| sábado, junho 22, 2002
A raiva é tanta, mas tanta, que me enganou, fez a volta inteira e retornou ao ponto de partida. Virou amor de novo.
 ...
 Estou fodida para o resto da minha vida inútil. Vou ficar dando voltas e voltas e voltas e voltas e me enroscando em todas as incertezas e frases feitas. Ele é como um oráculo de parque de diversões, tem frases feitas aleatórias que larga por aí, como dardos envenenados. E todo mundo cai, porque ele é bom demais. Talvez seja verdade, eu nunca vou saber. Talvez seja.
 
 Deixe-me falar sobre estar fodida.
 
 Alguém já viu Pecado Original? É uma bosta bem grande. Mas me identifiquei horrores.
 É sobre amor doentio. O mesmo tipo de amor que me pegou.
 Um casal apaixonado. Lindo. Foda.
 A mulher sacaneia o cara. Rouba toda a grana dele e o deixa maluco. Não por causa da grana, quem se importa com dinheiro? Ele fica louco porque ela fugiu. Sumiu. Desapareceu da vida dele. Mas o idiota vai atrás e a encontra. Todos acham que ele vai matá-la, mas não. Ele a ama, mesmo tendo sido sacaneado. Quer saber porque ela fez aquilo.  A gente sempre quer saber porquê. E ela enrola e diz que o ama também. E o sacaneia de novo. E de novo. E mais uma vez. Mas ele a ama. Amor é uma merda. E eles acabam juntos. Quer dizer, o cara tomou no rabo 800 mil vezes, mas acredita nela sempre.
 É assim que eu sou.
 Burra.
 Porque o amor é burro demais.
 Puta que pariu. Acho que vou passar mal.
 
 .: Clara Averbuck :. 12:34 PM
 |