i gave my life to a simple chord

quarta-feira, abril 24, 2002


Eu só durmo.

Meu fígado deu um golpe no meu cérebro e agora toma conta do resto do corpo. Se sinto cheiro de fritura, o alarme apita. De álcool, nem se fala; fui limpar o espelho do banheiro com álcool e quase vomitei, isso que tinha acabado de comer um sanduíche super natural de queijo branco e salada e um suco. Assim não vai dar. O que eu faço? Eu moro em cima de uma pizzaria, e toda hora entram cobrinhas de fumaça pela porta da cozinha. ~~~~~~~~~~~~~~~~~calabreeeeesa~~~~~~~~~, ~~~~~~alho e olho(sim, olho)~~~~~~~~. E eu sinto engulhos. Não vai dar certo. Não vai.

Mas não importa, nada me importa, quem precisa de um fígado quando vai ganhar a guitarra que cobiça desde 1845?





É, eu posso não ter dinheiro nem móveis nem namorado nem microondas nem sacada nem silêncio nem amor, mas EU VOU TER A MINHA VISTA VENUS ROSA. Eu vou ter o róque. São Róque, que me salva de mim mesma tantas vezes, que me salva de ti, que me salva de ficar um ano trancada na minha solidão. Eu também já disse isso, quando fugi de Porto Alegre. Eu disse nunca mais, e em um mês meu nunca mais tinha se transformado em um escritor maravilhoso de olhos verdes que fumava e fumava e fumava e escrevia naquele teclado bizarro e ouvir Chet Baker e sorria pra mim. E em um mês, eu estava sozinha de novo, sozinha na Inglaterra, sem dinheiro, sem ninguém, sem nada além de São Róque e São Paulo Leminski, que sempre me salvam quando eu preciso.

Mas agora eu não sei mais nada, porque ele rasgou a minha linha de pensamento de novo.

Eu disse que não tinha fodido completamente?

Oh, agora fodeu.

.: Clara Averbuck :. 8:44 PM

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  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust