i gave my life to a simple chord

sexta-feira, junho 14, 2002

Lie to me, baby

Desisti de procurar há tempos, eles sempre vêm para mim.
E fogem. Já sei que vai ser assim.
Sorte deles.

Decidi o que quero: nada. Não quero nada.

Só que mintam para mim.

Ninguém fala a verdade o tempo todo. O futuro pode mudar tudo e transformar o que era verdade na mais deslavada das mentiras. Juras e provas de amor virando sal. O tempo mata tudo, apaga qualquer brilho, qualquer fogo. Então eu quero que mintam para mim, mentiras maravilhosas que encham minha alma e me façam flutuar. Quero mentiras. Nada de promessas, apenas mentiras lindas e efêmeras que durem até a próxima manhã. Mentiras que não caiam na minha cabeça com o peso da verdade que me recuso a ver.

Na verdade, não há verdade. Apenas mentiras que se espalham com o vento. Então quero que mintam para mim de verdade, olhando nos meus olhos e tocando meu rosto. Mentiras, quero mentiras. Toneladas delas, todas girando e rindo e bebendo. Doces e coloridas mentiras, macias e leves como plumas, dançando pela sala enquanto aplaudo com lágrimas de felicidade correndo limpinhas mais uma vez pelas minhas bochechas e secando antes de chegar ao chão. Está decidido, de agora em diante só acreditarei nas mais belas mentiras. A verdade não tem graça, não tem vida, é pesada e fria como metal e afunda rápido demais. Mentiras flutuam, voam, dançam, riem. Mentiras são as únicas verdades que quero agora. Lie to me, baby.

.: Clara Averbuck :. 10:41 PM

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  • miau?
  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust