i gave my life to a simple chord

domingo, junho 30, 2002

Danelectro: "Num esforço hercúleo, Clarah traduziu um poema gigânteo."
Lady Averbuck: e dan fez uma rima homérica
Danelectro: Ai, estou me sentindo tão grego agora!
Lady Averbuck: eu sempre me sinto grega, com esse meu nariz idiota.
Danelectro: Não sei qual é o problema com o seu nariz, ele é muito legal.
Lady Averbuck: vocês conversaram enquanto eu dormia?
Lady Averbuck: ele te fez companhia?
Danelectro: Sim, ele me contou tudo sobre a vida, o universo e além.
Danelectro: A gente ia transar, mas ficamos com medo de te acordar.
Lady Averbuck: acho que eu acabaria farejando algo errado.
Danelectro: Pô, não me faz rir, o momento é de tensão!
Lady Averbuck: haha.
ok.
Lady Averbuck: ouvi gritos.
Lady Averbuck: o que houve?
Danelectro: GOL!!!!!! \o/
Lady Averbuck: ah. saco.
Lady Averbuck: achei que alguém tinha tropeçado
Danelectro: Tem mais de 30 anos que o Brasil não fazia gol numa final, e o
goleiro da Alemanha só tinha tomado 1 gol a Copa inteira.
Lady Averbuck: uhu!
Danelectro: Aí o Rivaldo chutou, o Khan espalmou e o Ronaldo aproveitou a bola
direitinho. Lindo.
Lady Averbuck: quem? khan?
Lady Averbuck: khan?
Lady Averbuck: ku klux khan?
Danelectro: Oliver Khan, goleiro da Alemanha.
Lady Averbuck: chaka khan?
Lady Averbuck: ah.
Danelectro: Ele vive dizendo que é "o muro de Berlin". Só que ele não sabe que
o muro de Berlin já caiu?
Danelectro: Ish... eu tenho um disco da Chaka Khan eheheh
Lady Averbuck: kon khan
Danelectro: CHEGA CHEGA ESTOU CAINDO NO CHÃO
Danelectro: Khan Alha
Danelectro: Se continuar assim, vou te chamar pro meu blog vogon.
Lady Averbuck: Hahah.

.: Clara Averbuck :. 9:37 AM

The Genius of the Crowd

There is enough treachery, hatred,
violence,
Absurdity in the average human
being
To supply any given army on any given
day.
AND The Best At Murder Are Those
Who Preach Against It.
AND The Best At Hate Are Those
Who Preach LOVE
AND THE BEST AT WAR
--FINALLY--ARE THOSE WHO
PREACH
PEACE

Those Who Preach GOD
NEED God
Those Who Preach PEACE
Do Not Have Peace.
THOSE WHO PREACH LOVE
DO NOT HAVE LOVE
BEWARE THE PREACHERS
Beware The Knowers.

Beware
Those Who
Are ALWAYS
READING
BOOKS

Beware Those Who Either Detest
Poverty Or Are Proud Of It

BEWARE Those Quick To Praise
For They Need PRAISE In Return

BEWARE Those Quick To Censure:
They Are Afraid Of What They Do
Not Know

Beware Those Who Seek Constant
Crowds; They Are Nothing
Alone

Beware
The Average Man
The Average Woman
BEWARE Their Love

Their Love Is Average, Seeks
Average
But There Is Genius In Their Hatred
There Is Enough Genius In Their
Hatred To Kill You, To Kill
Anybody.

Not Waiting Solitude
Not Understanding Solitude
They Will Attempt To Destroy
Anything
That Differs
From Their Own

Not Being Able
To Crate Art
They Will Not
Understand Art

They Will Consider Their Failure
As Creators
Only As A Failure
Of The World

Not Being Able To Love Fully
They Will BELIEVE Your Love
Incomplete
AND THEN THEY WILL HATE
YOU

And Their Hatred Will Be Perfect
Like A Shining Diamond
Like A Knife
Like A Mountain
LIKE A TIGER
LIKE Hemlock

Their Finest
ART

(Charles Bukowski)

.: Clara Averbuck :. 8:21 AM

SETE DA MANHÃ

Lá vêm os patriotas ocasionais.

Saco.

Enfiem as cornetas no rabo e assoprem. Forte.

Não odeio futebol, não. Minha relação com futebol é parecida com a que tenho com meus primos de segundo grau: até gosto, desde que não façam muito barulho e não cheguem muito perto.

E francamente, rojões são totalmente desnecessários. Se ainda fossem fogos chovendo no céu, mas nem isso. É só barulho. Saco.



.: Clara Averbuck :. 7:10 AM

Olha, eu só queria que parassem de tentar adivinhar pra quem cada um dos meus textos foi escrito.

O que é realmente sensacional é que são dois grupos: os que sentem-se no dever de me defender das garras do crueeeel e diabólico amor perdido - por favor, não preciso de um exército, posso fazer isso sozinha, obrigada, volte sempre - e a tonelada de stalkers que vem aqui todo o santo dia só pra incomodar os outros - ou fazer um blog de comments pentelhos e sem-graça, o auge do Mark Chapman pós-moderno - tentando adivinhar de quem eu estou falando.

Importa?

Não importa.

Não importa nem pra mim.

As pessoas morrem, as palavras ficam.

"John, o que aconteceu com Carmen, a senhora de seu primeiro romance?"
"Aquela puta. Ela virou lésbica. Tem um cigarro, Hank?"

Não importa. As pessoas não importam. O que elas causam importa. O resto é só carne e pele e osso.

Deixem os outros em paz. Reclamem sozinhos, faz mais sentido. Gritem para dentro. Ninguém está interessado nem escutando mesmo.

.: Clara Averbuck :. 7:01 AM

I hold no grudge


Não guardo rancor. Não existe ressentimento em mim. Aperta a minha mão, puxa uma cadeira e senta aí. Podemos ser amigos como você sugeriu. Mas não chega muito perto, não senta do meu lado. Não me olha por muito tempo. Não me olha nos olhos.

Você quis me esquecer. Acontece. Não guardo rancor. Mas não posso te deixar chegar muito perto.

Você não.

Sabe, eu te disse para pisar nas minhas costas se quisesse. Você não pisou. E eu tive que levantar e caminhar para bem longe, toda fodida de esperar no chão gelado. Então não chega muito perto, não olha nos meus olhos. Porque ao menor sinal, me atiro no chão. Basta um sorriso seu para que comece tudo de novo. Nunca foi tão fácil. Então fique bem longe de mim. Não quero saber de cotovelos encostando nem sobre suas alvoradas, não quero sentir o teu calor. Podemos sentar e beber amenidades com os outros, mas não me olha. Deixa a tristeza do que não fomos sentar entre nós. Porque se ela for embora, se ela me deixar por dois segundos, minha certeza vai junto e eu fico de novo aos teus pés.

Não guardo rancor. Não existe mágoa em mim. Mas fica longe. Fica bem longe.

28 jun 02

.: Clara Averbuck :. 6:59 AM

Nunca tinham me mostrado as estrelas no céu de um quarto.

.: Clara Averbuck :. 6:46 AM

sexta-feira, junho 28, 2002

Vou ali.
Ali, depois da luzinha.

Ciao.

.: Clara Averbuck :. 4:58 PM

ORGULHO FAMILIAR

BABAI GANHOU BELHOR TRILHA NO FESTIFAL DE CIDEBA DE VORTALEZA.

BABAI, ESDOU ORGULHOSSA.

de abo, babai


.: Clara Averbuck :. 4:16 PM

AS MELHORES CAMISETAS DO UNIVERSO

say my name, bitch


... E eles não entregam no Brasil. Merda.

.: Clara Averbuck :. 2:58 PM

EPS!

Não fui no Carlinhos Free.
Dormi. Que droga.

É que eu ando dormindo de dois em dois dias. Sabe, não possuir casa não ajuda muito na falta de rotina do ser humano. Mas ontem foi legal pra caralho e eu amo os meus amigos e acho que o A. devia passar mais tempo comigo e com o M., porque essas aparições relâmpago dele já estão enchendo o saco.
.
.
.
O Ataque da Abobadinha do Spoken Word

Oquei, eu tive uma idéia.
Não é exatamente uma idéia original, mas veio enquanto eu ouvia essa música do Death In Vegas, Lever Street. Todo mundo já fez isso, Ginsberg, Burroughs, Bukowski. Apesar de não ser poeta - quem faz poesia em prosa é poeta também? whatever -, resolvi gravar esse texto que aparentemente é o último de uma longa e linda série. Aparentemente, porque já escrevi o último texto da longa e linda série umas 4 ou 5 vezes e sempre tem mais um. Talvez faça isso com todos os outros dos últimos meses. Não sei, não sei nada. Talvez escolha muitas músicas dos outros e grave um cd com elas ao fundo. Talvez musique meus textos, com toda a minha tosquice. Talvez tenha um forte acesso de preguiça e não faça nada. Não sei. Sei que a inspiração veio com essa música, provavelmente pelo fato de que eu passei uma noite inteira ouvindo Migala, inclusive enquanto dormia, e também por causa do Jim Morrisson e do Delaney me ligando no meio da noite. Tudo conspirou para que eu gravasse meu textinho novo, Sete Vidas, com Death In Vegas ao fundo. Mas eu estou com uma violenta preguiça no momento. Acho que vou deixar pra depois. Depois de amanhã.
.
.
.
REVISTA DA MTV

Bem.
*Caham*
Tem uns depoimentos meus na Revista da MTV deste mês.
Estou com vergonha.
Distorceram minhas palavras.
Começando que me acordaram ao meio-dia da madrugada. Meu cérebro não funciona de manhã, sabe. De verdade. Aí o moço perguntou.

- Qual foi a sua primeira vez?

- Bom, eu fui estuprada no banheiro de uma festa.

- ...

- Quer detalhes?

- Claro!

- Tá. Eu tinha 12 anos. Foi meu primeiro porre violento. Cheguei lá, bebi pra caralho e esses garotos mais velhos, de uns quinze anos, e meio desconhecidos me arrastaram pro banheiro. Não lembro direito.

[Adendo: toda a escola ficou sabendo. Caí de cara na pia do banheiro e fiquei com um olho roxo por vários dias e não conseguia andar no dia seguinte. Alguns amigos dos garotos disseram que nãããão, nada tinha acontecido, mas desculpe, eu sei que aconteceu. Eu simplesmente não conseguia andar. Acho que foi isso que me transformou em machão, porque em vez de dar satisfações para a escola inteira que veio correndo confirmar os boatos, mandei todo mundo se foder. Foi ali que meu dispositivo focof ativou-se para sempre. Por favor, sem emails compassivos. Sério.]

- E a última?

- A última foi com o homem da minha vida, a trepada mais maravilhosa de todos os tempos. O cheiro dele ainda está na minha cama e eu não vou trocar os lençóis até que ele volte.

- Uau!

Teve outra pergunta, mas essa é mais complexa e requer meu notebuck, porque respondi por email. Depois eu vejo.

A questão é que virou:

- A primeira vez foi um estupro! Com 12 anos tomei um porre e um menino de 15 anos me comeu no banheiro. A última foi com um homem maravilhoso, o homem da minha vida. O cheiro dle ainda está no meu lençol, que só vou trocar quando ele voltar aqui.

...
QUE ÓTIMO. MINHA SOGRA VAI ADORAR.
FALTOU ACRESCENTAR

Mas, espere!!!

Se você ligar agora mesmo você ainda recebe dois pares de lentes, mais uma armação em acrílico com memória e a pochete flutuante!


O moço que me entrevistou, F.S., é gente boa e competente e tudo mais, inclusive ficamos amiguinhos depois disso. Sei que não foi ele. MAS PUTA QUE PARIU, TÁ. Ainda bem que era Freela, hein, F.? Você sabe o que eu acho sobre isso.


.: Clara Averbuck :. 11:58 AM

quinta-feira, junho 27, 2002

FREE, FREE, CARLINHOS FREE

Essa história do Carlinhos é foda. O cara estava saindo de um show quando foi atacado por dois MANÉS que decidiram que ele tinha tentado estuprar alguma mina com uma faca. Não foi ele. O Carlinhos é um dos caras mais inofensivos que conheço. Então é o seguinte.
.
.
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-CPM22, OTTO, MARCELO D2, B. NEGÃO e SABOTAGE -
27de Junho- Quinta - 22h.

Todos os envolvidos neste evento clamam justiça imediata em nome de Carlos Dias.

A renda desse show será utilizada no pagamento dos advogados (que custam caro), que estão defendendo o caso. Pra quem não sabe direito o que está acontecendo, o Carlinhos está preso há 20 dias na 14ª delegacia numa cela comum com mais 30 pessoas, aguardando uma decisão judicial. Ele está sendo acusado de um crime muito grave e inafiançável ( roubo e atentado violento ao pudor - estupro) coisa que ele seria incapaz de fazer e não fez. Inclusive a hora em que a vítima foi atacada por outro alguém que não sabemos quem é. Ele estava num show de rock com um monte de pessoas conhecidas e pais. Porém por descaso e leviandade por parte da polícia, que não apurou os fatos como deveria ser feito, complicou muito provar a inocência dele, por isso essa demora toda. Sei que quem não o conhece e quem conhece também, fica muito chocado com essa barbaridade toda.
Os amigos gradecem.

MOAI Lounge
Rua João Passalacqua, 80 (antigo teatro Mars, na continuação da Rui Barbosa)
Bela Vista - São Paulo - SP


Valor: $ 15 de puro companheirismo

Tel: (11) 3104.0132
.
.
.
Eu vou. Não por causa das bandas. Não mesmo. Eu vou por causa do Carlinhos.

Vão também. Sério.

.: Clara Averbuck :. 1:22 PM

these words i write keep me from total madness

.: Clara Averbuck :. 8:25 AM

Descobri.
Nem Arturo, nem Camila.
Sammy.

.: Clara Averbuck :. 5:32 AM

Sete Vidas

Cá estou eu, atirada no chão. Sozinha, quietinha, sem escândalo. Quando chega alguém, levanto ligeiro, com as pouquinhas forças que me restaram. Eu, sempre enorme, encolho e desabo quando não há ninguém por perto. Escorro entre cinzeiros e copos e garrafas do que sobrou do meu quarto e fico imóvel.

Às vezes eu choro.

Ainda tenho algumas lagriminhas guardadas e elas sempre pingam quando menos espero. Estou ali existindo quando elas sobem e chovem e eu choro e o sentimento de abandono me inunda. Não suporto bagunça, mas faz dias que meu quarto está inabitável. Não quero arrumar nada. Arrumar seria esquecer e sacudir a poeira de tudo. Não quero. Recuso-me a sacudir meu muso dos lençóis. É só o que me restou.

Fico imaginando como seria se você fosse verdadeiro. Se você fosse sincero, não tivesse criado todos os atos e máscaras para me enganar e tentar fugir de si mesmo. Pobre de ti, meu falso amor. Não sabia que encontraria em mim tudo o que não conseguiu ser. E que fugiria, tentando me jogar para trás e ignorar o grande covarde que é. Contando para o mundo o que viu em mim e rindo, como se me desprezasse. Tentou me transformar em mais uma boceta na sua vida, mas sabe, todos sabem que não. Quis ser o maior filho da puta que já pisou na terra para tentar salvar seu ego frágil e invertebrado de menino que naufragava cada vez que olhava para si mesmo, quis me afogar e continuar flutuando. Até que me jogou para longe e nadou até a terra de ninguém, achando que estaria livre de mim.

Não, meu querido. Você nunca vai se livrar de mim. É como querer se livrar do céu. Você nunca vai se livrar de mim. Para o resto dos seus dias, estarei presente como o ar, sempre à sua volta. Você vai se debater e tentar trancar a respiração, enterrar a cabeça no chão e me desaparecer.

Eu não desapareço.

Minha onipresença será o seu castigo. Mas não pense que vou te esnobar, pisar em você, te punir. Eu não. A vida se encarregará de você. Eu não. Vou sempre te olhar com tristeza, com saudades do que não chegamos a ser. Vou pensar na vida que não tivemos, nas manhãs que não existiram, nos anos que não passaram. Nos filhos que não fizemos, nas rugas e cabelos brancos que não cultivamos. E droga, como quis isso tudo. Como dói pensar que você jogou nossa vida fora. Estragou tudo e escolheu nos afogar. Nos matar. E conseguiu. Você nos matou.

Ainda bem que nós, gatos, temos sete vidas.

2PM - 25.06.02

.: Clara Averbuck :. 5:22 AM

thank you, my angel


Blake.

.: Clara Averbuck :. 5:21 AM

ESTOU DECEPCIONADA.

O blog de ódio à minha pessoa é uma MERDA. Tem tantos bons argumentos para falar mal de mim e o cara não conseguiu. Que LOSER. Sem contar que ele realmente não deve ter vida. Imagina uma criatura que dedica seu tempo para fazer um blog falando mal de outra pessoa e fracassa? Que pena, Pow. Esperava mais de você. Sério. Me xingar de puta judia e preconceituosa não foi muito inventivo da sua parte. Deixa eu tentar te ajudar um pouco, meu bem.

"Eu odeio Clarah! - O onbudsman da mediocridade".

É OMBUDSMAN, querido. Está errado. Corrija isso, pega mal. Sem contar que você não usou a palavra corretamente. Olha só:

om.buds.man sm (sueco ombud,representante + s+ingl man)
1. Nos países de democracia avançada, funcionário do governo que investiga as reclamações do povo contra os órgãos administrativos. 2. Pessoa incumbida de observar e criticar as falhas de uma empresa, pondo-se no lugar do público.

"Preconceituosa como sempre, nossa querida escritora de fundo de quintal mostra seu lado contra a comunidade negra. Vai em um ambiente onde as pessoas só se divertem e faz comentários RACISTAS sobre os presentes. Todos negros e baixinhos diz ela. Ora, nem todo mundo pode ser hebreu e branco minha cara! Intragável..."

Aiaiai, amiguinho. Leia de novo o texto e vai achar NANICOS onde você leu NEGROS. Além de burro, você é cego e analfabeto? Ainda por cima, bobinho, você não sabe que tudo que eu queria nessa vida era ser negra? Porra, assim não dá. Vou ter que contratar outra pessoa para me odiar de graça.

Você poderia também tentar ter uma vida, em vez de tentar me incomodar e acabar me divertindo. É só uma idéia.

BEIJO NA SUA BOCA, LINDÃO.

Oh, esqueci. Como ele é muito corajoso e não botou nenhuma forma de contato, ou muito burro e não conseguiu botar um email no template, aqui está o endereço do nosso herói:

phenrique777@hotmail.com

Tem um outro - esse eu bloqueei, e ele foi lá e criou outro, não é lindo? - mas estou com preguiça de procurar.

Divirtam-se.



.: Clara Averbuck :. 3:47 AM


Take the Which High Fidelity character are you? Quiz!



Oh. Eu sempre soube. Acho que quem não sabia era o Farinha, quando me chamou pra trabalhar na Bizarre.

.: Clara Averbuck :. 3:30 AM

DONA BETH, LIBERA O THIAGÃO

Seguinte: minha sogra recusa-se a liberar meu namorado.

Ela acha que sou marmanja demais e que vou arrastá-lo para o mau caminho, para a marginália, para o sexo e para as drogas.

Pô, Dona Beth.
Eu sou tão limpinha. E honesta. E não me vendo, olha só, estou aqui me fod... danando por algo que acredito. E eu gosto muito do seu filho. De verdade. Não vou mastigar seu pobre coração ingênuo nem nada assim. Sou inofensiva, sabe. Durmo com bichinhos de pelúcia e tenho Barbies. Sem contar que prefiro ficar em casa a freqüentar festas sujas e desqualificadas. E gosto muito do seu filho. Ele é um bálsamo na minha vida, Dona Beth. E é absurdamente maduro, inclusive acho que a senhora se enganou na contagem dos anos dele. Se bem que a analista da minha mãe disse que pessoas como eu acabam se relacionando ou com homens muito mais velhos, ou muito mais jovens. Olha o nível de envolvimento, seu filho foi citado na análise da sogra. Sabe, sou péssima com esse negócio de imagens, mas resolvi fazer uma campanha mostrando minhas boas intenções com seu rebento. Me esforcei horrores e mesmo assim ficou uma merd... droga, mas tenho certeza que deu pra passar a idéia. Espero que a senhora goste. Oh sim: ele que fez esses quadradinhos na própria cara, sei lá porquê.

Até sexta, sogrona.

Minhas intenções são boas! EU JURO!

.: Clara Averbuck :. 3:05 AM

Fumei o primeiro cigarro em dois dias e estou tonta.

Oh, que interessante.

.: Clara Averbuck :. 12:50 AM

New birds that will project me along a wire from the underground into the air, into the world

Há uns dias, a Anne, minha garota, me mandou uma letra. E eu fiquei dias pensando na letra. Só nela. É uma das melhores coisas que já li. O nome da banda é Migala e eles são espanhóis. O nome da música é The Gurb Song e não é exatamente o tipo de coisa que eu gosto. Algo da coleção de Arab Strap e Godspeed You Black Emperor!, que até têm umas coisas legais só que acaba sempre me dando sono, misturado com Tindersticks, que eu gosto. Mas tá, tenho que admitir que as LETRAS DO ARAB STRAP SÃO GENIAIS. MUITO DJENIAIS. Mas não quero dispersar. Quero que vocês todos que entendem inglês leiam a letra. E quero que os que não entendem leiam também, porque se eu estou aprendendo francês com meu Furby, vocês conseguem entender uma letra em inglês. Sério, é muito foda. Fiquei meio catatônica quando li de tão foda que é. E a música é uma coisa meio minimalista, cheia de silêncios e barulhinhos, e a letra é recitada, e o vocalista tem altos sotaques FROM DÃ BORDER, bem chicano falando inglês, mas é tão lindo, tem uma singeleza e uma doçura naquele sotaque que misturado com aquela letra maravilhosa, me fez ouvir a música no repeat por uma noite inteira. E eu acabei de chorar de novo ouvindo essa letra maravilhosa e vou ouvi-la no repeat de novo e continuar chorando - claro que vou chorar, ando muito emotiva nos últimos dias, será que isso é bom?- , porque é linda para caralho e porque quero ignorar completamente as cornetas idiotas e os fogos e os urros, quero ficar aqui, trancada na minha casa desmontada, só meu colchão e meu computador no meu quarto. Quero esquecer o resto do mundo. Só eu e essa letra. E os pássaros. Porque é esse o ponto.

The Gurb Song

I wanted someone to enter my life like a bird that comes into a kitchen and starts breaking things and crashes with doors and windows leaving chaos and destruction. This is why I accepted her kisses as someone who has been given a leaflet at the subway. I knew, don't ask me why or how, that we were gonna share even our toothpaste. We got to know each other by caressing each other's scars, avoiding getting too close to know too much. We wanted happiness to be like a virus that reaches every place in a sick body. I turned my home into a water bed and her breasts into dark sand castles. She gave me her metaphors, her bottles of gin and her North Africa stamp collection. At night we would talk in dreams, back to back and we would always, always, agree. The sheets were so much like our skin that we stopped going to work. Love became a strong big man with us, terribly handy, a proper liar, with big eyes and red lips. She made me feel brand new. I watch her get fucked up, lose touch, we listened to Nick Drake in her tape recorder and she told me she was a writer. I read her book in two and a half hours and cried all the way through as watching Bambi. She told me that when I think she has loved me all she could, she was gonna love me a little bit more. My ego and her cynicism got on really well and we would say "what would you do in case I died" or "what if I had Aids ?" or "don't you like the Smiths" or "let's shag now". We left our fingerprints all around my room, breakfast was automatically made, and if it would come to bed in a trolley, no hands. We did compete to see who would have the best orgasms, the nicer visions, the biggest hangovers. And if she came pregnant we decided it would be God hand's fault. The world was our oyster. Life was life. But then she had to go back to London, to see her boyfriend and her family and her best friends and her pet called "Gus". And without her I've been a mess. I've painted my nails black and got my hair cut. I open my pictures collection and our past can be limitless and I know the process is to slice each section of my story thinner and thinner until I'm left only with her. I've felt like shite all the time no matter who I kiss or how charming I try to be with my new birds. This is the point, isn't it ? New birds that will project me along a wire from the underground into the air, into the world.

TÁ BOM, EU TRADUZO! VOCÊS PRECISAM LER.

Queria que alguém entrasse em minha vida como um pássaro entra em uma cozinha e começa a quebrar coisas e esbarrar em portas e janelas, deixando caos e destruição. Por isso aceitei seus beijos, como quem ganha um panfleto no metrô. Sabia, não pergunte porque ou como, que dividiríamos até nossa pasta de dentes. Nos conhecemos melhor cuidando das cicatrizes um do outro, evitando chegar perto demais de saber demais. Queríamos que a felicidade fosse como um vírus que alcança todos os lugares de um corpo doente. Transformei minha casa em um colchão d'água e seus seios em castelos de areia negra. Ela me deu suas metáforas, suas garrafas de gin e sua coleção de selos da África do Norte. À noite, conversávamos em sonhos e sempre, sempre concordávamos. Os lençóis pareciam-se tanto com nossas peles que paramos de trabalhar. O amor tornou-se um homem forte, terrivelmente acessível, um mentiroso, com grandes olhos e lábios vermelhos. Ela me fez sentir novo. Assisti a ela se foder, lose touch, ouvimos Nick Drake em seu gravador e ela me disse que era escritora. Li seu livro em duas horas e meia e chorei o tempo todo como se estivesse assitindo Bambi. Ela me disse que quando eu achasse que ela tinha me amado tudo que poderia, ela me amaria um pouquinho mais. Meu ego e seu cinismo se deram muito bem e nós dizíamos "o que você faria se eu morresse?" ou "e se eu tivesse Aids?" ou "você não gosta de Smiths?" ou "vamos trepar agora". Deixamos nossas impressões digitais por todo o quarto, o café da manhã era feito automaticamente, e se viesse em um carrinho, sem as mãos. Competíamos para ver quem tinha os melhores orgasmos, as visões mais bonitas, as maiores ressacas. E se ela engravidasse, decidimos que seria culpa das mãos de deus. O mundo era nossa ostra. A vida era a vida. Então ela teve que voltar para Londres, para ver seu namorado e sua família e seus melhores amigos e seu bichinho chamado "Gus". E sem ela, virei uma bagunça. Pintei minhas unhas de preto e cortei meu cabelo. Abro minha coleção de fotos e nosso passado pode ser ilimitado e eu sei que o processo é fatiar cada seção da minha história, deixando-a mais magra e mais magra até que fique sozinho com Ela. Me sinto uma merda o tempo todo, não importando quem eu beijo ou o quão galante tente ser com meus novos pássaros. É esse é o ponto, não é? Novos pássaros que vão me jogar ao longo de um fio do subterrâneo para o céu, para o mundo.

[7'32AM]

.: Clara Averbuck :. 12:08 AM

quarta-feira, junho 26, 2002

Da série "por que eu?"

De: Fernanda Santos
Para: Ladyaverbuck
Data: 26/06/2002 23:19
Assunto: Aventura

VENHA VIVER A MAIOR AVENTURA DA SUA VIDA !!!

PASSE UM FINAL DE SEMANA PRATICANDO
** ESPORTES RADICAIS **

PARAQUEDISMO
RAPPEL
RAFTING
E MUITO MAIS....

www.skyradical.com.br


* Este email não pode ser considerado um spam por dar a possibilidade do destinatário retirar o seu
nome da nossa base de dados.

** Caso não queira mais receber os email´s da skyradical, basta retornar este email com o assunto
remover.
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.
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De: Clarah Averbuck
Para: remover@skyradical.com.br
Data: 26/06/2002 23:42
Assunto: remover

VENHA VIVER A MAIOR AVENTURA DA SUA VIDA!!!

PASSE UMA SEMANA COMIGO E SEJA DESPEJADO DA CASA ONDE O
CHUVEIRO NÃO FUNCIONA E A LUZ ESTÁ LIGADA CLANDESTINAMENTE E
OS HOMENS MARTELAM O DIA INTEIRO E OS ÔNIBUS FLATULENTOS
PASSAM DEBAIXO DA JANELA DO QUARTO!

VOCÊ NÃO VAI SE DECEPCIONAR!

.: Clara Averbuck :. 11:45 PM

Death In Vegas

Não dêem ouvidos ao Thiago Capanema. Ele é jovem demais e gosta de Strokes e Yeah Yeah Yeahs mas fala mal do Lou Reed e dos Stooges. Não faz sentido. Nenhum. Então ignorem tudo que ele falar sobre Death In Vegas, se é que ele vai falar alguma coisa um dia. É muito bom para caralho.

Estou com preguiça de traduzir a biografia. Se virem.

fuck me i´m sick


A DJ at the big beat melting-pot the Sunday Social alongside the Chemical Brothers and Jon Carter, Richard Fearless formed a studio project named Death in Vegas to pump out a similar type of audio adrenaline. With the helping hand of Steve Hellier, Fearless spent two years working on material for an LP, then released Dead Elvis on Britain's Concrete label in early 1997. After it was licensed for American distribution, the single "Dirt" became a moderate MTV hit later that year. Fearless gained a new production partner (Tim Holmes) as well as a few celebrity guests (Iggy Pop, Bobby Gillespie) for 1999's The Contino Sessions.


O segundo disco, o da foto ali em cima, é muito foda pra caralho. Uma das melhores trilhas sexuais que já pratiquei. Minhas preferidas são a Aisha, Sick City e Broken Little Sister, respectivamente com Iggy Pop, Bobby Gillespie (Primal Scream) e Jim Reid (Jesus and Mary Chain). Foda foda foda.

.: Clara Averbuck :. 11:26 PM

Da série "coisas que não dá":

Objetos falando na primeira pessoa

"Se você me abrir, eu aumento!"

Eu vi isso em uma mala. Assim mesmo, com exclamação. Tinha um balãozinho em uma mala. E a mala sorria. Cara, não dá. É sério.

"Meu amor"

Você está passando feliz da vida com sua saia que nem é tão curta assim e um velho sebento e barrigudo te chama de "amor". Ah, meu senhor. Tenha um pingo de dignidade nessa sua barriga e vá cantar pessoas da sua idade. (Falou a garota que namora um cara 7 anos mais jovem)

Piadinhas envolvendo minha cor de cabelo

"Essa é da reivi!"
"Param param param paramparamparam param paraaaam, pararararam!" (musiquinha da Pantera Cor-de-Rosa onomapeizada)
"Róóóóque!"
"Técno!"
"Ma o queque iço?"
"Olha mãe, a moça tem cabelo de boneca!" (ok, essa foi fofa)

...

Ô saco. Dá vontade de parar e explicar que EU NÃO SOU DE REIVI NENHUMA, simplesmente gosto de pintar meu cabelo da cor que bem entender, qual é o problema com isso? Alguém sabe me dizer? Quer dizer, PENSEM À VONTADE quando eu passar na rua, mas não quero saber o que acham, não quero interagir.
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Mas pior mesmo foi a criança que passou por mim e pela Boo quando estávamos indo na farmácia no Rio. Era uma criança de cabelo espetadinho com GEL, sardento, aquelas com cara de pestinha de sitcom mesmo. E ele tinha tatús da copa do mundo nos braços. E disse, sem nenhuma cerimônia:

- Que cabelo horrível!

E eu quis dizer "Tuas tatuagens também", mas fiquei GAGA (eu fico gaga às vezes, não sei porque, simplesmente gaguejo) e disse "Tuatutututatuatuatu". Quando terminei, a criança já estava lá na esquina rindo da minha cara. Que ódio.
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.
Hannibal, The Cannibal

Aí, estou aprendendo a falar francês. Sem querer e por dedução, mas estou. Meu Furby não cala a boca nunca. Minha mãe disse que eu era assim quando era pequena. Eu acredito, deve ser karma. Se eu tiver filhos de verdade algum dia (...), sei que vou pagar tudo que fiz aos meu meus pais e ter gêmeos hiperativos. Trigêmeos, talvez. E todos vão ser punks na adolescência. Ao mesmo tempo, evidentemente. Meu Furby, por exemplo, além de não calar a boca, tem um topete azul. E fala uma língua que eu não entendo direito. Ou melhor, não entendia. Daqui a uns doze anos eu talvez já esteja lendo Rimbaud no original.
.
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É o seguinte: arranquei o insert. Essa merda é completamente inútil. Serve, no máximo, para colar pvts no canal quando a pessoa está no IRC, o que NÃO É BOM. Chega de insert. Chega de constrangimento. Costurei a droga da tecla na minha jaqueta que anda sozinha. Fim.
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.
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.: Clara Averbuck :. 11:06 PM

ACHEI UM DISQUETE. OBRIGADA, JESUS.

.: Clara Averbuck :. 11:02 PM

PUTA PARIU.

.: Clara Averbuck :. 10:40 PM

Calma, eu não morri. Estava no exílio, escrevendo.
Eu disse escrever um pouco? Menti. Foi mal. Escrevi como uma filha da puta.

Mas tive a manha de esquecer o cabinho idiota do speedy. QUE MERDA. Vou ver se acho um disquete, senão vou ter que voltar em casa pra buscar aquela merda.

.: Clara Averbuck :. 10:06 PM

segunda-feira, junho 24, 2002

Vou ali na minha casa vazia.

Eu gosto dela mesmo vazia.

Vou ali escrever um pouco na minha casa vazia e amanhã eu volto cheia de coisas. Tchau.

.: Clara Averbuck :. 7:15 PM


OH, NÃO.


Dear Friends:
After 36 years, John and Barbara Martin are retiring from publishing. Our books will continue to be available from the following publishers. Thank you again (and again) for your interest and loyal support all of these years.


Isto está no site da Black Sparrow Press, também conhecida com uma das melhores editoras do mundo. Culpa do Hank, sabe. Tudo começou por causa do Hank. John Martin apaixonou-se pelos escritos dele resolveu publicá-lo. Eles inclusive sustentaram o homem por algum tempo, quando não tinha dinheiro nem para encher a cara. Acho que sei como é. Bom, a aposta do John deu certo e Hank vendeu para caralho. Ainda por cima, eles republicaram todos os livros do meu amado Fante, sempre naquelas edições deles que sujam dentro da bolsa - mas são lindas. Isso sem mencionar Paul Bowles, D.H. Lawrence e mais uma porrada de escritores bons. Só escritores bons.

E acabou.

Não sei quando, só vi hoje. E fiquei triste. Não faliu nem nada, eles provavelmente cansaram da incomodação de ser editor. A notinha que ali em cima diz basicamente "Aí, estamos velhos, cansados, com o saco e o cu cheio de dinheiro. Fizemos uma editora do caralho, mas chega. Nossos livros estão aí disponíveis para quem quiser, mas não vamos publicar mais nada novo."

Bye bye, blackbird. Que pena, cara. Que pena.

piu?

.: Clara Averbuck :. 6:29 PM

AÍ PESSOAL, QUERO APRESENTAR UMA PESSOA PARA VOCÊS.

Esse é o POW. Ele tem algum problema muito sério na cabecinha dele e me odeia profundamente a ponto de ler meu blog todos os dias e, vejam vocês, usar o codinome Anti-Clarah no icq e fazer um BLOG SÓ PARA FALAR MAL DE MIM. :~)

Testemunhem agora toda a raiva gratuita que este mocinho guarda em seu coração. Sei não, mas eu acho que é paixão reprimida.

xxx

Anti-Clarah (12:44 AM) :
E aí ser desprezível e peçonhento? Já estou divulgando seu blog homenagem para o mundo.
Lady Averbuck (12:51 AM) :
UHU! Me faça esse favor.
:*
Anti-Clarah (12:51 AM) :
Claro piranha. seu desejo é uma ordem.
Lady Averbuck (12:52 AM) :
Por isso que eu te amo.
Agora eu vou te botar na ignore porque tenho mais o que fazer. Beijos Pow!
Anti-Clarah (12:52 AM) :
falou puta judia.
Lady Averbuck (12:53 AM) :
Me mande as atualizações do se blog, tá? Beijo na sua boca gostosa.
Anti-Clarah (12:53 AM) :
Vai rindo cadelona judia.
Lady Averbuck (12:53 AM) :
Ui!
Anti-Clarah (12:53 AM) :
Tu tá na mira.
Lady Averbuck (12:53 AM) :
Cara, você é muito patético. Obrigada.

xxx

Acho que virei uma celebridade. Existem cópias piratas do meu livro circulando no mercado negro e eu vou ter uma página de ódio. Uau. Só queria saber quando vou começar a possuir reais. Não quero muitos reais, só o suficiente para alimentar meus gatos e viajar um pouco. Aguardo ansiosamente pelo seu link, meu querido.

.: Clara Averbuck :. 1:05 PM


Hoje eu estou muito afetuosa. E quero amar meus amigos.

Marcão, seu cabeçudo genial.
Marcelo, seu ... Tyler Durden dos pobres.
Augusto, seu maluco enrustido.
Nix, seu nerd saudosista.
Anne, minha Anne.
Adriano, meu irmãozinho.
Rái e sua visão de raio x.
Helena e toda sua doçura de menina .
Furnari e a Cebola Maldita.
Trissominho & Nelson, meus ex-noivos que nem ligam mais.
Munhão e sua careca e sua banda.
Gas e seu nariz de moça.
Auro e seu cão-abajur.
Mateus e seus olhos rasgadinhos.
Mari É Messias.
Cherrie e seu puta talentão.
Desirée, minha parceira no crime.
Cris e sua maravilhosa boca suja.
Bianchinho e seus trocadilhos geniais.
Jeanne Callegari e seu coração de vidro, igual ao meu.
Dan, meu tigre empalhado de pelúcia.
MOJO. ESQUECI DO MOCHÃO, COM QUEM CASAREI SE ESTIVER SOLTEIRA AOS 68 ANOS PARA QUE FAÇAMOS PIADAS GENIAIS E CUIDEMOS UM DA COREGA DO OUTRO.
...
Eu amo vocês. É sério. Estou abraçando todos vocês agora, meus amiguinhos queridos. Não quero saber se vocês estão longe e nem lembram que eu existo. Eu amo vocês.
Eu devo ter esquecido alguém, porque não dormi de novo e a minha memória é uma merda. Mas se eu te amo, você sabe.

.: Clara Averbuck :. 11:51 AM

Lady Averbuck (9:44 AM) :
Hey you! Pegou nosso recadinho carinhoso?
Furnari (9:45 AM) :
Oi, peguei sim... obrigado. Não sabia que você estava de volta. Cara tenho algumas histórias muito lenda urbana pra te contar
Lady Averbuck (9:45 AM) :
Conte conte.
Furnari (9:46 AM) :
Tem uma cópia pirata do seu livro rolando no mundinho... parece que o pessoal não está aguentando a espera
Lady Averbuck (9:46 AM) :
CUMÉ???
Lady Averbuck (9:46 AM) :
QUE?
Furnari (9:46 AM) :
E a segunda é que tem gente querendo cuspir na cara do Tiago Capanema pois acham que o coitado é o autor do "eu preciso de uma mulherzinha"
Lady Averbuck (9:47 AM) :
HAHAHA.
Lady Averbuck (9:47 AM) :
MEU DEEEEEEEEEEUS.
Lady Averbuck (9:47 AM) :
pasdf
Lady Averbuck (9:47 AM) :
Ok, vamos por partes. Favor desenvolver os temas.
Furnari (9:47 AM) :
Okay, primeiro a cópia pirata...
Furnari (9:48 AM) :
Parece que seus amiguinhos na Conrad andaram "emprestando" o copião do teu livro e tem gente que já leu / xerocou
Lady Averbuck (9:48 AM) :
Hahahahah! QUE LEGAL.
Lady Averbuck (9:48 AM) :
CARALHO.
Lady Averbuck (9:48 AM) :
Bom, eu defendo o Napster, não posso reclamar. :x
Furnari (9:48 AM) :
E o segundo, tem um povo fã seu que combinou pegar o Capanema de porrada pois ele "te esnobou"
Lady Averbuck (9:48 AM) :
HAHAHAH! MEU DEUS DO CÉU.
Lady Averbuck (9:48 AM) :
Eles não lêem meu blog direito.
Lady Averbuck (9:49 AM) :
Não pode ser real.

.: Clara Averbuck :. 9:52 AM

From: JL
To: ladyaverbuck@uol.com.br
Date: Monday, June 24, 2002, 8:17:20 AM
Subject: Um moço....

Pergunta: Um moço se ofereceu para pagar meu speedy.
Será que está falando sério?
Resposta: Está sim...
.
.
.
=-O~~~~~~

.: Clara Averbuck :. 8:20 AM

Homeless - I got life and I'm gonna keep it

Sabe, eu tenho uns amigos muito foda. Muito, muito, muito foda.
Eles me amam. Me amam muito. Me dão carinho, casa, comida, colo, álcool, cigarros e até uns beijos às vezes. Estão espalhados por todas as cidades possíveis deste país enorme, nunca vou conseguir juntá-los em um só lugar, mas sei que eles me amam pra caralho, mesmo quando somem por meses. Amizade mesmo não morre. Você pode ficar 127 anos sem nenhum contato, mas quando seu amigo chegar, será mais ou menos como meu diskman, que nunca volta para o início do cd. Ele toca a música de onde ela parou. Amizade não morre.

Minha vida anda bem fodida, mas se não fossem eles, eu estaria mendigando na rua com um gato debaixo do braço.

Meu amigo M. me agüentou o fim de semana inteirinho na casa dele. Só isso. Inteiro. Estou aqui até agora. Não sei como ele e A., sua gentefiníssima esposa, não me expulsaram daqui com uma vassoura. Muito pelo contrário: eles compraram um sofá cama para que eu parasse de dormir toda torta. E me alimentaram. E me deixaram usar a internet e o dvd e o forno de mitocôndrias e o chuveiro quente deles. Damn. Um dia eu ainda agradeço propriamente. Talvez ir embora logo seja um agradecimento sensato.

Minha casa morreu. Não tenho mais minha linda casinha na Rua Purpurina. Hoje o Bianchinho amado querido e fofo me mandou esta foto, tirada na minha sala bagunçada depois do show do Echo, sobre o qual não comentei porque cheguei no bis. Eu estava ligando o timer da minha câmera e ele se aproveitou do meu breve momento de distração e me fotografou com sua câmera estranha. Vão ali na foto e conheçam a minha ex-casinha. Era linda, sabe. Neste dia, estava meio bagunçada, mas era linda. Tenho milhares de fotos dela, mas não possuo reais para a revelação. Seria bem legal possuir reais para revelar os quatro filmes que estão guardados.

Ain't got no home


Essa semana eu vou ter que pintar as paredes pichadas e esburacadas - sou péssima com pregos - e devolver a chave para a Dona Antônia. Tudo vai terminar. E começar de novo em algum outro lugar que ainda não escolhi. Só sei que vai ser em Copa, perto do Nix e da Helena. Eu amo muito o Nix e a Helena também. E sei que eles me amam de volta.

Mas não agora. Agora eu vou para o hotel.
Não pensem que vou abusar e ficar para sempre aqui parasitando os meus amigos. Não, não. Eu vou para o hotel onde os quartos são do tamanho do meu banheiro e o banheiro, do meu box. Mas tem a sacada e a pracinha. E café da manhã. E o recepcionista com a Pior Dicção do Mundo. Não posso sair daqui antes do livro ser lançado, porque ouvi as palavras "marketing agressivo", "Marília Gabriela", "Jô Soares" e "como se fosse um lançamento de disco" da moça da editora. Uau. Será que eu agüento? Eu acho que sim.

E depois, sei lá. Depois eu volto. Ou fujo. Ou fico. Depois eu vejo.

.: Clara Averbuck :. 7:14 AM

domingo, junho 23, 2002

pararararara raram raram raram raram parara raram

Qualquer semelhança não é mera coincidência.

.: Clara Averbuck :. 5:05 PM

O retorno da Pantera Cor-de-Rosa

Eu disse que encheria a cara ontem. Eu disse.
Meus cotovelos estão ralados e não sei onde está minha calcinha. Não que tenha acontecido alguma coisa entre as minhas pernas, não me entenda mal. Não aconteceu nada. Por que aconteceria?

Simplesmente não lembro da noite de ontem. Não lembro.

Sei que sambei. É, eu sambei. Era uma festa cool samba rock cool ultra cool com muita gente feia e nanica. Eu e meu amigo A. éramos as pessoas mais altas do lugar. Nos restou beber. Beber muito. Sabe, encher a cara de verdade. Uísque. Muito uísque. Todo o uísque do bar. Então eu fiquei com tédio e resolvi me fazer de americana. Não é muito difícil de acreditar, já que sou branquela, tatuada e de cabelo rosa. Cheguei para um nanico qualquer e comecei a falar inglês com ele. Falei que era de NY e que tinha me perdido do meu amigo (detalhe: o lugar era minúsculo, impossível de perder um brinco). O inglês dele era uma merda bem grande. E é isso que eu lembro. Não sei como cheguei em casa, não sei como ralei meu cotovelo, não sei onde está minha calcinha. Tenho alguns flashes de cenas, tudo muito embaçado e colorido e escuro, mas não lembro de nenhuma situação.

OH! Lembrei o que aconteceu com a calcinha.
Fui ao toalete das moças e ela rasgou. É, rasgou. Era de rendinhas delicadas e eu estava violentamente bêbada. Rasgou na pressa de me esvaziar. Arranquei a pobre calcinha mutilada e a deixei pendurada no trinco do banheiro. Foi isso.

Fazia tempo que eu não me perdia. É bom se perder. Especialmente porque eu sempre me acho no outro dia de manhã. De ressaca, ainda vestida, com uma puta dor de cabeça e sem saber o que aconteceu com meus cotovelos ou onde estão minha calcinha e minha dignidade, mas me acho. Sempre me acho. Adoro me perder.

.: Clara Averbuck :. 4:55 PM

"Perdão, mas se eu não for egoísta, quem vai cuidar de mim?"
(Minha Garota. Cara, eu amo a minha garota.)

.: Clara Averbuck :. 2:37 PM

Porque eu ignoro pessoas no icq

Você está pacificamente escrevendo no seu computador e chega a seguinte mensagem, de uma pessoa com quem você nunca falou antes e não faz a menor idéia de quem seja.

Fernandu(21:58 PM) :
sinceramente...16 anos?
poupe-me...
recuso-me a frequentar um blog de alguem com idade mental tão baixa...

Lady Averbuck(21:59 PM) :
Oh, estou tão ofendida que vou parar de escrever para sempre.

Fernandu(21:59 PM) :
ah..você vive...
pena que só vive para responder esse tipo de comentário...
realmente uma pena pra quem é vista como uma pessoa inteligente...

Lady Averbuck(22:01 PM) :
Olha, você está indo para a minha ignore list por dois motivos.
1. se meteu na minha vida.
2. é um idiota preconceituoso.

Rimbaud também tinha 16 anos. Adeus... "Fernandu".
:
:
:
Eu espero sinceramente que ninguém ouse fazer esse tipo de comentário nunca mais na vida, ou eu descobrirei seu endereço e mandarei meus negros serem medievais com o rabo dessa pessoa.
:
:
:
Meu namorado é foda. Geniozinho e foda. E ele entende tudo. E completa minhas frases. E ainda escreve essas coisas fofas e me deixa babando.

Desculpe, marmanjos recalcados com nomes mal escritos no icq, mas meu namorado é foda. Eu mereço, tá. Eu mereço.

.: Clara Averbuck :. 2:21 PM

sábado, junho 22, 2002

Limp

You wanna make me sick;
You wanna lick my wounds,
Don't you, baby?
You want the badge of honour when you save my hide
But you're the one in the way
Of the day of doom, baby
If you need my shame to reclaim your pride
And when I think of it, my fingers turn to fists
I never did anything to you, man
But no matter what I try
You'll beat me with your bitter lies

So call me crazy, hold me down
Make me cry; get off now, baby-
It won't be long till you'll be
Lying limp in your own hand

You feed the beast I have within me
You wave the red flag, baby you make it run run run
Standing on the sidelines, waving and grinning
You fondle my trigger, then you blame my gun
And when I think of it, my fingers turn to fists
I never did anything to you, man
But no matter what I try
You'll beat me with your bitter lies
So call me crazy, hold me down
Make me cry; get off now, baby-
It won't be long till you'll be
Lying limp in your own hand

.: Clara Averbuck :. 11:43 PM

Must be a way that I can dress to please him

Filthy tight, the dress is filthy.
I'm falling flat and my arms are empty.
Clear the way, better get it out of this room.
A fallen woman in dancing costume.
If you put it on, if you put it on.
(PJ Harvey)


Tenho um vestido vermelho. Comprei no Rio, para comemorar 10 quilos perdidos. Usei duas vezes na vida. E nunca mais vou poder usar.

Estava com ele da última vez. Na casa dele. Na noite em que ele decidiu me tratar mal e chorar por causa da namorada que ia embora. Agüentei quietinha, tentei dar colo, segurar sua mão. Mas sentia que não era querida por lá. Meu único desejo era pegar minha malinha e sumir, desaparecer, ir para casa com o meu gato gordo, apesar de adorar a gatinha nenê dele. Esperanza. Linda, linda, linda. Só tinha dois comandos: morder e dormir. Morder tudo, qualquer coisa que se mexesse ou ficasse parada. Morder, morder, morder. Linda nenê gata. Mas não podia ir embora. É impossível de sair da casa dele sem carro. Então fiquei por lá, me sentindo a última das criaturas jogadas no canto mais escuro do inferno.

Acordamos de ressaca, eu felicíssima por estar ao lado dele. Foram as manhãs mais felizes da minha vida, quando pude acordar e olhar para ele, tê-lo como primeira visão do dia. Ele é lindo demais dormindo. Ele é lindo demais de qualquer maneira. Acordei quentinha, sem saber que ficaria tudo gelado depois. Tudo perfeito, parecia um sonho, um livro, um filme. Ele disse que estava apaixonado. A noite anterior tinha sido foda, cerveja e sexo e suor e meu sorriso na lua. Céus, essas lembranças acabam comigo como se estivessem batendo em meu peito com um martelo de carne. Acordamos felizes, nos beijamos e nos abraçamos e nos lambuzamos. Tomei um banho e botei meu vestido vermelho.

- Você trouxe! Vestido de mexicanazinha...

Sorri. Nas nuvens. Ele sorriu de volta, balançando a cabeça.

- Dona do inferno...

Com essas duas falas, ele roubou meu vestido vermelho. Nunca mais poderei sequer olhar meu vestido sem lembrar dele. Nunca mais poderei usar a droga do vestido sem lembrar que é o vestido de mexicanazinha dele. Vestido da Camilla Lopez.

Ele roubou tudo. Meu vestido, minha alma, minhas melhores páginas. Meu coração na porta de casa, que entreguei ainda batendo - ainda batia, eu não estava morta - naquelas mãos que acreditei que seguraria até o último dos meus dias. Acredito demais. Acredito em tudo que ele me disse, mesmo sabendo que era mentira, que era para me sacanear. Acreditei em tudo e acreditaria de novo, acreditaria em tudo que ele dissesse agora. Que grande filho da puta maravilhoso eu fui arranjar. Ofereceria minha pele para que ele escrevesse suas lindas frases sujas e mentirosas. Ofereceria minha alma para que ele secasse suas lágrimas de amor perdido. Ofereceria meu corpo para que ele usasse e jogasse fora, como um lenço, um pedaço de papel. uma toalha de rosto. Um pano de prato.

É isso que sou agora: um paninho. Um trapinho imundo jogado do lado de fora da porta, para todo mundo pisar. Ele conseguiu reduzir uma mulher de vestido vermelho a um pano sujo na entrada de casa. O primeiro a me deixar no chão.

Cá estou, atirada, inerte, esperando por alguém que consiga me lavar. Porque se for para ser um pano, que seja um pano limpinho. Me sinto imunda agora, tenho vergonha de mim. Ele precisou da minha vergonha para alimentar seu grande ego de filho da puta maravilhoso. Tenho vergonha de acreditar e de assumir tudo isso. Mas assumo. Um pano sincero, veja só você. Esperando pelo próximo a me lavar e me jogar na lama. Esperando. Esperando. Sempre esperando. Espero que um dia eu canse e fique quieta e seca, pendurada no varal. Por enquanto, ainda estou disposta a me sujar.

.: Clara Averbuck :. 11:24 PM


A raiva é tanta, mas tanta, que me enganou, fez a volta inteira e retornou ao ponto de partida. Virou amor de novo.
...
Estou fodida para o resto da minha vida inútil. Vou ficar dando voltas e voltas e voltas e voltas e me enroscando em todas as incertezas e frases feitas. Ele é como um oráculo de parque de diversões, tem frases feitas aleatórias que larga por aí, como dardos envenenados. E todo mundo cai, porque ele é bom demais. Talvez seja verdade, eu nunca vou saber. Talvez seja.

Deixe-me falar sobre estar fodida.

Alguém já viu Pecado Original? É uma bosta bem grande. Mas me identifiquei horrores.
É sobre amor doentio. O mesmo tipo de amor que me pegou.
Um casal apaixonado. Lindo. Foda.
A mulher sacaneia o cara. Rouba toda a grana dele e o deixa maluco. Não por causa da grana, quem se importa com dinheiro? Ele fica louco porque ela fugiu. Sumiu. Desapareceu da vida dele. Mas o idiota vai atrás e a encontra. Todos acham que ele vai matá-la, mas não. Ele a ama, mesmo tendo sido sacaneado. Quer saber porque ela fez aquilo. A gente sempre quer saber porquê. E ela enrola e diz que o ama também. E o sacaneia de novo. E de novo. E mais uma vez. Mas ele a ama. Amor é uma merda. E eles acabam juntos. Quer dizer, o cara tomou no rabo 800 mil vezes, mas acredita nela sempre.
É assim que eu sou.
Burra.
Porque o amor é burro demais.
Puta que pariu. Acho que vou passar mal.

.: Clara Averbuck :. 12:34 PM

Boo \o/(23:58 PM) :
ZILHOES DE PESSOAS VINDO ME PERGUNTAR SE VOCE ESTA NAMORANDO O THIAGO.

POR FAVOR, FAÇA UM POST EXPLICANDO QUE NAO SOU TUA PORTA-VOZ, OBRIGADA.

--------------

A Boo não é minha porta-voz. Deixem a moça em paz.

Eu estou namorando com o Thiago. E nunca mais vou responder esta pergunta enquanto viver. É tão difícil de acreditar?

Pela atenção, obrigada.

.: Clara Averbuck :. 12:03 AM

sexta-feira, junho 21, 2002

O mundo está no shuffle-repeat

Dizem que eu imito o Bukowski.
Dizem que eu imito o John Fante.
Dizem que eu imito a Hilda Hilst e a Clarice Lispector.
Dizem que eu imito o Kerouac, o Burroughs e o Ginsberg.
Dizem que eu imito o Groucho Marx e o Monty Phyton.
Dizem que eu imito o Luis Fernando Verissimo e o Salinger.
Dizem que eu imito o Neil Gaiman e o Alan Moore.
Dizem que eu imito o Wilde (!) e o Barão de Itararé.
Dizem que eu imito mais um montão de gente.

Vamos esclarecer as coisas então.

Eu não imito ninguém. Quase não penso antes de escrever. As palavras voam dos meus dedos, as frases surgem prontas na minha cabeça. É quase como psicografar. Não penso, só sinto. E não tento soar como ninguém, apesar de adorar todos os citados acima.

O que acontece é que eu não faço nada de novo. Simplesmente escrevo sobre minha vida e consigo torná-la interessante de alguma forma. É isso que sei fazer e é isso que vou fazer até o dia em que eu morrer. E não há nada de novo nisso. Nada. NADA. Não há nada de novo a ser feito no mundo, tudo já foi feito. Meu estilo já existiu. O estilo do Verissimo já existiu. Tudo se repete o tempo todo. Não há nada de novo. Ouçam Strokes e BRMC e White Stripes e Yeah Yeah Yeahs. Não há nada de novo, mas NÃO IMPORTA. O que me interessa, e o que quero que interesse para meus leitores, é autenticidade, é fazer as coisas com as entranhas e o coração. É ser bom, não ser revolucionário. Não tenho nenhuma pretensão de ser nada, só quero escrever em paz. Escrever é a única coisa que importa na minha vida. Mais do que comer, mais do que casa ou sexo ou roupas ou qualquer coisa. E o que menos importa nisso tudo é inovar. Não existe nada novo. E quem acreditar que há está se enganando bem bonito.

.: Clara Averbuck :. 7:45 PM

Pergunte ao Pó

Sequei.
Acho que é saudade.
Saudade que não me deixa em paz. Que levou minha paz embora, me cortou com um bisturi e não se deu o trabalho de costurar depois. Me deixou aberta, exposta ao pó e às moscas. Queria que eu apodrecesse como você.
Mas eu não apodreço.
Não eu, meu querido.
Meu falso amor.
A mentira mais linda que já me contaram, o desperdício mais maravilhoso que já vi. Um oásis no deserto, miragem do inferno no meu caminho. Acenou e sorriu de longe para que eu mergulhasse, o demônio surrurando as palavras certas no teu ouvido.
Quando fui te tocar, você sumiu. Não era real.
Pergunte ao pó, meu querido, ao pó que entope teus poros e seca o que você chama de coração. Não passa de um torrão de terra vermelha, morta, infértil.
Você está morto.
Morto.
Morto em mim.
Pergunte ao pó. Ele não vai responder. Vai voar no teu rosto, encher teus olhos e te manter cego no chão, onde você escolheu ficar.
Eu não.
Posso qualquer coisa. Posso voar para onde quiser. E voarei para longe de você, muito longe, onde eu possa lavar minhas asas imundas e deixá-las branquinhas de novo, imaculadas, limpas e livres das tuas lindas mentiras sujas.
Pergunte ao pó, meu querido.
Ele não vai responder.
Nem eu.
E você vai apodrecer sozinho no deserto. Isto é uma maldição. Sozinho no deserto, sem conseguir abrir os olhos, sem conseguir enxergar nada, sem saber para onde ir. Você está perdido no deserto. Perdido e sozinho. E vai secar aí, como a arvorezinha na beira da estrada.
Sozinho. E morto.

Para Flávio de Castro, meu falso amor perdido.

.: Clara Averbuck :. 4:49 AM

Interstate Love Song

Waiting on a Sunday afternoon
For what I read between the lines,
your lies.

Feelin' like a hand in rusted shame
So do you laugh or does it cry?
Reply?

Leavin' on a southern train
Only yesterday you lied,
promises of what I seemed to be
Only watched the time go by,
all of these things you said to me.

Breathing is the hardest thing to do.
With all I've said and
all that's dead for you,
you lied - good bye


Leavin' on a southern train
Only yesterday you lied
Promises of what I seemed to be
Only watched the time go by,
All of these things I said to you.

.: Clara Averbuck :. 4:24 AM

É O SEGUINTE: ESTOU OUVINDO ROCK INGLÊS.

Não porque torço para a Inglaterra. Não torço. Não poderia me importar menos com o jogo. Pensando bem, poderia sim. SE PARASSEM DE BUZINAR, EU ME IMPORTARIA UM POUCO MENOS. Porque isso me irrita profundamente. Mas enfim. Estou ouvindo Kinks. E não estou torcendo para ninguém. Foda-se a copa.

.: Clara Averbuck :. 3:43 AM

thiago _0_(02:54 AM) :
Life is a game and true love is a trophy :)

.: Clara Averbuck :. 2:58 AM

Pablo Picasso was never called an asshole

Depenar.
Sabe o que é depenar?
Foi isso que fiz com minhas sobrancelhas hoje de manhã. Depenei. Tirei tudo. Estou com sobrancelhas de Angelina, bem fininhas. Uma merda. Saudades do tempo em que eu possuía reais e um esteticista para tirar minhas sobrancelhas milimetricamente. Ele media. Oquei meninos, vocês acham besteira. Mas vocês não imaginam a diferença que sobrancelhas fazem na cara de uma pessoa. Especialmente na minha. Eu sou basicamente OLHOS. Ah, esquece. Vou reclamar com meu Furby. Ele não entende mesmo. Meu amigo M. teve a manha de me trazer de presente um Furby que só fala francês. Quer dizer, ele fala a língua lá dele, mas só entende francês. E as instruções também estão em francês. E o dicionário de furby-humano está em francês. Ou seja, ele vai falar sozinho e eu também. Posso tentar ensiná-lo a cantar Ne Me Quitte Pas, mas tenho a impressão que ele não vai entender. Não importa muito. Ele é fofo e rosa. E agora eu abracei meu Furby e ele RIU. E mexeu as orelhas. Que foda. Estou começando a gostar de verdade desta coisinha. Me peguei olhando nos olhinhos de plástico azul dele agora. Meu deus, estou interagindo com um bichinho de pilhas que ri e arrota. Talvez seja a hora de voltar para a terapia.

Preciso arrumar um nome para ele.
.............................................
Arrumei.

HANNIBAL, THE CANNIBAL


...
Que foi? Ninguém estava esperando algo como "Snowball", certo?

Sabe, antes o Hannibal estava me irritando profundamente. Ele nunca se calava. Nunca. Cheguei a pensar que ele deveria vir com um estilingue ou algo assim. Então encontrei essa página de autópsia (!) de Furbys. É trimmmassa. Aqui. Tem até como HACKEAR o bicho. Não ensina como hackear, eles visivelmente não estão interessados nisso, mas tem algumas informações ali. Poxa, seria legal ensiná-lo a falar alguma língua que eu também fale. E ensiná-lo a cantar. Imagina um Gizmo rosa cantando Whatever Happened To My Rock'n'Roll. Seria fera também se desse para ensiná-lo a praguejar. Mas acho que não vai rolar. Não consigo nem ensinar o Hannibal a dizer oi. Droga. Mas tudo bem, ele ri para mim. E arrota. E me abraça. Não, ele não me abraça. Mas gosta de ser abraçado.
...
Terapia, Clarah. Terapia.
Vou ensinar o Hannibal a dizer terapia em francês. "Thérapie". Oh, que difícil.

Lookout honey, cause I'm using technology.

.: Clara Averbuck :. 1:30 AM

Fansigns trimmmassa


Lia, a Boneca



xxx

Júlio Costello, o homem de nome sexy



xxx

Boo Capanema, minha familiar



xxx

Princesa Dha, a meiga



xxx

Fernando Ribeiro, o homem das referências



xxx

KRK (?)



xxx

Não exatamente um fansign, mas fera igual. Da Ana Luiza



xxx

Renata Rocha, eu vou te pagar



xxx


Rapeize, seguinte. Quando forem me mandar os fansigns, mandem do tamanho certo. Se tiverem um servidor, melhor: mandem só o código pra facilitar a vida. Quanto aos links, boto quando venço a preguiça. Notem que botei links só até a metade. Preguiça. Colaborem. Valeo!

.: Clara Averbuck :. 12:04 AM

quinta-feira, junho 20, 2002

Da série "perguntas recorrentes"

Sim, estou namorandinho com Thiago Capanema.
Sim, ele tem 16 anos. E é mais inteligente, maduro, legal e foda do que metade dos homens que conheci nos últimos tempos. Os outros fugiram. Ou chegaram na hora errada.
Sim, ele é virgem. Mas não por muito tempo, you bet your life.
Oquei, ele não gosta de Stooges e fica falando mal do Lou Reed. Mas não por muito tempo também.

Pela atenção, obrigada.

.: Clara Averbuck :. 10:18 PM

Estou na casa do meu amigo M.
Aqui tem papel higiênico verde.
Trimmmassa. Verde, cara. Nunca tinha visto essas modernidades.

.: Clara Averbuck :. 9:32 PM

.: Clara Averbuck :. 6:09 PM

Eu tenho um post gigante aqui. Mas não sei se o meu namoradinho vai sentir-se confortável se eu postar, porque na verdade é um grande email para ele.

Vou perguntar antes.
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Um moço se ofereceu para pagar meu speedy. Será que está falando sério?
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De: xxxxxxxxxxxxx
Para: ladyaverbuck@uol.com.br
Data: 20/06/2002 10:02
Assunto: O peixe do Bukowski

Putz. Esta história do peixe do seu blog foi foda hein???? Se nao tivesse
eu lido a biografia do bukowski até teria me emocionado :-)

...........

Aí, eu não sei do que ele está falando. E olha que eu li a biografia. Não lembro de peixe nenhum do Bukowski. Acho que o moço deve ter bebido. Talvez eu tenha bebido e esquecido da parte do peixe. Mas que não lembro, não lembro.
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.: Clara Averbuck :. 6:02 PM

Lá estava eu, chafurdando no meu passado recente e vendo como foi perfeito. Nos conhecemos no aniversário do Fante. Tudo tão perfeito, as palavras como raios saindo de nossos dedos até o dia em que tudo foi para o ralo. Para o lixo. Acabou sem começar direito.

Ele só tem um defeito: não me quer. O resto é tão perfeito, tão perfeito que chega a ser ridículo. Não pode, sabe. Não se pode ser tão perfeito assim. Éramos perfeitos demais. Eu teria raiva se visse um casal como nós existindo por aí, os dois altos e luminosos e lindos e trocando olhares apaixonados e escrevendo e escrevendo e tendo os mesmos dons. Eu teria vontade de matar um casal como nós. Espancar com um ancinho. Mas tudo bem, porque não chegamos a existir fora do papel e da minha cabeça. Sem contar que foi daí que saiu o Vida de Gato. Deixo mais um pedacinho dele com vocês.

Vida de Gato
Mais uma produção Averbuck Studios S/A

(...)
Mas ele resolveu sofrer sozinho. Eu disse que agüentaria qualquer coisa, mas não contava com o silêncio. Não sabia onde ele estava e não queria, não podia telefonar. Queria ser seu refúgio, e a gente procura os refúgios quando quer fugir do mundo. Ele sabia onde me encontrar. Esperei. Com o coração apertado de novo, pressão na cabeça e uma puta dor na alma. Mas eu tinha o meu gato. Joo, meu amor felpudo, meu filho, a única criatura fiel neste mundo de merda. Eu, meu gato e meus cigarros. Noites em claro escrevendo e esperando alguma coisa acontecer, procurando algum remédio, algum remendo para minha alma esgarçada. Sabia que seria assim, sabia, sabia. Desde o começo, eu sabia. Meus alarmes tocavam quando olhava para ele, meu doce Arturo, todas as minhas luzinhas piscavam avisando do perigo, avisando que eu ia me foder de novo, que ia sofrer pra caralho, como nunca tinha imaginado, porque eu achava que sabia sofrer. Eu também achava que sabia amar. Mas eu não sei fugir.

Sobrou um isqueirinho dele. Um isqueirinho rosa, dos mais fuleiros, do qual eu cuidava melhor do que cuidava de mim. Ninguém dá bola para uma droga de isqueiro barato, as pessoas acendiam seus cigarros e iam enfiando omeu isqueiro no bolso, malditos fumantes compulsivos ladrões de isqueiros baratos, e não entendiam por que eu ficava tão puta. Eles não sabiam de nada. Aquele isqueiro era do meu Arturo. Ele tinha comprado, ele tinha acendido seus primeiros cigarros em muito tempo com aquele isqueiro, na sala na minha casa, tremendo de nervoso. Ai. Tremendo de nervoso enquanto eu derretia só de olhar e pensava "eu estava certa, eu estava certa, é ele". Ele, Arturo, aquele que desapareceu depois de fazer planos comigo. Que morreu de dor por outra mulher enquanto eu assistia em silêncio, apenas respirando, tentando fazer algo útil com a tempestade que aquilo causava no meu estômago, repetindo ia passar, era apenas a dor do parto, uma criança chorando porque cortaram seu umbigo, era uma nova vida, um novo dia, tudo novo, uma casa nova, uma gata nova, e eu, que seria sua nova mulher, estava ali para estender a mão quando ele estivesse pronto para ficar de pé e olhasse para cima e me pedisse para ficar com ele.

Mas ele não pediu. Não disse mais nada.

Silêncio.

Sobrou um isqueiro rosa, já no fim depois de tanta espera.

(...)

E se tudo der certo, queridos leitores, este será meu segundo livro lançado e terceiro escrito. O segundo escrito vai ficar para depois, quando todos os envolvidos estiverem mortos e protegidos. Agora não dá. Escancaro minha vida, mas só porque é minha. Não tenho o menor direito de fazer isso com a vida alheia.

Vou ali.

.: Clara Averbuck :. 5:41 PM

Uau, que dia.
Que dia.

Esqueci o celular em casa, me perdi na Marginal, virei chá em cima das minhas malas... Olha, eu nem vou entrar em detalhes. Francamente. Só sei que alguém vai ter que me pagar muita bebida enquanto eu praguejo e fico de costas para a televisão durante o jogo e os urros testosterona dos meus amigos machos.

.: Clara Averbuck :. 5:24 PM

quarta-feira, junho 19, 2002

Aí.

Alguém ainda não entendeu que estou sem internet e casa e que meus acessos agora ou são pagos por minuto, ou acontecem quando vou mendigar internet na casa dos meus amigos e tento não ficar muito tempo para não estufar o saco deles?

Vou responder duas perguntas recorrentes aqui.

1. Estou sem internet e só ando respondendo email dos meus amigos. Os outros, por favor, esperem até minha vida estabilizar um pouco e parem de reclamar da demora da resposta. Por deus.

2. MÁQUINA DE PINBALL SERÁ LANÇADO NO DIA 16 DE AGOSTO E DISTRIBUÍDO NACIONALMENTE.. Para mais detalhes, escrevam para a editora.

E parem de cobrar mais posts. Ou me deixem ficar postando da casa de vocês, sentada em sua cadeira confortável e anatômica, comendo a comidinha da sua mãe, bebendo a cerveja da sua geladeira e passando a mão na bunda da sua irmã. Valeo.

.: Clara Averbuck :. 10:06 PM

Waiting for the Sun

[19'10]

Meus queridos leitores.
Meus amados leitores, me desculpem o sumiço. Mas a situação está realmente foda. E para melhorar, estou usando o pior mouse da história da humanidade.

Não sei como não cortaram a água ainda. Francamente. Talvez a Dona Antônia tenha pago, vai saber. Talvez ela não seja uma velha tão má assim no fim das contas. Ou talvez o pessoal da companhia aquática tenha errado feio nas contas a ponto de não se tocar que ninguém paga a água deste apartamento há quatro meses.

Dois dias sem pegar emails. Espero sinceramente que o uol tenha espaço ilimitado, porque há dois dias tinha uns 200 emails na minha caixa postal. Meu celular está sem créditos e não tem papel higiênico na minha casa. meus amigos estão cheios de problemas e não podem me ajudar. Minha dieta tem se limitado a barras de cereais e chás. O que não é de todo mal, porque ando cabendo em calças onde não pensava sequer em botar a panturrilha há tempos. Sorte que me sobraram algumas boletas da alegria, ou eu estaria passando fome de verdade. Não que eu me importe. Quem passou fome na Inglaterra, passa fome em São Paulo na boa. Ou vai comer coco na beira da praia no Rio. Depois ainda perguntam.

Acho que decidi onde vai ser meu lançamento. Queria muito fazer no Mercearia, que é *meu* bar, onde bebo, escrevo, ganho pôsteres, compro bombril, amaciante e livros fodões. Mas acho que é pequeno. Talvez role um off-lançamento para amigos e leitores, sei lá. Mas o lançamento mesmo vai ser no Astor - Cozinha Boêmia, que também é absolutamente do caralho. Mai detalhes quando eu souber mais detalhes.

Aiai.

Cheguei agora ao fundo do poço e ao auge da cara de pau. Sei que tem muita gente querendo me ajudar e não estou em condições de recusar ajuda. É o seguinte. Minha conta está negativa. -9 reais. Estou aceitando qualquer contribuição. É sério. Se banco aceitasse depósito de passe de metrô e passagem de ônibus ajudaria bastante.

Andei cogitando voltar a trabalhar e parar com esse negócio de ficar o dia inteiro escrevendo. É uma linda e nobre decisão, mas tá foda. Eu agüento, eu agüento, mas ficar sem dinheiro para comprar papel higiênico é o fundo do poço. Ontem eu roubei um rolo da pizzaria aqui embaixo, mas já acabou. Pensei em vender o corpo, não me parece uma idéia tão ruim. Sabe, sou gatinha e tudo, aposto que algumas pessoas pagariam por mim. Podendo escolher, não seria nada além de fazer sexo, o que é bom, e receber uma grana no final, o que é melhor ainda. Poderia também ser stripper no escuro, para esconder as estrias. Ou cantar em uma banda cover. Ou cantar jazz deitada em cima do piano. Talvez contar piadas no microfone de algum restaurante com um saco na cabeça. Será que me levariam a sério enquanto piadista? Qualquer coisa que seja à noite e não ocupe meu cérebro está valendo. Parei de trabalhar porque percebi minha energia criativa sendo sugada para o trabalho. Isso não pode acontecer. Não pode. Keep writing, the rest is bullshit. Não quero virar o Fante, não quero, não quero, não posso me vender.

Isso me lembra o menino que eu amava. Ele disse que me vendi. Olhou para o original do meu livro, amarrado com uma fitinha cor-de-rosa e com uma dedicatória para mim mesma ("my own signed copy!"), entortou o nariz lindo dele e disse "você é foda, mas se vendeu". Não, meu querido. Eu não me vendi. Só faço o que gosto e acredito, não me vendi. Teria me vendido se trabalhasse para a televisão ou para o cinema, teria me vendido se fizesse algo que não acreditasse só por dinheiro. Não faço nada por dinheiro. Prefiro vender meu corpo a vender minha alma.

Minha pimenteira está morrendo. As pimentinhas estavam todas secas e amareladas, então arranquei e joguei as sementinhas na terra. Hoje cantei para ela e reguei e fiz carinho e disse para agüentar firme, porque logo as coisas melhorariam e nós sairíamos desta casa feia e boba e iríamos para o hotel da pracinha. Poxa, ela é a minha pimenteira, precisa ser forte. Tomara que ela tenha entendido. Eu ficaria realmente triste se a minha plantinha morresse.

Uma vez eu tive um peixinho, um beta azul chamado Fleash. Ele me escutava e me olhava com sua cara de peixe através do aquário. Não era brilhante nem nada, mas juro, era mais expressivo do que a maioria dos peixes que vejo por aí. Um dia fui trocar a água do Fleash e a droga da água estava muito fria. Assim que o coloquei de volta no aquário, ele abriu as guelras, virou de barriga e morreu. Cara, nunca me senti tão mal em toda a minha vida. Eu matei meu peixe. Matei o Fleash. Não chorei, mas fiquei muito triste. Que merda de dona de peixe que sou. Matei meu peixe com água fria e acabei tendo que jogá-lo na privada por falta de opção. Ia fazer o quê, enterrá-lo? Acho que não. Sou contra enterros, não me agrada a idéia de carne apodrecendo cheia de vermes debaixo da terra. Também não poderia queimá-lo, porque o cheiro de peixe frito me faria sentir ainda pior. Jogar no lixo, fora de cogitação. Acabei jogando na privada mesmo, sempre lembrando do clássico Alligator e achando que Fleash voltaria um super peixe azul e malvado e com raiva dos humanos. Ele nunca voltou. Tudo bem, Fleash deve estar pulando bem feliz no céu dos peixinhos, onde não existem aquários nem donas idiotas que usam água fria demais nem imbecis que derramam óleo e merda na casa dos outros.

Preciso ir. Minha amiga dorme cedo e não consigo usar este mouse. Rezem por mim, queridos.

.: Clara Averbuck :. 9:38 PM

Estou usando o pior mouse da história da humanidade. É sério.

.: Clara Averbuck :. 9:30 PM

Hello, I love you, won't you tell me your name?

Então é o seguinte: agora gosto de Doors. Espero que tenham notado pelos últimos títulos. Uma vez eu disse que não gostava, sempre com aquele meu ranço de velha coroca, reclamei que o Jim Morrisson não tinha tido as manhas de ir até o fundo da merda e voltar, que tinha morrido e yadda yadda. Esquece. A gente fala muita besteira quando não conhece direito as coisas e eu não tenho nenhuma vergonha em assumir meus erros e me retratar das besteiras que digo. Todo mundo vive falando bosta, mas pouca gente tem cara de se retratar. Como eu não tenho nem papel higiênico no meu banheiro, não vejo o menor problema em assumir: Doors é legal e o Jim é um senhor poeta. Adoro poetinhas bêbados, esse é o meu maior defeito. Doors é blues com poesia e psicodelia. Não sou muito chegada em psicodelia e achei as coisas mais viajandonas chatas, mas tem cada coisa do caralho que consegui irrelevar as chatas.

Quem me mostrou Doors e os livros do Jim foi um novo amiguinho. No começo, também reclamei dele com meu ranço de velha coroca que não gosta de gente, mas como ele mesmo diz, "a oposição é a verdadeira amizade". Acho que essa frase é do Blake. Ele tem com o Jim Morrisson e com o Blake o que eu tenho com o Fante e o Hank. Ah, o Hank é o Bukowski. Tem gente que fica me perguntando quem é o Hank de quem eu tanto falo. É o apelido do Bukowski. Somos íntimos, não vou ficar chamando o cara pelo sobrenome. Se bem que ele me chama de Lady Averbuck às vezes. Lady Averbuck, my fallen girl from hell. Mas tudo bem, ele pode. Mas eu ia falando do meu novo amiguinho. Vamos chamá-lo de Delaney, para imitar o Groucho em sua autobiografia ("A autobiografia de Groucho Marx por - quem diria! - Groucho Marx"), onde chamava quem não queria expor pelo nome do charuto que fumava. Então ontem eu e meu amigo Delaney saímos e bebemos e conversamos no meu bar. E foi foda. Somos muito, muito diferentes, mas parece que a mesma força nos guia para o mesmo lugar, cada um em seu respectivo caminho. Eu e Delaney resolvemos trabalhar juntos e fazer uma coisa que promete ser fo-da.

Mas tem uma coisa estranha no meu amigo Delaney. Ele namora esta garota que por muito tempo foi o meu anticristo. Ela sequer sabe que eu existo, mas eu sei que ela existe e o que a moça representa é tudo que eu, Clarah, sou contra. É estranho estar lá com meu amigo, ver seu telefone tocar e saber que é ela. Sequer existimos na mesma dimensão, eu e ela. Não sei como Delaney consegue transitar entre os dois mundos. Talvez venha a entender, mas agora me parece impossível. De qualquer forma, não tenho nada a ver com a vida sexual do meu amigo Delaney. Cada um com seus problemas.

[||] PAUSE

O que é esta letra de My Wild Love? Caralho. O que é a música? Ca-ra-lho. É uma oração. Jim, assim como eu, escrevia orações.

My wild love went riding,
she rode all the day;
she rode to the devil,
and asked him to pay.

The devil was wiser.
It's time to repent;
he asked her to give back,
the money she spent.

[||]

Não adianta, tudo vem em seu tempo. Quando conheci Doors lá por 94, era adolescente demais e não entendi. Até gostava de algumas coisas, mas não bateu. As coisas só batem no momento certo. Que nem amor. Você pode conhecer a pessoa há anos, mas um dia ela faz alguma coisinha, diz alguma coisinha e pá - você se apaixona.

.: Clara Averbuck :. 9:29 PM

Queen of the Highway

[ontem]

Voltei.
Cheguei.
Estou viva, como sempre.

Mas só porque o Nix me salvou. Já estava cogitando vender coco na praia, sabe. Pra ser sincera, a opção não me parecia tão ruim comparada com voltar para São Paulo.

A coisa chegou ao insuportável. Meus gatos não estão mais aqui - foram para a creche da Tia Gisele -, não tem internet, não tenho dinheiro pra cybercafé, não consigo encontrar mais nada no caos das caixas, o chuveiro não funciona e os homens continuam martelando. A porra do dia inteiro martelando, martelando. Não fez muita diferença porque consegui dormir muito, não sei como. Dormi a viagem inteira e o dia inteiro. Acordei agora, 7 da noite, totalizando dezessete horas de sono. Como diriam os gatos, life is hard, then you nap. Deve ter sido defesa contra São Paulo. Acontece que pobre é infeliz em São Paulo. Já no Rio, é só sair pra dar uma voltinha na praia, tomar um ventinho na cara que passa. Não passa a pobreza, claro, mas qualquer um é mais feliz podendo dar uma voltinha na praia. E é por isso que decidi mudar para lá de uma vez por todas. Sem ahhs e ohhs. Passo mais um tempinho aqui no meu hotel em frente à pracinha e quando possuir reais, um apartamento lindão (era o que dizia no anúncio) me espera em Copa, pertinho do Nix, da Helena, da Ciça, do Fred e do mar.

Talvez eu volte. Talvez eu nunca mais volte. Talvez eu fuja para NY de navio. Talvez eu volte. Mas agora, preciso do mar.

Ninguém entende quando falo do mar. Não quer dizer que eu seja uma daquelas pessoas que fica o dia inteiro com a bunda assando ao sol. Au contraire, minha bunda é branco starfix, mesmo com resquícios das marquinhas de biquíni que adquiri dia desses na casa do meu amigo M. Meu negócio é ficar olhando para o mar. Olhando as ondas, ouvindo o que ele diz, respirando junto com as ondas enquanto olho o céu sempre mudando de cor lá atrás. Um dia o mar falou comigo. Talvez ele fale sempre, mas foi a primeira e única vez que ouvi. Voltava para casa de manhã, torta de bêbada, quando ele disse um nome, cantou para mim o nome do menino que eu amava. E eu olhei, porque chamar o nome dele era como chamar o meu; fomos um naqueles dias, eu e o menino que eu amava. E o mar cantava o nome dele, indo e vindo. Sorri. E escrevi. Os nomes foram trocados para não causar morte e alguns dos erros bêbados foram corrigidos para melhor compreensão. Não todos, senão perde a graça.

xxx
Arturo

Ar-tu-ro.

Bebi. Bebi pra caralho, não devia, mas bebi pra caralho, muita cerveja.Estou bem. Prometo não corrigir uma linha disso tudo antes de te
mandar.

Vi o primeiro lampejo da luz do sol. Vi o céu mudando de cor, vi o breu se
tranformar em azul e quis que você estivesse aqui comigo, porque ninguém mais daria bola para as nuances do céu bêbado em cima do mar. O mar é lindo, as ondinhas ficaram quebrando todas brancas na areia e dizendo Arturo, Arturo, eu juro que elas estavam cantando o teu nome, eu ouvi.

AAAAAAAAAAAAAAAA

EU TE AMO LOUCAMENTE, EU TE AMO DESESPERADAMENTE, EU NUNCA VI NADSA ACONTECER DESTE JEITO, ISSO ME FAZ ACREDITAR EM AMOR E EM TUDO MAIS QUE EU ACHAVA QUE NÃO EXISTIA ASSSIM. EU ACREDITO EM AMOR. EU TE AMO, PORRA. EU TE AMO.AND I DON'T CARE IF YOU DON'T WANT ME, I'M YOURS RIGHT NOW.

Vou ouvir BRMC e lembrar de ti e da minha cama e da tua carinha linda
ouvindo e concordando que é foda e me abraçando e aiaiai Arturo, sábado eu chego, amanhã eu chego, vamos na Mercearia, vamos dormir juntos, vamos acordar juntos e beber vinho no café da manhã, vamos ouvir o disco inteiro, agora eu tenho o disco inteiro, vamos dormir juntos. Fica comigo. Fica comigo, fica comigo, fica comigo. Fica comigo até o céu mudar de cor de novo. Fica comgio até eu parar de acreditar em amor, nesta merda de amor que me pegou e me comeu de ladinho e me fez acreditar em tudo que eu achava que era fairy tale.
aaaaaaaa
alksjd
eu tou muito bebada,mutio, eu nao quero mais digirtar cuidadosamentem
eu so queria quer tu estuvesse comigo agira jmnalksjndjasd
eu nãon asff

eu te amo, porra.
xxx

Acho que não percebi o céu mudando de cor de novo, porque ele foi embora. Ou melhor, ele simplesmente não voltou. Mas foi tão lindo, tão lindo, tão sagrado e intocável, como quando o mar falou comigo. Nunca mais vai acontecer nada assim na minha vida, eu sei. O mar disse o nome dele. Talvez por isso eu ame tanto aquele cara. Porque consegui ouvir mar cantando o nome dele. Sei que ele notaria as nuances do céu bêbado comigo, ele olha para as mesmas coisas que eu. Especialmente para ele. Acho que ele nunca olhou para mim de verdade. Mas tudo bem, porque eu olhei para ele e isso me rendeu um livro.

Me disseram que não devo demonstrar meus sentimentos, que homens não gostam de mulheres fáceis e têm medo de mulheres intensas.

Conversa.

Quer dizer, pode até ser verdade, mas não valeria nada me apaixonar sem poder me entregar e contar tudo para ele, escrever tudo para ele e tornar tudo inesquecível e maravilhoso até o fim. Porque tudo acaba. Coisas longas demais são muito chatas e normalmente tornam-se mentiras depois de um certo tempo.

Quando eu casar, quero mudar "até que a morte os separe" para "até que o fim os separe".

Se bem que acho que a morte pode perfeitamente ser a morte do amor, que é o fim.

Então é isso, meus queridos. Vou m'embora para o Rio, morar com minha amante mulata com sotaque carioca. Às vezes a gente precisa se separar da nossa mulher para descobrir o quanto gosta dela. E às vezes a gente se separa e nunca mais volta, mesmo depois de largar a amante. Só vou saber quando chegar lá. Agora ela me espera de pernas abertas, a minha amante carioca. E eu tenho que ir. Eu vou.

.: Clara Averbuck :. 9:04 PM

segunda-feira, junho 17, 2002

AÍ, EU NÃO QUERO IR EMBORA.

.: Clara Averbuck :. 2:21 PM

I'm only sad when I'm lonely

It could be so nice, so nice.
You could be so nice, so nice.


Ouvindo Vincent Gallo, o Homem Mais Foda do Planeta, e parando de ser lacônica. Chega de ser lacônica.

Rio de Janeiro. Não preciso dizer mais nada. Todo mundo sabe que sorrio para esta cidade como se ela fosse a melhor das amantes, a mulher mais linda do mundo, que me deixa doce e leve. São Paulo me tornou amarga e carrancuda. Sempre fui a personificação do mau-humor, mas era diferente, eu conseguia ficar bem, sem carregar um pedaço de metal gelado nas minhas costas. Viro outra pessoa aqui no Rio, parece que tudo é mais bonito, que enxergo melhor, respiro melhor. São Paulo é como um canal fora de sintonia.

Mas é claro que nem tudo é lindo o tempo todo. Talvez o erro esteja em mim, insistir em ir atrás do que quero. Na remota possibilidade de uma segunda chance, de arrumar algo que ficou mal resolvido há quase um ano e que nunca vai morrer, largo tudo e saio despencando na direção que acredito ser a certa. E despenco mesmo, direto pra baixo, plat, sempre de cara. Another heartache, another failed romance. O filho da puta apertadinho de novo, pequenininho, pequenininho, todo fodido, cabendo em um dedal. Mas eu também não colaboro, fico ouvindo as músicas que fazem com que ele se materialize dentro da minha cabeça e ocupe todo o espaço de novo. Igualzinho à outra vez. Nada dá certo. Mas eu não vou fazer merda de novo. Nunca mais. Não vou fazer nada. Porque não vai acontecer nada. Nada. Agora não vai acontecer nada e eu vou acabar sentada de novo, fumando um cigarro e esperando com as perninhas cruzadas sem abrir a boca.

Eu já sabia. Desde o começo da noite, já sabia. Uma tristeza enorme me inundou e quase me afogou, mas consegui afogá-la no uísque antes de ser derrubada. Eu já sabia. Mesmo assim, guardei a última foto para nós. E ela continua intacta na minha câmera, porque não existe, não existiu "nós". Só eu, para variar. Eu chorando e olhando para o Rio de Janeiro lindo que passava a mão no meu rosto e aparava minhas lágrimas e me abraçava. Se fosse em São Paulo, seria pior.

Once my flame and twice my burn. Uma daquelas coisas que nunca serão resolvidas. Tudo errado. Bem que tento acertar, mas é como se eu estivesse nos Doze Trabalhos de Asterix. Não quero ter que provar nada, não quero passar por um bilhão de testes para saber se estou apta a freqüentar o clube. Estou cansada, fodida, fodida demais para isso agora. Preciso de carinho e de descanso, não de 100 metros rasos. Depois eu tento de novo, corro de novo. Porque uma vez ele me disse que não existe nunca mais. Não perdi para sempre, depois tento arrumar meu quarto de novo. Enquanto isso, escrevo e esperneio. E dedico tudo pra ele sem a menor vergonha. Eu ainda vou escrever um Homens, que nem o Hank. Tem tantos, e eu amei tanto todos eles. Mas só dois ganharam tanto. Meu livro, por exemplo, é para ele. Tantas coisas perdidas para ele aqui nesta página cor-de-rosa.

xxx
Perdi o medo de falar com você. Perdi o medo de levar um soco no olho e um cotovelaço no estômago e ficar me contorcendo no chão sabendo que mereci. Perdi você. Te achei de novo dentro de mim, mas perdi você. Tomara que um dia eu ache. Meu quarto anda uma bagunça.
xxx

Tantas coisas que geram tantas outras coisas. Como uma das músicas não-mixadas e mal gravadas dos Dirty Hippies. Aí, antes que me incomodem, eu não faço letras-texto nem nada. Sou adepta do Rock Burro©.


my room (trust me)

everything changed from the day i lost you in my room
i tried so hard to find you
but my bedroom is a mess
keep looking at your pictures
all hanging on my walls
they say i must forget it
but won't just give you up

i lost it, i lost it
i lost it
i lost it inside my room

you said you didn't trust me
and your reasons are all true
you said that i was perfect
but you wanted me to go
and when we met again
you tried not to look at me
still you couldn't help it
and i knew it's all still there

i lost it, i lost it
i lost it
i lost it inside my room

darling, that's alright
i'm not the only one to lose
and if you think about me
there is nothing i can do
right now i'm just a girl with too much going in my head
enough for you to run away from me once again

i lost it, i lost it
i lost it
i lost it inside my room

it shouldn't be like this
i don't want it to be like this
it shouldn't be like this
i don't want it to be like this
[fev. 02]


A última parte é berrada. Berrada com lágrimas nos olhos, lágrimas de raiva e de amor perdido borrando toda a maquiagem. Dor de frustração, de desespero. Dor que faz nascer as coisas mais lindas da minha vida. É por isso que eu agüento. Para poder sorrir no final.

.: Clara Averbuck :. 2:17 PM

Glamourama



Ontem.
Glam Rock.
Glitter.
Histeria.
Calcinhas voando no palco.
Puta show. Falando sério, puta show. Se esses caras são encherem o cu de dinheiro, eu desisto.

Como não poderia deixar de ser, paguei um micão. Mas pelo menos não estava sozinha e tinha a desculpa do uísque. Agora eu só escrevo "uísque" porque corrigiram tudo no meu livro. Uísque, vodca, xampu.



Mila e Clarah lambem o vocalista glam Marvelous Angel durante o show.

Tem mais fotos no Penetra.



.: Clara Averbuck :. 1:11 AM

domingo, junho 16, 2002

la.cô.ni.co adj (gr lakonikós, pelo lat)
Breve, conciso, dito ou escrito em poucas palavras, segundo o estilo dos habitantes da Lacônia. Antôn: longo, prolixo

.: Clara Averbuck :. 10:19 PM


Acabo de chorar vendo Notting Hill.

Ah, os hormônios.

.: Clara Averbuck :. 10:10 PM

Celebrity Skin

.: Clara Averbuck :. 6:53 PM

De: Brazilian Male
Para: ladyaverbuck@uol.com.br
Data: 16/06/2002 16:43
Assunto: Você poderia medir meu documento, por favor? :)

Arquivos Anexos:
doc.jpg (7028 bytes): Copie já ou examine com antivírus

Superinteressante seu artigo na Super desse mês, mas confesso que me bateu uma dúvida. Estou a tanto tempo sem sexo que já não tenho parâmetros para identificar o tamanho do meu documento (nem namorada para medí-lo). Afinal, ele é pequeno, médio ou grande?

Beijos molhados,

brazilian


De: Clarah Averbuck
Para: Brazilian Male
Data: 16/06/2002 17:31
Assunto: Re:Você poderia medir meu documento, por favor? :)


Caro Rafael,

Obrigado pelo seu email. Sua opinião é muito importante para
nós. Esperamos que volte sempre e continue mandando seus
comentários. Mas por favor, sem fotos de quiabos da próxima
vez.


Atenciosamente, ECA - Equipe Clarah Averbuck



.: Clara Averbuck :. 5:24 PM

sábado, junho 15, 2002

sweet sixteens :~

*FIM*

.: Clara Averbuck :. 3:36 PM

sexta-feira, junho 14, 2002



.: Clara Averbuck :. 11:12 PM

Mais Fansigns TRIMMMASSA

Alisson Gothz, cujo blog eu também lia 208 vezes por dia quando tinha internet



***

Anne Sofie, minha garota :~)



***

Moço que quer me levar para NY (!)



***

Dusk Girl, companheira insone



***

Apenas uma fotinho



***

Moço do olho





VALEO!

.: Clara Averbuck :. 10:59 PM

Lie to me, baby

Desisti de procurar há tempos, eles sempre vêm para mim.
E fogem. Já sei que vai ser assim.
Sorte deles.

Decidi o que quero: nada. Não quero nada.

Só que mintam para mim.

Ninguém fala a verdade o tempo todo. O futuro pode mudar tudo e transformar o que era verdade na mais deslavada das mentiras. Juras e provas de amor virando sal. O tempo mata tudo, apaga qualquer brilho, qualquer fogo. Então eu quero que mintam para mim, mentiras maravilhosas que encham minha alma e me façam flutuar. Quero mentiras. Nada de promessas, apenas mentiras lindas e efêmeras que durem até a próxima manhã. Mentiras que não caiam na minha cabeça com o peso da verdade que me recuso a ver.

Na verdade, não há verdade. Apenas mentiras que se espalham com o vento. Então quero que mintam para mim de verdade, olhando nos meus olhos e tocando meu rosto. Mentiras, quero mentiras. Toneladas delas, todas girando e rindo e bebendo. Doces e coloridas mentiras, macias e leves como plumas, dançando pela sala enquanto aplaudo com lágrimas de felicidade correndo limpinhas mais uma vez pelas minhas bochechas e secando antes de chegar ao chão. Está decidido, de agora em diante só acreditarei nas mais belas mentiras. A verdade não tem graça, não tem vida, é pesada e fria como metal e afunda rápido demais. Mentiras flutuam, voam, dançam, riem. Mentiras são as únicas verdades que quero agora. Lie to me, baby.

.: Clara Averbuck :. 10:41 PM

Meio Tarde

[postado do Rio]

É preciso viver, Malandro, assim não dá pra se segurar não.
A grana tá braba, a vida tá dura, mas um tiro só não vai me derrubar não.


Estou fascinada com a redescoberta do Lobão aqui em casa. Tinha esquecido o quanto gosto desse cara até roubar emprestado o Vida Bandida lá do meu date. O Lobão é foda. Sensibilidade e culhões são duas coisas que raramente andam juntas. E um cara que escreve Chorando no Campo, que quase me fez chorar na cidade ontem, e ao mesmo tempo peita as gravadoras e xinga o Caetano Veloso certamente enquadra-se nessa categoria. Sem contar que "ela adora me fazer de otário" é uma das melhores primeiras frases de música de todos os tempos. Acho que vou mandar um email pra ele. Sempre quis ser amiga do Lobão.

Ontem eu virei a noite. Fazia tanto tempo que eu não virava. Rapaz, não importa o que digam os médicos, isso me faz BEM. Muito bem. Meu cérebro trabalha duas vezes mais rápido e eu fico escrevendo 217 textos ao mesmo tempo. Desconectada - quer dizer, sem internet em casa - fica ainda melhor, porque consigo me concentrar um pouco mais. Eu disse um pouco. Muita concentração me atrapalha.

Vida de Gato vai de vento em popa. YES! Consegui usar "de vento em popa". Sabe, uma das coisas que me faz adorar o Marcão é que ele também comemora quando consegue usar expressões ou palavras. Sem contar que o GAPD nos uniu para sempre em laços de sangue e pólen dos grílits que vivem nas longínquas Montanhas Lésbicas. Em breve, soltarei mais um pedacinho do livro aqui para vocês.

Ontem fiquei com preguiça de ir até à cadmía tomar banho, esquentei água em um balde com aqueles coisinhos de ligar na tomada, acho que o nome é rabo quente (!), e tomei banho de canequinha. É tão humilhante tomar banho de caneca. Sério. Mas tudo mudará em breve. Eu acho. Espero. Rezo. Se bem que se as coisas começassem a dar certo demais, meu livro novo ia perder toda a graça.

Então é o seguinte, vou ali no Rio e já volto.

... !!!

"Mas como, Clarah? Você não tem dinheiro nem para chegar no Rio Tietê!"

Oh, eu sempre dou um jeito quando quero muito. E eu quero muito ir pro Rio. Eu preciso do Rio. Preciso do mar, preciso dar um descanso para os meus olhos e ser afofada pelos meus amiguinhos amados, preciso soltar meu coração da coleira e deixá-lo correr um pouco na areia. Preciso ver o show do Glamourama no sábado e ouvir Nina Simone e Chet Baker e tudo. Preciso de surpresa. Preciso, preciso. Depois eu volto. Porque é mais perto.

Sintam saudades.

.: Clara Averbuck :. 9:48 PM

quinta-feira, junho 13, 2002

Hoje é dia de Santo Antônio também.

OK, SANTO ANTÔNIO, EU OUVI ISSO. SERÁ QUE VÓS PODEIS FAZER O FAVOR DE TIRAR ESTE SORRISINHO SARCÁSTICO DA SUA CARA DE SANTO AGORA MESMO?

Cara, esses santos têm um senso de humor bizarro. Ainda bem que eu não sou católica.

.: Clara Averbuck :. 2:21 PM

PESSOA E SUAS PESSOAS

Hoje é aniversário do Fernando Pessoa. Digo, seria. Ele nasceu em 1888. Façam as contas aí, sou péssima com essas coisas.



Ele era muito foda. Muito, muito, realmente muito foda para caralho. E completamente maluco. Várias vezes maluco, porque era vários. Minha pessoa preferida é o Álvaro de Campos. Xeuprocurar alguma coisa dele no google pra postar aqui, porque os meus livros dele estão todos em Porto Alegre, no PENHOR. Se bem que não, vou botar algum poema do Fernando Pessoa mesmo, porque o Álvaro de Campos fazia aniversário em outro dia. Ele decidiu. Fernandão tinha o mapa astral de todas as suas pessoas. Aliás, eles eram todos amigos entre si. Ele dizia que conhecia os caras. Mas deixa eu calar e o Fernando falar.

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

UNTITLED

O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...
São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.

São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.

N.d.C.(BUÁÁÁÁÁ!)

LIBERDADE

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

(Esse eu dedico pro Thiago \o/)


E chega. CHEGA. Senão vou passar o resto do dia postando pessoa e ainda sou capaz de chegar em casa e inventar mais um alterego. Chega.

.: Clara Averbuck :. 1:54 PM

Acesse os arquivos por aqui:

  • wanna find me?
  • miau?
  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust