i gave my life to a simple chord

sexta-feira, março 29, 2002

And so I know

Eu, meu amigo e meu ex-namorado-não-rancoroso. Primeiro, não bebi nada. Os dois mandavam ver na cerveja, sentados no chão do meu quarto. Daí eles me convenceram a sair e beber. Daí eu saí e bebi. Bebi vinho. Duas garrafas. E fiquei um pouco mais alegre, e falei pra caralho, mas a essas alturas o ex-namorado já estava chato, porque ele fica chato quando bebe, e eu comecei a perder a paciência com tudo, e comecei a falar um monte, e comecei a ver que nada estava certo, e comecei a querer currar todos os atores de teatro alternativo que surgem maquiados e fantasiados dando textos imbecis no meio dos bares onde ninguém está interessado na ripongagem e na péssima interpretação pseudo-circense deles, e eu quis chorar mas não saiu nada porque eu estava seca. Então, pensei na minha garota e senti um aperto enorme no peito inteiro porque ela está sozinha na Inglaterra, porque eu deveria estar lá com ela e não estou, porque eu sou uma amiga de merda que nunca está onde deve estar. Então, pensei no meu garoto, que não é nem quer ser meu garoto, e o aperto aumentou, e eu bebi mais vinho, e foi quando vi que não conseguiria ir pra Porto Alegre ver os meus pais e a Desi e a Mari, e o aperto piorou, mas daí eu lembrei do meu garoto sorrindo e do jeito dele de menino querendo posar de homem e do jeito dele mexendo no cabelo e sentando como quem usa terno mesmo quando não está de terno, e lembrei que ele vai voltar, e que eu vou ver ele de novo, e que vai ser tudo do jeito que ele quiser, como ele quiser, quando ele quiser, porque ele sabe abrir a porta de um jeito que eu não posso nem sei nem quero dizer não. Então, deixa tudo como está e fica tudo bem, porque eu não posso nem sei nem quero ficar sem ele. Então ficamos assim. Do what you gotta do, come on back - see me when you can.

.: Clara Averbuck :. 3:22 PM

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