar a beber, mas só vinho, porque vinho faz bem. Arrãm, eu pude notar que faz bem, porque há dois dias que eu suo frio e tenho enjôos inacreditáveis. Fui ao hospital, coisa que deveria ter feito ontem, e disseram que eu estava com sintomas de intoxicação. Não, não. Não comi nada esquisito, mo-çá. Só bebi vinho barato. Quando resolvi acrescentar o pequeno detalhe do meu probleminha de fígado, a mulher me olhou com uma cara assim 8-| e disse "oquei, então nós já sabemos qual é o seu problema, Clarah". Não é realmente sensacional? Mas espere, não é tudo: quem disse que eu consegui ir para Londrina? Foi praga. Foi praga do Nessuno e do Psychofreud, aqueles dois malditos amantes de música eletrônica me desejaram mal porque eu ia lá tocar um róque enquanto eles fritavam no Skol Bitches. Tentei de todas as maneiras ir para Londrina. Todas. TODAS. Mas a Arte Milenar de Perder Vôos é algo que está acima de qualquer intenção; não existe como controlar. Porque a minha passadinha no hospital durou mais do que devia e eu perdi a porra do vôo do caralho, e não existia nenhum outro vôo para lá, e quando estava saindo para a rodoviária porque estava realmente decidida a ir, resolvi ser sensata e dar uma ligadinha pra ver se ainda tinha passagem no último ônibus. Adivinha? É CLARO QUE NÃO TINHA. E agora eu estou absolutamente enfurecida em casa enquanto TODOS OS MEUS AMIGOS estão naquela merda de Skol Bitches. Não, eu não vou lá. Me recuso. Vou ficar em casa fazendo o Tea Rocks. Melhor: vou ali na convenção de tatuagem e já volto. Ignorarei o fato de que ainda estou enjoada e suando frio, mesmo depois de ter levado uma injeção trimmmassa. Adoro injeções. Adoro agulhas. Então, para manter a coerência, vou ali na convenção de tatuagem bem rapidinho, antes que acabe.

.: Clara Averbuck :. 9:06 PM


Errado. Ir na festa do garagem = errado. Mal. Ruim. Desmaiando, pernas moles, engulhos, mãos geladas e suor frio. Dormi na mesa, em cima dos livros do Kurt Cobain. Acho que estou morrendo. Eu sempre achei que ia morrer aos 23 anos, mas porra, ainda falta um mês pra isso, e eu achava que seria de overdose, não de intoxicação maligna. Arghhhhhhhmmm. Se eu ficar mais de 24h sem postar nada, podem chamar o IML ou algo assim. Vocês sabem onde achar o meu corpo.



.: Clara Averbuck :. 5:46 AM

Melhorei. Vou ali na festa do garagem. Preciso ver gente.

.: Clara Averbuck :. 12:50 AM

sexta-feira, abril 19, 2002


Eu vou morrer. Tenho certeza que vou morrer. Nunca passei tão mal em toda a minha existência, é sério. Estou suando frio, mole, bamba, salivando e com a boca seca, pálida, com fome e enjôo. Quase desmaiei no caminho para casa e fui obrigada a pegar um táxi porque não consegui caminhar até o metrô. Não beber. Não mais beber, nunca mais. Mentira. Meu pai de São Paulo me chamou pra ver O Exorcista com sua senhora e a amiga de sua senhora. Mal sabe ele que estou vivendo O Exorcista. Em alguns instantes, minha cabeça vai começar a girar e eu vou vomitar no primeiro padre que entrar pela porta. Ou pela janela. Estou possuída pelo terrível demônio da ressaca do mal. Por favor, doutor, make it stooooooooooop.

Foda-se, foda-se, porque agora eu tenho a frase pra sempre na minha barriga, e eu sequer tive que pagar por ela; estava ali sentadinha, comendo meu sanduíche e praguejando na convenção de tatuagem cheia de freaks me olhando como se eu fosse um carnão exposto, e chegou este cara e me deu uma tatuagem, e era um estúdio podre de São Caetano, e a tatuagem ficou torta, mas foda-se, porque eu tenho a frase pra sempre na minha barriga, e nunca mais, nunca mais vou esquecer do que São Hank disse, e nunca mais vou sentar na beirinha e balançar as pernas, e nunca mais vou dar all of me quando a pessoa não quiser, porque cansa, dói, arde, mas depois que arde, cura, e acho que estou curada, e acho que nunca mais vou usar pontos porque assim eu não preciso respirar e sentir engulhos e vontade de deixar meu corpo se recuperando e dar umas voltinhas nos meus huaraches velhos e ver por onde andam as pessoas que esvaziam todas as garrafas da cidade e que cara elas têm e como elas estão sem a Joo deles. Se você quiser, honey, eu te empresto o meu Joo. Mas não pode levar, tem que usar aqui em casa, senão eu não sobrevivo. Eu sei que Joos são insubstituíveis, mas se você quiser, pode usar o meu Joo e eu. Opa, pontos. Acho que estou melhor. Escrever faz passar enjôos agora também? Uh. Então eu vou ali tentar comer e tentar deitar e tentar FAZER PARAR. Porque um dia, pára.

.: Clara Averbuck :. 11:43 PM


Enquanto eu ia indo ali,

ganhei um presente FO-DA e estou rindo que nem uma débil mental de tão feliz.



La la la la la-la

Ninguém nunca mais vai me ver com outra roupa. Nunca mais. =~)

.: Clara Averbuck :. 2:48 PM

Ah é

Hoje, excepcionalmente, "vou ali" significa "vou ali me tatuar", porque eu vou aproveitar a convenção e me tatuar com meu tatuador de Porto Alegre beeem rapidinho ali, se eu viver até lá.


.: Clara Averbuck :. 1:50 PM


Ontem

Oquei, espero que o Fante esteja contente, porque eu tou numa ressaca feladaputa. Bebemos duas garrafas de vinho por ele. Ouch, tá foda aqui, viu. Meu cérebro = mingau. Meu estômago = sagu. Tá foda. Mas agora eu tenho uma cã, um cão e dois cãezinhos muito fofos. Uma família cã inteira. Adotamos a família cã que mora em um estacionamento, e eles são fofos, e dá vontade de trazer tudo pra casa, mas suspeito que ia rolar um arranca-rabo literal por aqui. Então eles ficam lá e são visitados e ganham ração e carinho. Fair deuce. Mas ai, eu vou ali, porque tá foda. Umgh.

.: Clara Averbuck :. 1:41 PM

Toscobanners



.: Clara Averbuck :. 1:24 PM

quinta-feira, abril 18, 2002

Mais Fante

Acabo de descobrir, neste exato momento, que hoje seria o aniversário do Fante. Ele estaria completando 93 anos. Sem saber, passei a noite de ontem pensando em como ele era foda e como eu sou feliz de poder falar do trabalho dele pra vocês. Então eu vou sair e comemorar, porque mesmo que ele tenha morrido quando eu tinha quatro anos, ele é um dos homens da minha vida. Um dos mais importantes. E desculpe, mas vou sair GATA, com o corpete que a minha mãe me deu, porque ele merece. See ya.

John e Rocco, que era o Joo dele.





.: Clara Averbuck :. 11:15 PM

CARA, A MINHA MÃE SE TATUOU.

HAHAH!

Meu deus. Meu bom deus. Que coisa mais linda de se ver. Ela fez a gatinha dela, a Joo dela, que se chama Mixuruca, no braço. E ela tatuou um símbolo mostrando que ela é chela do El Morya. E ela vai tatuar o Chershire cat na barriga. E ela tá com o cabelo rosa. ROSA. Talking about influence dos filhos sobre os pais, néam? Se bem que o presente de quinze anos dela foi ir no show do Alice Cooper. Caralho, que foda. Eu amo a minha mãe. Não disse que ela era foda?

.: Clara Averbuck :. 11:03 PM

Nós vamos dominar o mundo

"The work of masters like Mr. Solás and Mr. Subiela and of emerging directors like Renato Falcão of Brazil will be featured. Mr. Falcão's surreal "Margarette's Feast," a satire about a search for happiness even for one day, is a silent film that will have its premiere at the festival on Wednesday."

Filme do papai foi citado no NY Times. How cool is that? Hein? *cutuco*. E eu aqui. Não, não, não. Eu devia estar lá. Faz tempo. Mas não vamos desviar do assunto.

Vejam a página do filme aqui, onde você não vai encontrar nenhuma informação relevante, porque o release ainda não está lá. Em compensação, tem várias fotos legais e o cartaz, que é lindão, mas está lá em pedaços e eu não consigo de maneira alguma colocar no blog de uma forma apresentável.





Eu gostaria de escrever uma crítica sobre o filme, mas ainda não vi. E nem vou ver tão cedo; por enquanto, só há planos de passar em NY mesmo. Droga, acho que vou ter que ir atééé lá só pra ver. O que a gente não faz pelos nossos progenitores?

.: Clara Averbuck :. 10:24 PM

O ato de ir ali

Meu deus, que saudade de Londres, do meu quarto de hotel, do som abafado dos speakers podres do notebuck®, do James, do Emmett, do gerente do hotel que me dava cigarros e cujo nome esqueci, uhm, lembrei, Nick, era Nick, de vagar sem dinheiro pela rua e só poder me alimentar de comida indiana porque eles faziam caridade. Isso porque o dia hoje está meio parecido com o verão londrino, pelo menos aqui dentro de casa, e eu passei o dia ouvindo Black Rebel Motorcycle Club e estou torta de saudades da Anne, e meu pai me ligou de NY pra me contar que já avisou aquela cidade foda que eu estou indo, e ele está lá, e minha mãe está indo para lá, e eu decidi que só vou para lá de novo quando puder levar o Joo e ficar muitos, muitos meses escrevendo e caminhando na rua e ai, preciso sair de casa antes que eu tenha um treco de ficar pensando nisso. Vou ali. Mas olha só, enquanto eu vou ali, gostaria que todos fossem obedientes e baixassem o disco do BRMC inteiro agora. Agora, pode ser? É para o seu bem, juro. Você vai me agradecer depois.


Take me home... Take me home...


.: Clara Averbuck :. 8:41 PM

Amem a minha mãe

1. Se não fosse ela, eu não seria escritora;
2. Se não fosse ela, eu não teria este sobrenome e seria Gomez. GOMEZ. Pense nisso;
3. Se não fosse ela, eu não teria esta cara;
4. Se não fosse ela, eu estaria morta de fome, porque ela me manda kits refugiado para que eu não morra de inanição;
5. Se não fosse ela, eu não amaria gatos tanto assim;
6. Se não fosse ela, eu não seria *eu* com tanta facilidade, sem me importar com nenhum padrão ou expectativa ou qualquer coisa que venha de fora;
7. Se não fosse ela, eu não gostaria tanto de róque. Na minha adolescência, ela me dava muitos discos e gravava muitos programas e etc e ela é foda;
8. Se não fosse ela, eu não suportaria o meu próprio peso. Ela me ensinou a segurar qualquer barra.
9. Se não fosse ela, minha casa já teria desmoronado;
10. Se não fosse ela, o mundo inteiro já teria desmoronado.

Parei aqui, mas poderia continuar. Minha mãe é uma dízima periódica de qualidades.

Mãe, você é linda. Linda. Eu te amo muito. Always Victory. =)

(Oquei, a única foto dela que eu tenho escaneada é de quando meu pai fez show com a Rita Lee e nós juntamos as duas famílias e tiramos a foto. Foi mal. Se você me escrever xingando a Rita Lee, vou ser obrigada a colocar seu email na lista alma-alegre, o que é muito, mas muito, mas realmente muito irritante, você não faz idéia. Preste atenção na minha mãe linda. É fácil saber quem é ela: é só ver quem não é a Rita Lee, o meu pai, o Roberto de Carvalho ou eu. Oh, sim, esta foto é velha. Eu tinha uns hmm 18 anos. Mas a minha mãe está MUITO MAIS BONITA hoje. Muito mais, vocês não fazem idéia. Prometo que vou escanear uma foto que ela me mandou hoje. Valeo.)

Two very happy families


.: Clara Averbuck :. 8:26 PM

O homem da minha vida hoje

Sweet James. James Lawrence. Lá estava eu, ganhando cigarros do gerente do hotel, que tinha muita pena quando me via juntando baganas dos cinzeiros para fazer uma espécie de cigarro-sopão e resolveu sustentar meu vício (irlandeses são os caras mais legais do mundo), quando as portas do elevador abriram-se e ta-da. Lá estava ele, lindinho, loirinho, stylish as hell e me olhando com uma sobrancelha levantada. Olhei de volta. Demorou alguns segundos até nos darmos conta da cena: menina encostada no balcão baba em menino parado dentro do elevador que baba em menina encostada no balcão. Sorrimos. E as portas fecharam. Porra, onde ele achava que estava indo? *Vanish*. Não sei onde ele se meteu, mas sei que ele não apareceu nos dez minutos seguintes e eu fui dormir, porque tinha me perdido no Soho e voltado a pé e estava exausta.

Dia seguinte, ou melhor, noite seguinte, no bar do hotel. Estava eu com meus amigos americanos quando vejo ele e o amigo chegando. Nem pestanejei; fui direto falar com eles. James olhou nos meus olhos, apertou minha mão e não soltou mais. Nunca mais. Pela semana seguinte inteira, ficamos juntos, colados, grudados, algemados. Literalmente: em um dos poucos dias em que possuí libras, fomos em Camden Town, a maior tentação do universo, e eu comprei algemas de pelúcia rosa. Enquanto conversava com o vendedor, uma criatura cockney com sotaque quase incompreensível, mas muito simpático, me algemei ao James. E ficamos algemados pelo resto do dia, inclusive quando paramos para tomar um café.



Eu e Ele, algemados e falling num café em Camden Town.


Dormimos juntinhos, colados, abraçados. Ele tem as costas pintadinhas e macias, fala sussurrando e sorri de um jeito que me derrete por dentro. Ele e o amigo (Eric, também gente finíssima, into bondage e fanzaço da Sylvia Saint, a musa eterna) tinham o que eles chamavam de "travelling companions", que eram bichinhos-chaveiro pendurados em suas mochilas. Eric tinha um cãozinho simpático e James, Mr. Mojo Jojo. Passei o tempo todo afofando o Mr. Mojo Jojo do James e lendo a historinha que tinha na boca dele (do chaveiro, for god's sake) e contando mil vezes com entonações diferentes e incomodando pessoas em lugares com a Mr. Mojo Jojo quiz. James ria em todas as vezes, não sei como. Quando estava indo embora, me deu o Mr. Mojo Jojo para que eu não ficasse muito sozinha. Mas não adiantou. Ele hoje mora no meu quarto, junto com as Power Puff Girls e com a estátua do Groo.

James me liga sempre. Eu também ligava pra ele, quando meu telefone fazia ligações (depois, não sei porque não tenho dinheiro para pagar o telefone: minha garota mora em Londres, tenho um namoradinho no Texas...), e é sempre muito legal, e nós sempre fazemos piadas com timings perfeitos, e sempre ficamos com saudades, e sempre somos ultra meigos um com o outro. Ele disse que quer vir pro Brasil praticar sua mais nova paixão adquirida na California, que é snowboarding. Expliquei pra ele que não rola, porque não existe neve aqui, mas sugeri que fizéssemos sandboading, que deve ser bem divertido também. Ele ainda não respondeu. Espero que ele me ligue logo. Hey Clarah, it's James. Impossível não sorrir quando lembro da voz dele. Impossível não sorrir quando lembro dele inteiro. Miss you, lovely James.

.: Clara Averbuck :. 4:37 PM



Qual prostituta cinematográfica você é?


Ei, eu tenho uma dúvida.
*levantando a mão*
Tudo o quê?

.: Clara Averbuck :. 3:39 PM

Nova Seção

Como se este blog tivesse seções.

Mas eu criei uma nova seção. Eu posso. Meu blog. Vai se chamar "o homem da minha vida hoje". Já tenho conteúdo pra um mês, e é engraçado como nenhum deles mora a uma distância aceitável. Eu devo ter algum problema. Doutor Jacó, eu tenho algum problema? Gostaria de saber a sua opinião relevante, útil e respeitável.

Ontem, hoje, foi o moço com dentes. Muito bom, ele. Ficamos no icq até agora. A banda dele parece Oasis. Ele nem é tão gato, mas é adorável e tem uns gostos fodidos. Repare que estou falando como se tivéssemos saído para um drink, haha. É, eu sou assim mesmo.

Amanhã, hoje, mais tarde, vai ser o James. O James é foda, mora no Texas e a gente vai casar em Amsterdan um dia desses; ele até escolheu o lugar e me mandou uma foto. Nos conhecemos em Londres, duramos uma semana (até ele ir pra Holanda) e foi lindo. Parecia que éramos namoradinhos de verdade há muito tempo. Faz mais de um mês que ele não liga, o que é bem estranho. Deve ter chegado a conta de celular dele, heh. O James sempre liga nos horários mais esdrúxulos, porque tem umas quatro horas de diferença e fica foda da pessoa se coordenar. Às vezes, estou desmaiada e não ouço o telefone, então ele deixa uma mensagem dizendo que está em tal lugar (ele viaja pra caralho), indo para tal lugar e é sempre muito fofo e sempre termina com "thinkin' about you". Só que já tô falando demais, ele é de amanhã, e amanhã é quando eu acordo. Foi muito legal com ele. Muito. Sempre é lindo, quando é curto. Talvez isso explique a quantidade de pontos que eu uso. G'nite.

.: Clara Averbuck :. 3:39 AM


O nick dele no icq é is this it.

*glup*

.: Clara Averbuck :. 2:13 AM

ELE RESPONDEU

E entre outras coisas, disse que tinha dentes. Quer dizer, que *tem* dentes.

E ele tem senso de humor.

E ele mora em Detroit.

Deixa eu ver... É, tem tudo pra eu me apaixonar loucamente por ele. Especialmente o fato de ele morar INCRIVELMENTE LONGE. Haha, eu adoro isso.

.: Clara Averbuck :. 1:42 AM


Fiago! O que o Doutor Jacó vai pensar de mim, se ele ler o seu blog?

E ei, eu não pareço a Winona. Oquei, talvez um pouco. Mas a Winona não tem este meu nariz gigante e torto.

E pode sentar no colo da tia, se quiser. Haha.

.: Clara Averbuck :. 1:25 AM

Amigo Fante



Papai do céu sabe da minha alegria cada vez que alguém me escreve dizendo que comprou um livro do Fante de tanto que eu falo dele.

John Fante era um cara muito fodido. Ele parou de escrever livros pra escrever roteiros de filmes de merda, de segunda, para um grande estúdio de Hollywood. Pode-se dizer que ele foi engolido pela cidade que tanto amava; ele tinha dinheiro e uma puta casa em forma de Y em Malibu, mas ficou um tempão sem escrever livros porque isso não dava grana. Quando se deu conta, estava velho e cego e amputado. "Desbastado", como disse, rindo da própria desgraça. Mas o Bukowski conseguiu republicar os livros dele pela Black Sparrow Press e ele pelo menos morreu feliz. Seu último livro, Sonhos de Bunker Hill, foi ditado para sua senhora, Joyce, que é uma puta mulher.

O filho do John, Dan Fante, também é escritor. Em seu primeiro livro, Chump Change, ele conta sobre a morte do John. É muito, muito triste, pesado e deprimente. Chorei, é óbvio. Troquei - e ainda troco - vários emails com o Dan e ele me disse uma coisa que vai ficar pra sempre e que me ajudou a tomar a decisão de nunca, nunca deixar nada me atrapalhar no que quero e devo fazer.

"Keep writing. The rest is bullshit."

O resto, aluguel, comida, gente, carro, conforto, sexo, é bobagem. Eu nunca vou parar de escrever. E tenho certeza que quando eu morrer, vou saber que o Dan estava certo.

.: Clara Averbuck :. 1:06 AM

quarta-feira, abril 17, 2002



Anne(23:46 PM) :
e eu estou com uma dor no pescoço horrível.
Anne(23:46 PM) :
acho que eu estou encolhendo.
Lady Averbuck(23:47 PM) :
que nada, tu deve estar só ficando sem pescoço
Lady Averbuck(23:47 PM) :
que nem a mulher do bukowski.
Anne(23:47 PM) :
obrigada. me sinto melhor.

.: Clara Averbuck :. 11:51 PM


Interstate Love Song.

In many ways, we'll miss the good ol' days.




.: Clara Averbuck :. 10:08 PM

Eu sou uma campanha anti-drogas

Menina fica sem água em casa.
Menina acha que vai morrer seca.
Menina tem a idéia óbvia de ferver água e fazer muito chá, usando a jarra cor-de-rosa que ganhou das amigas no fim de semana.
Menina esquece a chaleira no fogão e quase incendeia a casa pela nonagésima-sétima vez, mas consegue finalmente ferver a água e fazer o chá sem destruir nada.
Menina coloca a jarra na geladeira.
Menina volta para o computador.
Passa o tempo e a menina resolve beber seu chá, que ainda não estava adoçado. Ela coloca a jarra em cima da pia e, distraidamente, pega o DETERGENTE ao invés do ADOÇANTE e estraga o chá.
Menina ainda tenta provar a bebida, tentando se convencer de que nem dava para sentir o gosto, mas no momento em que serve o chá no copo, ele fica repleto de espuma.
Menina chora e começa tudo de novo, pensando com seus botões que não devia fazer tantas coisas ao mesmo tempo.

.: Clara Averbuck :. 8:12 PM

BANNERS



Eu nunca mais vou parar. Nunca mais.

.: Clara Averbuck :. 5:44 PM

Doutor Jacob Pinheiro Goldberg, PhD

Então me pediram para escrever este texto sobre sexo casual na TPM. Fui lá e escrevi, falando que sim, eu praticava sexo casual. Ah, acho melhor postar o texto, néam? Melhor.

"Eu dou. Mas não para o primeiro mané"

Primeiro, quero deixar uma coisa bem clara: sexo casual não significa juntar o primeiro mané que aparecer no meio da noite e levar pra casa. Assim como eu não beijo uma pessoa de quem não goste pelo menos um pouco, não transaria com um idiota. Na verdade, eu sequer conversaria mais de quinze minutos com um idiota. Parte-se do princípio que as pessoas com quem eu fico têm alguma afinidade comigo, com exceção de alguns deslizes alcoólicos que causam mal-estar e tapas na testa no dia seguinte e absolutamente não entram nesta questão. Então, não tenho o menor problema em transar quando fico com vontade. Não interessa se conheço a pessoa há três horas ou um mês, quando rola a vontade, eu não seguro. Pra que segurar? Eu gosto de sexo e quero fazer sexo quando tiver vontade sem ter que dar satisfações para ninguém ou ficar preocupada se o cara vai ligar no dia seguinte. Às vezes rola um clima na hora, os dois ficam com vontade e pronto. Pronto. Não precisa de mais nada.

Puta, galinha, vadia
Não quero nem saber se vou ficar com fama de puta, galinha, vadia, essas coisas idiotas e moralistas que só servem para as mulheres. Por que os homens comedores são fodões e as garotas são depreciadas? Meu deus, isso precisa mudar algum dia, não é possível que ainda seja assim. De qualquer forma, se ser puta, galinha e vadia é se divertir e fazer o que tiver vontade na hora em que eu tiver vontade e com quem eu tiver vontade, então eu sou e com orgulho. Posso até abrir uma ONG.

esta parte foi cortada
Assumo que já tive fases de passar o rodo geral, lá pelos dezesseis, dezessete anos. Me arrependi algumas vezes, mas foi uma fase e isso sempre serve para aprender. Experiência nunca faz mal e vou achar ridículo se alguém me condenar por qualquer coisa que tenha feito. É a minha vida, afinal de contas. Sempre que penso nesta questão, lembro do filme Procura-se Amy, do Kevin Smith, onde o cara tem um chilique porque descobre o passado sexual da namorada. Todos os homens deveriam ver este filme, é sério. Porque é sempre assim: o cara pode comer todas as garotas, para se for o contrário, pega mal. Pff, me poupem deste machismo retrógrado.
até aqui


Oquei, então a gente vê todas aquelas pesquisas em (ugh) revistas femininas dizendo que os homens não gostam de garotas que vão para o motel, fazem sexo oral ou deixam passar a mão (!) na primeira noite. Meu deus, QUEM SÃO ESSES HOMENS E O QUE ELES QUEREM? Eles estão no primário? Passar a mão? Socorro! Isso parece coisa do século passado, quando os homens iam atrás de prostitutas porque a mãe dos filhos deles não podia ser uma pessoa libidinosa e devia se dar o respeito. Se dar o respeito está muito acima e muito além de dar ou não dar. Tem muito mais a ver com liberdade de fazer o que eu quiser com a minha vida e meu corpo. Então, meu amigo, eu dou.

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O que eu não sabia é que o Doutor Jacó iria comentar os textos. Ele já tinha soltado uma grande asneira de outra vez, sobre outro texto meu, alguma coisa como "se apaixonar pela internet é uma grande ilusão". Alô, Doutor Jacó! O senhor sabia que nos últimos sete anos, todos os meus relacionamentos começaram pela internet? O senhor sabia que eu acabei casada durante dois anos com um cara com quem comecei a me comunicar por email? Alô, Doutor Jacó, o senhor sabia que eu prefiro assim? Doutor Jacó, Doutor Jacó, o senhor sabia que eu conheci meu melhor amigo na internet e só consigo agüentar a saudade da minha garota porque nos falamos todos os dias pelo icq? Não, o senhor não sabe. Doutor Jacó *tapinha no ombro*, eu preciso lhe dizer que o senhor está atrasado pra caralho e precisa rever todos os seus conceitos, ligeiro. Mas não era disso que eu queria falar. Era sobre a outra asneira que o Doutor Jacó falou, dessa vez sobre o texto acima. Ó só:

O fim do depoimento é paradoxal: ela dá. O verbo "dar" significa uma entrega e não tem obrigatoriamente o sentido da transa, que é uma negociação. O tempo todo ela diz que é livre, mas ela é livre para dar? Ela dá porque alguém come, certo? Imagino que a liberdade signifique poder dar e receber. Algumas mulheres simplesmente resolveram imitar a maneira masculina. A onipotência é ranso (sic) machista, discurso de trincheira.

Doutor Jacó, Doutor Jacó. *balançando a cabeça*

Eu nunca uso o termo "dar". Usei desta vez para facilitar a compreensão. A mulher come. Fagocita. Engole. Engloba. Não existe discussão em relação a isso. Agora, quanto ao resto, Doutor Jacó... Que papelão, hein? O senhor não fez o menor sentido, Doutor Jacó! Discurso de trincheira? "Dar" não é no sentido da transa? Ranço com ÉSSE? ALÔ, DOUTOR JACÓ, O SENHOR ANDA FUMANDO CRACK? Pelo amor de deus, trate de fazer algum sentido. Não é possível que todos os diplomas não tenham servido pra nada. Tudo bem, eu sei que o senhor é considerado um medíocre, reducionista, psicólogo de palpite que só quer espaço na mídia, mas poxa, Doutor Jacó, nós temos o mesmo sangue, eu realmente gostaria de dar uma chancezinha para que o senhor NÃO FALASSE TANTA MERDA. Até meu gato consegue analisar um texto melhor do que isso, Doutor Jacó! Assim não dá. Pega mal pro senhor, sabia? Fica chato de verdade. Estou apenas tentando ajudar.

Caras leitoras, é lançada aqui a campanha Doutor Jacó, trate de fazer sentido. Escrevam para a TPM e mandem o Doutor Jacó parar de fumar crack. Aproveitem e digam que a revista ficaria muito mais divertida e colorida com uma coluna minha, hoho.

.: Clara Averbuck :. 3:48 PM

Momento "vamos pagar pau"

Certo, eu moro em São Paulo há hmmm dez meses e ainda não entendi o que significa pagar pau. Quer dizer, eu sei qual é o significado, mas não entendo o que significa realmente pagar pau. Seria no sentido de comprar nós de pinho? Não entendo. Alguém me explica? (Alguém que não seja o POW, o nosso amigo stalker/hater que descobri conhecer pessoalmente, não é divertido? Um beijo na sua boca, POW! Mal posso esperar por nosso encontro emocionante em Londrina)

Enfim. O que importa é que eu pago altos pau para a família Capanema.
Eles têm dezesseis anos. Dezesseis. Eu sou uma senhora de vinte e dois anos e pago altos pau pra eles. Então vou COLOCAR BANNERS AQUI AGORA MESMO. Yeah!

não sei como deixar um de cada lado, não sei html

A tia acha que vocês têm muito futuro, meninos. De verdade.

