i gave my life to a simple chord

quinta-feira, março 07, 2002

Adeus, OE

O OE me abandonou. Ele deve ter lido meu blog, é isso. Ele leu tudo, se deprimiu e foi morar nas montanhas. Poor thing. Bom, talvez o Joey Tribbiani paulista esteja apenas viajando, mas hoje eu desisti. Não posso ficar esperando pelo príncipe encantado que vai chegar, sorrir e dizer OE para iluminar meu dia. Tive que mudar o foco. Não foi muito difícil. O moço que arruma computadores só saiu daqui lá pelas quase sete, então tive que ir pr'acadmía no horário de pica. Pico. Whatever. Cheio de gente, som alto fazendo tremer o chão. Levei o kit completo (O Livro dos Insultos de H.L. Djênio Mencken + diskman com White Light/White Heat e uma coletânea com singles, live, unreleased e Peel Sessions dos Strokes, pra variar) e fiquei lá pedalando, pedalando, pedalando. Na verdade, hoje era dia de musculação, mas estou impossibilitada de mover os braços porque tive mais uma crise alérgica... nas axilas. É constrangedor. Elas estão vermelhas e doloridas. Eu não quero mais me depilar, é sério. Assim que ficar rica, logo depois de pagar minha dívida com o C.R. e encher o tanque da Cami, vou fazer depilação definitiva. Enquanto isso vou ter que continar no Veet. Mas eu estava falando do horário de pica. Eu nunca tinha visto aquelas pessoas malhadas, mas lá estavam elas sendo malhadas e suadas. Eca. Então surgiu essa mulher. Se eu a visse passando na rua, acharia que era uma pessoa normal, como todas as outras. Na verdade, desconfio que nem acharia nada. Mas meu amigo, eu a vi correndo na esteira. E a mulher era uma porra de uma gazela reencarnada. É sério. Ela saltitava na esteira. Eu ri. Não sei quem são aquelas pessoas mesmo, não faz a menor diferença. Claro que não ri na cara da mulher, poxa, ela estava ali saltitando, toda magrinha e lépida e ofegante, não seria justo. Fingi que estava rindo do episódio mudo de Friends - que estava bem engraçado, de fato -, mas porra, ela saltitava. Então resolvi parar de olhar e me concentrar no episódio de Friends. A Monica estava gorda e virgem, o Chandler, desempregado, a Phoebs fumava e comprava ações. O Joey dava em cima da Rachel enquanto o Ross tentava comer sua esposa lésbica. Já tinha visto, mas poxa, nunca canso de ver. Pena que estava sem som.

Então meu cd terminou e eu pude ouvir nitidamente um grunhido. Juro, aquilo não era humano. Não podia ser. Ninguém grunhe assim desde o Piteco e a Thuga. Assustada, olhei para os lados esperando achar o George of the Jungle vestindo uma sunguinha tigrada, mas o que vi saiu diretamente dos meus piores pesadelos junto com o Phil Collins nu e o cabelo da Tina Turner. Era um OGRO. Uma porra de um OGRO vestido de verde-limão que estava tentando levantar todos os pesos da academia de uma só vez. Não contente em estar de verde-limão, o OGRO produzia esses barulhos desagradáveis enquanto ficava muito vermelho, suado e com todas as veias do pescoço visíveis como raízes de uma figueira de 107 anos. Não sei como consegui continuar pedalando. Meu queixo caiu. Era grotesco. A cena toda era grotesca. Então ele conseguiu. O OGRO levantou o grande espeto absolutamente cheio de pesos. Acho que não consigo levantar um daqueles sem arrebentar algum orgão interno. Achei que não podia ficar pior, afinal, ele tinha provado que conseguia levantar aquela porra e já tinha largado e estava se recuperando sob os olhares de toda a academia. Então veio uma garota magrinha e malhada correndinho e se pendurou no pescoço suado e sebento do OGRO. Meu deus, o OGRO tinha uma namorada. Deus. Eu não mereço isso. Eles se beijaram. Foi nojento, um beijo suado e heróico. Se beijaram, se abraçaram e saíram andando. Até então, o OGRO e sua malhadete estavam atrás das cadeiras abdutoras/adutoras, o que me impedia de ver as pernas dele. Cara. As canelas dele eram tipo da finura do meu pulso esquerdo. Ele parecia uma gota, porque era enorme na parte de cima e fininho embaixo. GROCE. Akkkkkkh. Me enfiei no livro e de lá não saí até completar uma hora de bicicleta. Pretendia fazer mais quarenta e cinco minutos de esteira, mas tinha uma fila enorme. Até tentei dar uma esperadinha ouvindo Strokes e vendo o começo da entrega do Grammy - que foi muito engraçada, até a Britney e toda a sua plasticidade invadirem o palco. Era demais para uma só noite. Me mandei.

Tá, eu admito. Foi tudo muito divertido e tudo, mas ainda prefiro o OE. Droga.


.: Clara Averbuck :. 1:36 AM

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