.: Clara Averbuck :. 10:10 PM
|
I am a Defender-ship. I am fiercely protective of my friends and loved ones, and unforgiving of any who would hurt them. Speed and foresight are my strengths, at the cost of a little clumsiness. I'm most comfortable with a few friends, but sometimes particularly enjoy spending time in larger groups. What Video Game Character Are You? |
Testes. Testes. Mais testes. Quem tem mais testes? Quero testes.
Tou ouvindoSeven Caged Tigers, do Tiny Music. Stone Temple Pilots. Esse disco me lembra muitas coisas. Muitas. Alguns momentos foda e outros que me fazem bater na testa. Mas me lembra principalmente a minha garota lá longe. E dói. E eu me sinto impotente e estúpida.
Preciso buscar meus quadros. Preciso buscar minhas roupas na lavanderia. Preciso esperar meu armário novo. Preciso de emagrecedores artificiais. Preciso comprar comida para meus gatos. Preciso buscar minha televisão em Aparecida. Preciso marcar minha passagem para Porto Alegre. Preciso comprar frutas. Preciso marcar médicos. Preciso ligar para o Dr. Sagüi. Preciso pintar o cabelo. Preciso limpar a casa. Preciso lavar a louça. Preciso de móveis. Preciso ir para aquela academia idiota. E algo me diz que não vai acontecer nada demais.
See what Care Bear you are.
Crianças, quando estiverem tomando um remédio que proíbe álcool, não pensem "pro diabo com estar merda, meus amigos estão aqui, tá todo mundo muito bêbado desde às cinco da tarde, uma vodegazinha não matar". Você vai passar mal, suar frio, deitar no banheiro do bar, pegar um táxi para percorrer três quadras, abrir a porta no meio do caminho pra vomitar e ainda tentar impôr respeito ao taxista apavorado dizendo "me desculpe, estou enjoada devido a medicamentos".
Meu biógrafo vai ter bastante trabalho.
Peraí, peraí.
Certo, acho que a rapeize não entedeu direito.
Eu não quis dizer "escrevam-me por favor".
Eu quis dizer que quem tiver algo pra falar, pode falar que eu não vou ficar sendo estúpida, a não ser que você mereça.
Chegam mais ou menos 150 emails por semana, isso quando o movimento está fraco. Por isso que eu demoro pra responder. Só pra esclarecer.
De qualquer forma, eu estava certa. As pessoas tinham medinho. Heh.
Então vou ali não-beber com os meus amigos.
Buh-bye.
Olha, eu não sei o que andaram dizendo por aí, mas eu não mordo. Podem me mandar emails sem medo e sem dizer "eu sei que você não liga, mas..." ou "não precisa responder se não quiser" ou "eu sei, sou mais um imbecil te escrevendo, isto é patético" ou qualquer coisa assim. Eu gosto de receber emails. Eu gosto de saber quem me lê. Demora, mas eu respondo. Também não precisam ter medo de falar comigo nos lugares. Eu sempre vejo umas pessoas me olhando de cantinho, mas não é uma olhada de cantinho comum, dá pra ver que a pessoa me conhece, e é muito engraçado porque é evidente que rola altos receios de falar comigo e receber uma patada. Acreditem, eu não sou tão bitch quanto pareço. A não ser que você chegue falando "OE". Duvido que qualquer leitor meu diga "OE", então podem vir sem medo.
Aw mamma running out of luck
É impressionante. Acho que rogaram alguma praga em mim. Algo como "você nunca vai ser saudável".
Porque quando eu tento beber menos e fazer exercícios e tudo, algo dá errado.
Hoje acordei com a maior dor de ouvido da história da humanidade. Ele estava meio entupidinho desde que voltei do Rio, mas ignorei achando que um dia desentupia. Rá. A dor foi tanta que eu tive que ir pro hospital depois de penar o dia inteiro andando com a cabeça torta, igual ao Fumanchu, um felino da minha mãe. Não bastasse eu ter que agüentar um funil dentro da minha orelha e um "é... tem focos de inflamação" vindo da doutora, ainda tive que tomar uma injeção na bunda. NA BUNDA. Pelo menos o enfermeiro era gato. E me deu o conselho de sempre pedir injeção na bunda. Será que era cantada?
Bom. Hoje não teve academia. Confesso que fiquei triste. Ando me esforçando e comendo frutas e ficando três horas suando naquela bosta quando acho que comi demais. Dois quilos já se foram. Comemorei comendo coisas reais hoje, porque ando me entupindo de frutas e legumes. E não bebendo. Agora não posso beber nem se quiser, a merda da otite resolveu aparecer só porque meus amigos amados estão em São Paulo e eu não os via há nove meses. Só porque vai ter lançamento da Livros do Mal aqui e vai todo mundo ficar bêbado e se abraçar. Merda. Isso sem contar os cem reais que fui obrigada a gastar na farmácia. Um dos remédios era setenta reais. SETENTA REAIS. Se pobre tem otite e o posto de saúde está fechado, o que ele faz? Pois é. Não tenho mais dinheiro agora. Não é legal?
Amanhã também não tem academia, nem depois, nem depois. Só segunda. E eu preciso correr. Acho patético correr na rua, não sei o que vou fazer. Talvez um saco com buracos para os olh... Esquece. Não ia dar certo. Correr me faz bem. Muito bem. Correr e suar. Foda-se o que tem em volta, correr correr correr pensando no meu objetivo como se ele fosse uma cenoura na frente do burro. Carrot rope. Correr correr correr sem sair do lugar nem pegar minha cenoura. This is your life. It doesn't get any better than this.
Mas lembrar dele me olhando consegue me fazer sorrir.
Um dos melhores momentos do ano passado. Me'n'ma me'n'ma me'n'ma me'n'ma me'n'ma friends...
Que noite. Que noite. Damn, que noite. Preciso voltar pro Rio.
Ganhei meu dia. Finalmente, meus presentes de natal chegaram.
F AN T E S ! ! !
FIM.
Easy
I'd rather be thin than famous,
I dont wanta be fat,
And a woman throws me outa bed
Callin me Gordo, & everytime
I bend
to pickup
my suspenders
from the davenport
floor I explode
loud huge grunt-o
and disgust
every one
in the familio
I'd rather be thin than famous
But I'm fat
Jack Kerouac
When we was young, oh man did we have fun
Mais um dia de malhação! Achou que eu ia desistir, né? Errado. Não saio daquele lugar antes de caber na minha calça jeans azul que eu adoro. Fim.
Hoje aconteceram coisas. Sempre acontecem coisas. Quer se divertir? Passe um dia comigo. Acho que eu devia fazer promoções passe um dia com a Clarah. Seria um sucesso e as pessoas parariam de achar que invento essas coisas que escrevo. É tudo verdade, amizade. Tudinho.
Pois hoje foi dia de Hi-Fives e Bukowski. E me dei conta do absurdo que é ler Bukowski na academia. Um velho bêbado, fumante e sedentário falando de mulher enquanto eu pedalo numa bicicleta que não sai do lugar. Aparelhos ergométricos são como um pesadelo, você corre-corre-corre e pedala-pedala-pedala e não sai do lugar nem chega em lugar algum. Eu, hein. Me lembra a vida de certas pessoas. Então eu estava lá vendo o meu amigo Chinaski traçar uma garota e chegou este cara. Ele era evidentemente professor e usava uma camiseta diferente dos demais: a dele estava escrito personal trainer. Certo. O engraçadinho tinha feito piadinhas idiotas com a Cami ontem, enquanto eu me matava de suar na esteira sem ter dormido. Ela estava pacificamente lendo uma Chiques e Famosos da academia, sentada no "bar" que tem ali, com energéticos e açaí e essas coisas e chega este cara.
- Me vê uma 51 aí!
Ela nem olhou.
- Me vê uma... uma cerveja!
Ela pensou "que prego".
- E cigarro avulso, tem?
Ela pensou "opá" e levantou a cabeça.
- HA HA, ela olhou! HA HA
Ela levantou uma sobrancelha e voltou para a Chiques & Famosos.
Então você já sabe o tipo de criatura com a qual estamos lidando. Mala pra caralho. Eu estava lendo e ele começou a falar alto do meu lado, muito alto, tentando chamar a atenção. Aumentei o voluma do Bukowski e ignorei. Só que vagou a esteira e eu fui guardar o livro e pegar o diskman (porque eu levo o kit completo). E ele aproveitou a brecha:
- Você é nova aqui, né?
- Não.
- Não???
- Não.
- Você tá aqui desde quando?
- Quinta passada.
- HA HA HA.
Eu fiquei séria.
- Cadê a sua parceira?
- Tá trabalhando.
- Que nada! Deve estar dormindo! HA HA HA
Fiquei séria de novo. Não rir de piadas de engraçadinhos é uma das melhores táticas. Mas este era mala demais e não me deixou em paz. Enquanto eu cantava Hi-Fives muito alto, ele passava me imitando e mexendo os lábios e esperando um sorriso. Eu olhava para o lado oposto. Rapaz, eu detesto engraçadinhos. I mean it.
Então eu fui pra musculação e o mala ficou me olhando pelo espelho. Que inferno. Para todos os lugares que eu olhava, lá estava o mala e seu grande sorriso. Isso me obrigou a olhar pra frente, onde tinha meu próprio reflexo. E constatei algo realmente triste: EU TAMBÉM FAÇO CARETAS. Claro que é só na última série e quando está muito pesado, mas EU FAÇO. QUE HORROR. Comecei a rir sozinha na cadeira abdutora (esse nome...) e todos olharam, chocados, porque eu ri. Eu nunca tinha sequer sorrido naquele recinto, e eu ri sozinha da minha careta no espelho. Quase perdi o respeito, mas como fiquei séria quando as atenções recaíram sobre mim, acho que vai ajudar ainda mais na batalha de repulsão que estou criando na academia. Agora eles acham que eu sou louca e rio sozinha. Ótimo.
Depois da musculação, fui comprar frutas em uma QUITANDA aqui perto. Adoro a palavra QUITANDA, ha ha. Na parede da QUITANDA tinha umas fotos P&B. Comentei com a moça e ela disse que eram do moço que tinha acabado de sair e que tinha uma exposição ali em cima, se eu quisesse ver podia subir. E eu subi. E o cara é muito bom. A exposição é de fotos do nordeste tiradas em 77, mas não dá pra notar. Parece que foram tiradas ontem, porque o nordeste continua a mesma coisa. Horror. Mas as fotos são maravilhosas. Vale a pena. Acho que o nome dele é Paulo Vasconcellos. Lembro do Vasconcellos mas não lembro do primeiro nome. Tinha outras fotos legais também, inclusive uma do Hermeto Paschoal que tem em algum disco do meu pai e que lembro ter ouvido bastante. A QUITANDA fica na Fidalga, entre a Harmonia e uma outra rua que não lembro o nome, perto da Mercearia São Pedro, que é outro lugar foda. Na Mercearia tem tudo. Tudo. Pra dar uma idéia, no mesmo dia já comprei cerveja (que bebi no bar), papel higiênico, lâmpada, desinfetante, comi um sanduíche e levei um livro de crônicas futebolísticas do Nelson Rodrigues. Eles têm o melhor sanduíche e os melhores livros das redondezas. E são todos muito simpáticos, com exceção dos garçons, que são os mais mongos que já vi.
- Com licença, tem catchup?
- Tem.
Dez minutos depois me dei conta que eu deveria ter dito "então traz". Mas eu estava falando da QUITANDA. Comprei maçãs, uvas, bananas, pimentões e alface e vim pra casa saltitando. Frutas me deixam feliz. Que declaração estúpida. Chega de declarações estúpidas, preciso tomar banho e buscar o Galera que está vindo para o lançamento da Livros do Mal e vai aproveitar para passar uns dias aqui em casa. O Mojo e o Träsel também vêm. Altos revival do COL. Vai ser trimmmmmmmmmassa.
Tô com saudades do Nix. E da Helena. E da Ciça. E do Giglio. E de todo mundo.
Eu quero ir pro Rio. Agora.
Rio.
RIO.
COPACABANA.
AAAAAAAAAAH!
EU E O NIX!
I wanna go back, I wanna go back, and I don't even know how I got off the track.
Eu odeio verão. Odeio calor. Eu sou um pinguim. Sliiiiiiiide.
Mas as manhãs de verão são foda. São lindas e têm um arzinho gelado muito foda.
A manhã de hoje me obrigou a não dormir. Vou ali comer uma salada de frutas de café da manhã, depois vou resolver coisas, depois vou pra academia, depois vou escrever, escrever, escrever. E depois, dormir. Dormir é o de menos.
Comecei outro livro.
O nome é Rua Purpurina.
Mais detalhes no decorrer dos acontecimentos.
ESQUECI
Esqueci de contar do gatinho da academia. MPFFHAAHHA. Ok. Sério. Lá estava eu na bicicleta, suando como uma modafoca, quando chega um loirinho de olhos claros, magrinho, descabeladinho, uma gracinha. Ele senta na bicicleta ao lado e olha pra mim. Eu estou um bucho. Ele fica me olhando. De repente, sorri e larga um
- OE!
Oe. Ele disse "OE". Não dá. Estragou tudo. Devia ter ficado com cara de mal humorado e só me olhado de soslaio de saco cheio do mundo que eu gamava. Não gosto de gente simpática e interativa. Bad mood is the way.
- Tudo bom?
Continuei pedalando e olhei para o lado. Ele estava com uma faixa daquelas de toalha na cabeça. Eu devia ter desconfiado.
- Tudo.
E isso foi tudo que falei com ele. O rapaz pareceu inconformado e passou a pedalação inteira olhando para o lado esperando o momento em que eu finalmente viraria para ele e daria uma chance de um diálogo simpático. Não. Não ia acontecer. Eu estava com calor, de mau humor e levemente constrangida pela minha calça de lycra. Então ele usou o plano b e começou a fazer um telefonema atrás do outro em seu mini celular zippo.
- Aloa? Roberta? Sou eu, querida. Tudo bom? Pois é, não vai dar pra sair hoje. Eu tenho um jantar com um diretor de ópera.
Diretor de ópera?
- Aloa? Paulão? Vamos sair ou qualé? Mas tem que ser cedo. É, de noite eu tenho compromisso. Réré, não, eu não sou de ninguém...
Eu só queria fones de ouvido. Era pedir demais? Não era. Fones de ouvido. Só isso. Dedos também serviriam, mas eu não sou tão grossa assim. Sem contar que eu precisava das mãos para não cair da bicicleta.
- Oi, meu amor! É, tou na academia... Claro, preciso ficar em forma para você.
FONES. DE. OUVIDO. OH MAMMA MIA MAMMA MIA MAMMA MIA LET ME GO BE-ELZEBU HAS A DEVIL PUT ASIDE FOR ME-E-EEEEEEEE
- Aloa? Paulão? Vamos desmarcar a saída. Foi mal, cara. Fica pra outra hora.
E eu fui embora. Que despedício. Tão bonitinho... Bem que podia ser mudo. Ou simplesmente calar a boca.
Can't you see I'm trying? I don't even like it
Segundo dia de academia e dia do grande blecaute no país todo, do qual ainda não sei muita coisa porque minha única forma de contato com o mundo, o speedy, precisa de eletricidade e eu estou aqui usando a rebinha de bateria do notebuck pra escrever. Apesar da falta de ventiladores na sala de musculação transformar aquilo num verdadeiro inferno (a única coisa que faltava era ser quente), o blecaute trouxe uma grande vantagem: ausência total de música. Que alívio. Como hoje foi dia de fazer só musculação, eu não podia abstrair aquela gente fortinha lendo ou olhando para a tv ou para o teto ou para a parede ou para o pé. Hoje eu fui obrigada a encarar o meu corpão enorme e crumbiano no espelho e pensar "é por uma boa causa" 2.447 vezes enquanto contava as 3 séries de 20. Às vezes meu olhar desviava e acabava no rosto de algum fortinho e foi assim que descobri que A ÚLTIMA COISA QUE VOCÊ DEVE FAZER EM UMA ACADEMIA É OLHAR PARA A CARA DAS PESSOAS. Aliás, hoje me dei conta de várias coisas e resolvi dividir em itens para ajudar você, meu bom amigo que pretende encarar uma rotina de academia com o intuito de livrar-se de uma vez por todas da forma de pêra, a não sofrer tanto quanto a obesa que vos fala.
1. Jamais olhe diretamente para o rosto de um homem que esteja levantando pesos. Em algum momento ele vai fazer uma careta horrorosa, eventualmente acompanhada de um som que varia entre "ughhhmfff", "aghhhmfrrrggg" e "bfffmmmhhhrrr", o que, você há de concordar comigo, não é nada agradável.
2. Se você for de outro estado, evite usar expressões típicas ou falar alto. Mantenha o tom voz bem baixinho e só fale com o couch. Cuidado com o tom de voz baixinho que você usar, pois o couch pode achar que você está passando uma cantada sussurrante. Isto evitará gente muito chata que não tem absolutamente nada a dizer e usa o velho truque índio "você é de ______?" (preencha com sua terra natal), o que enche o saco da pessoa que está ali para perder banha, não para fazer amigos.
3. Se existir alguma maneira de esconder as suas tatuagens, esconda. Sempre vai ter alguém que vai achar "maneira as suas tatú" e vai querer saber onde foram feitas. Os pobres coitados como eu que são tão carimbados quanto passaporte de rockstar e não têm como esconder, sofrem. As respostas mais eficientes são "Eu que fiz. Com uma faca", "Quando morei com os índios eles me tatuaram com bambu, mas inflamou e eu quase morri. Saía pus, muito pus. Era nojento. Pus. Muito pus. Jorrava pus. Sabe pus?" ou simplesmente "Longe daqui. Muito longe. Nunca fiz tatuagem em São Paulo. *rrrr-cusp*". Acredite, funciona.
4. Carregue sempre consigo um livro e/ou fones de ouvido para o caso de alguém tentar puxar assunto. O livro permite que você responda com monossílabos ou grunhidos mal-humorados sem desviar os olhos da obra, o que vai fazer com que o tagarela sinta-se um idiota e cale-se, cheio de mágoa. Já o fone permite que você ignore totalmente qualquer ser que tente se aproximar e a não ser que ele comece a pular e abanar na sua frente, você poderá fingir que não viu nada. Use o recurso mesmo que seu walkman esteja sem pilhas. Aliás, use mesmo que você não tenha um walkman, porque além de tudo, ajuda a bloquear a música que vaza da aula de lambaeróbica condicionada universitária.
5. LEVE SEMPRE UMA TOALHA. O SUOR DOS OUTROS NESTA SITUAÇÃO É NOJENTO. NO-JEN-TO. UHGJHSS
Agora preciso dormir e me recuperar para suar e suar alegremente na esteira amanhã. Oh, como é bom ser uma garota saudável novamente! HA HA HA
Nunca mais vou pra casa. Entrei em um portal na esquina da Aspicuelta e vou ficar por aqui com o biquíni de pinup da SBI chick. Tchau.
Would you ever shoot if you knew you'd miss?
Hoi
Fui embora da festa. Sabe por quê? Porque estava gorda. GORDA. Sim. Enorme.Gigantesca.Estou ainda. Não cabia mais lá. Então tive que ir embora. Fui embora chorando ridícula estúpida retardada mongolóide. Fui. Vim. Gorda. Muito gorda. Nunca mais vou sair de casa até ter meus 60 quilos usuais. Fim.
I try but you see, it's hard to explain
Ontem eu dei uma entrevista. A segunda entrevista da minha vida. É esquisito isso dos outros fazerem comigo o que eu devia estar fazendo com outros. De qualquer forma, é muito, muito legal.
Mas tem uma coisa que eu nunca sabia responder. "Que literatura você faz?"
Eu já não gosto de pôr rótulo em banda, que dirá em literatura.
Tem gente que me chama de "escritora erótica", só porque eu falo de sexo. Eu não sou uma escritora erótica. Não tem nada de erótico, de sexy. Digamos que é sexo com humor. Isso definitivamente não é literatura erótica.
Outros dizem que eu sou uma escritora pop. Acho que é o mais perigoso dos rótulos. E está muito perto de Literatura Poop, como diriam os Livros do Mal. É pop, sim. Mas não é poop. E eu não quero ser confundida.
Hoje eu tive um insight enquanto estava no banho.
Eu faço rock. Fim.
Vou pra festa.
Which David Lynch character are you most like?
Quando eu começo a fazer testes, é porque algo não está muito bem.
Eu quero a minha garota.
I'm The 'Which Online Personality Test Are You?' Test!
Oh irony of ironies! I just can't get enough postmodernism, so of course I'm this same test I've just taken. Ho-ho!
Ah, ó:
Eu vou. Esta festa é do Fiago e do Marcos, dois meninos muito legais e com ótimo gosto musical, como dá pra notar pelo flyer. E o Fiago disse que eu só entro digratz se botar 80 pessoas lá. Então, na entrada, digam "eu vim por causa da Clarah".
Kidding. Mas eu vou anyway.
Hoi, pai.
Meu pai lê meu log. Pode um negócio desses?
Pode. É muito legal.
Tchau, pai. VALEO
In the sun, sun having fun, it's in my blood
Acho que quero todos os meus dias como hoje. Talvez um pouco menos solitários.
Acordei de manhã com o carteiro espancando a campainha e tentando entregar o melhor presente dos últimos tempos, tirando a guitarra: um aspirador de pó que a minha mãe mandou. É, meu amigo. Posso ser considerada uma maníaca por limpeza e é impossível ter uma casa limpa quando tudo que você tem para limpar o carpete imundo é uma vassoura de piaçava. Tenho cá minhas dúvidas se este carpete é cinza mesmo ou se é pó. Um lixo. Então desembrulhei o aspirador como uma criança abrindo um presente de natal e desembestei a limpar o chão enquanto Jimi, o mais novo habitante da casa, miava desesperadamente no banheiro. É, achei mais um gato. Fiz a Cami parar o carro no meio da rua e me arrastei durante longos minutos no asfalto, me esgueirando debaixo de um carro (detalhe: de vestido e plataformas). Depois de expulsar os porteiros que atrapalhavam tentando ajudar com vassouras e guarda-chuvas, consegui resgatar o neguinho raquítico. Fofíssimo, ele. Ju-ju e PJ não concordaram comigo e o pobre Jimi (sim, vem de Hendrix) teve que ser exilado no banheiro cor-de-rosa.
Daí eu fui pra academia e suei um pouco. Não muito. O Couch Potato se recusou a acreditar que eu tinha engordado um bilhão de quilos e ficou falando que eu estava bem. Yeah, right. Essa gente de academia adora uma parrudinha. Esteira, bicicleta e abdominais, nesta ordem. No meio da terceira série de abdominais, começou a tocar Soma na rádio. Entendi que era uma recompensa divina depois de uma hora suando ao som de Will Smith e aquele do little bit of Monica in my life, como é o nome do sujeito? Acho que a música é Mambo no. 5. Whatever. Só sei que amanhã eu não esqueço o walkman e levo um livro.
Depois de tirar minha calça ridícula de lycra, resolvi passear pela Vila Madalena e descobri que moro no lugar mais foda de São Paulo e não sabia. Tem tudo aqui, desde sapateiro (minhas botas de estimação estavam destruídas desde Reading e minha bolsa estava com a alça arrebentada), afiador de alicates (não posso me dar ao luxo de ir à manicure há oito meses), cabelereiro (talvez um dia minha alquimias capilares dêem errado e eu precise recorrer a um profissional), restaurantes (se bem que parei de comer de novo; entre comer mal e não comer, fico com a segunda opção. Comida boa custa reais e eu não os possuo para gastar em futilidedes. Fim), Pet Shop (você sabe quanta ração três gatos consomem? Um monte) e tudo mais. Tudo. O solzinho do fim de tarde me fez bem. Sair de casa me fez bem. Preciso sair e respirar, mesmo que "respirar" em São Paulo seja uma contradição em termos.
É incrível como ter um pouco de dinheiro, só um pouquinho, faz uma puta diferença. O simples fato de poder comprar um locker pro meu quarto, daqueles de escola, de metal, trimmmassa, me fez ficar muito feliz. Vou poder arrumar minha casa aos pouquinhos, botar meus quadros na parede, ganhar mais móveis (lembrando que ainda estou aberta a doações de qualquer espécie), concretizar meus planos de pintar a sala de azul e vermelho e o meu quarto de... rosa e mais mil coisas. Eu amo o meu apartamento. Mesmo que tenha uma cachoeira no meu quarto, eu amo meu apartamento. Mesmo que todas as minhas roupas tenham mofado por causa da cachoeira e agora estão todas na lavanderia, eu amo meu apartamento. Amo. Tenho quase tudo que preciso. Menos ele. Mas isso se resolve com R$ 15 semanais, que é o preço de uma garrafa de vodka. Quando possuo reais, compro Absolut, que é 30. Mas normalmente é Smirnoff mesmo. Ruim e baratinha. De qualquer forma, chega de beber. Hoje eu não bebi. Saí, fui num bar, todo mundo se embebedou e eu não bebi uma gota de álcool. Não foi esforço: eu simplesmente não estava afim. Não preciso disso. Pensando bem, também não preciso dele. Que se dane.
Ah, sim: eu tinha planos de ver O Ébrio que passou hoje no Sesc Ipiranga, mas não rolou. Era longe. Damnit. Preciso ver isso. Não, não é por identificação. Ok, talvez um pouco.
Balada para uma idiota
Eu sou uma idiota. Eu fui uma idiota.
Fiz tudo errado achando que estava certa.
Quando menos esperava, pow!, ele me disse tudo de um jeito que não me deixava alternativa senão me esconder atrás de um murinho de tijolos e chorar, chorar muito, dolorido, quente. Chorar é sempre inútil, só serve para esvaziar a maldita represa.
Fiz tudo errado achando que se eu continuasse sendo eu, ele entenderia
e voltaria correndo para os meus braços. Rá. Eu deveria saber que ele tem uma mania irritante de ver tudo ao contrário, julgar, decidir e carimbar. As coisas são como ele decide. Às vezes são mesmo. E às vezes não são. Ele via agressão onde eu sorria. Ele sentia um tiro quando eu dava um beliscão.
E assim foi. E foi. E foi cada vez mais longe, cada vez mais agressivo, cada vez mais dolorido até que eu disse chega, dei um tapa no ar e saí correndo com a mão nos ouvidos. Vi que não tinha volta tão cedo. Porque ele disse que não existe nunca mais.
Eu acredito nele.
Eu sou tão imbecil que acredito cegamente em qualquer coisa que ele me disser. Sei que ele sabe ser um filho da puta, assim como eu também sei, mas ele não faria isto comigo.
Não comigo.
Sou tão idiota que pedi desculpas sabendo que nada mudaria. Eu só precisava pedir desculpas. Ele disse que eu não precisava e tentou devolver as desculpas. Ele sempre faz isso com as coisas que tento dar pra ele. O que ele não sabe é que elas continuam sendo dele. São dele. As desculpas, o livro, o casaco. Tudo dele.
E tudo que eu queria era poder segurar o rosto dele, olhar naqueles olhos verdes mais lindos do mundo e dizer fica comigo.
Fica comigo.
Não sei até quando, não sei como, não sei nada. Fica comigo.
Ele não ia ficar.
Passou a noite fugindo de mim com os olhos e eu, fugindo dele.
Ele, porque não queria chegar perto.
Eu, porque descobri que ainda gosto dele exatamente como no dia em que estraguei tudo, há alguns meses/anos. Mas foda-se. Ele estava ali na minha frente, lindo, lindo, lindo. E meu peito queimava e eu pedia mais e mais vodka sabendo que nunca mais ficaria inconsciente perto dele.
Ele, ele, ele.
Ele.
Cheguei em casa chorando. De novo. E sabendo que a meia-noite do dia 31 ele estaria beijando a namorada.
Poderia ser eu.
Mas eu sou uma idiota.
I gave my soul to a new religion
Resolvi levar a sério este negócio de ano novo. Sim, porque nunca levei muito a sério. Esse negócio de virada de ano é desculpa pra encher a cara e o saco, assim como todas as festas. O resto é secundário. Mas de qualquer forma, eu nunca entendi porque ninguém comemora, por exemplo, a virada do mês. Eu acho muito mais comemorável, afinal, você está mais perto do seu salário, ao contrário do fim de ano, que leva todo o seu dinheiro junto com as viagens e os presentes para sobrinhos. Se você não tiver um salário para receber, comemore a chance de ter seu currículo lido por algum fodão. Em último caso, comemore mais um mês de vida. Sei lá. O fim da semana também é algo comemorável, mas os fins de semana já são uma comemoração à parte, cheios de festas e bares e ressacas. E o fim do dia? O fim do dia tinha que ser comemorado com foguetes. Tem alguma coisa melhor do que sair do trabalho e ir pra casa? Difícil, néam? A não ser que você saia do trabalho e vá beber, ato também conhecido como Happy Hour. Hora feliz. Não precisa dizer mais nada.
Mas eu estava dizendo que resolvi levar a sério o ano novo e fiz coisas que estou jurando fazer há anos. A primeira delas é... você está sentado? Certo. Me matriculei numa academia aqui do lado de casa. Eu e a Cami vamos malhar e malhar e perder toda a banha acumulada pela vódega. Talvez isso me dê algum estímulo para beber menos. Não é legal beber tanto. Minha memória está se dissipando como um sonrisal na água e eu sou muito nova pra isso. Então é isso, vou perder quinze quilos para nunca mais ganhá-los.
A segunda coisa foi deixar um bilhetinho no apartamento dos moços aqui debaixo solicitando aulas de guitarra. Como eu disse, estou tocando mal demais e não dá. Vou tomar vergonha na cara e estudar bem direitinho. Por falar nisso, no fim de semana fui no show da Lustful, banda do meu amigo Bruno, e foi muito legal. E eu fiz minha estréia nos palcos (?) paulistanos, ignorando o fato de que não existia palco, e cantei Violet com eles. Acho que foi legal. Pensei ter ouvido palmas. É, acho que foi legal sim. Eu e o Bruno devíamos tomar vergonha nas nossas caras e fazer uma banda, mas a coisa parece que não anda. Vamos ver se as aulas de guitarra ajudam. Na boa, desse ano não passa. Eu vou ter uma banda legal. Fim.
A terceira vai ser trazer minhas coisas de Porto Alegre. Todos os meus livros, meus cds, meus quadros, minha guitarra e meu baixo, a Jazzie (a imagem de uma negra jazzista de longo com um microfone que representa a brazileira!preta que mora dentro de mim), meu sofá-cama, meu som, meu computador. Cara, tem muita coisa. Muita. Finalmente vou conseguir trazer o resto da minha vida pra cá. Vai ficar eternamente faltando a Mari, a Cherrie e a Desirée, mas tudo bem. Porque a quarta é me mandar do Brasil em algum momento. Minha garota me espera em semi-Londres. O mundo me espera, heh. Assim que der, eu vou. Espero que dê logo.
Agora vou parar de contar senão fica chato.
Este ano eu vou deixar meu cabelo crescer até o ombro e vou continuar loira. Não adianta reclamar. Um monte de gente reclama e fala que eu fico melhor de cabelo rosa, que a verdadeira Clarah tem cabelo rosa. Ora bolas, se a verdadeira Clarah depende de cor de cabelo, então fodeu, porque eu nunca fico muito tempo igual. A cor que mais durou mesmo foi rosa, mas já foi de todas as cores. Agora estou com vontade de ser loira e não adianta falar que ficou horroroso porque *eu* gosto.
Este ano, meu amigo, juro que vou começar a guardar dinheiro, coisa que nunca fiz. Preciso de reservas. Nunca mais quero passar fome. É, eu passei fome logo que mudei para São Paulo. Simplesmente não tinha o que comer. O que foi bom, porque fiquei bem magrinha. E o que foi uma merda, porque fiquei bem anemicazinha. Mas não pense você que eu vou usar para quando sofrer um acidente, não senhor: eu vou é gastar direito. Dinheiro é pra gastar, porra.
Com discos, por exemplo. Preciso de mais discos do Kinks. Preciso de mais discos dos Stooges. Preciso de mais discos dos Beatles e dos Ramones. Preciso de discos do New York Dolls, dos Dead Boys e de singles dos Strokes. Preciso de muitos discos. E livros. Preciso entupir minha casa de livros só pra não ter como levar pra Inglaterra depois. Preciso consumir coisas.
E preciso muiton gastar menos tempo. A música da virada foi Someday. E dizia "someday I ain't wasting no more time. E é isto que eu vou fazer, chega de perder tempo, chega de ficar na internet, chega, chega, chega. Vou fazer coisas, quero fazer coisas, preciso fazer coisas, muitas coisas. O mundo me espera de pernas abertas.
Às vezes os outros dizem o que a gente queria dizer. Muitas vezes. Acontece o tempo todo e nós odiamos e amamos os autores por dizer melhor do que diríamos aquilo tudo. Desta vez foi o velho Hank, de quem estou gostando de novo depois de ter parado de ler há algum tempo por não achar a mesma maravilha que foi aos meus olhos adolescentes de 15 anos. Agora estou achando o velho muito bom de novo. Averbukowski is on the table. Here, honey:
The Day I Kicked Away A Bankroll
... you can take your rich aunts and uncles
and grandfathers and fathers
and all their lousy oil
and their seven lakes
and their wild turkey
and buffalo
and the whole state of Texas,
meaning, your crow-blasts
and your saturday night boardwalks
and your 2-bit library
and your crooked councilmen
and your pansy artists -
you can take all these
and your weekly newspaper
and your tornadoes,
and your filthy floods
and all your yowling cats
and your subscription to Time,
and shove them, baby,
shove them.
Two Cool Queenies
Ontem eu e a Anne nos tatuamos. Tatuagens iguais no ombro, me and my girl. Ficou muito foda. O desenho é este:
Óbvio que é só aquela florzinha ali, sem o nome da banda. Sim, eu AMO Stone Temple Pilots. Quem não gostar que dê cu na areia.
Não consegui me despedir da Anne. Não quero falar sobre isso.
Eu amo aquela garota como nunca gostei de ninguém na vida. Tem a Mari e a Cherrie, minhas soulsisters, mas é diferente, não tem nem comparação. Nós também temos tatuagens iguais, nós três. Mas é diferente.
Luv ya, girl. Stay gold.
*Snif*
You're a very open and adventurous person, you've been around the block and back several times. Yet, as all people do, you realize that this life style cannot go on forever and need to settle down. Hopefully as more time progresses you'll stick to one gender and not be so greedy! |
Your eyes are burning holes through me
Cheguei agora da despedida da Anne.
Não foi exatamente uma despedida. Fomos no Holocausto. Não vou repetir. Era um bar com RPG e um jukebox. Me adonei do jukebox e toquei Stooges, Pixies, Beatles e Toy Dolls e eu ganhei um pôster da Rê Bordosa alegando que merecia porque era eu. Só que todo mundo tava mala e foram todos dormir e eu e o Trisso fomos pro Matrix. E lá encontrei minha nova obsessão. Ele estava acompanhado. Lindo e acompanhado. A primeira vez que o vi, estava beijando a garota sexy e magra. E ele usava uma camiseta do Sonic Iut. E era lindo de doer e tinha olhos rasgadinhos e me olhou com os olhos rasgadinhos e eu derreti na parede. E tocou Been Caught Stealin' (it'll never happen to me) e Last Nite e acabou a festa e minha nova obsessão foi embora com sua garota de azul e sua camiseta do Sonic Iut e seu descabelo. Lindo, puta que pariu, lindo, eu ia dar um papel com meu email e telefone escritos em batom vermelho (esqueci minha caneta da barbie), mas ele se enfiou no carro com os amigos e a garota e sumiu e eu vim pra casa. Só me resta ir ali deitar e pensar no menino novo que foi embora. Either you're a writer, either you're happy. Bebi demais para ter acertado as teclas assim. Orgulho. Drunk pride. Olhos rasgadinhos. Olhos rasgadinhos.
I swear one day we're gonna leave this town
Voltei. Consegui.
A viagem foi o horror. Primeiro dois manés vieram encher o meu saco, mas consegui espantá-los cantando Fear Of The Dark com a voz do Batatinha. A coisa está saindo do controle. Você pensa que o Batatinha é um ser pacato, amigável e gentil, não é? Engana-se. Ele me faz passar vergonha. Ele controla a mente e a voz das pessoas. E ele vai fazer isso até eu e o Nix gravarmos o disco Batatinha sings. Mas eu estava falando da viagem. Eu nunca vou entender porque eles precisam botar o argh condicionado no polar. Tentei me proteger com minha toalha do Frajola, mas foi inútil: congelei. Chegando aqui, liguei para a minha garota e ela e mais duas amigas nossas vieram me buscar para ir em um... bar de motoqueiros. Mo-to-quei-ros. Em São Caetano. O horror. Mullets e couro por todos os lados. Me restou beber a PIOR VODGA DO UNIVERSO INTEIRO. Cara, estou acostumada a beber vódega ruim, vódega Balalaika e tudo, mas aquilo lá era MUITO RUIM DEMAIS. E eu fiquei muito bêbada demais com quatro reais. E ganhei o concurso de pior cantada de todos os tempos: "oi, você curte videokê?"
O pior é que o cara curtia. Curtia e me indicou um videokê e combinou de se encontrar comigo de novo. Eu disse que meu nome era Anne e que eu morava na Inglaterra enquanto as meninas estrebuchavam de rir ao meu lado. "Você tá me tirando?" "Eu? Eu não. Elas estão rindo de bobas. Elas são bobas. Não dá bola". Foda. Bom, depois um menino de topete tentou me ensinar a dançar, mas desistiu dizendo que estava bêbado. Sei. A partir daí tudo é lembrado em blocos. Lembro de não aceitar a cerveja de um velho chato que quis sentar na nossa mesa e ainda expulsá-lo delicadamente de lá. Lembro do meu hambúrguer cair no chão e eu ignorar, juntar e comer. Lembro de perder o canudo e a dignidade no chão do carro da Cami. Não lembro de entrar em casa. Acordei hoje na pior ressaca que já tive na vida. Não entendia nada e estava com um cabeção. O horror, o horror.
Agora eu gostaria de um esclarecimento da parte dos meninos.
Por que diabos os operários e afins fazem aquele som de quem está sugando um macarrão para as coxas e bundas e peitos e demais partes das garotas passantes?
Suuuug. Eu nunca entendi isso. O que quer dizer? "Você é massa?" Não entendo. Esclareçam. Sério.
Estou levemente disléxica hoje. Perdoem-me.
Vamos às coisas bizarras da estrada:
Coisas bizarras da estrada
1. Uma faixa escrito "Beto Barbosa". Não deu pra ver o resto porque foi rápido, mas só existem três possibilidades: ou era O Beto Barbosa, ou era um tributo (praticamente impossível), ou existe outro Beto Barbosa (ainda mais improvável). Então o homem que canta "preta, fala pra mim, fala o que você sente por mim, oioioiooooooi" canta em bares de estrada. Yeah.
2. Uma placa indicando o caminho para... Austin. AUSTIN??? Tem um portal pro Texas na Via Dutra ou o quê???
3. Kiss Motel. O logo usava as letras da banda. Kiss, com os raiozinhos no lugar dos esses. Combina com a oficina mecânica que usava o logo do Metallica.
4. A descarga e a torneira do banheiro eram ativadas por interruptores. INTERRUPTORES DE LUZ. Com direito a legenda. Surreal. Fui obrigada a fotografar.
Ressaca. Ressaca. Vou ali comer e beber muita, muita água. E fazer o texto logo pra eu e o lorão darmos continuidade aos nossos projetos ambiciosos de escrever de graça, já que ninguém paga.
Ah, sim: CONSERTEI MEU EMAIL E ELE NUNCA MAIS SERÁ MUDADO. Escrevam todos felizes para pinup79@poeira.org.
Happy and Bleeding
Acho que estou presa no Rio. Que nem fiquei presa em Londres, não exatamente contra a vontade mas não totalmente feliz porque eu quero a minha garota. Ela volta pra Reading sábado e eu simplesmente não sei viver sem ela. Me chamem de obsessiva e doentia, que se foda. Não sei e não quero. Então decidi, faz algum tempo, que vou pra lá com ela. Sim, porque entre me foder sozinha no Brasil e me foder na Inglaterra com ela, eu nem pisco. Vou morrer de saudades de todo mundo, claro. Vou viver de subemprego, é lógico. Mas o Arturo Bandini disse assim em uma entrevista imaginária pouco antes de sentir oito pratas escorrendo de seus bolsos para as mãos da puta: "meu conselho a todos os jovens escritores é muito simples: recomendaria a eles que nunca fugissem de uma nova experiência. Proporia a eles viver a vida em carne viva, agarrá-la com coragem, atacá-la com as mãos desarmadas". Dúvidas? Pergunte ao Pó.
Hoje acordei mal. Fraca, mal, com dor em tudo e com a sensação de ter engolido uma bola de canhão tamanha era a dor na garganta. Abrir os olhos, nem pensar. Isso tudo por causa dos choques térmicos constantes. Não existe corpo que sobreviva aos males do ar condicionado. Fui numa farmácia e comprei todos os remédios do universo. Todos. Quero ver esta gripe imbecil conseguir sobreviver a isto. Rá! Eu preciso voltar pra São Paulo hoje, mas deste jeito eu morro no meio da viagem, porque todos os ônibus têm ar condicionado. Grunf. Da farmácia, vim para casa (também conhecida como casa do Nix e do JP), tomei todos eles, tomei um banho (de chuveiro) e enchi a banheira de água quente e óleos e cosméticos e me enfiei lá dentro com o Pergunte ao Pó surrupiado temporariamente da Helena. Toda vez que leio este livro, lembro por que tornou-se o livro da minha vida. É foda. É genial, é simples, é perfeito. Como se não bastasse, foi traduzido pelo Paulo Leminski, outro dos meus escritores preferidos, que, acredite, não são muitos. As notas de rodapé do Leminski não são menos geniais do que o livro. Coisas como "aí vai a tradução literal, que eu tenho mais o que fazer" fazem parte do livro pra mim. Claro que em inglês é incomparável, inclusive li antes em inglês porque é mais fácil de achar (em português é praticamente impossível, já que saiu pela Brasiliense lá nos anos 80), mas em português tem todo um folclore pra mim.
Deixe-me explicar a minha relação com o John Fante.
Ele não é exatamente uma influência, porque eu já escrevia antes de saber da existência dele. O que aconteceu foi identificação imediata, assustadora, do tipo "meu deus, é exatamente isso que eu penso, é exatamente isso que eu faço, meu deus, meu deus!" Tenho noção que não chego aos calcanhares dele, mas olho pro mesmo lado, do mesmo jeito. Foi assim que ele se tornou meu escritor favorito em segundos (o primeiro livro dele que li foi Sonhos de Bunker Hill), deu o nome da minha eterna personagem alterega Camila-Clarah e o nome do minha coletânea de contos, O Cachorrinho Riu que eu ainda não agilizei porque quero que o Máquina de Pinball saia primeiro. Ah, tem gente me esrevendo pra perguntar se meu livro não é lorota. Não, não é. Olha só.
Tá. Agora eu tenho que deitar. Tô mal. Mal. Tá foda. Tchau.
Vamos todos mudar de assunto agora!
Eu fumo. Lucky Strike Ultra, mais ou menos meia carteira por dia. Antes era Marlboro Lights, mas não era toasted. "Lucky Strike - it's toasted" é muito melhor.
E eu acho um SACO gente que reprime o fumo alheio. Então lá vai meu manifesto. Digo, o deles. Mas eu assino embaixo. E assinar embaixo, nestes tempos modernos, é botar um link no weblog.
A diretoria do weblog brazileira!preta pede desculpas pelo post abaixo. Ele será mantido para futura autoreferência histórica. Obrigada pela compreensão.
surreal.
bêbada e suja de mar agora.
surrreal.
encontrei o cara com quem eu quase casei na porta do banheiro no rio de janeiro, sem querer rimar nem nada.
encontrei o cara que achei ser o homem da minha vida.
achei antes e achei hoje.
mas tomei um banho de mar e notei que eu tava mentindo. pra ele e pra mim. eu ainda gosto dele, é verdade.
mas gosto mais de mim.
tenti convecencê-lo que mudei.
eu não mudei.
eu nunca vou mudar.
eu vou s''o deixar alguns livros escritos.
alguns copos roubados,
alguna corações (o meu e o dele)
despedaçados.
e omresto é ficção fingindo ser realidade.
foda-se.
Bukowski foi legal. O som do lugar é uma merda. Roubei um cardápio para manter a tradição.
Luau dos Netunos no poishjto 9 ontem foi massa, apesar de muito baixo. Matias Maxx só incomodou. Jogou areia nas pessoas quando passava com sua roupa de magnum, falou alto, passou na frente de todo mundo. Trabalhar que é bom, nada. Eu e o lorão vamos fazer mais um desses. Mais vários. Vamos fazer uma parceria agora. Eu amo esta garota. Fomos expulsas do Fornalha ontem porque falamos alto e não somos bronzeadas. Pau no cu da manelândia então. Isso tudo saindo de um suposto churrasco onde não vi churrasco nenhum, mas a maldição do duende maligno foi comprovada.
Vou pra praia. Me recuso a voltar pra São Paulo com a bunda da mesma cor. Branco starfix. Não, não dá. Tchau.
Barfly
É quase questão de honra ir no Bukowski hoje. Não que eu seja uma barfly, não entenda mal. O que acontece é o timing perfeito. Faz pouco tempo que terminei de ler a biografia do Bukowski, o que me fez ter uma enorme vontade de reler todos os livros dele (estão em Porto Alegre) e rever Barfly, cujo roteiro foi escrito por Bukowski e Barbet Schroeder, o diretor. Quem personifica o escritor bêbido é Mickey Rourke, que, dizem, está decadentemente perfeito. Eu acredito. Bom, eu não tinha TV, que dirá vídeo. Mas os meus amigos são foda e ontem o Nix alugou o filme e eu vou pra lá daqui a pouco (girl time) ver. E vou levar o Hollywood, livro que o Bukowski escreveu sobre sua, erm, experiência com o mundo do cinema. Foi o primeiro livro dele que li. Aiai. Eu amo os meus amigos. E vou ali.
(Procurando algo sobre o filme, achei isto aqui. Bem legal. Siga os links do garoto.)
(Em um segundo momento, achei isto aqui, um artigo bem legal sobre o meu amado Fante.)
(Certo, só mais uma coisa: aquilo ali em cima não é a capa do filme. Peguei esta foto porque é mais legal e tem o Hank.)
(Tchau.)
A segunda vida do Bukowski
Viver intensamente e morrer rápido era o lema nos anos 60, mas serve para o Bukowski. Não o escritor, mas o bar que havia em Botafogo. Em pouco mais de um ano, ele agitou as noites cariocas com grandes festas. Pois eis que o Bukowski voltou. Em novo lugar, mas ainda em Botafogo. Os antigos donos, Pedro Berwanger e Alexandre Torreão, tinham vontade de reviver a casa, mas
faltava grana. Quando Renata Mattos e Pedro Rangel entraram na parada a coisa engrenou. Eles são os novos donos da casa, mas são Berwanger e Torreão que coordenam as atividades. E a segunda vida do bar começa hoje. O espaço de dois andares (capacidade para 250 pessoas) apresenta a festa Perdidos, que rolava no antigo bar. Os DJs Gago e Fernando tocam rock e pop nacional. Amanhã é a vez de o DJ Guiga mandar rock, punk, funk e pop. Mas é o domingo que reserva as maiores novidades: roda de samba e campeonato de futebol de botão (as inscrições são feitas na hora). Agora é bola para frente. Na Rua Paulino Fernandes, 7, Botafogo. Hoje e amanhã, R$ 12. Domingo, R$ 6. Sempre
às 22h. (Eusébio Galvão)
...................
Bom, então é definitivamente isto que eu vou fazer hoje.
Obrigada, "Eusébio".
Cara, eu nunca conheci ninguém com este nome. México total. Simplesmente Maria.
Todo mundo lá. O endereço está ali.
(Com quem eu estou falando mesmo?)
Ok, agora o email do UOL também não funciona. Tá virando piada, né? Então até eu arrumar um email novo no terra, mandem tudo para ladyaverbuck@yahoo.com. Boa noite.
Hoje.
Clarah e Helena, duas pin ups wannabe. Um nix. Uma noite fera.
INFORME ESPECIAL EM CAPSLOCK
ACABO DE FICAR SABENDO QUE O PERRY FARRELL ESTÁ EM SÃO PAULO. QUEM SOUBER ALGO, FAÇAVOR DE AVISAR. EU VOLTO CORRENDO. SÉRIO. MANDA EMAIL, LIGA, TELEGRAFA. EU ROUBO UM TÁXI PRA VOLTAR PRA SP. VALEU.
Bom dia, brotoejas!
Bom dia, flores!
Bom dia, Rio!
Bom dia, Black Rebel Motorcycle Club!
Pois é, estamos aqui acordando tarde novamente e não indo à praia. Eu deveria ir para a praia, eu gosto de praia -- apesar da areia -- e adoro o mar e tudo, mas não posso usar minhas chinelas porque tenho bolhas nos pés e não posso caminhar porque tenho brotoejas. Não é uma merda? É uma merda. Então vou ficar aqui. Cara, hipoglós fede. Fede muito. Tem cheiro de hidratante de peixe.
E Black Rebel Motorcycle Club é muito, muito bom. Esses baixos me lembram um pouco o Jane's Addiction, mas no geral é um upgrade de Jesus and Mary Chain.
Neste exato momento, estou conectada a 21.600, depois de 2h52min de tentativas, e ainda não consegui baixar todos os meus emilhos. Oh sim, e meu ouvido dói. Entrei no mar ontem, você sabe. Deve ter uma água viva morta no meu cérebro. Não é realmente divertido?
Vem cá, o que será que tem de errado comigo? Não, porque tem que ter alguma coisa errada. Essas coisas que acontecem não são normais. Tipo você estar esperando um bilhão de emails de trabalho e o terra dar pau. Tipo você avisar que está usando o email do uol e o uol não guardar mensagens no servidor e pensar que você baixou todas as mensagens mas você não baixou porque a conexão cai de dez em dez minutos. Tipo a sua cabeça doer tanto que quatro neosaldinas não resolvem. Taquiopariu. Mas tudo bem. Tudo bem. Tem muitos livros divertidos aqui. Tem o Pergunte ao Pó, o livro da minha vida que não leio há alguns tantos meses porque ficou em Porto Alegre. Tem o Hollywood, do Bukowski, que li pela última vez aos 14 anos antes de dar (o livro) para um cara que ficou obcecado por mim porque eu tinha 14 anos e lia Bukowski.
Acabo de desistir de pegar os emails. Não vai rolar.
Bom, vou tomar um banho gelado pra ver se as coisas melhoram. Algum dia elas têm que melhorar, não? Diga que sim, por favor.
Somebody put me together
Subitamente, tudo fica uma merda e eu resolvo não sair de casa. Combinei com todo o universo de ir na Bunker hoje, mas quando terminei de me arrumar (demora) e botei o pé fora de casa, desisti.
-- Clarah, você não vem?
-- Não.
-- Por quê???
-- Tou gorda.
Isso era o que eu devia ter dito. Não é exatamente verdade, mas não é exatamente mentira também. De qualquer maneira, não ia colar porque fui à praia de tarde e nem me abalei com o pessoal malhado. Mas alguma coisa aconteceu comigo agora de noite que a minha barriga ficou com seis meses de gravidez e eu me recusei a sair de casa. Não é só por isso, claro. Tem também o fator brotoeja. Vamos encarar os fatos, brotoejas são inaceitáveis depois dos quatro anos. E cá estou eu, praticamente impossibilitada de caminhar por causa dessas bolotinhas ridículas no meio das minhas pernas gordas. Dói. Dói horrores. Sem contar que estou cansada (caminhei de Ipanema até aqui hoje, com as brotoejas doendo como malditas lixas nas minhas coxas), com sono, sem dinheiro e muito sem saco. É TPM. Estou em constante TPM. Neste caso, é Tensão Pós-Menstrual. Tem também a Tensão Menstrual e a já conhecida Pré-Menstrual.
Minha irritação neste momento é alimentada pelo UOL carioca, que se recusa a manter a conexão por mais de dez minutos e eu não consigo nem baixar meus emails. Não consigo achar meus óculos e tive que ficar de lentes. Meus olhos doem. Não existe a menor chance de ficar sem algum artefato para enxergar: tenho 4.50 de miopia. É. Eu sou cega. E não consigo escrever cega. Mas de qualquer forma, estou cansada demais e minha cabeça dói demais para que eu fique no computador por muito tempo. Sinto que vou pegar uma gripe do mal por causa dos choques térmicos constantes proporcionados pela neura do ar condicionado. Todos os lugares têm ar condicionado aqui. TODOS. Acho que até as cabines telefônicas têm ar condiocionado. E nem é tão quente assim, tem até um ventinho. Quero ver esses cariocas todos no verão do pantanal gaúcho. Quero ver quem é macho pra morrer de calor naquela merda de Porto Alegre no verão.
Outro motivo para ficar em casa: de noite é a única hora que eu posso conectar livremente no notebuck. Tem cablemodem aqui e tudo, mas esqueci meu cabinho de rede e não vou ficar abusando do telefone dos outros, néa? Sou nerd mas tenho noção. Tenho noção também de que meu computador está uma grande tartaruga. Um lixo. Um inferno. Dando todos os tipos de pau e acusando falta de espaço enquanto tem 500 mb livres. Mas é o que temos. E o que temos não está colaborando, e eu sinceramente vou dormir agora. Pretendia contar do metaleiro de voz fina, do movimento Pin Up 2002, fazer a retrospectiva e a lista de resoluções, mas agora fiquei sem vontade de fazer isso também e vou dormir antes que quebre alguma coisa, entupa a privada ou algo do gênero. Este post só vai ser um post de verdade amanhã, porque não consigo conectar meeesmo. Não rola. Então tá. Gostaria que o mundo tomasse no cu, se tivesse um cu.
Este post é temporário.
Estou saindo agora para ir na Bunker (de novo! urhg).
Meu email filho da puta da merda do caralho do terra da porra nâo está funcionando DE NOVO.
mandem tudo para baby.bitch@uol.com.br. jazzie@terra logo estará permanentemente fora da área de cobertura ou desligado.
Tenho brotoejas.
Tenho coisas divertidas para contar, como do metaleiro de voz fina que deu em cima de mim.
Mas agora eu vou ali parar de ser nerd um pouco.
Nerd Pride
Se esse negócio de que o ano depende de coisas feitas na virada for sério, vou parando por aqui. Éééé. Tudo errado. Tá bom, nem tudo. Os momentos que antecederam a virada e os logo após dela foram foda. Ficamos vendo um filme muuuito legal chamado 200 Cigarretes e depois de comer nosso frango com arroz de pacotinho e smirnoff ice, nos demos conta que era 11’45. Pro diabo com os fogos em Copacabana, sabe. Fomos pro terraço ouvir Strokes. A música da virada foi Someday. Someday I am wasting no more time. Lindo. Vimos os fogos pelo reflexo dos prédios.
Mas é claro que rolou o momento loser. Mencionei que quase todos meus amigos amados de Brasília e mais um de São Paulo que eu adoro estão aqui? Pois é. Não fez a menor diferença, porque não vi ninguém. Foram todos para uma festa onde não tenho VIP. E eu fui pra Bunker. E fiquei com dor nos pés na volta, onde todos os manés do Rio de Janeiro nos atacaram. Nós defendíamos dizendo “sorry, I don’t speak portuguese”. Colava.
Oh, e teve a noite anterior, que compensou. Consegui encontrar quase todo mundo que queria, fora a Ciça que deixou pra vir à civilização só ontem e eu ainda não vi. Fomos todos para o Hipódromo, no Baixo Gávea, beber vódega e conversar. E tinha essa menina com uma touca rosa de crochê. Cara, cada um bota o que bem entender na cabeça, certo? Certo. Desde que não se importe com o que os outros possam possivelmente dizer ou achar daquilo. Pois eu achei a touca horrorosa, uma afronta ao bom gosto. Polícia Estética, por favor. Rápido. Aquilo me inspirou a olhar em volta, já que estava em uma noite particularmente quietinha, e dividir o bar em “dá” e “não dá”. A touca entrou no “não dá” junto com sandália de couro cru e algumas outras coisas que não lembro por causa da vódega. E a tal menina passou por trás de mim para ir ao banheiro e leu a lista, já que estava escrita no papel da mesa. Bem, ela imediatamente ficou com 10 anos de idade e entrou em histeria. Primeiro falou pra amiga “coitada, se acha a Courtney Love”, o que eu particularmente achei um baita elogio, já que a única coisa que tenho em comum fisicamente com a ela é o cabelo amarelo e a obsessão por cor-de-rosa (tocar mal conta como atributo físico? Heh). Depois começou a me chamar de gorda, horrorosa e... Lésbica. Isso porque eu estava abraçando a Helena para uma foto. Ignorei, claro. Ia fazer o quê com uma hippie nanica de touca de crochê rosa? Tenha dó. A menina foi embora berrando “Horrorosa! Horrorosa!” enquanto eu ria um pouco, entre chocada e perplexa. Deu um pouco de pena também. Nem eu consigo ser tão insegura. Bom, no final das contas acho que ela saiu ganhando com a história toda: provavelmente jogou a touca na privada quando chegou em casa, enquanto chorava e contava tudo para a mãe. Sigh. As pessoas são meio tristes.
Mas deixemos o ano que passou para trás e falemos sobre este primeiro e ensolarado dia de 2002. Fui ao cinema! Oh yeah. Depois de mais de seis meses sem assistir *nenhum* filme por pura falta de dinheiro, comecei bem indo na estréia do Senhor dos Anéis. Não tão bem assim porque o ar condiocionado resolveu estragar e o cinema estava uma fornalha, mas também não tão mal porque o Cinemark é o Mc Donald's dos cinemas e não contraria os clientes, então ganhamos entradas grátis para qualquer filme em qualquer Cinemark como rendenção pelo calor. Ye-yeah. Bem, eu não tinha lido a trilogia, não jogo RPG e tento me manter o mais longe possível de jogos em geral. Tenho tendências nerds fortes demais para correr riscos. Se eu começasse com essas coisas, provavelmente passaria o resto dos meus dias trancada em casa comendo pizza e marshmellow, tomando coca-cola e usando óculos. Ahm, com exceção do marshmellow, já é mais ou menos o que faço. Então imagina o perigo. O filme é do caralho. Como eu tinha começado a dizer mas mudei de assunto, não conheço picas da trilogia e tal, mas achei do caralho e segundo o Nix, profundo conhecedor, a adaptação está praticamente perfeita. A história é foda, os atores estão impecáveis, a fotografia é linda, a direção é excelente e eu vou ser obrigada a ler tudo muito rápido e assinar minha carteirinha de nerd. Damnit. Tentei fugir, mas parece que é a minha sina mesmo. Vou lá ouvir Weezer e botar minhas lentes de contato fora. Boa noite.