*tosse pestilenta*

.: Clara Averbuck :. 1:54 PM



©2002 Averbuck-Svensson Criações Coletivas


.: Clara Averbuck :. 1:34 PM

Mean green mother from outer space
da série "parágrafos, não trabalhamos"

Ai, tá. Não comecem com essa cara de "ih, olha a hora do post, ela não dormiu de novo". Não dormir é altos massa, dá pra fazer várias coisas divertidas, como banners, por exemplo. Ou como falar com a minha garota no irc. Fazia tempo que eu não entrava no irc. Continua uma merda, nenhum canal legal, um bando de lacônicos querendo bolinar gente em pvt e um monte de retardados usando scripts coloridos e irritantes e achando que vão pegar alguém. ERRADO. Saudades da época em que eu praticamente morava no #barril. Foi lá que conheci meu melhor amigo Auro, de quem falei outro dia. Sim, eu conheci meu melhor amigo no irc, e não contente com isso, ainda o conheci pessoalmente em um IRCONTRO, onde escandalizamos a sociedade catarinense. Sim, amigos. Eu sou muito mais geek do que qualquer um possa imaginar. Vocês acham que passei a adolescência afundada na droga? Pois eu passei, mas isso não me impedia de ficar a madrugada inteira no irc falando muita merda. Saudades daquela época. Muita gente legal, muita putaria e muita diversão. Era legal porque ninguém acreditava que eu era mulher até me conhecer pessoalmente. Neguinho achava que eu era algum marmanjo querendo pregar peças nos outros, porque "mulher não fala assim". Yeah, right. Quando me conheciam, vinha o pavor. Ohh, a big bad adolescente tatuada! Naquela época eu era esqueleticamente magra e junkie porque as boletas ainda funcionavam. Agora elas não funcionam mais neste corpo velho e cansado e eu tenho que ficar indo à cadmía e comendo frutas e cereais. Saco, saco, saco. Parei faz mais ou menos três semanas (ou duas? whateeever) e já estou começando a achar que a minha bunda está flácida. Nem devo mais caber na minha calça azul, faz uns três dias que não uso. Ah, bobagem; sábado eu coube na minha saia azul, que não entrava em mim desde os dezenove anos. Então eu preciso voltar pr'acadmía ligeiro. Falem com meu pai. Digam "ei, Senhor Pai da Clarah, já que você e a Dona Mãe da Clarah vão para New York enquanto ela fica aqui sendo acordada por vendendores de abacaxi, pelo menos dê uma alegria para sua filha e pague a maldita cadmía". Oquei, estou sendo muito injusta. Ele só vai pra NY porque o filme em que ele atuou e fez a trilha vai estrear num festival lá. Não vou dar detalhes porque quero deixar o amigo leitor curioso e porque o site do filme ainda não está pronto. Deve ficar amanhã, daí eu escrevo e posto umas fotinhos e tudo. A estréia vai ser lá. Lá. No lugar mais foda do mundo, onde eu ainda vou morar. Mas por enquanto vou ter que ficar aqui com os vendendores de abacaxi. E eu nem gosto de abacaxi. Droga. Se o cara ainda vendesse morangos, tudo bem, eu até descia e conversava com ele e comprava uns morangos se tivesse dinheiro e filava uma bandeja se não tivesse. Mas não, ele vende abacaxis. Desculpe, eu não quero ouvir. Não quero ouvir nada de manhã. Nada que não tenha escolhido, é claro. Amanhã eu vou querer acordar ouvindo Doves, mas provavelmente vou acordar com o Pinheiros - Largo da Batata parando debaixo da minha janela e seguindo a tradição. NY. NY. NY! Meus pais vão pra NY. Arghhhhhhhh! Eu dava um rim. Dava um pulmão. Dava até o fígado, o que eu sei que seria motivo de piada, porque ninguém ia aceitar esta golesma inútil e inchada. Eu dava qualquer coisa que não me fizesse falta para ir junto. Não, não. Não podia ser, sei lá, em BOSTON? Tinha mesmo que ser em NY? Arghhhhh! Tudo bem, tudo bem, eu ainda vou de graça para o lançamento da edição americana do meu livro. *GARGALHADAS HISTÉRICAS* Isto NÃO VAI acontecer. Mas que seria legal, seria. Seria legal também que alguém tirasse uma foto minha agora. Deplorável. Passei o dia desgrenhada, andando pela casa com uma calcinha velha e uma camiseta dos Walverdes, que neste momento encontra-se suja de lama vulcânica verde e baba de creme dental. Realmente sensacional. Queria tirar uma foto minha com a máscara de lama verde. Sassy, disse a minha garota quando descrevi meu estado. É fera que quando a lama seca, impossibilita qualquer movimento de qualquer músculo do rosto sem que a sua pele rache e doa horrores. Então você não pode rir, e é claro que coisas engraçadas acontecem. Mas agora me deu um puta sono, então eu vou ali dormir e sonhar com o mesmo idiota que eu sonho todas as noites até passar. Não está longe de passar, porque agora eu quero que passe. Tem gente que não vale a pena, não vale o esforço, não vale o sofrimento. Mas eu sempre quero achar que vale, porque sempre estou disposta a achar um homem para quem possa dar o meu sangue, meu suor e minhas lágrimas, tudo junto com meu cérebro, meu corpo, minha atenção e uma quantidade cavalar de amor doentio. Minha vida, basicamente. Tudo. Eu quero dar tudo. Mas nunca ninguém quer pegar, eles acham que não vão conseguir carregar, como se eu não fosse capaz de caminhar sozinha. Mal sabem eles que eu não só posso caminhar, como consigo carregá-los nas costas. Então eles fogem, achando que é muito pesado. Não tem problema: as long as I know how to love I know I'll be alive. Mas na versão do Cake, por favor. Boa noite.

.: Clara Averbuck :. 4:42 AM

Doves

Eu nunca mais vou conseguir parar de ouvir?
Nunca mais?

Que bom.

Seguinte, todo mundo baixando o Lost Souls inteiro. Já. Agora. Rápido. Comece com "Here It Comes", depois passe para "Catch The Sun", e em seguida, "The Man Who Told Everything". Neste ponto, você já vai estar convencido de que deve baixar o disco inteiro. Porque você deve. Ouviu? E não fale comigo até que isso esteja feito. Tchau.



.: Clara Averbuck :. 3:16 AM

ESTOU AMANDO

O leitor observador deve ter notado que alguém andou mastigando e cuspindo meu pobre coraçãozinho de pedra. Pois quero que saibam que tudo está bem agora. ESTOU AMANDO.



Não sei quem é esse cara. Não sei nada. Só sei que ele gosta de Bukowski e de várias coisas fodas e é lindo e uh. Só queria saber se tem mais de onde veio esse. Tem, claro. Mas eles, assim como ele, nunca iam me dar. Nunca na vida deles inteira. Tudo bem, porque eu posso fazer BANNERS e porque eu não estou falando sério de qualquer maneira.

Mandei um email para o rapaz.

.....
hey, i think i love you. nobody is *that* perfect. i was just wondering if you have any teeth? i suspect you don't. do you?
.....

Ele mora em Detroit. Quer dizer, o que eu espero de uma pessoa que mora em Detroit? Ele provavelmente nem deve ter senso de humor, o que significa que não vai existir uma resposta para o meu email. E caso ele fique curioso e resolva dar uma espiada nos meus websites, vai dar de cara com ele mesmo, o que pode ser um tanto quanto assutador, mesmo para uma pessoa que mora em Detroit.

Ele tem os gostos perfeitos. Ele é lindo (eu achei, dá licença?). Ele é jovem. Ele é músico. Realmente, ele não deve ter dentes. Nenhum dente. É isso.


.: Clara Averbuck :. 1:28 AM

A abobadinha do banner

Então agora eu decidi que vou fazer banners, milhares deles. Meus banners. Só meus. Com a minha cara, é evidente, porque o assunto aqui neste blog sou eu, haha. Então agora eu tenho banners TOSCOS PRA CARALHO, todos feitos no paint, porque eu não possuo nenhum outro programa. Nem pretendo. Sou feliz assim, obrigada. Ó:



Eles não são REALMENTE TOSCOS? YEAH!
Toscos pra caralho.
Tosco é tudo.
Ninguém nunca vai querer botar uma coisa FÊA dessas em lugar algum, mas EU GOSTO DOS MEUS BANNERS TOSCOS. VOU ALI FAZER MAIS.

.: Clara Averbuck :. 12:29 AM

terça-feira, abril 16, 2002

Doves. Doves. Doves. Doves. Doves.

.: Clara Averbuck :. 7:49 PM

Joo V - a pedidos

Whiskas pratos prediletos, whiskas de latinha, whiskas ração seca com ou sem nuggets. Pode ser também purina cat chow. Não, ele não usa coleira. Sim, ele gosta de ratinhos com catnip® (que poderia se chamar catweed também, porque eles ficam alucinaaados). Leite desnatado, por favor, assim eu e ele podemos usufruir.

Ele está aqui agradecendo com frr frrrrrr frr frrrr frrrrrrs antecipadamente.

Os meus leitores são os mais legais do planeta. =~)

.: Clara Averbuck :. 7:12 PM

Joo IV

.: Clara Averbuck :. 5:48 PM

Joo III

Acabo de lembrar de um episódio envolvendo um rival humano e o Joo. Ele ainda era nenê e eu morava no quarto de empregada sem janelas e dormia na sala.

Caí de amores por este menino. Lindo, lindo, lindo, olhos verdes maravilhosos, talentoso pra caralho, fã de jazz, o protótipo do homem perfeito - e isso eu acho até hoje. E ele estava lá comigo, e nós estávamos felizes pra caralho, e nós sorríamos um dentro dos olhos do outro e era muito foda pra caralho. E o Joo, enciumadíssimo, ficava em volta, querendo atenção. Ele ganhava, claro, mas não toda, e isto o deixava meio puto. Então ele deu o troco entrando nas calças do cara enquanto ele dormia e mordendo a bunda dele. Eu ri pra caralho. O cara não riu, não sei porquê.



.: Clara Averbuck :. 12:58 PM

Acesse os arquivos por aqui:

  • wanna find me?
  • miau?
  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust