quinta-feira, fevereiro 21, 2002
Máquina de Pinball
E é dada a largada para a autopropaganda.
Paulo Terron, meu amigo e jornalista dons bons, disse isso e quase me fez chorar:
Clarah Averbuck é uma garota. Como ela mesmo escreve no início de "Máquina de Pinball", seu primeiro livro, "Eu sou feliz assim. Mulherzinha. Mas com bolas". Ela não só tem bolas, mas as usa para escrever.
Isso incomoda as garotinhas frágeis, horrorizadas com o mundo real em que a jovem escritora (jovem, mas que não tem nada de Young) vive. Não há flores, travesseiros fofinhos nem desenhos animados. E isso não a impede de ser superpoderosa. Tente ler uma página de "Máquina" e parar. Impossível.
Apesar de semi-autobiográfico, Clarah se maquia de Camila, caída de pára-quedas na tediosa São Paulo. E que escapa para a (um pouco menos) tediosa Londres. Ah, e ela não também não dispõe de modernidades e comodidades ("TV a cabo, geladeira, forno de microondas, contour pillow, liquidificador, lava-louças, cablemodem, uma sacada e um namorado"). Não tem modernidade, mas expira modernidade.
Ela é a garota loura (morena? ruiva?) tatuada que pára as festas "indie" paulistanos, deixando embasbacados uma quantidade sem fim de admiradores. Mas isso não importa, porque é atrás de seu lap-top (ou notebuck, como ela o chama) que a verdadeira Clarah Averbuck aparece. Oscilando entre segura e insegura, mas sempre impulsiva e rebelde. Fuja ou se renda à autora, mas não deixe de ler o livro.
.: Clara Averbuck :. 8:32 PM
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