quinta-feira, outubro 10, 2002
Uma noite na terra das garotas perdidas
To my girlfriend Blondie
Olá, noite.
Olá, PC. Adoro seu botão direito.
Olá, Sammy! Quanto tempo, hein? Achei que você não voltaria mais. Entra, senta, entra sem bater, você tem a porra da chave, não tem? Sabia que eu vou morrer com a sensação do nosso fracasso e com saudades do que não fomos? Pois eu vou. E você vai voltar como um pesadelo no meio do meu sonho, como um demônio no paraíso. Mas só às vezes. Porque você não é amor, você é minha falha, meu aborto, minha perda eterna. Amor morto é assim mesmo. Disseram que amor não morre, mas você me matou.
Pronto, passou. Fantasminhas são assim, vêm e vão bem rápido, como um calafrio, como um carro que freia na esquina, um vento que te congela quando você sai da cama. Passou. Adoraria chorar um rio inteiro e depois ver o sol sumindo nele, mas não, obrigada, vou dormir. Completamente seca.
Tchau, Sammy. Até a próxima visita, maldito Sammy que me escorreu entre os dedos, que se escondeu na terra esturricada e que eu inventei. Sem fim, sem começo. Você não existe, Sammy, seu cuzão. Nem eu.
.: Clara Averbuck :. 4:46 AM
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