i gave my life to a simple chord

terça-feira, maio 14, 2002

Arf arf arf

Escrevi tanto que não sei nem por onde começar.

Acho que vou começar pelo Mateus.

O homem da minha vida hoje

Mateus. Mateus, Mateus, Mateus. Nos conhecemos no show do Red Hot Chili Peppers, em 99. Descobri o show dois dias antes, quase enfartei e gastei muito dinheiro para vir correndo e sozinha no vôo mais caro de todos. Foda-se, era um show do Chili Peppers com o Frusciante. COM O FRUSCIANTE. Ver aquilo sem a Mari. minha soulsister, perdia a metade do sentido, mas a outra metade falou mais alto e lá fui eu. Fiquei olhando em volta e pensando "cara, não posso ficar sozinha aqui, tem que ter alguém que ame os caras tanto quanto eu". Porque eu amo Chili Peppers. Aposto que você não sabia disso, certo? Eu amo. Foi um dos meus primeiros amores. Sabe, a gente pode amar muita gente, mas amor, aquele que fica e te fode e muda a tua vida só vem umas duas ou três vezes. E é igualzinho com música. Pra mim, até agora, Red Hot Chili Peppers e Strokes. Já fui - e ainda sou - apaixonada por muitas bandas, mas essas duas eu realmente amo. Dez anos de intervalo entre elas. E vamos voltar ao assunto, que era o Mateus. Fiquei olhando em volta, quase desesperada, procurando alguém pra dividir aquela alegria comigo e só via skatistas de quinze anos clonando o Flea. Não. Tinha que ter alguém. De repente, ta-da!, achei esses três caras meio geeks parados em um cantinho, meio arregalados, com a mesma cara que eu devia estar porque estava prestes a ver um show do Chili Peppers com O FRUSCIANTE. Não tive a menor dúvida e fui falar com eles. Ficamos amigos na hora e combinamos de ver o show juntos, o que não aconteceu, porque sou monga e me perdi. Que bosta. Foi a primeira vez que chorei de felicidade. Quando vi o Frusciante solando em I Could Have Lied, rapaz, não deu pra segurar e eu sorri e chorei ao mesmo tempo. Foi lindo, foi foda. Quase morri esmagada, mas foi foda. Nunca mais achei o Mateus e os meninos naquele dia, mas nem me preocupei porque tinha dado meu email pra eles e sabia que me procurariam.

Mateus me achou no icq em um dos piores dias da minha vida. Eu tinha levado um pé na bunda do meu namorado (OH PUXA, QUE GRANDE NOVIDADE) e estava chorando muito e sem dormir e cheia de calmantes e escrevendo como uma demente, mas ele conseguiu aplacar um pouquinho a dor. Começamos a nos falar direto e eu acabei indo pra lá - mencionei que ele é de Londrina? - no aniversário dele, um mês depois. Meu vôo chegava às oito da manhã e ele foi me buscar com o irmão, que tinha carro. A situação estava meio estranha, constrangedora. A gente tinha falado tanto, tanto, nossos emeios eram lindos, inspirados, bons pra caralho, dava vontade de morder. Apapalitros. Ele sentou atrás com minha mala e eu fui na frente. Era de manhã, eu estava meio lerda e demorei pra notar que estava tudo errado. Quando notei, saltei em cima dele no banco de trás enquanto o irmão dele dirigia. Acho que foi o melhor beijo da minha vida. Aquele fim de semana foi lindo, lindo, lindo. "Cadê a Clarah e o Mateus?" "Ah, devem estar em cima do telhado" ou "devem estar trancados na despensa" ou ainda "estão no banheiro há duas horas e meia" . Nesse nível. Lindo. Eu nunca devia ter ido embora de lá, devia ter casado com ele e ficado morando no quartinho dos fundos. Naaah. Foi lindo. Depois ficou uma merda, mas foi lindo. E eu amo o Mateus e nós vamos ter um filho chamado John Frusciante Averbuck Potumati e ele terá olhos azuis e rasgadinhos, iguais aos do Mateus. Mas a vida é uma puta e foi cada um pro seu lado. Raramente lembramos da existência um do outro, mas sempre que lembramos, sabemos que foi fodidamente lindo. Smiling eyes. Mateus, Mateus, Mateus, my lovely man. Luv ya.

.: Clara Averbuck :. 4:48 AM

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