i gave my life to a simple chord

quinta-feira, dezembro 06, 2001

PLIM!

Saí da torradeira. Tostada. Meio queimada. Prensada. Amassada.

Che-ga. Não brinco mais. Nasci sem o chip despertador e das responsabilidades veio com defeito. E nem dá pra trocar. Só se encomendar um kit novo, e sai caro, e demora vinte e dois anos. Tudo bem ser assim em cidade pequena, dá pra driblar o tempo, mas em um lugar como este inferno onde você precisa escalar uma montanha, fazer doze baldeações de metrô e pegar uma balsa, não dá. Não dá. Eu sou completamente incapaz de ser responsável. Agora me diga, que espécie de pessoa não consegue chegar na hora para levantar uma maldita porta de ferro e acender um disjuntor e operar um leitor de código de barras? HEIN? Eu.

Não dá.

Não quero mais trabalhar nesta lata velha estúpida que me faz perder metade do que escrevo. Não quero mais nenhum velho inconveniente com papada dando em cima de mim. Não quero nunca saber a diferença entre os 958766666426 rótulos de música eletrônica que existe. São todos estúpidos. Não que-ro. deu-ô. Não quero mais ouvir reggae involuntariamente. Eu odeio reggae. Não quero mais comer mal. Nem dormir mal. Nem pedir dinheiro pro meu pai.

Quero ar. Quero solzinho de manhã. Quero respirar fundo e não sentir meus pulmões ficando apavorados. Não quero mais acordar com o megafone do ônibus falando em Largo da Batata. Fodam-se as batatas. Fodam-se os desesperados do metrô. Foda-se o trânsito. Fodam-se as bandas ruins.

Focof.

Acho que estou no inferno astral de Jesus.


.: Clara Averbuck :. 12:56 PM

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  • wanna find me?
  • miau?
  • me espalhe, sou uma peste
  • eu leio a bust