i gave my life to a simple chord

sábado, setembro 28, 2002

Ok.
DE ONDE SAÍRAM TODAS AQUELAS PESSOAS? Na minha época, há dois dias, a Fun House era uma coisa assim nossa, eu e a Ilana escolhendo músicas na jukebox do paraíso, eu e a Ilana escorrendo pelas paredes, eu e a Ilana bêbadas esparramadas no sofá, eu e a Ilana passando gloss no banheiro e praguejando. Ontem chegamos lá e tinha fila. FILA. E nenhum oxigênio. Fiquei plantada na frente da porta, mimetizada com a escada, respirando cada vez que abriam a porta. E foi tudo que aconteceu. Cheio demais. Demais. Não quero. Quer dizer, que bom, eles vão ficar ricos e tudo, mas ai, gente demais, odeio que encostem. Todo mundo encostava em todo mundo porque não tinha espaço, fiquei claustrofóbica e só não fui embora porque não. Daí eu bebi. Daí resolvi mostrar o Asdrúbal pra todo mundo, o livro estava na minha bolsa porque não sei daonde tirei que ficaríamos com tédio e então eu, triunfante, tiraria o Asdrúbal da bolsa e leria para todos, salvando a noite de acabar com alguém correndo em volta da quadra, nu, com uma capa roxa esvoaçante cantando Nananana Nananana Nananana Batman. Preciso parar de fazer essa piada. Mas todo mundo gostou do Asdrúbal. E poxa, acho que todos os meus leitores estavam lá. Fiquei emocidada. Mas hoje vai ser foda, tenho que ir em um casamento às 8 da manhã. Quem casa às 8 da manhã? A Gaía e o Marcelo, é claro. Não dormirei. Não dormirei nunca mais, preciso terminar de empacotar a minha vida. Então eu vou ali na Lame House.

.: Clara Averbuck :. 8:19 PM

Briga, soco, tapa, raiva. Amor? Raiva. Amor. Alô deus, se você está aí, acaba com a palhaçada. Não quero querer algo que não quero.
Protect me from all I want.
Protect me from all I don't want.
Quero tirar isso de mim, arrancar esse câncer que só piora e aumenta e quando chega a morfina eu nem sinto, mas depois passa e lá vem a merda de novo. Nã-ão. Deu, chega. Vou fugir pro pôr-do-sol, fugir pra casa da mamãe, fugir correndo pra bem longe dessa bagunça.
Protect me from all I want.
Protect me from all I don't want.
Dessa vez sou eu quem vai embora correndo como uma panaca, fugindo. Olha só, todo dia a gente aprende algo novo. Estou aprendendo a fugir da minha vida. O problema é que ela vai junto, e junto vão aqueles malditos olhos do inferno da minha cabeça, um monte de frases mentirosas de amor perdido, todos em fila me cutucando e puxando a barra da minha saia.
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Querem ver mais um pedacinho da tradução do Fante? Então tá. Lembrem-se que não mexo na pontuação dos outros senão eles vêm puxar meu pé de noite.
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Você não acha que eu tenho uma novela? Ouça, droga, conheci Camilla e na primeira noite que estivemos na praia e nadamos nus, e ela nadou para longe, para além da rebentação na Baía de Santa Mônica, nós dirigimos até lá no carro dela, e nadamos, lá debaixo do luar, garota linda, Camilla linda, oh como eu amava aquela garota, e inferno, com que mão imunda ela me tratou, ela pensava que eu era um lunático, que dizia coisas engraçadas, ela nadou para longe, longe demais para uma garota normal, e naquele oceano gelado às duas da manhã, e quando a vi sob o luar, naquela primeira noite, tive um palpite de que ela era o tipo de garota que sucumbia sob pressão social, havia algo sensível e belo sobre hoje e sempre, garota maravilhosa, cabelos negros, pele creme, nadando ao luar, me desafiando a nadar até onde estava, e eu não fui, nadei um pouco e cansei e então ela veio e nos enrolamos em um cobertor na praia e fomos dormir - um casal de garotos nus, mas senti, deitando ao seu lado naquela hora - aquele sentimento de que jamais possuiria aquela garota, senti que de alguma forma ela era veneno e que jamais aconteceria, senti paixão sem desejo, senti sua estranheza, senti em mim com a certeza do peito de minha mãe, essa coisa devorando uma linda garota mexicana que pertencia àquela terra, sob aquele céu, e não era bem vinda. E eu, o compreensivo, o amante de homens e bichos, pergunte àquela areia ao longo da Baía de Santa Mônica se o grande Arturo Bandini foi tão grande amante naquela noite, não não não, porque sentia pena dela como um homem com pena de sua garotinha e não era paixão que sentia mas apenas desejo, e foi só o que houve.
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Você conhece o sentimento de olhar lá no fundo dos olhos de alguém e sentir o peito apertando com a certeza de que nunca terá essa pessoa? Aqueles olhos estão ali, está tudo ali na sua frente, na sua cara, na sua cama, mas não te pertence. Nada te pertence, é como poeira, como pó, é só assoprar para que se espalhe em mil particulazinhas dançantes e lá está você sozinho de novo. É tão cômodo ficar esperando que eu volte, e eu sempre volto, a idiota sempre volta ao local do crime. Mas agora chega, agora eu não volto porque vou estar lá longe no pôr-do-sol. Comendo comidinha da mamãe, fumando Luckies na varanda, assistindo aos barquinhos nadando no rio que não é rio, terminando o Vida de Gato na santa paz da minha terra. Porque se eu não sei me controlar, se você não sabe se controlar, se vai me dar tapas na cara e me odiar e me amar, prefiro ir embora e esperar passar. Hunger hurts but starving works when it costs too much too love.

.: Clara Averbuck :. 8:15 PM

O LIVRO DOS GATOS

FODA FODA FODA.

Amei. Muito. Catlovers, corram lá!

.: Clara Averbuck :. 8:01 PM

terça-feira, setembro 24, 2002

Então tá, néam. Vou para casa deixar o casal aqui em paz e começar a arrumar minhas coisas. Terça tenho que entregar o apartamento onde estou ficando. Aliás, jamais poderei agradecer o suficiente ao moço que me emprestou. Terá minha eterna gratidão e para sempre te deverei uma, rapaz. Você salvou meu rabo.

Semana que vem partirei para Porto Alegre, onde ficarei alguns diazinhos até que possua reais (e uh, como possuirei, jamais passarei fome de novo) para voltar para cá e mudar para o Centro, de onde nunca mais pretendo sair enquanto morar em São Paulo. Vou lá ficar com minha mãe, fazer companhia a ela e aos 400 gatos da casa enquanto meu pai cuida de seus negócios escusos na Colômbia e no Equador. Devo voltar em uma semana, algo assim. Morrerei de saudades, mas não vou começar a choramingar agora porque ainda falta uma semana. Gostaria de ir agora, já que também quero dar uma fugidinha de algumas coisas sobre as quais não tenho o menor controle, mas agora não dá. Esperarei, pois. E volto de patrola.

.: Clara Averbuck :. 10:39 PM

Encontrei a solução para todos os meus problemas.

Ei-la.

E ainda tem a grande vantagem de ser light.

.: Clara Averbuck :. 10:23 PM

Eu acredito no horóscopo do Village Voice

GEMINI (May 21-June 20):
You're ready to make the transition from plodding to soaring; from muttering confused criticisms to unleashing bright toasts; from indulging in heavy-handed acts of self-incrimination to whipping up giddy, weightless sensations. And to what do we owe this bracing turnaround in your fortunes? Probably the fact that the Era of Brazen Narcissism has arrived for you Geminis. During the coming weeks, ingenious displays of self-worship are not only permitted but encouraged. Can you stand even more good news? The cosmic omens suggest that you'll be able to round up hordes of devotees who are also eager to celebrate your glory.

.: Clara Averbuck :. 9:58 PM

buáááá

.: Clara Averbuck :. 6:17 PM

Eu tinha perdido a minha jaqueta de couro falso. E eu adorava aquela jaqueta, era quase como meu próprio couro. Minha mãe se comoveu e me deu uma nova, quase tão legal quanto a outra, para que eu não petrificasse e rachasse de frio em Porto Alegre. Eu disse que dormi aqui no M., né. Antes de dormir, tinha deixado a jaqueta pendurada em uma luminária na parede. Agora comecei a sentir um puta cheiro de queimado. Primeiro achei que era da rua, depois dos fios, e finalmente me dei conta que a minha jaqueta estava derretendo. Tem um rombo bem no meio das costas. Eu simplesmente não posso acreditar nisso. Vou remendar com fita isolante. Ninguém vai notar.

Eu vou chorar.

.: Clara Averbuck :. 5:35 PM

Droga.
Dormi com uma idéia, mas acho que rolei por cima da coitada e a esmaguei.

.: Clara Averbuck :. 4:43 PM

"Pequena"

.: Clara Averbuck :. 4:16 AM

Pô, o blog fez um ano dia 16 e eu nem comemorei porque achei que era dia 26. Monga.
Atrasado, mas vamos lá:

não cantem parabéns porque dá vergonha


Um ano da minha vida. Não vou entrar em devaneios, hoje não. "Parabéns para mim" é o suficiente. A comemoração fica com o template novo que a Eva Uviedo fez (smack!) e que vai entrar no ar assim que... bem, assim que entrar. E antes que façam chacota do meu belíssimo cartão de aniversário feito no paint, aquilo em volta do bolo são confetes e serpentinas, ok? Sempre lembrando que aceitamos qualquer tipo de esmola, alimentos perecíveis ou não-perecíveis (e até não-comestíveis, do jeito que a coisa anda), modems pcmcia, apartamentos, linhas telefônicas, dinheiro, quartos de hotel, sexo, droguinhas, cosméticos, coisas de pelúcia, acessórios felinos, colo e muitas, muitas, muitas bebidas fermentadas. Nunca destiladas, disse o Asdrúbal. Quem sou eu pra contrariá-lo?

.: Clara Averbuck :. 12:35 AM

Nem fui pra casa. Fiquei aqui, sob os cuidados do M. e da G., que por sinal casarão no domingo e são meus pais nas horas vagas. Porque estou morrendo de cólica e de umas outras dores aí e a G. entende e tem remédios e comida e bolsas de água quente e eles me amam e me afofam e me dão bombons de Bailey's e filmes. [modo 11 anos ligado]

.: Clara Averbuck :. 12:00 AM

segunda-feira, setembro 23, 2002

mais um produto da Tradutora Louca, que tomou coisas no sábado e ficou traduzindo até letra de música e placa de fast food. Essa é uma singela homenagem aos chatos, os bobos e os feios.

A ÍNDOLE DA MULTIDÃO
(Bukowski)

Há suficiente traição, ódio,
violência,
Absurdo no ser humano comum
Para abastecer qualquer exército a qualquer
momento.
E Os Melhores Assassinos São Aqueles
Que Pregam Contra o Assassinato.
E Os Melhores No Ódio São Aqueles
Que Pregam AMOR
E OS MELHORES NA GUERRA
-ENFIM- SÃO AQUELES QUE PREGAM
PAZ

Aqueles Que Pregam DEUS
PRECISAM de Deus
Aqueles Que Pregam Paz
Não Têm Paz.
AQUELES QUE PREGAM AMOR
NÃO TÊM AMOR
CUIDADO COM OS PREGADORES
Cuidado Com Os Conhecedores.

Cuidado
Com Aqueles
Que Estão SEMPRE
LENDO
LIVROS

Cuidado Com Aqueles Que Ou Destestam
A Pobreza Ou Orgulham-se Dela

CUIDADO Com Aqueles Rápidos Em Elogiar
Pois Eles Precisam de LOUVOR Em Retorno

CUIDADO Com Aqueles Rápidos Em Censurar:
Eles Temem O Que
Desconhecem

Cuidado Com Aqueles Que Procuram Constantemente
Multidões; Eles Não São Nada
Sozinhos

Cuidado com
O Homem Vulgar
A Mulher Vulgar
CUIDADO Com O Amor Deles

Seu Amor É Vulgar, Busca
Vulgaridade
Mas Há Força Em Seu Ódio
Há Força Suficiente Em Seu
Ódio Para Matá-lo, Para Matar
Qualquer Um.

Não Esperando Solidão
Não Entendendo Solidão
Eles Tentarão Destruir
Qualquer Coisa
Que Difira
Deles Mesmos

Não Sendo Capazes
De Criar Arte
Eles Não
Entenderão A Arte

Considerarão Seu Fracasso
Como Criadores
Apenas Como Falha
Do Mundo

Não Sendo Capazes De Amar Plenamente
Eles ACREDITARÃO Que Seu Amor É
Incompleto
ENTÃO TE ODIARÃO

E Seu Ódio Será Perfeito
Como Um Diamante Brilhante
Como Uma Faca
Como Uma Montanha
COMO UM TIGRE
COMO Cicuta

Sua Mais Refinada
ARTE

THE GENIUS OF THE CROWD

There is enough treachery, hatred,
violence,
Absurdity in the average human
being
To supply any given army on any given
day.
AND The Best At Murder Are Those
Who Preach Against It.
AND The Best At Hate Are Those
Who Preach LOVE
AND THE BEST AT WAR
--FINALLY--ARE THOSE WHO
PREACH
PEACE

Those Who Preach GOD
NEED God
Those Who Preach PEACE
Do Not Have Peace.
THOSE WHO PREACH LOVE
DO NOT HAVE LOVE
BEWARE THE PREACHERS
Beware The Knowers.

Beware
Those Who
Are ALWAYS
READING
BOOKS

Beware Those Who Either Detest
Poverty Or Are Proud Of It

BEWARE Those Quick To Praise
For They Need PRAISE In Return

BEWARE Those Quick To Censure:
They Are Afraid Of What They Do
Not Know

Beware Those Who Seek Constant
Crowds; They Are Nothing
Alone

Beware
The Average Man
The Average Woman
BEWARE Their Love

Their Love Is Average, Seeks
Average
But There Is Genius In Their Hatred
There Is Enough Genius In Their
Hatred To Kill You, To Kill
Anybody.

Not Waiting Solitude
Not Understanding Solitude
They Will Attempt To Destroy
Anything
That Differs
From Their Own

Not Being Able
To Crate Art
They Will Not
Understand Art

They Will Consider Their Failure
As Creators
Only As A Failure
Of The World

Not Being Able To Love Fully
They Will BELIEVE Your Love
Incomplete
AND THEN THEY WILL HATE
YOU

And Their Hatred Will Be Perfect
Like A Shining Diamond
Like A Knife
Like A Mountain
LIKE A TIGER
LIKE Hemlock

Their Finest
ART

.: Clara Averbuck :. 7:41 PM

Yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda, yadda.

Vou fugir pra Porto Alegre um pouco.

.: Clara Averbuck :. 7:38 PM

Tinha esquecido o quanto eu gosto do Verissimo. O filho, o filho. O pai não me emociona muito. Mas o filho, puta que pariu, o filho. Hoje eu acordei muito cedo, porque domingos se arrastam e eu já estava cambaleando lá pela 1h (até porque a única refeição do dia foi uma empanada), quando fui arrastada para fora do bar pela minha amiga. Voltamos amaldiçoando o sexo oposto no carro e planejando nosso reveillon, que vai ser ridiculamente foda. Acordo às 7 da manhã com o barulho infernal do elevador, morrendo de fome e sabendo que não existe nada na casa além de ervilhas (nããooooo) e barras de cereal (nããããoooo!!!), mas mesmo assim resolvo fuçar nos armários. Eis que encontro um pacote de feijão! \o/ Pus-me a cozinhar. Sim, comi feijão de manhã. Não me fez nada bem, estou com a sensação de ter engolido uma solda. O que me salvou foi o Verissimo. Passei a manhã lendo uns Verissimos. Aliás, ando compulsiva, lendo um livro por dia. Ou dois, dependendo do tamanho. Li Minha Idéia de Diversão - um romance profilático, do Will Self, em um dia e meio. 371 páginas, ouch. Culpa dele, também. Quem mandou escrever um livro que hipnotiza? A história é absurda, fica cada vez mais absurda, te faz falar sozinho, falar com o narrador. E o vocabulário dele é impressionante. Eu jamais conseguiria ler em inglês sem ter que recorrer ao dicionário a cada página. O narrador te faz sentir um merda, um burro, um palerma inferior, e você não tem escolha senão meter o rabinho entre as pernas e continuar lendo, com medo de levar um tapão na nuca se parar. Deveria ser filmado pelo Fincher, ele seria o cara perfeito pra isso. Impossível parar de ler. Completamente impossível. Leiam agora. Saiam daqui e leiam agora. Xô. Tô com azia, tô sem graça e sem inspiração, ia falar do Verissimo e esqueci, ando caducando. Me deixem. Tô velha. Vão embora.
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Alguém aí tem o email do Toninho Vaz? Não é possível, alguém no mundo TEM QUE TER o email dele.
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Deusdocéu, conheci a Dona da Festa. E ela é legal pra caralho.
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Eu quero o meu Cântico dos Cânticos. Agora.
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Vou pra casa.

.: Clara Averbuck :. 7:37 PM

[sábado]

Mas vamos pensar em coisas práticas. O show do Chili Peppers, por exemplo. Vou para Porto Alegre nem que precise fazer favores sexuais a um caminhoneiro que carrega bananas pelo país. É sério. Tô nem aí que ficam falando que eles estão velhos, que não fazem mais rocões. Claro que não fazem, se fizessem eles iam virar o Aerosmith, que faz a mesma música há 20 anos. E eu vou ver o show com a Cherrie e a Mari, com quem passei a adolescência ouvindo Chili Peppers e vendo vídeos e sacolejando pela sala de casa e infernizando as respectivas famílias cantando I wish I was a little bit taller, I wish I was a Paula incessantemente (piada interna). Foi por causa deles qe descobri Stooges, por causa da Search and Destroy deles. Foi por causa deles que descobri tudo. Inclusive eu mesma. Já devo ter contado essa história umas 407 vezes, deixa eu ver se encontro aqui no notebuck®.
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Tá, não achei. Foi assim: eu estava no Rio com meus pais, babai tinha uma temporada lá de uns meses e fui junto. Estávamos em um apartamento na Siqueira Campos, aliás, que coisa mais legal aquele lugar. Dava pra ver o mar, eu ficava com a cabeça torcida na janela vendo as ondas surgirem branquinhas do mar de noite, do nada, do escuro, era foda. Aiai, o Rio. Bom, ainda não tinha MTV em Porto Alegre naquela época, 91, Rock In Rio e tudo. Então eu estava assistindo MTV calmamente quando começa a passar o clipe de Higher Ground. Pirei, só isso. Primeira coisa que fiz quando voltei foi comprar o vinil do Mother's Milk e dali em diante, tudo mudou. Descobri Parliament, Funkadelic, Stooges. Descobri tudo. Descobri que o Frusciante era o melhor guitarrista do mundo. Que o Flea era o Flea. Quando eles lançaram o Blood Sugar, então, nem falo nada. O show de SP me fez chorar. Tem aqui, ó: ********. E o show do Rock in Rio, bem, ammm, na hora eu até fiquei emocionada apesar da apatia do Anthony Kiedis e da baba do Frusciante, mas quando revi, achei uma merda bem grande. Foi a coisa mais sem sentimento que já vi na vida. Até aqueles músicos de churrascaria tocam com mais vontade do que eles no Rock In Rio. Mas valeu pela companhia, Mari, Cherry, Mateus, tooodo mundo. Aliás, fiquei sabendo que uma pessoa mandou um email para a namorada do Mateus falando que ela deveria se cuidar comigo porque eu era muito obstinada quando queria alguma coisa, e ele achava que eu queria o Mateus. Ei, amigô, você é meio monga, né? O Mateus é uma das minhas metades, assim como as minhas soulsisters, assim como meus amigos que eu amo muito. Você é mongo e passou altos ridículos, mesmo sendo anônimo. Olhaí, tá morrendo de vergonha agora. Tss.

Ok, são quase duas da manhã e a Ilana ainda não chegou. Será que serei abandonada em casa, maquiada e arrumada DE NOVO? Se isso acontecer, mudo amanhã para o matinho e fico lá para sempre. Ah, não. Se isso acontecer, vou a pé até algum lugar aí. Qualquer lugar. Até baile. Ah, não, ah não. Este acaba de ser nomeado o fim-de-semana do abandono. Fui abandonada, negligenciada. Ninguém bi ãba. Nem o porteiro gosta de mim. Chuife. Estou me deprimindo. Vou ouvir Miles Davis e me afogar no tanque.

Vamos aos devaneios, então. Esse disco novo dos Chili Peppers me lembra a estrada de volta de um lugar aí. Nem tinha saído ainda naquela época, mas sinto como se estivesse ouvindo e vendo a estrada, vendo as vaquinhas passando. Dá saudade de viajar de ônibus. Me divirto horrores, quase nunca durmo, adoro observar as coisas na estrada, as placas com erros grotescos, as casinhas, as pessoas, o céu.

ESTOU FICANDO TENSA. NÃO QUERO FICAR EM CASA HOJE, NÃO POSSO MAIS. Ironicamente, joguei fora o flyer da festa nova do Márcio Custódio ontem, então eu não sei onde fica. OBRIGADA SENHOR, A ILANA ACABA DE LIGAR. Mas ela não vai sair. Nhom. Saco. Pelo menos agora eu sei onde fica o lugar. Vou lá, vou lá. Wish me luck.

.: Clara Averbuck :. 7:29 PM

[sexta]

Certo, então em um dia chuvoso de merda, todos os meus amigos desaparecem. Puf. Todos os celulares chamando e não atendendo, eu com 70 centavos no bolso, uma tonelada e meia de coisas na cabeça. Sempre, sempre fico sozinha nessas horas, é uma coisa impressionante, todo mundo some bem na hora em que mais preciso. Será que é assim com todo mundo? Será que O Controlador Gordo está me testando? Será que Murphy não tem limites?

Todos os meus amigos estão demitidos.

Sem internet, sem álcool. Sem dinheiro, sem amigos. Isolada em um lugar onde os botecos fecham depois da uma. Acho que vou assaltar uma loja de inconveniências. Meu deus. Não é possível. Estou paralisada. Vazia. De novo não tem nada batendo em mim. Mas olha, virei a Tradutora Louca e fiquei traduzindo tudo que vi pela frente, até traduzi pra minha vida um poema do Bukowski, quer ver?

O dia em que chutei o d....
Poxa vida. Acho melhor não, vai pegar mal. Mas ficou tããão legal. Eu gostei. Mas agora eu tenho que ir, vou ali me atirar pela janela bem rapidinho, amanhã a gente se fala.

[2.34am]
(algo me diz que ninguém anda entendendo nada. Pra ser sincera, nem eu. Cansei de montanha russa. O carrinho sempre sai dos trilhos quando tudo parece estar bem.)

.: Clara Averbuck :. 7:28 PM

A Outra
[sexta]

Tudo começou na sexta série. Eu voltava para casa a pé com um menino chamado Júlio, que namorava com essa garota chamada Michele. "Namorava". Eu também "namorava" com um menino cujo nome esqueci, Luciano, Marcelo, Rafael, qualquer coisa assim. Só lembro do apelido que dei a ele: Passo Fundo. Não pergunte. Pelo que me consta, o sujeito foi perseguido por esse apelido para o resto de sua vida escolar. Um belo dia, pintou um clima e eu o Júlio trocamos uns beijinhos, prometendo segredo. Mas homem não sabe manter segredo e o tapado contou justamente para um cara que era apaixonado pela "namorada" dele. Adivinha se a história não se espalhou muito rápido. Yeah yeah. Michele ao telefone: "e aí, Clarah, como é ser a outra?" O que seguiu foi ainda mais ridículo. Todas as meninas daquela série, com exceção da Bibiana, que não era miolo-mole, depenaram seus travesseiros e jogaram penas em mim no meio do pátio da escola, me chamando de galinha. Caí no chão de rir, ri muito, era por demais patético. "Tá rindo pra não chorar?", disse uma evangélica. "Não, tô rindo porque é engraçado mesmo." E era. Muito. Anos depois, todas pediram desculpas pelo comportamento ridículo. Dei de ombros, porque não fez a menor diferença na minha vida. Eu só não sabia que a história se repetiria por todos os séculos dos séculos, amém. Desde então, eu sou "a outra". A que destrói a felicidade alheia, termina com namoros, implacável destruidora de lares se metendo onde não deve. Do meu lado, eu sou a babaca que se apaixona pelos caras errados, que também se apaixonam por mim e é tudo lindo e cheio de coraçõezinhos, e eles me dizem espera, e eu espero, mas eles acabam ficando com suas namoradas ou, pior, com uma terceira pessoa. Eu sou a mina que é protelada, enrolada até ser descartada como um pé de meia suja por causa de alguma namorada que vai para a França ou perdeu o pai ou está em uma fase difícil ou é frágil e coitadinha demais e não sabe sofrer, não sabe doer, oh pobre namorada frágil que chora e chora. Francamente, quem não sabe doer não merece viver. Qualquer dia, quando eu tiver casa, espero um diploma bem bonito de PhD em dor. É, deve ser a única coisa que sei fazer na vida. Acho que só tive um cara decente na vida, meu namoro mais longo. Agora deu, cansei. Nunca mais em toda a minha vida vou aceitar nada desse tipo. Agüento, mas não agüento mais. O negócio agora é love me or leave me. Chega de ser compreensiva, de esperar, ter paciência com algo que evidentemente não vai para frente. Não entendo mais nada, não quero ser sympathetic com nada, vou bater o pé, beber e dar escândalo e socar a parede e cuspir na cara. Sozinha eu sempre estive, não preciso de uma migalha qualquer pra continuar passando fome depois. Foda-se, eu me demito. Por favor, traga a conta e não olhe na minha cara. Nunca mais.

.: Clara Averbuck :. 7:28 PM

quarta-feira, setembro 18, 2002

Vejamos se explicando como na escola as pessoas conseguem entender. Vamos lá, é bem simples. Acho que desenhando fica mais fácil, né? Todo mundo prestando bastante atenção agora, tá?



Viu? Não é realmente simples? Ótimo, porque eu nunca mais responderei essa pergunta enquanto viver. Puta que pariu, enche o saco.

.: Clara Averbuck :. 9:33 PM

Oh não, oh não,
Pensei que tinha me livrado, pensei que nunca mais teria este problema, mas ela voltou, ela chegou e me cutucou, a Terrível e Famigerada e Feia, Muito Feia

I N S Ô N I A!

aaaaa!

Rolei e revirei e me enozei toda no lençol e nada, nada de sono. Acho que o que me falta é vegetar um pouco, sabe, televisão, essas coisas, fico pirando agora que decidi ler tudo que falta na vida e passo o dia lendo lendo lendo escrevendo escrevendo escrevendo traduzindo traduzindo traduzindo pensando pensando pensando, tem uma pilha de roupas a dobrar faz umas duas semanas e eu nem quero saber delas, passo o dia aqui com dor nas costas na cadeira dura e no teclado banguela. Ok, não acontecia há uns dias porque não, mas é o que tenho feito e o que voltei a fazer. Ah, ganhei uma máquina de escrever, quer dizer, me disseram que ganhei e eu acredito, então vai ser ainda pior, vou ter que comprar mais uns braços porque os meus não vão dar conta, vou querer escrever cartas e digitar textos velhos só porque ficam bonitos no papel. Posso até vender em mesa de bar "oi, vocês gostam de poesia?" MENTIRA, isso é o pior pesadelo de qualquer ser vivo, hippies vendendo poesia de mesa em mesa - sou terminantemente contra. Aiai, nunca quis tanto meus livros de Porto Alegre, no fim do mês eles estarão comigo no meu apartamento novo e definitivo sei lá onde, todos bonitos enfileirados limpinhos sorrindo para mim, saudades de muitos livros que ficaram. E eu fico também, fico por aqui em São Paulo, não sei o que aconteceu mas passei a gostar dessa cidade feiosa de céu de plástico, fui engolida, mas não pensem vocês que perdi meu sotaque, não não não, nunca vai acontecer. Mas eu fico, fui ficando e fiquei, reclamei pra caralho mas agora tudo é lindo, tudo é maravilhoso, tudo é tão perto que nem ouso pensar em ir embora.

Vida de Gato bem no finzinho, mais um ou dois capítulos curtinhos, umas 100 páginas no total, eu acho. Daí resolvi pegar um monte de coisas prontas e outras grávidas na minha cabeça e fazer uma coletênea, um monte de continhos velhos e novos, um monte de idéias,
deus eu nunca tive tanta idéia. Queria falar com certas pessoas a respeito, mas as pessoas desaparecem do planeta e me deixam esperando, esperando, parece até passatempo, a arte de fazer Clarah esperar, e eu espero mesmo porque se não for ele pra ouvir eu não quero. Mas o que eu queria mesmo era uma marretada na cabeça pra dormir, dormir muito, acho que vou reatar com a maconha pra ver se me faz dormir. Melhor do que pílulas, porque de pílulas minha vida está cheia e não tem mais espaço pra nenhuma. Chega. Eu vou tentar, eu vou tentar, eu vou deitar e relaxar e dormir muito. Eu vou.
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Sim, é claro que eu fui, e é claro que não dormi e li mais um livro inteiro e morri de rir. Me foi emprestado há uns 57 anos, mais ou menos. He died with a felafel in his hand - hilarious true stories about house-sharing hell, do John Birminghan. Tinha lido uns pedaços mas agora que peguei inteiro quase morri de rir, é uma das coisas mais engraçadas que já li na minha vida inteira. House sharing hell, I KNOW what that is. Puta que pariu, como sei. E tem coisas como "O tédio é uma coisa terrível em um grupo. Quando você vive sozinho, você pode sair de casa e lidar com isso. Mas quando tem um monte de gente entediada em um lugar, a coisa fica feia. Você terminará socando bananas nas cuecas e butt walking pela sala. Ou correrá em volta da quadra, nu, com uma capa roxa esvoaçando atrás de você, cantando Nananana Nananana Nananana Batman". E é bom pra ver como você é uma pessoa normal que lava a louça, não coleciona pentelhos em sabonetes nem papel higiênico porque acha que está tentando ser controlado pelo sistema de saneamento básico. Mas continuo morrendo de sono, de dor nas costas e tem algo estranho com a minha garganta. Não sei mais o que fazer. São 8'30 da manhã, está claro demais, já sei que não dormirei hoje. Oh meu saco.
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É que a minha cama virou um deserto.
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Mas ainda tem um pouco de cheiro no travesseiro. Cheiro de pescoço, sabe, aquele que te inunda e é impossível evitar um sorrisinho e não amolecer as pernas. Ai, ai. Vou testar.
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Funcionou. Acordei agora, às 4. Tenho 10 real. Devo uns 10 na Lan House, mais 10 na padaria, mais 16 no restaurante. Não posso sair para nenhum lado sem que algum dos credores me veja. Vou ao banco ver se tenho dinheiro. Se tiver, postarei. Senão, amanhã.

.: Clara Averbuck :. 9:30 PM

Two Cool Queenies

"Acho que vou comprar um carro"
"Eu tô falando que você anda com umas idéias muito ruins. Por que você não compra logo uma arma?"
"Pô"
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.: Clara Averbuck :. 9:29 PM

Pergunte ao prólogo

Terminei a tradução do prólogo inédito do Pergunte ao Pó.
E agora?
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Alguém quer comprar? Fiz por amor, sabe, mas se alguém comprasse seria legal.
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Uma semana. Se em uma semana ninguém se manifestar, publico aqui, em capítulos porque tem 20 páginas.
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.: Clara Averbuck :. 9:29 PM

segunda-feira, setembro 16, 2002

Eu?
Eu tou aqui.
Vivendo ali fora um pouquinho, só pra variar. Eu e a ABI vamos muito bem, obrigada. A Associação dos Bêbados Inconseqüentes é um sucesso. Quem não gosta é o Asdrúbal. Mas se eu me mantiver nos fermentados, ele nem enche meu saco.

Eu e Anne entramos em campanha para que todos mudem seus celulares para espanhol, muito mais divertido. Qualquer coisa é mais divertida em espanhol, inclusive os xingamentos. Vocês deveriam tentar, é realmente divertido.

Estou bem, estou ótima. Estou até calma, se é que alguém pode acreditar nisso. Eu acredito. Sem contar que mandei um email pra Elvira Vigna. Vocês não imaginam o que é essa mulher na minha vida. E na do Asdrúbal, é claro.

Ah, e muito obrigada, Roger Lerina, por espalhar ao mundo o que não deveria ser espalhado. Máquina de Pinball - o filme, dirigido por Murilo Salles. Sim, é verdade, mas não era para contar ainda, seu cuzão destruidor de surpresas. Ainda não sei se vai ser este nome, ainda não sei nada, só sei que o livro é dele, em quem confio quase cegamente. Será foda, sim, será altamente foda.

Muitas coisas legais, muitas muitas muitas, melhorando a cada dia, uma ideiazinha virou uma árvore e nada me entusiasma tanto desde... sei lá eu quando. Gostaria de poder falar, mas a outra parte envolvida não mexe o rabo, então entrei de greve e não vou mexer o meu até que ele se pronuncie. E as outras coisas me salvando, ainda não me caiu bem a ficha. Não estou acostumada com esse negócio de coisas dando certo, entende, minha rotina de toco-despejo sendo quebrada, um alívio.

O dia enroscada entre os lençóis, nem lembrava mais como era isso. Amor, amor. Tudo muito bom, tudo muito lindo, eu muito idiota rindo de boba. Alguém me estapeia, por favor.

Primeira vez que sento diante do notebuck® desde quarta, dá pra crer? É bom crer. Saudades dos meus dedos no teclado, um monte de idéias por todos os lados, ainda nenhum dinheiro mas ei, é temporário. Agora eu vou ter vida. Aliás, vou ali ter vida e já volto.

.: Clara Averbuck :. 10:33 PM

Tá foda.

.: Clara Averbuck :. 10:31 PM

terça-feira, setembro 10, 2002

Telegrama bem rapidinho

Eu?
Eu tô aqui.
Enfurnada em casa lendo lendo lendo um monte de coisas Bataille Baudelaire Pessoas e traduzindo Fantes e mais Fantes e bebendo to-dos-os-di-as e saindo com a Ilana e um monte de coisas boas demais acontecendo e outras lindas desacontecendo e murchando feito a florzinha no deserto e o filho da puta paradinho sem bater mas eu não-vou-pensar porque o resto é bom demais e nada vai me derrubar nunca mais enquanto eu sobreviver esta semana. Lançamento em Floripa, em Curitiba, ainda não sei quando, algo entre fim do mês e fim do outro mês. Com leituras de Fante, Leminski, Bukowski e Averbuck, haha. Idéia do Ilustre Acadêmico, que vai junto em todas. Eu e ele lendo e falando e bebendo, acho que o céu deve ser bem parecido com isso mas com mais gente lendo e bebendo.
Sem internet, sem telefone, sem o j do teclado banguela, mas com um pouco de dinheiro, bem pouco, e planos, milhares de planos por todos os lados e o Vida de Gato ficando lindo. Incomunico-me comigo nos últimos dias, dialeto interno demais para publicar, vida alheia envolvida, não, obrigada, não quero apanhar. Voltarei para casa e assim que conseguir me ouvir novamente, venho correndo para vocês que ainda me esperam. PT SAUDAÇÕES

.: Clara Averbuck :. 10:09 PM

segunda-feira, setembro 09, 2002

Nada é tão ruim que não possa piorar. Nada.

.: Clara Averbuck :. 6:36 PM

Love and happiness are unconceivable

A Anne está sempre certa. Ando mesmo tendo umas idéias muito ruins. Bebidinha demais ontem, sabe, eu e a Ilana, minha nova melhor amiga judiazinha (não sei se vocês notaram, mas todas as minhas amigas são minhas melhores amigas), nessa festa onde estava presente toda a imprensa da cidade de São Paulo. Se jogassem uma bomba naquela festa, a imprensa brasileira estaria liquidada. Tinha uns chatos. Tinha uns meninos bem bonitos. Tinha um vinho bem vagabundo e caro, mas fazer o quê, tivemos que beber. Bebemos bastante, eu e a Ilana. Rimos pra caralho. E tivemos umas idéias horríveis juntas. Acho que os Anjos Xifópagos dormiram. Ou beberam demais. Sei lá. Só sei que fiz merda. Mas foda-se, porque ninguém merece. Ninguém merece. O Bob Forrest vai falar disso melhor do que eu (neologismos inclusos):

Você não pode me machucar, porque eu sou inmachucável. Você não pode me assustar porque eu sou inabalável. E você não pode me tocar porque sou inalcancável. E você não pode me pegar porque sou inesquecível. (trocadilho, un-forgettable, e agora?). Decidi que não vou passar por isso de novo. Já enfiei na cabeça que não vou fazer de novo. Bom, fiz coisas que são imperdoáveis. Cometi erros que são irreversíveis. Então não me dá, eu não agüento. Fiz a cama e agora vou deitar nela. Decidi não passar por isso de novo. Enfiei na cabeça, não vou passar por isso de novo. O amor e a felicidade são inconcebíveis, então não me ama, porque eu sou inamável, e não me provoca, porque eu sou intentável, e você não pode ficar comigo porque sou UNBEWITHABLE. Unbewithable. Decidi não passar por isso de novo. Enfiei na cabeça, não vou passar por isso de novo.

Uma salva de palmas para o Bob Forrest, pessoal.

.: Clara Averbuck :. 6:14 PM

Os Anjos Xifópagos e as pantufas miantes
[sábado]

Dois reais em moedas remanescentes do Buda Glitter, a janela meio aberta, as costas nuas e geladas, a cama enorme e vazia, a cara inchada de passar vergonha no metrô de manhã de novo. Mau dia. Olá, minha vida. Um beijo para você. Abro o armário. Macarrão. Só. Macarrão e barras de cereal, que meu estômago recusa por causa da overdose. Macarrão com caldo knorr. Olá, minha refeição do dia. Louça suja na pia, uma pilha de roupas para lavar. Ignoro tudo. Me vejo no espelho, a maquiagem totalmente borrada, olhos de panda. Olá, manhã de sábado. O dia hoje promete. Promete ser uma merda bem grande e cinza, igual a esta cidade. O céu está vazio. Preto e branco e frio. Tudo está preto e branco e frio hoje. Tem uma nuvem nas minhas costas e mesmo assim eu insisto em olhar para trás.

Seu telefone não tem créditos para completar esta chamada.

Vicente Celestino, tá, a culpa é toda daquele velho chorão, aquele dramático dos infernos a quem fui exposta ainda em formação. Só podia dar nisso, não tinha como dar certo. E ainda por cima estou perdendo todos os meus agudos por causa dos Luckies. Parabéns, Miss Stupid Girl.

Nada faz sentido. Estou ficando louca sem o meu gato, é sério. Mas não posso buscá-lo. Não tenho casa, lembra? Quer dizer, hoje eu tenho. But a house is not a home. Oh, deus. Queria uma televisão para me emburrecer agora. Uma televisão, dinheiro, casa, o Joo e... pfff. Já que estou sonhando, também quero um pônei, diria a Susie Derkins.

O alarme está tocando de novo. Eu não escuto, finjo que não é nada e continuo andando, indo indo indo indo até dar de cara no vidro. Oh, no. Not again. Não, não, não. Two in a roll, I can't stand that. NÃO. Eu quero que alguém me segure, eu quero me atirar de novo e quero que alguém me segure. Como no filme. Trust. De novo. Porque da outra vez eu me esborrachei.

Com licença, será que a senhora poderia estar respondendo uma pesquisa rápida? EXISTE ALGUM HOMEM SOLTEIRO NA GALÁXIA? OBRIGADA.

Segundo a Anne, ando tendo umas idéias muito ruins. Mas assim, muito mesmo. Uma delas foi intitulada "a pior idéia que eu já tive em toda a minha vida". Ainda bem que a Anne existe pra me impedir de cometer essas barbaridades. A Anne e os Anjos Xifópagos sempre me protegem, amém. Além disso, minhas pantufas miam. Alguém tem que fazer isso por aqui.

Vou ali dar com a cabeça na parede e já volto.


"Enfeite-se,dance,ria.
Jamais conseguiremos atirar o amor pela janela"
(Jean Arthur Rimbaud)

.: Clara Averbuck :. 2:37 PM

quinta-feira, setembro 05, 2002

A Arte Milenar de Perder Vôos

É uma arte. Não é pra qualquer um, definitivamente. Não é chegar atrasado e perder o vôo, assim como quem chega tarde em um filme, não senhor. Os motivos são sempre absolutamente compreensíveis, como um taxista Rockabilly que se perde na Vila Madalena ou um email enorme que te faz chorar e exige resposta imediata . Seja como for, consegui chegar a tempo para gravar o programa da Monique Evans. O motorista já me esperava no aeroporto com uma plaquinha e tudo. Chegando na RedeTV! (pra quê essa exclamação, mesmo?), notamos que a entrada estava obstruída por um carrão lustroso. O dono conversava com alguém na janela, como se não estivesse bloqueando a passagem de qualquer carro que pretendesse entrar ou sair. "Ó o João Kleber aí", disse o motorista. Eu grunhi "cuzão". Esperamos. Esperamos. Esperamos mais um pouco e o cara lá, blablabla na janela.

"Buzina!" disse eu.
"Não posso. Ele manda demitir", disse o pobre motorista.
"Mas eu não posso ser demitida, né?"

Aí eu saí do carro, cheguei perto e interrompi a conversa, já bem putinha da cara e não fazendo nenhuma questão de ser simpática.

"Oi, dá pra tirar o carro que a gente queria passar?"

O cara me olhou como se eu fosse a pessoa mais audaciosa do planeta, falar naquele tom insolente com o Escroto & Cuzão João Kleber, imagine!

"QUEM VOCÊ PENSA QUE É???"
"Ninguém. Você pode tirar o carro pra gente poder passar?"
"Agora você vai esperar", disse o Escroto & Cuzão.
"MAIS?"
"É, mais."

Bom, não havia mais nada que eu pudesse fazer. Pensei em fazer um cover do Iggy Pop no capô de seu carro lustroso, mas estava cansada demais para atritos. Voltei para o carro e fiquei olhando com a cara mais feia que pude enquanto ele tagarelava mais um pouco e o motorista me avisava que ele era assim mesmo, um saco escrotal ambulante. Por que esse cara vive? Por que ele tem um programa de TV? Por que as pessoas assistem? E por que ele penteia o cabelo daquele jeito ridículo? Finalmente ele resolveu sair e nós entramos. Em minutos, a história da "menina que peitou o João Kleber" tinha se espalhado, o que contribuiu para a simpatia de todos comigo. Aliás, que gente simpática. Todo mundo é legal naquele lugar, impressionante. Para minha surpresa, não gravei com o Jece Valadão, chuife. Foi com Kiko Zambianchi & Seu Violão. Broxei um pouco, né? Poxa, esperava poder fazer perguntas para o Grande Cafajeste Convertido, mas tudo bem. A Monique é FERA. Sério, a mulher é muito legal, não está nem aí pra nada. Um baita mulherão, loira & bronzeada, 7 quilos de maquiagem, peitões enormes, falando um monte de merda e fazendo caretas e palhaçadas, nem aí pra posar de gostosona. Foi muito legal. Obviamente que eu não falei quase nada do livro, mas pude mendigar casa e comida no ar. Ela ficou comovida e decidiu me ajudar. Grande Monique. Queria que ela fosse minha tia, algo assim. Seria tão legal. Mas não vou ficar falando do programa, não senhor. Vão lá e assistam. Passa no dia 12, não sei que horas. Gravem pra mim.

.: Clara Averbuck :. 11:04 PM

quarta-feira, setembro 04, 2002

Hoje eu vi amanhecer

Dois dias. Fiquei dois dias em Porto Alegre e a coisa que mais fiz foi dormir. Meus pais agora moram no Sétimo Céu, em sua nova e primeira casa própria, no alto do Morro do Osso e no meio do mato. 24 anos vivendo de aluguel e agora eles têm uma casa azul com a vista mais linda de toda a face de Porto Alegre. A vontade é de me internar aqui e terminar o Vida de Gato, ficar aqui dentro desta casa que meu pai construiu para sempre.

E eu tenho que ir embora.

Vou porque quero, mas queria ficar também, porque sou duas, nunca esqueça disso. Acho que a Camila queria ir e eu queria ficar. Tanto faz. Agora são 7'42AM e preciso começar a pensar em arrumar minha mala. Ontem minha mãe tentou comprar roupas comigo, queria me dar uma bota nova, coisa que meu pai também já tinha tentado sem sucesso. Até o Mirisola (meu amigo, escritor, leiam imediatamente O azul do filho morto) já disse que vai me dar uma bota nova, mas eu não quero, estou feliz com minha bota velha. Minha mãe tentou também me dar uma calça. Eu não quero. Gosto da minha calça azul. Ela só teve sucesso na parte de underwear, renovando minha gaveta de calcinhas furadas, e repondo minha jaqueta de couro (falso) já que consegui perder a minha um dia desses.

Consegui também chegar tarde ao meu próprio lançamento, porque ontem entrou água no meu relógio à prova d'água e agora ele fica atrasando, o que me fodeu. Uma hora de atraso, metade das pessoas já tinha desistido, até porque eu estava concorrendo com o Lula. Tinha comício, sabe. Mas tudo bem, meus amigos estavam lá, alguns leitores também. Minha família estava lá. Minha avó comprou meu livro, meda, pânica, horrora, desespera.

Não quero ir embora.
Quero ir embora.
Tenho que ir.
Mas eu volto.

Não sei quando, não sei como. Mas volto. Porque essa vista é a mais linda do mundo, porque eu vi amanhecer e chorei, porque o Pedro Ivo (meu Joo que ficou em Porto Alegre) não saiu de perto nem por um segundo, nem enquanto eu dormia, e agora me olha com cara de quem sabe que vou embora. Porque preciso gravar Peel me a grape e Christmas card from a hooker in Minneapolis com meu pai e as músicas que eu e a Desi fizemos no começo do ano e O Ébrio com guitarras e distorção. Porque aqui tem oxigênio e solzinho e frio. Porque aqui é a minha casa. Porque eu sou uma típica gaúcha, sempre meio bagual, meio macho, tirando a faca da bota se me incomodam. Porque eu morro de solidão naquela cidade sem horizonte, sem descanso para os olhos, sem Rio Guaíba, sem mãe nem pai, sem Mari nem Mojo. Aquele lugar onde não tenho nem onde morar, não tenho dinheiro para comprar cigarros, ninguém para acordar ao meu lado sempre que quiser.

Ainda bem que solidão não mata.

Preciso ir, preciso voltar para aquela cidade feia que agora é minha casa e que me chama, me puxa de volta, porque preciso resolver coisas, convencer pessoas, tentar fazer a feira.

Não quero ir embora.
Tenho que ir. Eu vou.

Como se faz pra não chorar numa hora dessas?
Eu não quero saber.

.: Clara Averbuck :. 8:56 AM

Olha o tamanho do mundo

Ontem eu dei um declaração que será uma espécie de sentença de morte diante do país inteiro. Quando a Mauren Motta, que estava me entrevistando para o Jornal da Globo, perguntou por que os jovens não liam, lasquei "porque os livros que mandam ler na escola são muito chatos. Eu mesma nem li metade daqueles livros" e ainda completei dizendo que a nova geração era muito boa, falei da Livros do Mal, da Ciça, do JP, do Jazzmo. É evidente que os pentelhos patriotas cegos e puristas vão dizer "o quêêê??? Mas essa garota se acha melhor do que o Machado? Do que o Graciliano Ramos? Do que Eça de Queiroz?"

Não é nada disso, meu senhor.

É o seguinte: eu não gosto de metade das coisas que li na literatura brasileira. Desculpe, mas é verdade. Não disse que nada presta, tampouco me acho melhor do que ninguém. Apenas tenho a liberdade e a cara de pau de falar que não tive saco de ler ou não gostei dos clássicos dos outros. Por que eles são clássicos? Quem disse que eles são clássicos? Os acadêmicos? Que fiquem os acadêmicos com seus clássicos e me deixem com os meus, que são os malditos. Lembro que tomei esta posição claramente em uma discussão com uma professora de literatura de um dos 1.323 supletivos que fiz. Ela ficou me enchendo porque eu não tinha lido alguma coisa, um clássico, eu PRECISAVA conhecer, era um clássico, como eu não conhecia? O diálogo que se seguiu foi mais ou menos assim:

"Professora, a senhora já leu William Burroughs?"
"Não."
"E Paulo Leminski?"
"Não.
"E Hermann Hesse, a senhora leu?"
"Também não".
"Tá certo então."

Eu tinha uns 16, 17 anos e já escrevia, obviamente não tanto quanto agora, mas escrevia. A professora não conhecia nada daquilo. Fiquei puta. Por que eu tinha que conhecer os clássicos dela se ELA, a professora, não conhecia os meus?

Eu gosto do Machado, do Augusto dos Anjos, do Álvares de Azevedo. Gosto da Cecília Meirelles, da Ruth Rocha e da Clarice Lispector. E Luis Fernando Verissimo é rei. Não li nenhum desses livros no colégio, minha mãe que me mostrou o caminho. Ainda preciso ler muita coisa na vida, tenho 23 anos e algum tempo pela frente, que pretendo ocupar devorando livros e vinhos de todas as nacionalidades. E aos que reclamam que só cito autores estrangeiros, faço minhas as palavras de São Paulo Leminski, veja só, um brasileiro e membro da minha Santíssima Trindade, que soube falar disso muito melhor do que eu.

"Como dizem os poetas concretos, a cultura brasileira é periférica pois é um setor da cultura latino-americana que, por sua vez, é um pequeno setor da cultura do Terceiro Mundo. Então, ou você está colonizado ou você está atrasado, se recusar as informações de fora. Um dos nossos intelectuais da Boca Maldita, dito engajado, se recusa a aprender o idioma inglês porque, se assim o fizer, acredita, ficará à mercê de revistas como a Playboy, Newsweek, Times etc. Ele escolheu o atraso, preferindo ser toupeira. Eu optei, estrategicamente, por ser colonizado. Falo várias línguas, principalmente o inglês. Ou seja, eu sou antropofágico."


Com exceção da parte de falar várias línguas, que ainda não é verdade, assino embaixo. Sou colonizada porque o mundo é muito maior do que o Brasil. Me recuso a ler obras que considero chatas e que me dão sono só porque são brasileiras. Não disse que nada é ruim, apenas disse que não gosto. É minha opinião pessoal e ninguém precisa concordar ou discordar. E se alguém achar ruim, que vá sentar em uma toicera. Obrigada.


isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
(pl)

.: Clara Averbuck :. 8:51 AM

Ora, Clarah Averbuck. Vá se roçar nas ostras.

.: Clara Averbuck :. 8:45 AM

Não, não, não, DE NOVO NÃO. EU NÃO AGÜENTO.

.: Clara Averbuck :. 5:41 AM

Aiaiai.

.: Clara Averbuck :. 5:37 AM

segunda-feira, setembro 02, 2002

I wanna poison you with sweetness.

.: Clara Averbuck :. 4:41 AM

domingo, setembro 01, 2002

A Arte Milenar de Perder Vôos

Estou me superando. Nem os Sábios Ancestrais Perdedores de Vôos da China Antiga conseguiram perder tantos vôos como eu. Então estou no meio do aeroporto em um cybercoiso ouvindo sha-a-ake appeal e sorrindo porque tumtumtumtumtum e esperando meu vôo que é muito mais tarde. Acabo de lembrar que esqueci uma panela no fogão e que minha toalha ficou em cima da cama e que não molhei a pimenteira. Mas não importa. Shake appeal, baby fits so tight. Sooooo tight. Aiai. Impossível se concentrar aqui, então vou apenas listar tópicos para quando eu chegar na casa dos meus pais, onde deve estar nevando. Estou de camiseta. Vou congelar e morrer. É o fim.

1. Show do Autoramas. Fo-da. Gabriel é um hitmaker e fim.
2. Estou fodida.
3. Estou apaixonada.
4. Estou idiota.
5. Estou fodida.
6. Estou feliz.
7. Estou entre dois portugueses. Quero dizer, um de cada lado, sabe, no cybercoiso.
8. Estou sorrindo.
9. Não consigo parar de sorrir.
10. Love is a dog from hell.
11. Frios na barriga.
12. Mais um livro se formando na minha cabeça, socorro. Preciso terminar o Vida de Gato antes, droga. Mas fazer o quê? Já escrevi um pedaço no caderno peludinho cor-de-rosa.
13. Parece que tudo foi pro lugar. Só falta ter dinheiro agora, mas isso não vai acontecer.


Porque é tudo tão familiar. Tão absurdo. Tão perfeito. Tão scary. Porque tem ondinhas passeando por mim o dia inteiro e todo mundo me olha porque estou sorrindo como uma barbie. Soooooo tight. Porque acordei com um cheiro bom no travesseiro. Porque tudo foi pro lugar. Porque é tudo um deja vu, a viagem no dia seguinte, o filho da puta batendo como só o filho da puta consegue. Feel so high and low. O filho da puta não pára. Boy oh boy, estou saltitante.

3 semanas pra conseguir um lugar pra morar. Acho que vou escrever pro Paulo Coelho assim: "oi, eu sou um escritor, sabe, me empresta uma grana? Sim, porque eu sei que você está com o cu repleto de notas de 100."
Hm. Acho que não vai colar. Mas vou tentar. Alguém aí tem o email do Paulo Coelho?

Então, né, tenho que ir, não queria ir, não hoje, mas tenho que ir, eu vou, vou pra Porto Alegre conhecer a casa nova dos meus pais e ver meus gatos e meus amigos e os táxis vermelhos e o pôr-do-sol bonito e morrer de frio. Terça é meu lançamento, onde afofarei meus amigos e perderei a linha em público mais uma vez, porque é pra isso que servem os lançamentos: pro autor queimar o filme. Espero que tenha vinho tinto dessa vez. E que me deixem fumar, porque quase entrei em combustão espontânea na Siciliano. Eu tenho que ir, tenho que ir, eu vou. Quarta eu volto. Alguém quer me buscar no aeroporto, hein? Seria legal.

Atéam.

.: Clara Averbuck :. 7:44 PM

Acesse os arquivos por aqui:

  • wanna find me?
  • miau?
  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust