domingo, março 31, 2002
Asking for it
NÃO.
Eu NÃO VOU botar foto de marquinha nenhuma por aqui. Podem parar. Não tem a menor chance.
Mas ó, o amigo necessitado sempre pode correr até a banca mais próxima e comprar uma Playboy. Talvez uma Hustler ou uma Penthouse, se ele for mais assanhado. Enfim, tem diversos títulos a preços módicos com milhares de marquinhas ao seu dispor.
As minhas marquinhas só vê quem merece.
[/ego]
.: Clara Averbuck :. 6:25 PM
sábado, março 30, 2002
Circle Line inside my head
Circle Line girando na minha cabeça. Que nem os solos backwards do Hendrix. Oito da manhã, sol e Hendrix na rádio. De alguma forma, tou me sentindo completa. Gente nova, gente que mal entrou na minha vida e mudou tudo e que eu nunca mais vou deixar sair. Nunca mais. De alguma forma, sinto todo mundo aqui comigo, minha garota, minhas soulsisters, todos meus amigos, todos os meus homens mortos, Kerouac, Burroughs, Ginsberg, Cassady, Corso, Bukowski, Leminski, Fante, todos eles aqui comigo. Não estou sozinha. Todo mundo aqui comigo nesta manhã virada, enquanto reluzo ao sol lendo uma Chiclete com Banana velha em um terraço onde posso ver um bilhão de prédios. Olhando esta porra de cidade que me sufoca ou me liberta, dependendo do que quero ou deixo. Agora eu tou me entregando pra ela, braços e pernas e olhos abertos pra ela, que nem ela fez comigo quando cheguei e eu nem agradeci. Finalmente me entreguei. Ainda bem. Me entreguei.
.: Clara Averbuck :. 10:25 PM
A Revelação
Primeiro, foi o cabelo. Loiro. Eu, a metida a smartass girl, pintei o cabelo de loiro por livre e espantosa vontade. Eu não sou loira, como o iludido leitor pode vir a crer ao dar de cara com o meu carão ali em cima. Eu sou morena. Quer dizer, acho que sou morena, porque desde os treze anos que surro meu pobre cabelo com as mais diversas tinturas. Não lembro muito bem a cor do meu cabelo, apesar de sempre manter minhas raízes negras - entenda como quiser. Mas eu era morena. O que, vamos combinar, não quer dizer nada, porque a tiazinha também é e isso não a impede de cometer as maiores barbaridades faladas, que não poderiam ser atribuídas à mais platinada das loiras, que era o que eu tinha decidido me tornar. E me tornei. Loira. E gostei.
Depois, comecei a freqüentar assiduamente a cadmía até caber nas minhas calças, que não passavam nem pelas minhas grandes ancas. Até caber nas calças que hoje insistem em ficar caindo, o que me deixa furiosamente feliz. Na minha adolescência, há distantes três ou quatro anos, jurei nunca freqüentar uma cadmía em toda a minha existência. Eu era contra. A gente tem que tomar algumas posições na vida, você sabe. Acontece que jurei também caber nas minhas calças e o método junkie simplesmente não funcionava mais. Meu corpo entrou de greve, e das brabas. Ele estava decidido a se parecer com uma GOTA até que eu tomasse vergonha na cara e fizesse alguma coisa legal por ele. Então, eu fiz. Entrei na cadmía e de lá não saí. Nem pretendo. Me faz bem, faz bem pra minha cabeça e pro meu corpo. Meu corpo, tão maltratado pelas anfetaminas e pela vódega e pela falta de sono por mim, sua dona inconseqüentezinha, está feliz. Meu fígado sorri agradecido cada vez que como alface e bebo água e como maçãs. Eu estou feliz. Eu caibo em todas as minhas roupas e até nos meus biquinis.
Isso eu descobri hoje de manhã, quando vim para o QG Surra de Pao Mole com o Sr. e a Sra. Surra de Pao Mole e meu ex-namorado-atual-amigo Pat, que não curte ser chamado de Pat, mas não há nada como provocar ex-namorados com apelidinhos de casal usados em idos tempos, então ele vai ter que se acostumar a ser chamado de Pat por aqui. Hey, Pat! Então, depois de uma tarde horrível (uma das piores de todos os tempos), uma noite esquisita e uma madrugada regada a esguichos de serotonina enquanto eu me esparramava no sofá ouvindo Dandy Warhols e vendo o seriado GUEI Batman & Robin (porque aquilo é muito GUEI, cara. Passamos mal rindo ontem do duplo sentido dos diálogos dos mocinhos), demos uma volta de carro por São Paulo e tomamos um puta café. Depois passamos lá em casa e eu alimentei o Joo (e PJ e o Jimi, coitadinhos, tão rejeitados os dois negros da casa que formam um gueto enquanto eu mimo o Joo até o último fio de bigode fofo dele) e pegamos - eu e o Pat - nossos trajes de banho e viemos para a piscina do QG SPM. E ficamos das oito da manhã às quatro da tarde conversando tudo. Eu precisava. Muito. Não me sentia tão bem, leve e calma há muito tempo. Mas espera, antes dos assuntos sérios, preciso dividir algo. É sério também.
EU TENHO MARQUINHAS DE BIQUINI.
Tenho CERTEZA que você, caro leitor, cara leitoa, não entendeu a gravidade. Eu passei a vida inteira fugindo do sol como quem foge do cartão Mais. A vida inteira. Só UMA vez, quando fui pra Recife e perdi a noção do tempo e da realidade e fiquei quatro dias sem dormir no Abril Pro Rock do ano passado é que tive minhas primeiras marquinhas de biquini, devidamente registradas em foto. Depois, continuei fugindo e condenando minhas amigas quando elas ficavam orgulhosas de suas marquinhas e vinham correndo me mostrar. Bagaceiro, eu achava bagaceiro, playmate, feio mesmo. Era contra. Muito contra. Nos outros e em mim. E agora eu tenho marquinhas de biquini. Eu tenho. E gosto delas. Estou orgulhosa delas. Não são assim marquinhas leves, imperceptíveis, que a pessoa tem que franzir o nariz pra enxergar. São verdadeiras marquinhas de biquini. Autênticas e muito bem definidas, as minhas marquinhas de biquini. Eu caibo no meu biquini e ele deixa marquinhas e agora eu não sou mais translúcida. Estou bronzeada. Inacreditável.
Então é assim: pintei o cabelo de loiro, entrei na cadmía e gostei e sou bronzeada e estou feliz. Três coisas das quais eu fugia, não sei bem porquê. Agora nem sou mais loira, meu cabelo é algo entre uva e maravilha, mas não interessa. Passei no teste. Meu cérebro continua intacto, e o que é melhor, funcionando que é uma beleza, mesmo que a Circle Line se recuse a parar de girar. Não, meus amigos. Loiras, cadmías e marquinhas de biquini não são assim tão ruins. Ruim é se estereotipar. Pra mim, deu.
.: Clara Averbuck :. 10:01 PM
sexta-feira, março 29, 2002
Pára tudo!
Reli o blog na última semana e achei tudo uma merda. Não dei um sorriso. Não está engraçado. Os marqueteiros me mandaram acabar com essa baboseira sentimentalóide sem graça imediatamente e avisar que ei, os arquivos sempre estão aí para matar a saudade dos tempos que eu tinha senso de humor.
.: Clara Averbuck :. 7:29 PM
Estou com um vírus. Digo, o notebuck® está. Aparentemente, algumas pessoas andaram recebendo um arquivo de mim, e eu não mandei nada, então, estou com um vírus. O Norton não achou nada. Não tenho backups, então eu provavelmente vou perder tudo que tem aqui e me jogar pela janela do décimo-sétimo andar. Por favor, cuidem do Joo e fodam os todos os hackers no cu por mim.
.: Clara Averbuck :. 3:55 PM
And so I know
Eu, meu amigo e meu ex-namorado-não-rancoroso. Primeiro, não bebi nada. Os dois mandavam ver na cerveja, sentados no chão do meu quarto. Daí eles me convenceram a sair e beber. Daí eu saí e bebi. Bebi vinho. Duas garrafas. E fiquei um pouco mais alegre, e falei pra caralho, mas a essas alturas o ex-namorado já estava chato, porque ele fica chato quando bebe, e eu comecei a perder a paciência com tudo, e comecei a falar um monte, e comecei a ver que nada estava certo, e comecei a querer currar todos os atores de teatro alternativo que surgem maquiados e fantasiados dando textos imbecis no meio dos bares onde ninguém está interessado na ripongagem e na péssima interpretação pseudo-circense deles, e eu quis chorar mas não saiu nada porque eu estava seca. Então, pensei na minha garota e senti um aperto enorme no peito inteiro porque ela está sozinha na Inglaterra, porque eu deveria estar lá com ela e não estou, porque eu sou uma amiga de merda que nunca está onde deve estar. Então, pensei no meu garoto, que não é nem quer ser meu garoto, e o aperto aumentou, e eu bebi mais vinho, e foi quando vi que não conseguiria ir pra Porto Alegre ver os meus pais e a Desi e a Mari, e o aperto piorou, mas daí eu lembrei do meu garoto sorrindo e do jeito dele de menino querendo posar de homem e do jeito dele mexendo no cabelo e sentando como quem usa terno mesmo quando não está de terno, e lembrei que ele vai voltar, e que eu vou ver ele de novo, e que vai ser tudo do jeito que ele quiser, como ele quiser, quando ele quiser, porque ele sabe abrir a porta de um jeito que eu não posso nem sei nem quero dizer não. Então, deixa tudo como está e fica tudo bem, porque eu não posso nem sei nem quero ficar sem ele. Então ficamos assim. Do what you gotta do, come on back - see me when you can.
.: Clara Averbuck :. 3:22 PM
quinta-feira, março 28, 2002
...
* Fotos+de+empregadas+fazendo+sexo
* Bunda+preta
...
.: Clara Averbuck :. 8:52 PM
Caralho. Começou de novo.
.: Clara Averbuck :. 7:28 PM
A coisa que eu mais queria neste momento era estar onde eu deveria estar: em Londres com a minha garota, a caminho de um show absolutamente do caralho. Estaria meio frio e meio escuro, mas eu não ia sentir. Nada ia importar. Nada.
.: Clara Averbuck :. 6:10 PM
Back to reality
Hoi!
Acordei com a cara inchada e os olhos de um tubarão-martelo, mas menos idiota. Então eu vou encotrar meus amigos, me divertir e amanhã vou afofar meus pais em Porto Alegre. Aniversário do meu pai e do Perry Farrell. É uma coisa bizarra, meu pai e o Perry nasceram no mesmo dia e no mesmo ano, só que um é um rockstar junkie de Los Angeles e o outro é o meu pai. Continuo achando que eles são a mesma pessoa, mas fica foda de convencer a rapeize. E meu pai vai ser um Chirivino e comprar vinho e fazer peixe e eu vou estar lá e vou ver a Mari e a Desi e vai ser altos foda. Ou não. Talvez eu não vá. Ainda não sei. Porque eu tenho que encontrar o meu amigo hoje. Eu amo o meu amigo e mesmo assim, nunca tinha linkado o blog dele aqui antes. E quem ama, linka. Here we go.
Todo mundo merece uma surra de pau mole.
Então ficou decidido assim: tudo vai voltar ao normal. Tudo voltou ao normal. Então, está tudo bem. Vai ficar tudo bem. Eu vou ficar bem. A Aretha me disse que a rose is still a rose, e coincidentemente eu estou de camisola rosa, cabelo rosa, unhas rosa e chinelinhos rosa. Uma frô. Coisa mais fofa do mundo.
Não sem quem era essa habitando o meu corpo nos últimos dias, só sei que mandei ela comprar cigarros e tranquei a porta por dentro.
.: Clara Averbuck :. 5:11 PM
First prize takes it all
Eu quero a minha mãe.
Parece que estão tentando espremer alguma coisa de mim. Dor física mesmo; vai até o meio da barriga, depois sobe e escorre. E eu tou enjoada com o Diet Shake que tomei às 3 da tarde. E nada passa pela garganta. E dói pra caralho. Não tentem em casa, crianças. Aliás, não tentem em lugar algum.
Tem gente que bebe pra se anestesiar. Tem gente que procura companhia. Tem gente que enche o melão de manhoca e fala merda. Tem gente que vê televisão. Eu não vou beber, não quero companhia, detesto maconha e não tenho televisão. Então vou ali com o Joo e a Fiona, porque se for pra me afundar em alguma coisa, vai ser em música. Às vezes eu canso de escrever e escolho boiar nas palavras dos outros e as da Fiona sempre me servem.
Hunger hurts, and I want him so bad, oh it kills
Cuz I know I’m a mess he don’t wanna clean up
I got to fold cuz these hands are too shaky to hold
Hunger hurts, but starving works, when it costs too much to love.
.: Clara Averbuck :. 4:58 AM
O dia em que todos ficaram completamente malucos
Hoje eu recebi os mails mais freaks de toda a minha vida. Só não bateram ainda o que deu o nome do blog.
Um cara me escreveu me xingando de nomes feios e dizendo que eu deveria "me cuidar porque poderia acabar ganhando uma cicatriz qualquer dia desses". Depois ele xingou judeus e disse que tem nojo da minha pessoa e contatos na "braziliense"(sic). Talvez se ele tentasse a editora certa... Bem, daí me escreveu um vampiro, que eu adoraria conhecer - desde que ele não se pendure em praças públicas como os vampiros de Maringá. Depois, um garoto dizendo que precisa perder a virgindade comigo. Querido, não vai rolar. Mais tarde, o cara que vive me dando o telefone dele também se comunicou. Todos os meus amigos me mandaram emails que não faziam o menor sentido e se recusaram a explicar. E algumas pessoas relativamente normais também escreveram, graças a deus. Hoje foram, deixa eu ver, 67 emails. Sessenta e sete. Rapeize, por favor, tenham paciência. Não mandem os emails de novo, senão a equipe Clarah Averbuck se perde nas datas e dá tudo errado. Obrigada pela compreensão.
.: Clara Averbuck :. 4:54 AM
Olá! Meu nome é Clarah e meu livro sai em AGOSTO!
.: Clara Averbuck :. 4:33 AM
quarta-feira, março 27, 2002
I Know
So be it, I’m your crowbar
If that’s what I am so far
Until you get out of this mess
And I will pretend
That I don’t know of your sins
Until you are ready to confess
But all the time, all the time
I’ll know, I’ll know
And you can use my skin
To bury secrets in
And I will settle you down
And at my own suggestion,
I will ask no questions
While I do my thing in the background
But all the time, all the time
I’ll know, I’ll know
Baby-I can’t help you out, while she’s still around
So for the time being, I’m being patient
And amidst this bitterness
If you’ll just consider this-even if it don’t make sense
All the time-give it time
And when the crowd becomes your burden
And you’ve early closed your curtains,
I’ll wait by the backstage door
While you try to find the lines to speak your mind
And pry it open, hoping for an encore
And if it gets too late, for me to wait
For you to find you love me, and tell me so
It’s ok, don’t need to say it.
.: Clara Averbuck :. 11:37 PM
Taste the pain
O livro sai em agosto porque sim.
Agosto, não julho. Agosto. Agosto é um bom mês.
Hoje eu tive um ataque e limpei toda a minha casa. Não adiantou. Daí eu fui lá e limpei todo o meu prédio. Eu sou a única mulher do prédio inteiro, então obviamente estava imundo, porque todos os homens são PORCOS. Isso porque só tem dois apartamentos e nenhum porteiro e nenhum zelador e nenhum condomínio, é basicamente uma grande casa cheia de homens. Olha, me afoguei no pó. Sério. Quando varri o corredor, comecei a tossir como um velho pestilento. Depois, passei um pano e quase desfaleci de intoxicação por causa do desinfetante com demoníaco. Digo, amoníaco. Dá quase na mesma. Experimente jogar demoníaco no chão de um corredor sem janelas e ficar ali respirando. Não é legal.
Não quero nada. Vou ali deitar com o Joo. Já contei pra vocês que o Joo me ama? Ele me ama. E ele é lindo. E eu vou ali ouvir Fiona Apple e ver as luzes dos carros passando no meu teto. Tem isso em Taste the pain, do Chili Peppers. Flat on my back in a lonely sprawl, I stare at the ceiling because I cannot fall asleep tonight. Headlights flash across my bedroom walls, cryin eyes opened because I cannot fall in love with you. Walk away and taste the pain, come again some other day. Aren't you glad you weren't afraid? Funny how the price gets paid.
.: Clara Averbuck :. 11:36 PM
PORRA!
Eu simplesmente NÃO CONSIGO achar uma coisa que guiou a minha adolescência. Nem no Google. Se você não encontra no Google, você não encontra. Era um texto do Perry Farrell listando o que ele achava ser os sete pecados capitais. Lembro que no item monogamia tinha a frase "I love my woman to death, but beauty is beauty". E lembro que era absulutamente do caralho.
Ficava aqui, mas essa merda não existe mais.
http://www-scf.usc.edu/~priester
Se alguém achar, eu agradeço.
(Parece que OUVI alguém falando "Averbuck, nunca na minha vida que a gente yadda yadda yadda". Como se alguma coisa dependesse de mim.)
.: Clara Averbuck :. 11:29 PM
Bem rapidinho
* Por que tanta gente se ofende quando eu xingo São Paulo? Eu xingo Porto Alegre também, que é muito pior e muito mais cheia bairristas cegos, e nunca vi nenhum gaúcho me enchendo o saco. EU gosto daqui, panacas. Se não gostasse, fugia. Posso falar mal pelo prazer de falar mal? Obrigada.
* Referência bizarra do dia: fotos+bunda+rua.
* Assim que eu voltar, terei a data de lançamento do Máquina de Pinball.
* Todos ficaram completamente malucos ou eu sou sonâmbula e deveria saber do que vocês estão falando?
* Eu amo o Joo.
.: Clara Averbuck :. 2:04 PM
A inveja é uma coisa muito feia
From: [preservar a dignidade da pessoa]
To: ladyaverbuck@yahoo.com
Date: Wednesday, March 27, 2002, 2:32:00 AM
Subject: "Ele"????
Clarinhah, Clarinhah, eu, um pobre fã, esperava mais do homem que conquistou seu coraçãozinho de pedra. Aquele post imbecil do seu namoradinho te fez cair no meu conceito, minha querida. Escolha melhor da próxima vez. Tenho certeza que não faltam opções no mercado...
Beijo!
From: Clarah Averbuck
To: [novamente preservar a dignidade da pessoa]
Date: Wednesday, March 27, 2002, 2:39:47 AM
Subject: "Ele"????
Querido fã,
Sinceramente, o seu email foi bem mais imbecil do que o post do meu "namoradinho". Só posso achar que é inveja. Talvez eu e Ele estejamos rindo da sua cara juntos neste momento. Não é chato? Eu acharia chato, se fosse você.
Um beijo,
Clarah
::::::::::::::::::::::::::
Mais alguém?
Ótimo. Eu achava mesmo que não.
.: Clara Averbuck :. 2:41 AM
terça-feira, março 26, 2002
PRECISO PAGAR O ALUGUEL
VISITS
Total 42,020
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Average Visit Length 1:57
Last Hour 32
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Last Hour 35
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Oquei, onde estão os meus patrocinadores?
.: Clara Averbuck :. 11:47 PM
From: mojo.
Date: Monday, March 25, 2002, 12:49:14 PM
Subject: [col-staff] zero kelvin
ahn
ó, eu ahn
eu ahn
eu tenho um BLÓGUE agora, minha gente.
ele se chama ZERO KELVIN e
fica em http://www.exquisite.com.br/zero
ah, sim, eu ainda vou fazer um template decente pra ele.
calma. estou sem pazienza pra isso.
enfim, vai servir pra eu reunir uma coleção dos links bizarros que
eu coleto por aí todos os dias. ao invés de mandar mails, vai no
blógue mesmo, organizado e pá. e vocês, audiência linda, podem
comentar e coisetal.
visitem todo dia pra ver as novidades, divulguem pra quem gosta de
línques, etc.
abracitos
-mojo
.: Clara Averbuck :. 5:47 PM
Esses romanos são todos uns loucos *toc toc toc*
Eu não consigo entender a ânsia dos paulistas de sair daqui nos feriados. Inclusive acho que daria uma ótima charge. Segunda, terça, quarta e quinta, o cara fica preso no trânsito. Chega na sexta e ele fica preso no mesmo engarrafamento, só que na estrada. Bando de dementes do inferno.
Acho que São Paulo fica perfeitamente habitável quando essa gente sai daqui. Então, já que não estou onde meu calendário diz que deveria estar e eu não tenho um centavo pra viajar, vou ficar aqui mesmo e conhecer a cidade onde moro. Vou passear em São Paulo. Turismo. Vai ser do caralho, mesmo que as pessoas fujam para comprar sapatos ou algo assim. Aliás, pode ser um bom momento para lançar a promoção passe um dia com a Clarah.
Só sei que vou escrever violentamente. VIOLENTAMENTE.
VALEO
.: Clara Averbuck :. 5:37 PM
One more little taste
Chega de teaser do Máquina de Pinball, né? Então vamos para a segunda fase. O Rapaz não gostou do nome do livro novo mas também não sugeriu nada, então vai ficar isso mesmo até surgir algo melhor. Começa assim:
I.
Era o terceiro aviso da imobiliária que eu e Márcio recebíamos. Isto significa que seríamos despejados se não pagássemos os dois meses atrasados e o que venceria em dois dias. Tínhamos 1/5 da grana, e apesar da landlady ter se mostrado uma velhinha simpática ao mandar arrumar algumas das goteiras do meu quarto, tinha virado uma vaca histérica que me ameaçava ao telefone diariamente. Não adiantava berrar, eu simplesmente não possuía reais para o aluguel e fim. Isso sem somar as contas de luz e telefone, também ignoradas. A geladeira estaria vazia se não fosse meia garrafa de vodka barata que balançava toda a vez que abríamos a porta. Ficar sem dinheiro é uma merda muito grande. Só tinha uma coisa a fazer: beber a outra metade da garrafa, desmaiar na cama e me preparar para acordar cedo em meu último dia de trabalho.
Quando fui chamada para trabalhar naquela loja de discos, achei ser o emprego que passei a vida esperando. Adorava a loja. Adorava chegar e abrir a loja. Adorava o computador podre e o banquinho desconfortável e o teclado que tem as letras trocadas e o ; fica onde é o . e eu não olho pro teclado digitando e toda a vez que eu ia terminar uma frase digitava ; e tudo soava como versículo. Foi o primeiro emprego que gostei. Mas logo passou. Saí da torradeira. Tostada. Meio queimada. Prensada. Amassada. Nasci sem o chip despertador e o das responsabilidades veio com defeito. Não dá pra trocar. Só se encomendar um kit novo, e sai caro, e demora vinte e dois anos. Tudo bem ser assim em cidade pequena, dá pra driblar o tempo, mas em um lugar como este inferno onde você precisa escalar uma montanha, fazer doze baldeações de metrô e pegar uma balsa, não dá. Não dá. Sou completamente incapaz de ser responsável. Agora me diga, que espécie de pessoa não consegue chegar na hora para levantar uma maldita porta de ferro e acender um disjuntor e operar um leitor de código de barras? HEIN? Eu. Simplesmente não sei vender cds. Requer paciência, bom humor e boa vontade. Não trabalhamos com nenhum dos itens, senhor.
>>>>>>>>>
Já tem oito páginas. Mas a parte boa vai começar agora.
.: Clara Averbuck :. 5:03 PM
Don't look away
Paguei meu aluguel. Digo, um aluguel.
Cortei meu cabelo com gillete sensor e ficou bom.
Limpei o meu quarto.
Amassei o Joo.
Ouvi 100 ways 100 times.
Li uma carta alheia e chorei porque parecia minha.
Amassei o Joo de novo.
Ouvi Fiona Apple e entendi tudo que ela disse.
Thought about you and me one hundred ways.
Decidi pegar leve comigo mesma uma vez na vida.
Fechei os olhos, respirei muito fundo e descobri que tudo vai ficar bem.
.: Clara Averbuck :. 4:48 PM
Hoje eu vi um relógio da Duracell. Estava escrito "Dura mais... Muito mais". Só que o relógio estava parado.
.: Clara Averbuck :. 4:33 PM
All of us with wings
Sabe Rua Purpurina, a continuação de Máquina de Pinball?
Apaguei. Apaguei tudo. Tinha 22 páginas e eu apaguei tudo. Não interessava mais. Não era nada daquilo. ERRADO. Queria poder botar fogo em tudo, mas ia dar muito trabalho, então eu simplesmente deletei. Não tem problema, porque tem mais de onde veio aquele. Muito mais. Nunca vai parar de ter mais.
O livro novo começou há duas semanas, na verdade. Eu só não escrevi ainda e nem sei como vou chamá-lo.
Acho que Três Dias é um bom nome. We saw shadows of the morning light, shadows of the evening sun, till the shadows and the lights were one.
É isso. Três Dias.
Salve São Perry.
.: Clara Averbuck :. 4:42 AM
segunda-feira, março 25, 2002
"Alô, eu posso falar com o Rogério?"
"Quem gostaria?"
"É a Clarah."
"Clarah da onde?"
"Ahn... É a Clarah. Ele sabe."
"Mas daonde?"
"Fala que é a Clarah."
"Daonde?"
"Da Sbórnia."
"Hein?"
"SBÓRNIA.S-B-Ó-R-N-I-A."
"Ah. Momentinho."
Cara, como essas telefonistas são tapadas. Se eu falasse "De Gotham City" ou "De Patópolis", ela nem ia notar. Ela só precisava saber DAONDE eu era. Que saco. Odeio gente programada.
.: Clara Averbuck :. 4:08 PM
Nós, gatos, já nascemos po-o-bres
Imaginem uma velhinha berrando "Não me enrolem! Não me enrolem! Nem a água vocês pagaram!" e eu tentando explicar que Dona Antônia, eu estou esperando entrar o dinheiro que me devem. Este foi o nível da conversa que acabo de ter com a minha Landlady. Acho que ela vai ficar esperando na porta com um pedaço de pau. Olha, isso está realmente ficando cansativo.
.: Clara Averbuck :. 2:04 PM
Promises, promises
Não sei se alguém ainda lembra, mas eu tinha prometido mostrar uma foto aqui.
Era o seguinte:
A descarga e a torneira do banheiro eram ativadas por interruptores. INTERRUPTORES DE LUZ. Com direito a legenda. Surreal. Fui obrigada a fotografar.
Sem mais,
.: Clara Averbuck :. 1:08 PM
Tou enjoada. Muito. Vou morrer. Esqueci que não posso mais beber vódega.
Cara, eu devo estar OCRE neste momento. Estou falando sério. Ai.
Vou ali cortar o cabelo com gillete sensor pra ver se passa.
.: Clara Averbuck :. 12:37 PM
UP YER ASS MUTHAFUCKAS
Quem acompanha esta barafunda aqui há um tempo, sabe que eu vivo tendo problemas com email. Já troquei umas dez vezes de endereço e isso encheu o meu saco, de modo que resolvi fazer um email do Yahoo, achando que meus problemas se resolveriam para sempre.
Fuóm fuóm fuóm fuóóóóm...
O Yahoo vai começar a COBRAR. Cobrar DINHEIRO, você sabe.
paputaquepariumuthafuckinmercenáriosdemeiatigela
Trimmmassa, aprendi a usar o riscadinho. Sempre quis usar o riscadinho e não sabia como.
Oquei. Estou muito puta pra caralho com o Yahoo. Mandem mailbombs pra eles. Cara, eles têm merda na cabeça. NINGUÉM vai pagar pelo serviço idiota deles. Nunca. Imbecis.
.: Clara Averbuck :. 11:35 AM
Agora entraram aqui procurando "garota+virgem+grátis".
Grátis, não trabalhamos.
Tem também algum freak procurando por "peitões+crescendo".
Meu deus, o que esse cara quer? Algo tipo aqueles vídeos do Mundo Invisível, onde dá pra acompanhar o processo de decomposição de uma maçã?
Sem contar que se crescer mais, eu caio. Ha ha
Aiai. Nada como ir dormir boba, acordar idiota e ainda poder traduzir "YAY!" pra "UHU!" e "awesome" pra "trimmmassa".
.: Clara Averbuck :. 11:23 AM
Oqueeeeeeeei...
O que foi aquilo ali?
O que aconteceu?
Por que eu permiti?
E, o mais importante, O QUE DIABOS A LETRA DE JANE SAYS TEM A VER COM ISSO?
Olha, tem coisas que é melhor nem perguntar. Mas eu não apago posts. Fica de referência histórica.
"Andam usando heroína pelas minhas veias."
.: Clara Averbuck :. 11:12 AM
domingo, março 24, 2002
Ele
Sim. Meus caros. Sou eu. Mesmo. Não precisa mais perguntar. EU.
nota da dona deste singelo blog: quem mais eu deixaria mexer no MEU DIÁRIO? É foda. O Joo tá com ciúmes, mas o Joo é alimentado por ele, então o Joo tem mais é que parar de miar a respeito. E eu sou tão, mas tão macho, que deixei ele fazer isso. Porque sei que vocês, meus leitores, vão achar uma merda. E realmente não me importo de ser uma bichice. Eu não me importo com nada, desde que este merda esteja comigo. Mesmo que ele fique postando coisas no MEU DIÁRIO só pra marcar território, que nem o Joo antes de ser castrado mijando em tudo. Homem, né. Depois perguntam porque eu tinha escolhido ficar com garotas.
É. Jane says I´ve never been in love, I don´t know what it is
She only knows when someone wants her.
E dessa vez tem que acabar bem de alguma maneira.
Tô fodida, meus amigos. Completamente fodida. Mas isso é bom para todos nós, não importa no que acabe. Quem se importa, afinal de contas?
.: Clara Averbuck :. 8:41 PM
Sometimes you just have to walk away
Oquei, hoje é o Dia Mundial da Melancolia e eu achei o convite da minha despedida de Porto Alegre. Tirei o nome da festa de uma música do Ben Harper que a Mari cantou pra mim quando vim pra São Paulo, lá por 97, passar uns tempos com o meu único ex-namorado que não faz parte do CENERC. Depois eu cantei pra Anne quando ela foi embora. E virou meio que o hino dos amigos que vão embora. Deus, como eu consigo soar BREGA às vezes.
Este era o convite.
E esta é a letra.
Oh no
Here comes that sun again
That means another day
Without you my friend
And it hurts me
To look into the mirror at myself
And it hurts even more to have to be with somebody else
And it’s so hard to do
And so easy to say
But sometimes
Sometimes you just have to walk away
Walk away
With so many people
To love in my life
Why do I worry about one
But you put the happy
In my ness
You put the goodtimes
Into my fun
And it’s so hard to do
And so easy to say
But sometimes
Sometimes you just have to walk away
Walk away
And head for the door
We’ve tried the goodbye
So many days
We walk in the same direction
So we could never stray
They say if you love somebody
Than you have got to set them free
But I would rather be locked to you
Than live in this pain and misery
They say time will
Make all this go away
But it’s time that has taken my tomorrows
And turned them into yesterdays
And once again that rising sun
Is dropping on down
And once again
You my friend
Are nowhere to be found
And it’s so hard to do
And so easy to say
But sometimes
Sometimes you just have to walk away
Walk away
And head for the door
You just walk away
Walk away
E agora eu vou ali cometer o suicídio bem rapidinho. Porque meu amigo, vou te contar: sem o colo das minhas meninas, eu não agüento.
.: Clara Averbuck :. 10:56 AM
Sick and tired of being tired and homesick
Putz, estou pensando uma coisa que jamais pensei que pensaria em pensar.
Oito e vinte da manhã de domingo e chove. E eu queria ir em um grande almoço na casa da minha tia em Porto Alegre, onde estariam a minha avó, as minhas tias-avós, meus 256 primos de segundo grau, meu primo, minha prima e os filhos do marido da minha tia. Minha prima tem uns 15 anos e é mais esperta do que meu primo e os dois filhos do marido da minha tia , que vá lá, também são meus primos, juntos. E mesmo assim eu queria estar lá. Acho que eu estou doente. É, definitivamente estou. Homesick.
Eu também queria muito ter o meu Ritual De Lo Habitual, do Jane's Addiction, de volta. O irmão da Mari pegou faz uns 3 anos e eu nunca mais vi. Nem o irmão da Mari, nem o disco. Ô Fred. Devolve aí.
A Mari. Querem ver a Mari? Deixa eu catar uma foto legal aqui.
............
Acabo de descobrir que conheço a Mari desde os dois anos, ela era minha única amiga até a Cherry, que veio só em 94, e mesmo assim nós só temos fotos horrorosas juntas. Pra você ter idéia, a melhor foto é uma em que nós estamos com jujubas enfiadas no nariz. JUJUBAS. NO NARIZ.
Que coisa. Deixa eu procurar mais.
..............
ACHEI! YEAH! Essa foi tirada segundos antes de embarcarmos no carro para a Praia do Rosa, onde a Mari tem uma casa muito foda, no Reveião de 97. Ou 96. Sei lá. Isso acontece quando você conhece uma pessoa há vinte anos.
É.
Então.
Tá chovendo. Eu pretendia fazer COOPER e chutar poodles - é ótimo fazer cooper de manhã porque só tem senhoras de calça de lycra rosa choque e casacos de taktel com seus poodles e seu bronzeado nescau - mas está chovendo. Então vou ali com o Fritz.
.: Clara Averbuck :. 9:07 AM
Ride the cliché
[cliché]Às vezes eu gostaria de morar em uma montanha[/cliché], muito longe de qualquer contato humano. Porque eu sirvo basicamente pra atrapalhar e bagunçar a vida das pessoas que chegam perto de mim. É impressionante como eu só faço mal para as pessoas que amo. É muito sem querer, mas sempre é. E tem horas que eu simplesmente não agüento isso.
Quer um conselho? Nunca, nunca chegue perto de mim. For your own sake. Eu sou muito mais gostável de longe.
By the way, é bom deixar uma coisa clara para possíveis e óbvios problemas futuros:
INTENSIDADE é diferente de EFEMERIDADE.
E prefiro dar pulinhos e gastar minhas pernas até os joelhos no dia em que eu tiver que provar qualquer coisa, para qualquer pessoa, em qualquer circunstância.
Não aceitamos devoluções. Infelizmente, este é o nosso último exemplar. Ou você compra, ou fica com o que tem. Mas cá entre nós, não precisa se preocupar: esse modelo não sai muito, não. É complicado achar alguém que caiba nele.
.: Clara Averbuck :. 6:16 AM
Quem me ligou às quatro da manhã de uma festa e ficou berrando Violet nos meus ouvidos sonolentos?
Depois perguntam porque eu desligo o celular de noite.
.: Clara Averbuck :. 5:58 AM
Que rótulo idiota te define como pessoa?
Oh, puxa. Que grande surpresa. Quem pensaria isso de uma pessoa que escreve no blog às cinco da manhã de sábado?
.: Clara Averbuck :. 5:00 AM
sábado, março 23, 2002
PORQUE EU AMO O MEU PAI
1. Ele tem icq;
2. Ele manda mensagens assim:
yoga(16:53 PM) :
MÚSICO GAÚCHO CHEGA EM CASA CANSADO E JÁ PREPARA-SE PARA ASSISTIR A SHOW INTERNACIONAL DE GRUPO DE DANÇA.
VIOLINISTA MALUCO É CITADO EM BLOG DE FILHA .
FILHA DE VIOLINISTA MALUCO CORRE RISCO DE DESPEJO.
FILHA DE VIOLINISTA MALUCO É CONTRATADA PARA TRADUZIR CRUMB.
ALIVIAM-SE AS PRESSÕES EM TORNO DO DESPEJO DE FILHA DE VIOLINISTA MALUCO.
[Este post ficou pela metade porque eu tive que sair correndo e será deliberadamente editado a partir de agora]
Quando eu estava na pré-escola e era um gênio - isso foi antes das dogras -, me mandaram fazer um trabalhinho de dia dos pais. Não um trabalho de macumba, seu burro. Um daqueles envolvendo purpurina, plasticor e cartolina. Era uma gravata-cartão que não fazia o menor sentido pra mim, já que só fui ver meu pai de gravata lá pelos (meus) dezessete anos, e veja bem, não era uma gravata, era uma gravata do Frajola. Ele sequer casou de gravata. Aliás, vou ver se arrumo uma foto do casamento dos meus pais. É foda. Meu pai vestia uma camisa xadrez e tinha aquele cabelinho cretino de recém saído do exército, e a minha mãe estava com um vestido rosa meio ripongo e ostentava orgulhosamente uma barriguinha que viria a se tornar esta que vos escreve. Ou seja, eu fui no casamento dos meus pais. Não é o máximo? Estava lá, de corpo presente. A família toda estava com uma grande cara de cu, algo como "esta juventude está perdida, este casamento não vai durar" ou qualquer coisa dessas que pensavam de pessoas de vinte anos que casavam de camisa xadrez e vestido rosa. Ano passado, eles completaram 23 anos de casados. Rá. Acho que todos os outros casais da família se separaram, menos eles. Mas eu estava falando do cartão, né? Que coisa mais dispersiva. Depois que eu terminei de fazer muita meleca com plasticor e purpurina, colaram um papel mimeografado assim:
Eu gosto do meu pai porque _______________________________.
Ah, vão tomar no cu. Isso lá é pergunta que se faça para crianças da pré-escola? Eu não fazia a mais puta idéia de porque gostava do meu pai. Por que ele era meu pai, porra. Então, escrevi "porque ele faz a minha mamadeira" e as tias acharam esquisito e completaram com "e enfim, tudo que eu quero", o que era uma mentira enorme e deslavada. É, eu era viciada em mamadeira. Mamei até os três anos nos pobres peitos da minha mãe (cara, ela tem leite até hoje. É sério. Eu ainda poderia mamar se quisesse, mas desconfio que pegaria meio mal) e continuei na mamadeira até uns sete. Chupeta também. Eu adoro chupetas.
TIRE IMEDIATAMENTE ESTE SORRISO MALICIOSO DA SUA CARA SUJA, MALDITO PERVERTIDO.
Este é um problema sério. Porque escrever chupeta é uma coisa esquisita pra mim, já que na minha terra (ou na minha casa) aquilo - o objeto plástico para bebês, que fique claro - é chamado de bico. Só que se eu escrever bico, tenho certeza que metade dos leitores vai me imaginar com uma fantasia de flamingo, o que não deve ser uma visão muito agradável. Então, sou obrigada a usar minha tecla *sap* e dizer chupeta, que tem duplo sentido.
Tudo isso pra dizer que "eu gosto do meu pai porque ele tem icq" não é tão ruim assim. Certo, pai?
.: Clara Averbuck :. 5:07 PM
Garota Joinha
Bom dia, vendedores ambulantes sem noção que passam com seus caminhões munidos de megafone vendendo manga debaixo da minha janela!
Bom dia, crianças que gritam e correm debaixo da minha janela!
Bom dia, ônibus que param debaixo da minha janela!
Bom dia, celular que toca debaixo do meu travesseiro!
Oh yeah! Que dia! Que sábado! Eu adoro isso! Yeah! YEAH, BABY!
Não costumo me apropriar das coisas dos outros assim, mas neste caso a única coisa que pode descrever o meu dia de hoje até agora é a Garota Joinha®, descoberta por este moço aqui.
Vai, Joinha!
.: Clara Averbuck :. 4:11 PM
Eu li em algum lugar que um cara queria casar com o playstation dele.
Então ninguém vai estranhar se eu disser que quero casar com o meu gato, né? Porque poxa, nós já moramos juntos e dormimos juntos e tudo. Quer dizer, tudo não. Zoofilia não é a minha praia. Mas enfim, temos um lar e dividimos os bens e a cama e ele tem seu próprio travesseiro. Não é tão estranho assim. Certo?
.: Clara Averbuck :. 5:06 AM
Tem um cara berrando "CLARAH!" na rua. Na verdade, é mais "GLARAHHH!", porque ele deve ter bebido bastante para berrar o meu nome debaixo da minha janela às cinco da manhã. Eu me recuso a olhar. Estou considerando seriamente parar de me gabar do meu endereço.
...
Vou jogar uma lata de whiskas neste mané se ele abrir a boca mais uma vez.
...
Pronto. Viu? É só ignorar. Deve ter dormido. Amanhã vai ter um idiota dormindo no meio do caminho pra padaria.
.: Clara Averbuck :. 4:35 AM
Cadernos cor-de-rosa peludinhos parte I
Eu tenho cadernos cor-de-rosa peludinhos. Milhares deles, de todos os tamanhos e tons. Eu adoro cadernos cor-de-rosa peludinhos e é neles que escrevo todas as coisas. Preciso escrever na hora em que as coisas aparecem na minha cabeça, e elas aparecem o tempo todo, e é por isso que eu sou cheia de cadernos cor-de-rosa peludinhos. Se eu morrer e o meu computador explodir, procurem tudo nos cadernos cor-de-rosa peludinhos. Duvido que alguém entenda a minha letra, porque eu psicografo as coisas, mas tudo bem. Então agora eu vou fazer a série dos cadernos cor-de-rosa peludinhos. Vou pegar vários textos perdidos e botar aqui, começando pelos últimos que escrevi no meu caderno cor-de-rosa peludinho novo que a minha mãe me deu. Eu li pro Joo agora e ele afofou a minha barriga. Eu sempre acho que ele está tentando dizer que me ama quando afofa minha barriga desse jeito.
Store in Fridge
Enfia na geladeira. Frio. Gelado. Sem sentir nada. Gelo queima, mas amortece a dor. Cansei. Cansei de acordar sozinha. Cansei de dormir sozinha. Cansei de dormir comigo. C.A.N.S.E.I. Cansada da minha vida. De ser pobre. De tocar todo mundo, mas ninguém me tocar. Cansei. Cansei de tudo. Cansei de mim. Não quero mais ver ninguém correndo de mim porque eu bagunço tudo. Não quero mais ver nada caindo, não quero mais castles made of sand falling in the sea. Não quero pensar nada, não quero sentir nada, não quero fazer nada. Só quero que pare. Congele. Store me in the fuckin fridge e se quiser me descongelar, é só me dar um beijo. Só isso. É tudo fácil. Care for me. I know you care for me. Não adianta ser lindo e me olhar desse jeito que me derrete e dizer que eu sou uma puta mulher se você não ficar comigo. So store me in the fuckin fridge e me tira quando quiser.
............
Até que a morte os separe
Esmagar a cabeça na parede. Abrir o crânio. Trepanação hardcore. Bater a cabeça na parede repetidamente até abrir. Até sair o cérebro. Até sangrar. Até parar a porra da dor. Até parar a porra da angústia e da vontade de vomitar. Até parar de doer dentro. Bater a cabeça repetidamente na parede até parar de sangrar. Até parar de sentir. Até a testa ficar roxa e o olhos tão vermelhos que não dá mais pra enxergar. Bater a cabeça até desmaiar. Até parar. Parar. Parar. Até parar de doer. Até parar. Até doer de novo. E de novo. E de novo e de novo até que a morte os separe.
..............
Eu acho que nunca vou mostrar meus cadernos cor-de-rosa peludinhos pro meu psicólatra.
.: Clara Averbuck :. 4:18 AM
Take it or leave it.
.: Clara Averbuck :. 12:28 AM
sexta-feira, março 22, 2002
É o seguinte: EU COUBE NA MINHA CALÇA AZUL
YYYYYYYYYYYYES!
Essa calça era uma referência. Quando eu estava obesa, ela não passava dos quadris. Hoje eu consegui vestir e FECHAR. FECHAR.
Fiquei TÃO feliz com isso que resolvi não matar acadmía hoje. Eu ia matar porque estou mole e com um certo soninho, mas caber na minha calça azul me deu gás pra correr até lá e deixar de ser preguiçosa. Eu sorri para todos. Para TODOS. Tá certo que eram 9'30 da noite de sexta e que não tinha muita gente por lá, mas eu SORRI. Eu fui SIMPÁTICA e fiquei vendo Dexter na TV sem som e escutando Lauryn Hill e cantando e suando e cabendo na minha calça azul mesmo sem estar usando.
Eu estava completamente na merda até umas duas semanas. Agora, parece que tudo está andando. My heart is beating like a long time ago, eu caibo na minha calça azul e traduzo Robert Crumb. Só falta uma coisa, mas não depende de mim.
Vou comemorar bebendo água. Muita água. Porque se eu voltar a beber como um marinheiro sem sexo, não vou mais caber na minha calça azul e tudo terá sido em vão. Então vou beber água na festa do Garagem. Tchau! :D
.: Clara Averbuck :. 11:50 PM
QUE BICHA FAMOSA É VOCÊ?
*MORRI*
Oquei. Por favor, visitem esse blog. Eu realmente passei mal de rir aqui. MAL. Engasguei. LOURA MÁ
Hsadasfgw
.: Clara Averbuck :. 10:51 PM
Teste de Fidelidade on line * Vai trabalhar, vagabundo
HA HA HA HA HA
*respira*
HA HA GAAAAAAAAAASP *engasga* COF COF HA HA
Oquei. As pessoas mudam.
.: Clara Averbuck :. 10:47 PM
Vai trabalhar, vagabundo * Quem você é na Malhação?
HA HA HA
É verdade, cara. É muito verdade. Por isso que eu tou rindo pra caralho. Não faço a mais puta idéia de quem seja a Nanda e achei ela feia bragarai, mas é verdade.
.: Clara Averbuck :. 10:43 PM
Entraram no meu blog procurando "dar+o+cu+sem+doer".
E "loiras+com+peitoes".
Porra.
.: Clara Averbuck :. 10:36 PM
Excuse me while I kiss this guy
Ontem eu resolvi me pentear depois de muitos meses. E pasmem, meu cabelo ficou semi liso exatamente como antes. Sensacional. Meu cabelo é tipo um arame. Se eu não penteio, fica crespo, e se eu penteio, fica liso com as pontas viradas pra cima. Ficou parecido com isso aí embaixo:
Na fota tem o link pro Kiss this guy. A história do site é genial: quando o cara ouvia Purple Haze, do Deus Negão Jimi From Outer Space, ao invés de "excuse me while I kiss the sky", ele... Oquei, você entendeu. Então ele fez esse site para os amigos surdos mandarem letras erradas e divertidas. É fera.
Lembrei de uma coisa. Ontem, quando eu saí da Conrad com o Fritz debaixo do braço, resolvi dar uma caminhada pela Aclimação, porque desconhecia totalmente o bairro. Mentira, na real eu me perdi. Me perdi big time. Mas foi legal, porque eu estava mesmo com vontade de caminhar. Andei ouvindo Fiona Apple no friozinho de fim de tarde e pensando em um bilhão de coisas e gostando de São Paulo, pra variar um pouquinho. Então eu vi uma rua chamada Urano. URANO! Tá, se fosse na Vila Madalena, onde existem as ruas Purpurina, Luminária, Simpatia e Girassol, tudo bem. Mas era em um lugar não-hippie. Daí eu fiquei imaginando existisse uma rua com aquele nome em algum país de língua inglesa e o cara pegasse um táxi.
- Where to, sir?
- Take me to Uranus, please.
Uranus. Ur anus. Your anus. Seu cu, sabe. Me leve para o seu cu. Eu ri. Mas eu sempre rio das minhas piadas idiotas.
.: Clara Averbuck :. 5:22 PM
By the way,
ACABOU A PORRA DO VERÃO ESTÚPIDO! EU ODEIO VERÃO! ODEIO CALOR! HAHA! FRIO! VIVA O FRIO!
YAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAY
.: Clara Averbuck :. 3:54 PM
Coluna do meio
Estava eu alegremente a traduzir quando notei que minhas coxas não estão mais sozinhas.
Sim, meus amigos!
Siiim!
Porque fazer parte do sexo feminino é assim: você se livra de onze quilos, consegue caber nas calças bem a tempo, sai com a barriga de fora pela primeira vez em seis meses e quando se dá conta, suas coxas estão listradas.
Lis-tra-das.
Virei uma porra de uma zebra.
Então, gostaria de fazer um coro bonito e afinado com todos os leitores ativos deste blog.
An, wan, trè, blin!
OLÁ, NOVAS ESTRIAS!
SEJAM BEM VINDAS!
.: Clara Averbuck :. 3:30 PM
To the boys in the window
Opá, estava só dando uma checadinha nos emails e aproveitei para vir aqui ser pessoal.
Eu andava me sentindo mal, mal, mal. Tava quietinha no cantinho, indo n'acadmía e escrevendo, sem muitas crises nem nada, mas estava sentindo um grande vazio.
Tem algumas pessoas que eu adoro aqui em São Paulo, mas todas são adultas e responsáveis e não podem se unir à FAT como eu, então, é raro conseguir ver alguém. Adriano-meu-partner-na-ONG, Alessandra-minha-versão-de-um-metro-e-meio, Bruno-meu-fotógrafo-oficial-talentoso-pra-caralho, Cami-que-trabalha-em-frente-à-minha-janela, Edufi-que-devia-mandar-todos-tomarem-no-cu-e-vir-na-minha-casa-me-visitar... São Paulo é foda, é uma merda, é grande demais e as pessoas trabalham demais e cansam demais e enlouquecem demais por causa dos outros. E ainda perguntam porque eu moro no meu umbigo.
Então eles surgiram. Os dois irromperam na minha casa e na minha vida e cara, as coisas ficaram muito, MUITO MELHORES. Tudo ficou melhor. Eles me fazem sentir bem pra caralho, estou me sentindo gostada enquanto gente de verdade de muita carne e alguns ossos. Porque eu só falo com os meus amigos por icq e email, e isso cansa, e às vezes eu quero ir pra um boteco e beber e conversar e olhar nos olhos e falar falar falar e ouvir ouvir ouvir, mas eles não podem, então eu fico sozinha. E eu cansei de ficar sozinha. Eu amo o Joo acima de todos os seres humanos do planeta, mas ele não gosta muito de sair. E eles gostam. E eles saem comigo e bebem comigo e riem comigo e de mim e pagam a minha conta porque sabem que eu sou pobre. E eles me falam umas coisas que me obrigam a rasgar um sorrisão gigante e acreditar neles with all my heart. Porque eles são foda. É, vocês mesmos. Vocês sabem. Eu adoro vocês, meninos. You brighten my life.
.: Clara Averbuck :. 3:18 AM
quinta-feira, março 21, 2002
Fritz the Cat
Responsabilidade. Pela primeira vez na vida, eu tenho um trabalho de responsabilidade nas minhas mãos.
Todo mundo conhece o Crumb, né?
É esse cara aqui.
Esse cara feio é um dos melhores cartunistas da história. Só isso. Ele é considerado o "pai" dos quadrinhos underground e o que ele produziu não é brincadeira®. O cara basicamente passou a vida chocando a sociedade americana conservadora e imbecil. Todas as pessoas deveriam ver um documentário sobre a vida dele cujo nome me foge agora porque eu estou morrendo de sono e não vou pesquisar. Todas as pessoas deveriam conhecer a Zap Comix. Todas as pessoas deveriam se ajoelhar perante o mestre. Porque o cara é mestre.
Eu vivo falando que sou uma mulher do Crumb. Você sabe, mulheres GRANDES.
Como a Devilgirl, por exemplo.
Se você acha que não conhece o Crumb, está enganado. Todo mundo conhece o Crumb, apenas não sabe. Deixe-me refrescar a sua memória de merda.
Este é o Mr. Natural.
Esta é a Angelfood McSpade.
Lembrou? Eu sabia.
Bom, é o seguinte. Eu vou traduzir três hq do Fritz the Cat. Três.
Eu, Clarah Averbuck Gomes, 22 anos e nenhum dinheiro, vou traduzir Robert Crumb. Acredite, estou me contendo neste momento para não ter um ataque e escrever tudo em caps, porque eu AMO o Crumb desde que me conheço por gente. É o trabalho mais legal da minha vida inteira. Só isso. E eu estou muito feliz pra caralho e se não estivesse morrendo de sono, sairia saltitando como o bambi pela casa.
Só que eu vou ter que escrever menos por aqui. Um pouco menos, porque preciso entregar o trabalho em uma semana. Então eu vou imediatamente ali dar uma trabalhadinha. E juro, juro que respondo todos os emails legais que recebi essa semana logo. Prometo. Lembrem-se que é tudo por uma boa causa.
CRUMB, cara. CRUMB.
.: Clara Averbuck :. 6:46 PM
Porra!
Como assim eu não sou a Rê Bordosa???
Qual personagem do Angeli você é ?
Humpf. Tudo errado. Teste mentiroso, bobo e feio.
.: Clara Averbuck :. 11:27 AM
Ele não existe. Não existe. Nada perto dele nunca existiu. Ele não existe. Ele não pode ousar existir. É covardia com qualquer outra pessoa de qualquer sexo. Ele não pode ter me levado no Pão de Açúcar pra comprar comida pro Ju. Não pode. Ele não pode ter dito pra Dona Leonilda que ama gatos. Não pode, é sério. Ele não pode me olhar de um jeito que ninguém nunca conseguiu olhar. Ele. Ele. Ele. Ele.
ELE!
Vou rasgar todas as coisas que escrevi hoje no caderno cor-de-rosa e pisar em cima e jogar no lixo. Não valem nada. Não quero que nada daquilo seja verdade. Não quero sentir nada daquilo. Não quero bater a cabeça na parede até sangrar. Não quero.
Eu só quero ele aqui comigo. Só isso.
ELE NÃO EXISTE.
NÃO.
EXISTE.
Existe sim. Ele existe. E é a pessoa mais foda que eu já conheci.
Vou ali bater a maior punheta da minha vida e dormir com o Ju. Porque eu posso esperar.
* Clarah Averbuck, seu reality show online 24h por dia
.: Clara Averbuck :. 4:13 AM
quarta-feira, março 20, 2002
You make me laugh
Agora existe um novo movimento na internet chamado "odiamos a Clarah porque ela pensa que é a Courtney Love". É, as pessoas realmente não têm mais nada pra fazer, então elas ficam linkando os blogs delas no meu e dizendo "Vejam! Ela é uma idiota!" e aumentando o número de visitas por aqui, ato nobre que me comove e que agradeço de coração.
Só tem uma coisa que eu não entendo: por que ninguém nunca se irritou comigo porque eu quero ser a Mae West? Eu quero muito mais ser a Mae West do que a Courtney Love. E eu também quero ser a Fiona Apple, a Jessica Rabbit, a PJ Harvey e a Angelina Jolie. E agora? Quantos movimentos surgirão? E se eu disser que isso tudo é força de expressão e que sou muito feliz sendo eu mesma? Vão me odiar também? Acho que vão me odiar mais ainda. "Vejam, ela é ela mesma! Que horror! Megalomaníaca! Ególatra!"
Vão aprender a jogar gamão, garotas. É bem mais produtivo.
.: Clara Averbuck :. 6:29 PM
Nina says
Do what you gotta do
Come on back see me when you can
Man I can understand how it might be
Kinda hard to love a girl like me
I don't blame you much for wanting to be free
I just wanted you to know
I've loved you better that your own kin did
From the very start it's my own fault
What happens to my heart
You see I've always known you'd go
So you just do what you gotta do
My wild sweet love
Though it may mean that I'll never kiss
Those sweet lips again
Pay that no mind
Find that dappled dream of yours
Come on back and see me when you can
Now I know it'll make you feel sad
And make you feel so bad
They say you don't treat me me like you should
They got ways to make you feels no good
I guess they got no way to know
I've had my eyes wide open from the start
And man you never lied to me
The part of you that they'll never see
Is the part you've shown to me
So you just do what you gotta do
My wild sweet love
Though it may mean that I'll never kiss
Those sweet lips again
Pay that no mind
Find that dappled dream of yours
Come on back and see me when you can
.: Clara Averbuck :. 1:43 PM
I want some steam on my clothes
Mais cinco minutinhos, tudo correndo, tenho que ir. E eu vim pro quarto comer bebês cenouras no escuro, porque a luz é quente demais. Comendo bebês cenouras e bebendo chá de hortelã e ouvindo Nina Simone.
Love is like an amoeba. Eu disse isso há muito tempo atrás. Vou fazer uma camiseta.
Estou aproveitando para treinar minha nova profissão: stripper. Eu tinha prometido falar disso aqui, mas fui interrompida.
Então eu fico ouvindo Do I Move You, Blues For Mama, I Want A Little Sugar In My Bowl e In the Dark e rebolando pela casa com meu sapato de stripper. Acaba de me ocorrer que eu nem preciso virar stripper, é só instalar webcams pela casa, ha ha. Mas sério. Eu vou virar stripper. Como ainda não estou 100%, vou treinar pela casa e mendigar. Assim: enquanto meu livro não sai e vende (não estou tão certa quanto a segunda parte, mas vá lá), preciso arrumar dinheiro de alguma maneira. Essa porra de blog tem 500 acessos por dia e ninguém me dá uma coluna idiota em lugar nenhum, porque devem achar que eu só sei falar sobre o meu umbigo. Ei, eu sei falar sobre outras coisas também, só que aqui, como é o MEU DIÁRIO, Groo faz o que Groo faz melhor. De qualquer forma, não sei quem foi que disse que umbiguismo não vende. Bukowski. Bukowski, caralho. Mas tudo bem. A questão é que eu não quero e não vou trabalhar. Meu trabalho é escrever e eu me recuso a gastar minhas palavras em coisas idiotas. A única coisa que eu faria tão prazeirosamente quanto escrever seria cantar, e eu não vou ganhar dinheiro cantando tão cedo. Então, vou escrever como uma demente e virar um reality show de mim mesma. E fazer strip, claro. Se bem que eu já faço. When I write, I strip. Só que é de graça. O que não é de graça, que são os eventuais freelas, não é suficiente pra pagar o aluguel, nem o telefone, nem a luz, nem a comida dos gatos e nem meus pequenos caprichos. E eu preciso disso tudo pra poder escrever.
Eu ia botar o número da minha conta aqui e pedir doações espontâneas, mas tenho a impressão que não me levariam a sério.
.: Clara Averbuck :. 1:12 PM
Purple Rain
Ontem fui pr'acadmía de cabelo roxo. Oquei, nem vou comentar a cara das pessoas. /Ignore. Bicicleta. Dez minutos de pedalação e eu começo a suar. Limpo o suor com as costas da mão e me dou conta que meu suor está roxo. A porra da tinta começou a escorrer com o suor. Foi patético. As pessoas evitavam olhar, o que era de certo modo interessante. Quarenta e cinco minutos depois, dei uma passadinha no banheiro para lavar o rosto e vi a cena no espelho. Mãos, pescoço, testa, orelhas, tudo roxo. Rapaz, eu parecia aquele monstro roxo de gelatina amigo do Ronald McDonald. Uma lindeza. Lavei o que pude, arranquei umas toalhas de papel e levei comigo pra esteira. A pessoa sua muito mais na esteira do que na bicicleta, sabe. Então eu escorrrrriiiia e secava com as toalhas de papel. Um bolo delas, todas roxas. As pessoas estão começando a se acostumar comigo. E eu estou ficando de saco muito cheio pra caralho daquela merda. Agora eles inventaram de encher a cadmía de anúncios, coisas como "venha malhar nas melhores bicicletas do mundo (!?)" e "Body Pump: The fastest way IN THE UNIVERSE to get in shape". Tem o do Body Combat também, mas esse eu não decorei. E tem de várias outras coisas que eu provavelmente bloqueei. Deus, que inferno. Não basta ser uma cadmía, tem que ser uma cadmía poluída visualmente? Nãããã. Que infeeeerno. Eu não quero mais aquele lugar. Não quero. Mas ainda faltam quatro quilos. Quatro. Força, garota. Onze já se foram. Onze. Vocês têm noção do que é perder ONZE quilos? Small victories, my friend. Nada como caber nas próprias roupas.
.: Clara Averbuck :. 1:12 PM
terça-feira, março 19, 2002
Dia mundial dos Insights
4AM
Hoje é o dia mundial dos insights.
Porque eu acabei de entender tudo. TUDO. TU-DO. Descobri a origem de tudo que eu faço. E, mais uma vez, o culpado é o meu pai.
(Hoi, pai. Já comentei que meu pai lê o blog? A minha mãe também. Alô, mamãe)
Não sei quantos de vocês conhecem o meu pai, mas garanto que todos deveriam. O nome dele é Hique Gomez e, junto com o Nico Nicolaiwsky, faz uma peça chamada Tangos & Tragédias, que existe desde 1984 e já passou por todas as capitais do Brasil aproximadamente cento e quarenta e sete vezes, além de ter dado um LAÇO naquele mala do Jô Soares umas sete ou oito vezes. Sete ou oito vezes no programa do Jô, cara. E não deixando ele falar, esta é a melhor parte. Deve ser um recorde.
Deixa eu explicar para o leitor ignorante que não sabe do que se trata.
Kraunus Sang e Maestro Pletzkaya vieram da Sbørnia, uma ilha flutuante que desgrudou-se do continente após sucessivas explosões nucleares mal-sucedidas. Ou bem-fracassadas. Você pode encontrar mais informações sobre este maravilhoso país aqui, porque eu não vou ficar explicando. O importante é que Sbørnia tem a Grande Lixeira Cultural, para onde vão todas as coisas que já saíram de moda, de Yahoo (não o portal) a Alvarenga e Ranchinho. De Villa-Lobos até Vicente Celestino.
Vicente Celestino.
VICENTE CELESTINO, MEUS AMIGOS.
FOI ELE QUE ME DEIXOU ASSIM.
Eu fui exposta ao Vicente Celestino JOVEM DEMAIS e virei esta criatura dramática. É sério. Eu fui contaminada muito cedo. Vejam com o que a pobre Clarinha teve contato desde a mais tenra idade.
Tu disseste em juramento
Entre o véu do esquecimento
Que meu nome é uma visão
Tu tiveste a impiedade
De sorrir desta saudade
Que me mata o coração
Se um retrato tu me deste
Foi zombando, tu disseste
Do amor que te ofertei
E eu em lágrimas desfeito
Quantas vezes junto ao peito
O teu retrato conservei
Pensei também ser ingrato
Meu coração bem vês, já não te quer
Eu ontem rasguei o teu retrato
Ajoelhado aos pés de outra mulher
Eu que tanto te queria
Eu que tive a covardia
De chorar este amargor
Trago aqui despedaçado
Teu retrato, pois vingado
Hoje está o meu amor
As sentenças são extremas
Faço o mesmo aos meius poemas
Rasgo os versos que te fiz
Não te comova o meu pranto
Pois quem tem amou tanto, tanto
Foi um doido, um infeliz
Eu ontem rasguei teu retrato
Ajoelhado aos pés de outra mulher
Ha, e essa é das leves. Esse filho da puta era maravilhoso. Dolorosamente maravilhoso. Na verdade, essa nem foi escrita por ele, mas pelo Cândido das Neves, que também escreveu Noite Cheia de Estrelas, uma música fo-da. Tenho certeza que você já ouviu Coração Materno, onde o sujeito apaixonado, a pedido de sua amada, arranca o coração da mãe velhinha que rezava aos pés do altar. O Caetano gravou no Panis at Circencis. E tenho mais certeza ainda que você já ouviu O Ébrio. Inclusive, se você for meu amigo, as chances de ter ouvido DE MIM são enormes. Eu sempre ficava cambaleando e cantando "sooooornei-me um évrio e na vevida eu vusssco esgueceeeeeeer aquele ingrato que eu amava e gue me abanzonooou" na época em que eu era uma ébria e tentava esquecer o ingrato que eu amava e que me abandonou.
Mas não pára por aí, nããão.
Vocês já viram o tipo de humor daqueles dois? Digo, do Tangos & do Tragédias.
...
Drama.
Humor.
Drama e humor.
Máquina de Pinball.
Meu deus, eu realmente sou a filha do Tangos & Tragédias. Sim, porque é que nem a Sandy e o Xúnior, que são filhos do Xi(chi?)tãozinho e do Cho(xo?)roró. É simbólico. Todas as piadinhas durante a minha vida escolar tiveram um fundo de verdade.
Estou pasma com a obviedade disso. Como eu demorei tanto tempo para me dar conta? Ainda bem que parei com as dogras.
Oh sim, in case you're wondering, eu tenho o sobrenome do meu pai também. Eu sou Averbuck Gomes. Como eles tiveram coragem de fazer isto comigo? Ainda por cima, Gomes é o meu último nome, então eu sempre acabo virando Clarah A. Gomes. Eu odeio isso. Me chamavam de "Miss Gomes" em Montana, quando trabalhei de voluntária para cuidar de crianças. Sim, eu fiz isso. Eu gosto de crianças. Especialmente entre 7-10 anos, quando são mais espertinhas e menos metidas a pré-adolescentes. Por favor, não me perguntem o que eu estava fazendo em Montana, oquei? Deus, quanto tédio naquele lugar. A lavanderia era o lugar mais excitante da cidade. Com mais movimento, você sabe. A pessoa mais legal que conheci lá foi um urso que vi no Yellowstone Park. Não era o Zé Colmeia. Teve também um búfalo, mas ele não era exatamente comunicativo e ficou irritado com a câmera do meu pai. Eu também ficava irritada com a câmera do meu pai. Puta merda. Ele filmava tudo. Ele invadia os lugares e perseguia as pessoas com aquela porra daquela câmera. Um dia eu estava me vestindo e ele irrompeu no quarto e todos os hóspedes ruivos me viram sem roupas. Não que eu me importe, mas eles eram americanos e ficaram terrivelmente constrangidos.
Eu fico impressionada com a minha capacidade de fugir involuntariamente dos assuntos.
E agora eu estou ouvindo meu cd do Vicente Celestino. O ideal seria vinil. Vicente Celestino sem chiado fica esquisito, mas meus vinis estão... Esquece. E todas as letras são maravilhosas. E eu quero chorar de tão linda que é a dor dele. A dor da voz dele. Ele foi encarnação da dor de cotovelo. E o Lupicínio, do corno rancoroso. Mas no momento, quero muita distância de cornos rancorosos. Se bem que morto não tem problema, ha ha. MORTOS DEVOLVEM AS COISAS DAS PESSOAS.
Anotação mental #247 - este ano eu vou aprender a falar italiano. Na itália, de preferência.
Ops. Chorei. Uma lagriminha só. Mas foi por causa dele. Digo, do Vicente Celestino. Ele é muito foda. Ele é da época em que morria-se de amor. Bom, morria-se até de vento naquela época, mas tudo bem. Morria-se de amor.
Acho que eu nasci na época errada.
Mas agora eu vou dormir e tentar esquecer que minha janta foi um tomate e uma barrinha de cereais. Ê, vidão! Bom, como se eu fosse comer de qualquer forma. Eu jamais gastaria fortunas em um restaurante francês, comendo coisas esquisitas e pequenas e caras. Também não preciso ficar no extremo oposto, que é o tomate, mas enfim. Às vezes a gente tem que agüentar algumas coisas.
.: Clara Averbuck :. 4:20 PM
Jukebox
2AM
Ano passado, ganhei um presente muito foda de um garoto igualmente foda. O nome dele é Ulisses. Olá, Ulisses. Alô, Ulisses. Uh la lá, Ulisses! Ok, estou com um pouco de sono e meu computador, apesar de ligar, não conecta. Não sei o que houve. Não sei se quero descobrir que o meu modem queimou só porque o speedy não está funcionando e eu nunca mais vou poder conectar. Então, estou sentadinha no meu quarto escrevendo de madrugada para postar no dia seguinte, porque sou a abobadinha do blog que fica pensando e escrevendo tudo em formato de posts. Mas então, o Ulisses, além de tocar a versão dos Dirty Hippies de A Little Respect no programa de rádio dele (que se chama Jukebox e é transmitido pela Gerais FM, de BH) foi lá na Bizarre me entregar um dos presentes mais legais que já ganhei: uma compilação feita por ele que tem nada mais nada menos que
Allen Ginsberg - The Ballad Of The Skelletons
Allen Ginsberg - Amazing Grace
Sim, AQUELE Allen Ginsberg, aquele velhinho adorável. Foi a última coisa que ele fez antes de morrer. Muito foda. É de chorar. Ele cantando Amazing Grace é de chorar. Quer dizer, eu choro.
E ainda tem outras coisas muito legais, como Maniac, uma música da PJ Harvey que eu desconhecia, Dirty Hippies tocando de cortina do programa dele, Black Rebel Motorcycle Club, April Stevens (eu ainda vou fazer a minha aversão de Teach Me Tiger) e Confessions Of A Star.
Estava agora mesmo ouvindo o cd pela milésima vez quando me dei conta que nunca agradeci ao Ulisses pelo puta presente. E achei que era um bom momento.
ULISSES! MUITO OBRIGADA. Que presente do caralho. Eu amo este cd e levo junto para todos os lugares e fico infernizando as pessoas e obrigando-as a ouvir The Ballad Of The Skelletons duzentas e dezessete vezes e recitando junto.
Espero que o agradecimento público amenize o meu esquecimento.
.: Clara Averbuck :. 4:17 PM
EU NAMOREI COM O SENHOR BURNS
1AM
Tive um momento iluminado enquanto falava com meu melhor amigo que vai morar na Holanda: eu namorei o Senhor Burns. Durante um ano da minha vida, eu namorei o Senhor Burns. Ele só tinha dois livros em casa: Aviões de Guerra I e II. É sério, não ria. Isso sem contar o TENEBROSO gosto musical daquela pessoa. Deus, que pesadelo. Foi a pior coisa que já me aconteceu. Ele não queria que eu escrevesse. Vou repetir bem devagar pra ter certeza que todo mundo entendeu: Ele. Não. Queria. Que. Eu. Escrevesse. Tinha ciúmes. Pode? Pode, claro que pode. Mas não pode. Só que ele conseguiu. O filho da puta me travava de tal maneira que chegou uma hora que eu simplesmente não conseguia mais escrever. Travou tudo. Eu também não saía mais de casa, nem via meus meus amigos, nem cantava nem tocava e nem respirava muito senão ele tinha crises de ciúmes. Ele queria casar e ter filhos e que eu fosse uma esposa normal e dedicada. Com 19 anos. Doente. Pessoa doente. A explicação para aquilo é BAD KARMA. Very very muito bad karma pra caralho. Eu tentava fugir, mas tinha alguma coisa que me fazia voltar. Acho que era sexo. Sim, porque alguma coisa ele tinha que saber fazer direito.
Procuro não pensar muito nisso. É muito, muito ruim mesmo. Fico me perguntando bem grande, com todas as interrogações do universo:
COMO EU PUDE ABDICAR DE MIM POR CAUSA DE UMA PESSOA QUE PARECE O JOVEM SENHOR BURNS??????????????????????????????????? COMO??????????????????????????????????
Sabe, eu já fui estuprada (por favor, sem emails compassivos), já fui bêbada e junkie aos 16 anos, já tomei os maiores pés na bunda da história, mas nada disso chega perto do inferno que foi namorar com o Jovem Senhor Burns. Não vou entrar em detalhes porque não quero nem lembrar. Se recordar for mesmo viver, uma vez foi mais do que suficiente.
Não odeio muita gente. Aliás, não odeio ninguém. Ignorar tacitamente é mais fácil, menos cansativo e mais eficiente. Mas eu juro que se visse o Jovem Senhor Burns na rua, dava-lhe uma coça. Ele merece. E eu também.
.: Clara Averbuck :. 4:15 PM
Oquei, tenho que ser muito rápida.
Estou usando o computador alheio. O notebuck se recusa. Greve. Vai ver aprendeu comigo.
.: Clara Averbuck :. 4:12 PM
segunda-feira, março 18, 2002
Purple
Depois de um grande esforço para manter minhas madeixas douradas e saudáveis, tive um ataque e pintei o cabelo de roxo. Na verdade, pintei o cabelo, as mãos, as unhas, as orelhas e boa parte do pescoço, além da pia e do box do banheiro. Sem esquecer, é claro, da toalha. Uma maravilha. Mas foda-se, ficou trimmmassa.
.: Clara Averbuck :. 3:56 PM
Oh, claro.
Meu melhor amigo vai morar na Holanda. NA HOLANDA.
Minha garota mora na Inglaterra.
Minhas soulsisters estão em Porto Alegre, que é mais perto mas é longe pra caralho de qualquer maneira.
Certo. Eu tenho que sair daqui. LOGO.
.: Clara Averbuck :. 1:00 PM
I ain't gonna face no defeat
Olha, eu não sei o que está acontecendo comigo.
Fora o fato de que tenho $5 na carteira - porque gastei a doação que meu amigo fez no sábado comprando comida pra mim e pras crianças e produtos de limpeza porque a minha casa está xuja -, eu estou nas nuvens.
Ele diz que é complicado. E é. E dói um pouquinho ouvir "cê acha que eu sou louco de ficar com você?", mas eu agüento. Porque sei que ele vai ficar comigo. Eu sei.
Ele tem que ficar comigo. Digam pra ele ficar comigo!
Eu achava que nunca mais ia sentir isso. Mas quando olhei pra ele, aconteceu alguma coisa. Não sei explicar. Não sei. Bateu. Eu sei muito bem quando estou inventando aditivos para a pessoa ficar mais divertida e quando é de verdade. Dessa vez eu não inventei nada, simplesmente porque não fazia a mais puta idéia do que aconteceria. Mas aconteceu. E quando ele disse que o meu cabelo estava bonito me olhando muito muito pertinho e mexeu em um cachinho, eu tremi. Tremi e me senti a mulher mais linda e mais foda do universo porque estava ali com ele. E eu fiquei com um sorriso rasgado na boca por dois dias consecutivos. E eu não quero que isso passe nem pare nem diminua e nem que ele saia de perto de mim. Ontem, quando ele foi embora correndo, ficou um grande vazio que durou até eu decidir sair da cama. Tem que dar certo. Não é tão difícil. As coisas não dão certo porque eu fodo tudo. Mas dessa vez, não vou foder. Eu prometo. It's written.
[e vocês achavam que eu me expunha muito, hein? ha ha ha]
.: Clara Averbuck :. 11:56 AM
Will aver ever be back to buck?©mp 2000
Eu sou a pessoa mais engenhosa do mundo. Quer dizer, quantas pessoas você conhece que conseguem improvisar um O.B. com fio dental e algodão, fazer uma poltrona confortável usando nada além de MALAS cheias de roupa de cama e montar uma mesa com caixas de correio e uma porta de armário? Assuma, eu sou a porra do Mc Gaiver doméstico. Nem preciso de dinheiro. Me dêem durepóxi, um isqueiro e três nacos de madeira que eu monto todo um enxoval. Sem contar que depois eu posso mandar tudo pra Bienal, ha ha. Seria sensacional. Eu poderia colocar nomes como "Ciclo virtuso" ou "Tratorzinho II". É isso. Eu vou fazer isso. Estou falando sério.
.: Clara Averbuck :. 10:31 AM
Descoberta do dia
Não dormir é MUITO MENOS cansativo do que dormir pouco e mal.
Tudo dói.
Vou ali comprar cigarros e comida para os gatos e amaciante e desinfetante e sacos de lixo.
.: Clara Averbuck :. 9:15 AM
A faxineira não veio de novo. Puta que pariu.
Alguém tem um aspirador pra emprestar?
.: Clara Averbuck :. 8:22 AM
Só o Seu Catarro Verde pra me fazer rir a esta hora.
Obrigada, Seu Catarro Verde. ( x )
.: Clara Averbuck :. 8:00 AM
Ain't got no/ I got life
Eu só queria saber porque quando uma coisa dá errado, sempre vem uma cachoeira de merdas atrás. Só isso.
Eu só queria saber porque a minha vida nunca pode ser simples.
Eu só queria conseguir entender porque as pessoas inventam de fazer merda no meio da noite só pra incomodar. Não podia deixar pra get caught umas três horas depois? Mané. Tem gente que não consegue nem fazer merda direito, ha ha.
Eu só queria saber o que estou fazendo acordada às seis da manhã. Oh, claro: não consegui dormir direito, então não é como se estivesse realmente acordando. Eu simplesmente rolei e rolei e suei e suei e esperei que alguma solução genial aparecesse.
Não apareceu.
Não deu pra resolver o problema apagando a luz e indo dormir, como o senhor Bandini.
Continuo esperando que algum dia eu dê risada disso tudo, enquanto beberico champagne em uma piscina na minha cobertura em NY e comemoro meus bestsellers e discos de platina junto com meus doze gatos sem raça, obviamente achados nas ruas.
Mas ei, não pode ser tão ruim assim: ele existe.
Thank you, boy. *smack*
.: Clara Averbuck :. 6:48 AM
domingo, março 17, 2002
MEU NARIZ É TORTO PRA CARALHO!
Eu & a Minha Garota, pela primeira vez neste blog. :~
.: Clara Averbuck :. 5:57 AM
A gente somos inútel
Daí eu fiquei em casa sendo nerd e brincando de botar e tirar a roupa da minha modela virtual (já que ninguém faz isso comigo, ha ha). Tinha lá no blog divertido do Fiago Capanema (ele roubou do Pulso Único e eu roubei dele). Alinhás, o Fiago é de alguma forma parente do Rafael Capanema, que além de ser o bicho estranho do meu teste de bicho estranho e ter feito uma carinha triste, uôuôuôuô, triste porque eu não fiz os testes dele, tem um blog também divertido. Eu nunca falo de blogs dos outros aqui porque não tenho muita paciência pra ler, já que passo o tempo todo concentrada no meu umbigo, mas os do clã Capanema são legais.
Mas então, a minha modela.
Ficou bem parecida, só que eu tenho mais perna. Eu sou a pessoa desproporcional que tem um metro de perna. Pensa bem, sobram só setenta e três centímetros pro tronco. Então ela parece meio cambota perto de mim, a gigantona das pernas longas. Esse cabelo também tá meio foda, porque só tem liso, rastafari (!) ou black power. Eles ignoram pessoas de cabelos revoltos como eu. Mas tá parecida, tá parecida. Não quis deixar a menina pelada, então achei umas coisas que eu usaria na loja da Guess, que foi a única que eu consegui entrar antes de dar pau no servidor lá deles. Sabe como é mulher: quando quer esquecer alguma coisa, vai lá e estoura os cartões no chópem. Como eu sou pobre (até quando, senhor?), não possuo cartões de crédito (como cobiço) e tenho -3,90 no banco (que vergonha), experimentei simplesmente todas as roupas da loja. Mas ninguém quer ver todas as roupas da loja, correto? Imaginei.
Dá pra notar que eu realmente não tenho nada pra fazer hoje? Eu só quero que o tempo passe. Vou até dormir. Dormir. Sábado. Não estou com a mais ínfima vontade de deixar o lar. Vou ficar aqui tentando limpar a sujeira que os móveis que achei no lixo ontem fizeram na minha casa e brincando com a minha modela virtual. Nunca pensei que farelo de compensado grudasse tanto em carpete, vou te contar.
Yadda yadda yadda, e eu ainda não consegui tirar este grande sorriso da minha cara.
.: Clara Averbuck :. 3:34 AM
sábado, março 16, 2002
1. Nobody's fault but mine
2. I get along without you very well
3. Come ye
4. In the morning
5. Ain't got no / I got life
6. Do I move you <<<
7. Sunday in savannah
8. Why
9. Mississippi goddam
10. In love in vain
11. Man with a horn
12. I loves you Porgy
13. I'll look around
14. Music for lovers
15. Ain't got no / I got life
16. Take my hand precious lord
.: Clara Averbuck :. 6:05 PM
Ah, os meus amigos. Como eu sinto falta deste filho da puta.
DiE4YoU(16:25 PM) :
o meu
eu vou fazer um sexo e já volto
Lady Averbuck(16:25 PM) :
tá
.: Clara Averbuck :. 4:24 PM
Não, não, tudo errado.
É a minha vida bizarra. Até eu tinha esquecido. Na minha vida bizarra, nada funciona direito.
É assim: em algum momento, dá merda. Daí eu vou lá e escrevo escrevo escrevo escrevo até murchar. E fica melhor do que tudo que eu já escrevi antes. Quanto mais me fodo, mais escrevo. Algumas pessoas nascem com isso e não dá pra fugir.
Quando é que eu vou aprender a usar o freio?
.: Clara Averbuck :. 2:15 PM
Quatro minutinhos
Completamente fodida por ele. Com o cheiro dele em todos os meus poros. Em todas as minhas veias. Na minha boca. Em mim toda. Completamente fodida por ele. E ainda tem esse sorriso imbecil na minha cara que nunca mais, nunca mais vai sair. O cheiro dele. Os olhos dele. Meus deus, os olhos dele. Acho que eu desenhei esse cara pra mim. Os olhos dele, o rosto dele, o gosto dele. O que ele me faz sentir eu achava que nunca mais ia sentir. Nunca. E senti, e sinto, e parece que nunca vai parar.
Estou completamente fodida por ele.
Com-ple-ta-men-te.
.
.
.
Volta aqui. Agora.
.: Clara Averbuck :. 6:15 AM
F O D E U.
é sério.
.: Clara Averbuck :. 2:53 AM
sexta-feira, março 15, 2002
Adoro tempestades. Adoro o cheiro de terra molhada. Adoro as gotinhas geladas no meu rosto e o barulho da água caindo no chão e batendo na janela.
Pretendia sair de casa para comer alguma coisa por agora, mas meu caiaque está quebrado. Sim, porque minha rua virou um córrego.
Isso não é legal.
Mas eu adoro tempestades.
.: Clara Averbuck :. 4:43 PM
Pergunte ao Pó
Um noite eu estava sentado na cama do meu quarto de hotel em Bunker Hill, bem no centro de Los Angeles. Era uma noite importante na minha vida porque eu tinha que tomar uma decisão sobre o hotel: ou pagava, ou me mandava. Era isso que o bilhete dizia, o bilhete que a Landlady enfiou por baixo da porta. Um grande problema, que mereceia muita atenção. Resolvi o problema apagando a luz e indo pra cama.
~Ora, quem. John Fante, o meu amado John Fante.
Oquei. A minha Landlady não enfiou um bilhete debaixo da minha porta, provavelmente porque ela tem mais ou menos uns 108 anos e não consegue subir escadas, então ela ligou. Queria fazer uma proposta: se a gente saísse até o fim do mês, ela perdoava os três aluguéis atrasados. Peraí, Dona Landlady, três??? A senhora bebeu? São só dois. E isso porque o boleto de março ainda não chegou. Como se eu tivesse dinheiro pra pagar, haha. Mas tudo bem. Eu vou na imobiliária depois ver o que dá pra fazer.
Um dia eu ainda vou rir disso tudo.
.: Clara Averbuck :. 12:09 PM
My niggas and my bitches
Hoi!
15 de março, 12'45am. Estou de greve. Mas ei, quem disse que não posso escrever e postar tudo depois? É minha greve, afinal de contas.
Hoje o dia n'acadmía foi ridículo. As coisas ficaram totalmente triviais depois que o OE sumiu, então o que dá pra fazer é ouvir Nirvana bem alto e cantar e assistir tv ao mesmo tempo. O problema é que não tem som, mas para pessoas sem televisão como eu, está ótimo: leio as legendas e os lábios e tudo fica bem. É inclusive melhor do que se os filmes fossem dublados. Fiquei bem feliz porque estava passando "Tudo que você sempre quis saber sobre sexo...", do bom e velho Woody Allen, mas aconteceu alguma coisa e mudaram para um filme que envolvia a máfia chinesa, monstros malfeitos, efeitos horrendos e o Kurt Russel de mullet. Meu saco está cheio daquele lugar, mas entre ficar de saco cheio e caber nas minhas calças, (x) b.
Estou ouvindo as minhas negas. Isso porque o Alex Antunes aproveitou meu momento sonolento e me persuadiu a aceitar a maluquice de fazer uma participação no show dele domingo, no café concerto Uranus. Acontece que eu nunca toquei com ninguém nesta cidade e não tenho a mais puta idéia do que vou fazer. Só isso. Conheço um pessoal do róque, mas agora eu cismei em soltar a brazileira!preta e cantar jazz. Eu sou uma negra cantora de jazz. Eu tenho 111kg e canto na igreja e falo mexendo o pescoço com o dedo em riste e a outra mão na cintura. Yeah, I wish.
Ninguém bota fé na minha voz. Mas isso pode ser bem legal, porque as pessoas acabam ficando surpresas e a cara de incredulidade que elas fazem é impagável. Esse negócio de achar que as pessoas só podem fazer UMA coisa bem deve ter algo a ver com espaços limitados no cartão de visitas, sei lá. Não, negrinho. Eu canto e escrevo, desculpe. E acho que faço as duas coisas bem. Mas deixa quieto, até porque o site onde as músicas estavam foi consumido pelo nada.
Então o setlist do momento é o seguinte:
Billie Holiday - All Of Me
Elza Soares - Cadeira Vazia
Eu mesma - Why Don't You Do Right?
Blossom Dearie - Peel Me A Grape
Nina Simone - Baltimore
Todas elas, com exceção, claro, de mim mesma, me fazem chorar e arrepiam até a sobrancelha da pessoa.
Cara, quando eu começo a ouvir as minhas negas assim, todas juntas... Ouch. Help me god.
Acabei de chegar no fundo do poço. Estou ouvindo The Platters. The Platters. A Ciça diz que quando a pessoa ouve The Platters, fodeu.
Acho que fodeu.
Aumentei o setlist. Botei umas coisas no meio das minhas negras, senão eu ia acabar derretendo.
Erykah Badu - On & On (acapella)
George Michael - Tonight (a gente já conversa sobre isso)
Marvin Gaye - Sexual Healing
Zombies - Time Of The Season
Madonna - Sooner or Later
Sting - Someone To Watch Over me (sen-sa-cio-nal. Ele devia viver de cover)
The Platters - Only You
Ronnetes - Then He Kissed Me
Roberta Flack - Killing Me Softly
Erykah Badu - Certainly
The Platters - Earth Angel
Então, o George. Bom, já admiti que ainda gosto de Skid Row, assumir que acho o George Michael um gênio não vai fazer a menor diferença, já que a minha credibilidade foi pra banha. Eu amo o George. Tenho todos os discos dele, e pode incluir aí aqueles do Wham!, da época de Careless Whisper, quando ele fazia luzes e escova. Sei praticamente todas as letras de todos os discos dele. Acho o cara foda. Dá licença. Tenho certeza que você que torceu o nariz não conhece metade do que o cara fez, então pode ir destorcendo esse seu nariz estúpido. Ou não, cada um faz o que bem entender com o seu nariz. E eu vou enfiar o meu no travesseiro agora mesmo, enquanto termino de ouvir minha fabulosa playlist. Boa noite.
.: Clara Averbuck :. 11:22 AM
Ok, ok. Eu paro. Não adiantou nada mesmo.
MODO GREVE OFF
.: Clara Averbuck :. 11:22 AM
quinta-feira, março 14, 2002
.
.: Clara Averbuck :. 6:18 PM
Direitos do cidadão
Aí, tou de greve.
Só volto a publicar quando o ... Enfim, quando me cederem cinco minutinhos.
Eu poderia dar um email para reclamações, mas eu não sou tão sacana.
Tchau.
.: Clara Averbuck :. 6:14 PM
Já que estamos passando pelo momento nostalgia, deixa eu mostrar uma coisinha pra vocês.
Clarinha, pin-up wannabe desde 26 de maio de 1979
.: Clara Averbuck :. 3:46 PM
Back to the roots
Certo, pode me execrar se quiser. Mas sabe o que eu estou baixando no WinMX?
SKID ROW.
TOCANDO KISS.
C'mon and love me.
Cara, isso tudo marcou a minha adolescência de tal forma que ninguém pode imaginar. Quer dizer, eu comecei a ouvir Ramones porque o Rachel Bolan usava camisetas dos Ramones. Meu caminho é torto.E negociguintch, eu assumo e não nego o meu passado. Até porque eu tinha doze, treze anos. Quem vai condenar uma criança de treze anos por ser adepta do HAIR METAL? Depois eu encontrei o caminho da luz, mas meu amigo, jamais estaremos livres das primeiras bandas que gostamos.
Eu nem tento fugir.
.: Clara Averbuck :. 2:37 PM
"LOGO"
argh!
.: Clara Averbuck :. 12:21 PM
Da série "meu deus, parem de perguntar"
Porque não coloco comments no meu blog
1. Não gosto de engraçadinhos escondidos atrás de apelidos estúpidos declarando o que não teriam culhão de escrever por email, que é o equivalente a falar "na cara".
2. Não quero saber se alguém concorda ou discorda com o que escrevo no meu diário. Quem realmente tiver algo a dizer, vai dar um jeito. Ninguém me paga para fazer isto, não tenho anunciantes, não devo nada a ninguém, então me reservo o direito de ser a pequena ditadora do pedaço. Era só o que me faltava alguém querendo me dizer o que fazer por aqui.
3. A possibilidade de virar uma barafunda é enorme.
4. Não sou afim de discutir. Eu sei que "a fim" é separado, mas me recuso porque é feio. Quando começo a discutir, exijo argumentos. E como grande parte das pessoas não trabalha com argumentos, dá merda, eu mordo as bochechas e fico tensa e vermelha e falo alto e às vezes até mato.
5. Isto não é uma página interativa. É minha. Fim.
Voltamos a nossa programação normal. Obrigada pela atenção.
Equipe brazileira!preta©2001
.: Clara Averbuck :. 3:31 AM
Meu deus. Eu preciso me acalmar. Vou tomar um banho gelado.
.: Clara Averbuck :. 3:11 AM
quarta-feira, março 13, 2002
Eu transpiro.
Uh.
Ele também transpira.
.: Clara Averbuck :. 6:20 PM
Mister G.G. Allen Patton
Não sei se já comentei que o Michael Allen Patton, mais conhecido por aí como Mike Patton, é um dos meus ídolos-mor. Não, né? Então, ele é. Eu tenho uma tatuagem do Mr. Bungle. Eu achava que era o Mike Patton quando tinha 12 anos. Eu me vestia como ele e tentava cantar como ele. The Real Thing foi o primeiro disco a mudar minha vida. Mas isso tudo não importa. O que importa neste momento é que o Mr. Patton foi preso pela primeira vez no sábado, dia 10. Inacreditável, porque ele passou a vida pública inteira fazendo merda. Eu poderia falar sobre Tomahawk e Mr. Bungle e Fantômas e Peeping Tom e das incursões dele com as inacreditáveis meninas do Melt Banana e mais os outros milhares de projetos onde ele vive se metendo.
Mas simplesmente não consigo esperar.
Mike "G G Allen" Patton urina alegremente nos fotógrafos no último sábado, dia 10, em pleno London Astoria.
Eu casaria com o Mike Patton. Mesmo que ele mijasse nas visitas e nas crianças. Mesmo que ele esteja virando o GG Allin. Tudo bem. Sério, eu não me importo.
.: Clara Averbuck :. 4:47 PM
Ops, dormi. Até agora.
Dor e sofrimento. Não posso mexer os braços. Entendi porque eu sou o Horácio no teste de personagens da Mônica. Era uma profecia, eles sabiam que um dia o Coach ia aumentar as cargas todas e eu ficaria impossibilitada de mexer os braços. E também as pernas e costas e pescoço. Estou emitindo ruídos geriátricos cada vez que levanto, sento ou me estico para pegar alguma coisa. Preciso de massagem. Preciso de alguém para pisar nas minhas costas. Preciso do meu pai. Meu pai faz umas massagens foda e estala a coluna alheia como quem arruma uma cerca.
Então ontem eu estava lá puxando ferro e um dos instrutores que é novinho e saradinho veio falar comigo.
- Então! Agora aumentou a carga! Vai malhar! Legal! Quero ver!
Eu juro, tudo que saía da boca dele era exclamado. Deus, quanto vigor dentro daquele lugar quente e cheio de gente suada. Give me a fuckin break.
- Eu simplesmente não quero ser mole. Só isso. Entende?
Acho que ele entendeu. Eu só queria saber por que as pessoas tentam comunicação bem na hora do exercício mais constrangedor: glúteos. Você fica lá suando de quatro, é horrível, todos deveriam saber que é um momento muito íntimo, mas nãããão, vamos fazer amizade no momento glúteos! Por favor. Que gente. Eu odeio academias. Acho que vou fazer Body Combat só pra poder encher aqueles manés de porrada.
.: Clara Averbuck :. 4:10 PM
TPM e Trepanação - módulo III
Eu fico com vontade de xingar e jogar limões nas pessoas que cantam pneus na minha esquina. Morar aqui é mais ou menos como estar constantemente no trânsito, porque eu ouço as buzinas, as sirenes, os pneus cantando e os ônibus subindo a lomba o dia inteiro. É uma beleza. Realmente muito legal. E ainda tem um mané que fica apitando a noite inteira. Eu odeio apitos. E ainda tem uns idiotas que ficam se comunicando através de assobios. Eu odeio manés que se comunicam através de assobios.
É o calor. Eu odeio calor.
Talvez seja a TPM.
E eu realmente precisava que alguém me explicasse por que diabos todo mundo resolveu usar bandana na cabeça. Eu achava que isso tinha acabado. Sério, alguém tem que falar pra esses caras que eles ficam parecendo uma senhora imigrante italiana. Sempre que vejo algum desses com bandana a palavra "Genoveva" me vem à cabeça. Zenoveva, a mulher do Radicci. Não me diga que não conhece o Radicci. Espera, vou ver se tem site. ....................... Tem! Yay! Sério, o Iotti é um djênio.
Bom, esta aqui é a Genoveva.
E esta é a dupla de criação do Iotti, o Deus e o Diabo, simplesmente genial.
Procurem os livros deste cara. Aqui tem. Ele é muito foda. Eu inclusive sorri agora. Imagine, ele conseguiu melhorar o meu humor. Não é qualquer humor, é meu humor. Vou até fazer uma homenagem.
VIVA O IOTTI!
E agora, vou tomar um banho que estou suada d'acadmía. Já volto para contar sobre o dia suuuper excitante naquele ambiente intelectualmente desafiador.
.: Clara Averbuck :. 1:20 AM
terça-feira, março 12, 2002
Now I'm a believer. Not a trace of doubt in my mind.
.: Clara Averbuck :. 11:15 PM
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Oquei. Temos aqui um recorde.
.: Clara Averbuck :. 10:37 PM
Which Simpson are you?
.: Clara Averbuck :. 3:57 PM
FAT em recesso
Contrariando os princípios da FAT (Frente Anti-Trabalhista), vou ter que ir ali dar uma trabalhadinha.
Estou doente. Muito doente. Meus lençóis estão encharcados. Meu corpo dói. Minha voz parece a do Sr. Burns.
Acho que vou desmaiar.
.: Clara Averbuck :. 3:52 PM
A little respect
Um monte de gente pergunta se é a versão dos Dirty Hippies que toca em um certo comercial de sabonete. Não sei do que se trata, já que não tenho televisão. Não somos nós. Alguém nos plagiou, pra variar. Eu odeio o mundo.
.: Clara Averbuck :. 3:49 PM
segunda-feira, março 11, 2002
Arrumei o link da matéria da ZH. Aqui.
Cama.
.: Clara Averbuck :. 10:31 PM
Que sono. Que fome. Que sono. Quanta coisa pra escrever. Oh my god.
Às vezes eu tenho a impressão que estou fazendo tudo errado.
.: Clara Averbuck :. 8:47 PM
Mas ei, eu não quero pintar o cabelo de rosa! Eu quero ser loira!
OH MEU DEUS
ESTE É CERTAMENTE O DILEMA MAIS ESTÚPIDO DE TODA A MINHA EXISTÊNCIA
.: Clara Averbuck :. 4:58 PM
Rosa. Eu tenho as minhas tintas cor-de-rosa. Obrigada, deus.
.: Clara Averbuck :. 4:57 PM
Certo. É isso. Eu nunca mais vou poder sair de casa. O meu cabelo está amarelo pôr-do-sol. É sério. Vou ter que esperar crescer um pouco para poder cortar e parecer uma pessoa normal de novo, porque se eu pintar mais uma vez - já fiz isso duas vezes hoje e só piorei -, ele certamente irá me tornar um conehead careca. E ainda por cima ficou liso depois da super hidratação. Estou me sentindo o Tiririca misturado com a Josie das Pussycats e a Dildo.
Acho que estou começando a entender porque as pessoas vão ao cabelereiro e pagam vários reais para que profissionais qualificados mexam em suas madeixas. Ótimo. Vou enfiar uma gaveta na cabeça e ver quanto a dona do salão ali do lado cobra pra arrumar isso aqui que eu fiz.
.: Clara Averbuck :. 4:40 PM
Eu só me fodo.
.: Clara Averbuck :. 12:10 PM
Just a gift
Olha, pode soar como uma blasfêmia para os poucos visionários, mas o Julian Casablancas é um Lou Reedzinho. É. Sem discussão. Tenho toda uma teoria, um dia eu explico. Ou não. Talvez nem precise. Maybe you'll realise that they're both just a gift to the women of this world.
Mas ó:
Caroline says - as she gets up off the floor
Why is it that you beat me - it isn't any fun
Caroline says - as she makes up her eyes
You ought to learn more about yourself - think more than just I
But she's not afraid to die
All her friends call her 'Alaska'
When she takes speed, they laugh and ask her
What is in her mind, what is in her mind
Caroline says - as she gets up from the floor
You can hit me all you want to, but I don't love you anymore
Caroline says - while biting her lip
Life is meant to be more than this - and this is a bum trip
But she's not afraid to die
All her friends call her 'Alaska'
When she takes speed, they laugh and ask her
What is in her mind, what is in her mind
Vou mudar meu nome para Alaska.
.: Clara Averbuck :. 12:01 PM
I guess that I just don't know
É, ninguém dorme mesmo. Fiquei ali lendo uma revista idiota e agora resolvi pintar o cabelo, que já estava amarelo urina com raízes negras. Prefiro loiro-acinzentado água suja com raízes mais ou menos castanhas.
Sabe, eu acho que os bancos e estabelecimentos comerciais em geral deveriam ser 24h, para que pessoas como eu, que se uniram à FAT (Frente Anti-Trabalhista) e dormem em horários esquisitos possam pagar contas e fazer compras. Demorei até entender meu relógio biológico. Pra falar a verdade, só entendi quando comecei a estudar de noite, no terceiro supletivo que tentei, aos 18 anos. Desisti dos dois primeiros em menos de uma semana porque não conseguia acordar, exatamente como aconteceu a partir da sétima série, quando comecei a estudar de manhã. Rapaz, não houve UM DIA em que eu cheguei na hora. UM. Eu simplesmente cheguei atrasada durante todo o primeiro e segundo grau porque eu simplesmente não fui feita para acordar cedo. Meu horário de funcionamento ideal seria mais ou menos das oito da noite às duas da tarde, quando daria uma rápida dormidinha de seis horas. Perfeito. Mas nããão, não se pode dormir de tarde porque há coisas a fazer. Grunf. Então, ninguém dorme.
Nove e treze da manhã e o speedy acaba de cair novamente. Isso porque na sexta eu estava dormindo ao invés de pagar a conta do telefone (cortado há meses), então o speedy só funciona quando quer. E eu sou obrigada a ficar escrevendo sentadinha em uma cadeira dura esperando voltar a porra da luzinha. Que saco. Vou pro meu quarto. Pera.
. . . . .
Pronto. Meu quarto é quente. Ai, shit, esqueci da tinta no cabelo.
Pera.
........
Pronto. Ficou tempo demais. Puta que pariu. Você sabe o que acontece quando a tinta fica tempo demais no cabelo? Fica loiro demais. Eu devo ter virado uma loira platinada. Damnit. Bom, azar. Depois eu arrumo.
O que eu ia dizendo mesmo?
Meu quarto é quente... Ah, sim. Eu ia contar a história da Fun House, que é como eu carinhosamente apelidei minha casa. Logo que mudei para São Paulo, eu morava em um quarto 2x2 sem janela onde não cabia um homem adulto deitado. O Horror. Quando fui procurar nos classificados algum lugar onde coubesse um homem adulto deitado, achei esse anúncio.
Rua Purpurina
02 quartos, 02 salas, 120m², área de serviço, 01 apt. por andar. 700 reais.
No exato momento em que li "Rua Purpurina", decidi que ia morar neste apartamento. Ele era meu. Era pra ser. Algumas coisas estão predestinadas. Liguei para a imobiliária e me disseram que estava alugado, então eu parei de procurar outros apartamentos. Eu ia morar naquele. Neste.
Alguns meses depois, rolou um stress absurdo na casa onde eu estava morando devido a pessoas do mal e eu tive que me mandar de qualquer maneira. Então, resolvi caminhar na Rua Purpurina e procurar um apartamento. Eu precisava morar na Rua Purpurina. Quase morri na subida da Girassol, aquilo parece uma porra de uma montanha russa. Caminhei, caminhei, caminhei e nada. Nenhum apartamento para alugar. Caminhei para o outro lado. Nada. Até que parei na frente deste prédio salmão de dois andares e lá estava, bem grande, no segundo andar: ALUGA-SE.
E eu soube que era o apartamento do anúncio.
Liguei de novo e a mulher burra insistiu que estava alugado. Não estava, eu sabia que não estava. Toquei na campainha do meu vizinho (porque já estava praticamente morando ali) e perguntei se o apartamento de cima estava alugado. Não. Arrá! Eu sabia. Ele me mandou na imobiliária que fica a uma quadra daqui e bang!, it was mine. Tá, não foi tão fácil, mas enfim, eu aluguei o apartamento. Na primeira vez que entrei aqui, já escolhi meu quarto. Eu só não sabia que ele era menor, mais quente (bate sol em cima o dia inteiro) tinha goteiras e era mais barulhento do que qualquer outro canto da casa devido ao ponto de ônibus exatamente embaixo da minha janela. Ha ha. Eu adoro a minha vida.
Claro que o meu cabelo ficou esquisito. Claro. Eu não passei direito a tinta na parte de trás porque não tenho olhos nas costas e agora eu tenho uma mancha preta que vai do cocuruto até a nuca. Que legal. Eu tenho que parar de querer fazer essas coisas sozinha. A maior parte das tentativas funciona, mas às vezes dá umas merdas.
Você não odeia quando vai furar o Toddynho e ele espirra por todos os lados? Acaba de cair Toddynho no meio dos meus dedos do pé. Tou ficando de mau humor e gripada. Acho que gastei energia de graça hoje. Sim, porque agora eu cobro, ha ha. Tudo bem. Um homem precisa fazer sacrifícios às vezes.
Só o Lou salva. Vou ouvir o Lou.
.: Clara Averbuck :. 12:00 PM
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