quarta-feira, março 20, 2002
I want some steam on my clothes
Mais cinco minutinhos, tudo correndo, tenho que ir. E eu vim pro quarto comer bebês cenouras no escuro, porque a luz é quente demais. Comendo bebês cenouras e bebendo chá de hortelã e ouvindo Nina Simone.
Love is like an amoeba. Eu disse isso há muito tempo atrás. Vou fazer uma camiseta.
Estou aproveitando para treinar minha nova profissão: stripper. Eu tinha prometido falar disso aqui, mas fui interrompida.
Então eu fico ouvindo Do I Move You, Blues For Mama, I Want A Little Sugar In My Bowl e In the Dark e rebolando pela casa com meu sapato de stripper. Acaba de me ocorrer que eu nem preciso virar stripper, é só instalar webcams pela casa, ha ha. Mas sério. Eu vou virar stripper. Como ainda não estou 100%, vou treinar pela casa e mendigar. Assim: enquanto meu livro não sai e vende (não estou tão certa quanto a segunda parte, mas vá lá), preciso arrumar dinheiro de alguma maneira. Essa porra de blog tem 500 acessos por dia e ninguém me dá uma coluna idiota em lugar nenhum, porque devem achar que eu só sei falar sobre o meu umbigo. Ei, eu sei falar sobre outras coisas também, só que aqui, como é o MEU DIÁRIO, Groo faz o que Groo faz melhor. De qualquer forma, não sei quem foi que disse que umbiguismo não vende. Bukowski. Bukowski, caralho. Mas tudo bem. A questão é que eu não quero e não vou trabalhar. Meu trabalho é escrever e eu me recuso a gastar minhas palavras em coisas idiotas. A única coisa que eu faria tão prazeirosamente quanto escrever seria cantar, e eu não vou ganhar dinheiro cantando tão cedo. Então, vou escrever como uma demente e virar um reality show de mim mesma. E fazer strip, claro. Se bem que eu já faço. When I write, I strip. Só que é de graça. O que não é de graça, que são os eventuais freelas, não é suficiente pra pagar o aluguel, nem o telefone, nem a luz, nem a comida dos gatos e nem meus pequenos caprichos. E eu preciso disso tudo pra poder escrever.
Eu ia botar o número da minha conta aqui e pedir doações espontâneas, mas tenho a impressão que não me levariam a sério.
.: Clara Averbuck :. 1:12 PM
|