i gave my life to a simple chord

sábado, agosto 31, 2002

Estadão

Ok, calma, eu não tenho internet, certo?

É o seguinte: eu não escrevo pra fazer bonito. Nem pra jornalista babar ovo. Nem pra quem não entende. A barra do explorer é serventia da casa. Isto aqui é meu, aliás, é uma das poucas coisas sobre a qual ainda tenho algum tipo de controle na minha vida. Não gostou, simplesmente vá embora e me deixe aqui no cantinho que ficamos todos conversados.

Perguntaram se eu odiei a matéria do Estadão. Não, não odiei. Gostei da crítica do livro. É juvenil e individualista mesmo, porque eu sou assim. Com licença, escrevi o livro com 22 anos, alguém esperava conjecturações profundas sobre a vida adulta? Acho que não, hein. E é tudo uma questão de identificação. Já vi gente chorando ao ler algumas coisas que escrevi, outros tendo ataques de fúria totalmente incompreensíveis, só por causa da minha vida. Não é engraçado, alguém se achar no direito de ficar puto porque você existe? Eu acho engraçado, morro de rir com os hatemails. Puta perda de tempo de quem se dá o trabalho.

O Máquina se escreveu sozinho, eu não sabia que aquilo seria um livro até ser mesmo. O Vida de Gato é completamente diferente, desde o primeiro parágrafo eu sabia que o que seria, tinha uma história pra contar. O Máquina não tem uma história, mas não acho que ninguém precise contar nada. Enfim, o que eu queria dizer mesmo é que eu não me importo com o que a imprensa fala, não me importo se preferem olhar pra mim do que pra minha escrita. Eu não escrevo para eles. Aliás, não sei pra quem eu escrevo. Acho que é pros caras. Os caras, sabe, os três aqueles. Sempre me pergunto se eles gostariam.

Não me acho a melhor escritora brasileira, não sou pretensiosa, não quero chamar muita atenção, apesar de estar começando a me conformar com isso. Eu só quero escrever e tomar as minhas coisas em paz. (Já viu escritor em paz? Quase uma contradição em termos.)

É isso.

.: Clara Averbuck :. 3:47 PM

Acesse os arquivos por aqui:

  • wanna find me?
  • miau?
  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust