i gave my life to a simple chord

sexta-feira, abril 12, 2002

FAQ (ou "por deus, parem de perguntar")

Resolvi escrever este FAQ porque cansei de responder emails falando a mesma coisa duzentas e dezessete vezes por dia. Queridos leitores, eu amo vocês, mas eu sou só uma. Oquei, na verdade, eu sou várias, mas nós todas só dispomos das 24h normais que o dia tem e precisamos nos dividir. Então lá vai.

1. Você responde todos os emails que recebe?

Não posso. Se eu responder, a pessoa vai responder de volta, e eu vou responder de volta, e se isso acontecer com todos os mais ou menos 60, 70 emails que recebo por dia, estou completamente fodida. Mas garanto que leio tudo, visito todas as páginas e rio de todos os xingamentos. Sério, não dá pra responder tudo, a não ser que eu pare de escrever no blog e fique só respondendo emails. E vocês não querem isso, certo? Imaginei.

2. Como você se sustenta, já que não trabalha?

Quando eu digo "não trabalhar", me refiro a ir até algum lugar, acordar cedo, pegar metrô, balsa, trem, ônibus e carruagem para fazer algo que não seja escrever. Isso me atrapalha. Eu sou escritora e quero escrever. Então, escrevo. Faço freelance para algumas revistas, sites e editoras. Sou pobre, mas sou limpinha.

3. Porque você só fala de si mesma?

Groo faz melhor o que Groo faz melhor.

4. Você tem um livro? Já saiu? Quando sai? Como é? Quem são os malucos que vão te publicar?

Meu livro se chama Máquina de Pinball, tem mais ou menos 100 páginas e deve sair em agosto pela editora Conrad.

A história? Hmmm. Camila não tem dinheiro, namorado, televisão nem comida e mora em São Paulo, onde se fode tanto que decide ir para Londres ver os Strokes, enchendo-se de dívidas. Continua se fodendo por lá, volta, se apaixona, se fode, bebe, bebe, bebe, se apaixona, se fode e bebe, e mesmo assim consegue rir da própria desgraça enquanto ouve boa música e bebe vodka barata.

Neguinho sempre precisa rotular os outros, então decidi que faço literatura Bitchnik. Sim, tem a ver com a geração beat, de onde vem toda a minha influência. Tudo que escrevo é autobiográfico, assim como os beats, eu fui uma junkie do caralho (tá, ainda sou um pouquinho), assim como os beats, e gosto de coisas pesadas, densas, como os beats, então me achei no direito. Por favor, não estou tentando me comparar aos caras, sei que ainda falta muito feijão para chegar aos pés do Ginsberg, e eu nem como feijão, então é praticamente impossível. A questão é que descobri os caras muito cedo - é foda ter mãe culta e fodona em casa -, então eles realmente têm uma puta influência sobre mim. Meus escritos têm um pouco de sexo, então tem gente que insiste em chamar de literatura erótica, o que é completamente estúpido. Não tem nada de erótico. Tem sexo, mas é engraçado, mais pro lado do Bukowski do que pro do Henry Miller. Então, bitch. Porque ser bitch é uma coisa legal, quando você não é uma cadela. E desculpe, eu não podia perder o trocadilho.

5. Onde posso encontrar mais dos seus escritos?

Tem os links na página principal: Dexedrina (minha coletânea) e Surra de Pao Mole (um blog de bobagens que faço com mais dois amigos). Tive também contos publicados no livro Contos de Oficina, da WS Editora, e pela Revista Ficções, da editora Sete Letras. Não faço a mais puta idéia de onde vocês podem achar os livros. Aliás, se alguém achar, compra dois exemplares e me manda um, porque nem eu tenho.


5. Por que você não coloca comments no blog?

Vamos por items:

a. Não gosto de engraçadinhos escondidos atrás de apelidos estúpidos declarando o que não teriam culhão de escrever por email, que é o equivalente a falar "na cara".
b. Não quero saber se alguém concorda ou discorda com o que escrevo no meu diário. Quem realmente tiver algo a dizer, vai dar um jeito. Ninguém me paga para fazer isto, não tenho anunciantes, não devo nada a ninguém, então me reservo o direito de ser a pequena ditadora do pedaço. Era só o que me faltava alguém querendo me dizer o que fazer por aqui.
c. A possibilidade de virar uma barafunda é enorme.
d. Não sou afim de discutir. Eu sei que "a fim" é separado, mas me recuso porque é feio. Quando começo a discutir, exijo argumentos. E como grande parte das pessoas não trabalha com argumentos, dá merda, eu mordo as bochechas e fico tensa e vermelha e falo alto e às vezes até mato.
e. Isto não é uma página interativa. É minha. Fim.


6. Fala mais sobre você?

Não. Mas você pode ler aqui.

7. Você é indie?

Não acredito em indies. Pra mim, o que pode ser indie é gravadora, banda ou disco. Gente não é indie: gente se bobeia, é diferente.

8. Por que você veio para São Paulo?

Não sei. Talvez porque não tivesse grana pra ir direto pra NY, o que ainda está nos meus planos. Porto Alegre não dá. NÃO DÁ. Estou falando sério.

9. Você é bem maluquinha, né?

Ha ha, que engraçadinho. Não, eu não sou maluquinha. Vá se foder. Eu sou uma das pessoas mais lúcidas e normais que conheço. Maluquinhos são mongos e babam. Eu sou mal humorada e séria.

10. Estou apaixonado por você. Preciso te possuir agora mesmo. Sonho com você todas as noites e não consigo mais trabalhar. Casa comigo?

Não. Você não está apaixonado(a) por mim. Cai na real: eu sou só uma escritora que fala da própria vida. Pode parecer fascinante que eu seja meu próprio personagem ou que eu não seja uma obesa de óculos de Buddy Holly ou que eu não seja uma recalcada ou qualquer coisa assim, mas amigo, eu sou só mais uma pessoinha igual a todas as outras. Ah, e uma bela punheta acaba com o resto do seu problema.

Se você tiver alguma pergunta relevante e acha que ela deve ser adicionada no FAQ, me mande um email.

Equipe brazileira!preta©2002

.: Clara Averbuck :. 1:05 PM

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  • wanna find me?
  • miau?
  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust