domingo, abril 28, 2002
Tenho sono, muito sono
Cherrie e eu. Cherrie, Bruno e eu no DJ club. Cherrie se dando bem pra caralho com sua nova tática/cantada acidental de pisar no pé das pessoas. Bruno quietinho no cantinho. Eu, com a cabeça em outro lugar, não muito longe. Hoje, ontem, foi um dia lindo. Posso dizer com a maior das certezas que foi a manhã mais foda da minha vida inteira. Acordei e estava tudo ali, muito perto de mim. Antes de dormir, entendi tudo, entendi todas as músicas babas da história, entendi tudo, tudo, tudo. E nunca mais quero que seja diferente. Lamento avisar, estamos com as vagas preenchidas. Volte na próxima encarnação. Nunca mais vai ter espaço pra ninguém. Tudo nele é perfeito. Tudo. Mas não vou falar disso agora, porque vou ter mais ou menos um ano para isso. E rapaz, como vou falar nisso. Por enquanto, só ele tem noção da quantidade de textos escritos entre o momento que o cachorrinho riu e agora.
*SIIIIIIIGH*
Sabe, ele me faz respirar quando lê, é quase respiração boca-a-boca seguida de um puta beijo. Porque acordei suspirando e fiquei bem durante o dia inteiro, salvo algumas dorzinhas idiotas, tremores e suor frio. Já estou me acostumando, nada que interferisse muito. Mas no DJ Club, whoa. Tontura e pernas bambas. Dormi em um pufe e acordei com pessoas trepando quase em cima de mim. Que inveja. Eu tentava dançar e minhas pernas se recusavam. Nunca estive tão desengonçada, mas brigava com meu corpo, me recusava a passar mal, me recusava a sentir, dor, droga, me recuso a deixar um saco de carne e ossos tomar conta da minha vida, me recuso terminantemente a deixar que meu corpo me controle. Mas a festa estava chatinha (com exceção do BRMC que o Márcio Custódio querido tocou pra mim), então eu fui dormir. Acordei duas horas depois com pessoas trepando em cima de mim e com Primal Scream em um volume ensurdecedor. Assim não vale, assim é covardia. Continuei dormindo, só que dessa vez eu sorria e ignorava os que copulavam à minha volta. Eles eram muitos, que fique claro. Que inveja, que inveja. Depois, acordei ensopaaada com Someday e a cara da Cherrie no escuro fui dançar, cambaleante. Acho que bile dá barato, porque eu ria do meu estado. E cá estou eu, ainda meio tonta, imaginando a minha figura desengonçando na pista. Saudaaades de discotecar. Saudades de tocar. A hora em que o senhor cu azul resolver me ligar pra gente ensaiar, porque agora ele é um homem ocupado graças àquela gente que muito já me infernizou, some. Humpf. Ai, eu tenho sono, eu vou ali na minha cama-abismo tirar um cochilinho rápido até chegar meu BRMC e meu Junky e minhas coisas de NY que mamãe jogou em uma caixa e me mandou, yeah, mamãe me manda coisas, eu sou a mais mimada pra caralho do mundo, eu sou filha única e mimada, roam-se de inveja. E depois eu vou pra BH, porque eu disse que ia, então eu vou. Agora vai ser assim. Agora eu vou até o fim. Para o álcool e avante!
.: Clara Averbuck :. 7:38 AM
|