i gave my life to a simple chord

sábado, maio 25, 2002

Depois

Fui encontrar o Rái. O Rái, também conhecido como Highman.
E enchi a cara de vinho Selvagem, aquele com catuaba.

AI, ME DEIXEM. A PESSOA PRECISA TER ALGUMA FELICIDADE NA VIDA. ESTOU HÁ SEMANAS SEM BEBER, MEREÇO UMA FOLGA.

Meu pai vai me xingar. Ô pai. Foi necessário. Phh. Minha mãe vai balançar a cabeça. Meus amigos vão me bater. Oh, batam. Foi legal pra caralho. Falei pra caralho. Ouvi pra caralho. Caminhamos pra caralho nas ruas de Sorocaba. Sentamos em uma pracinha gelada e bebemos vinho como o Wander. E eu me diverti dez milhões de vezes mais do que se estivesse em SP, esta merda. E tenho um novo amigo. Não um amigo poser, sabe. Um amigo. Isso é tão legal que acho que vou ali terminar de passar muito mal deitada na minha cama. Hoje certamente será um dos piores dias da minha vida, mas eu já esperava. E eu agüento. Um dia a tempestade passa. E se não passar, eu simplesmente saio da chuva, se quiser. Duvido que queira. Adoro me molhar.

Quando saí de casa, escutei algo estranho no barulho do portão batendo nas minhas costas.
Virei.
Era uma grande placa de ALUGA-SE.
Acho que vou embora para o MATO.

Amanhã é meu aniversário. Duvido que eu me sinta melhor do que agora. Foda-se o meu aniversário. Eu só queria uma coisa que não vou ter. E o pior de tudo é que vou fingir ter e isso vai me fazer feliz. Porque eu sou uma imbecil. E estou bêbada, o que me torna ainda mais imbecil.

Enfim.

Pelo menos eu tenho uma editora. E um livro. E ele vai sair. Esse negócio de "eu poderia ter feito, mas não fiz" é estúpido. Eu posso e vou fazer. O Fante poderia ser reconhecido como o melhor escritor americano de todos os tempos, mas acabou engolido pelos roteiros de filmes de segunda que davam muito dinheiro. Não, não. Isso não vai acontecer comigo. Estou MUITO LONGE de ser reconhecida como melhor qualquer coisa, mas se tem algo que não vou fazer é parar de escrever pra ganhar dinheiro. Posso me foder e vender duas cópias, posso morrer miserável na rua abraçada no Joo e no notebuck, posso ter que vender o corpo e meu colchão. Dane-se. Qualquer coisa é melhor do que me agarrar à certeza de que poderia ter feito, se tivesse coragem. Essa é a desculpa dos inseguros & cagões. Não, não. Eu simplesmente posso tentar. E você, honey? Você poderia ser melhor. O melhor de todos, se você sentasse a bunda na cadeira e escrevesse. Acho que esse é o meu desejo de aniversário. Escreve. O resto não importa.

Vou dormir, antes que algo desastroso aconteça. Valeo.

"Nós gatos já nascemos po-o-bres, porém, já nascemos li-i-vres"

.: Clara Averbuck :. 8:32 AM

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  • wanna find me?
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  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust