i gave my life to a simple chord

terça-feira, fevereiro 04, 2003

Home, sick home.

As mesmas caixas empilhadas na sala, o mesmo banheiro que inunda, os dois fogões que não funcionam na cozinha, uns livros espalhados, umas roupas empilhadas. A mesma falta de espaço, as mesmas sacolas de roupa suja. Porque todo mundo sabe que eu nunca vou me mudar. Alguém aí já me viu dizer "oh, tenho uma casa?" Nah. Faz muito tempo que não tenho uma casa. E agora eu sei onde será, sei onde me esperam as chaves, sei onde vão ficar a cama e o sofá e os livros, mas quem disse que eu consigo? E tudo que falta são uns papéis. Odeio papéis.

Home, sick home.

Ando precisando engolir uns explosivos, chacoalhar a minha vida. Esse negócio de felicidade definitivamente não se encaixa na minha idéia de felicidade. Por isso que eu vivo tentando estragar tudo.

Às vezes eu consigo. Um ataque de ciúmes nunca visto, porque eu não tinha ciúmes, achava que ninguém tomaria o meu lugar, porque ele era meu. E agora eu morro de ciúmes. Não quero. Como se faz para não morrer de ciúmes? Não gosto. Mandem meus hormônios de grávida ficarem quietos no canto deles, malditos hormônios pentelhos que me fodem a cabeça.

Deve ser amor, daqueles bem doentios, com direito a escândalo em público, Sid and Nancy, garrafas quebradas, pescoços arranhados e cuspidas na cara. Love me and hate
me, but love me again. Nunca mais até a manhã seguinte, quando as coisas vão lentamente para o lugar com um banho quente.
É, nós somos completamente loucos mesmo.
Deve ser amor. Daqueles de tirar sangue, escrever o nome no peito com um prego enferrujado, uivar pelas noites solitárias guardando minha cabeça numa caixinha só pra ele.
Love, sick love.

Tenho tanta coisa pra escrever que resolvi não escrever mais. Não até ter uma mesa, meu computador e tudo mais. Não vai demorar, eu presumo. Tenho até um fiador. Não vai demorar, eu prometo. Me botei de castigo para fazer as coisas andarem mais rápido. Porque sabe, se eu fico assim sem escrever, dá tilt.

Não morri, meus queridos. Estou apenas hibernando. Vou até entrar na cadmía de novo. As Terríveis Aventuras Para Caber Nas Calças terão novos capítulos, oh yeah. Dessa vez será pior, farei hidroginástica com as velhinhas e exercícios de grávida pra não cair tudo depois que o Beanie nascer. Porque já tenho neuroses por toda a vida, não preciso que meus peitos caiam e que a minha barriga fique listrada, não, muito obrigada.

Então é isso,
eu volto assim que voltar.

Estou de férias, se é que ainda não deu pra notar.

Divirtam-se com os primeiros capítulos do inferno da cadmía. Os próximos virão assim que vierem, junto comigo.

Farewell,

.: Clara Averbuck :. 12:14 AM

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  • wanna find me?
  • miau?
  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust