i gave my life to a simple chord

sábado, julho 27, 2002

Meu amigo M. me salvou de morrer afogada em miojo pré-digerido.
Eu estava morrendo. De novo.
Estou amarela. De novo.
Mas ele me salvou. De novo.
Déjà vu.
Só falta alguém para contar minhas bolinhas e me dar um pouco de ar e fazer cócegas no meu cérebro e desligar a luz e ouvir Zombies comigo.

Vou ficar aqui na casa do M., ouvindo minha caixa desfalcada dos Zombies. Deixei o #3 em Curitiba. Espero que esteja sendo bem utilizado. Vou ficar aqui.

Estive pensando sobre o tempo e descobri que minha noção de tempo é estranha. O tempo voa o tempo todo, se arrasta algumas vezes para recuperar forças e depois continua voando. E eu nem sinto o vento, só vou andando. Por isso é bom não ter rotina, a noção de tempo se perde de tal forma que se me dissessem que estamos em setembro ou em março, eu acreditaria. Pouco me importa o calendário, as horas, os dias. Meu relógio biológico manda. Mas eu nunca obedeço de cara, senão ele fica mal acostumado. Na verdade, é tudo mentira. O que me guia é meu paixonômetro. Para me situar, basta ver por quem estava apaixonada na época que tudo faz sentido.

Mas agora nada está fazendo sentido.

Quando tenho crise de fígado, fico meio boba. Fora o resto. É chato. É desconfortável. É constrangedor. E é tudo culpa do vinho de 7 reais que descobri na padaria SAGRES e tive certeza que era bom só porque não me fazia mal no dia seguinte e era doce, ignorando o fato de que a gota derramada sobre o Short Dog ficou azul. Vinho não fica azul, lá de onde eu venho. Mas lá o vinho é bom e barato. Achei que esse também era, mas duas semanas depois, passo tão mal que sinto como se tivesse engolido chumbo e vomitado ácido, a garganta em carne viva. Não me sinto bem, doutor.

Mas o que eu queria mesmo era um quindim.

.: Clara Averbuck :. 8:32 AM

Acesse os arquivos por aqui:

  • wanna find me?
  • miau?
  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust